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Presidente de Portugal distribui refeições a sem-teto
6 de Abril de 2017, 15:45O Presidente da República esteve na quarta-feira à noite a distribuir refeições a sem-abrigo, em Lisboa, defendendo que é seu dever manter "os pés na terra" e olhar para "fatias da sociedade que estão a ficar para trás".
"O Presidente não pode nunca deixar de ter os pés na terra, nunca! E ter os pés na terra é, permanentemente, ir vendo vários tipos de problemas como eles são, não é como os relatórios dizem que eles são", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, na Praça da Alegria.
Este foi o terceiro ponto de Lisboa em que o chefe de Estado esteve na quarta-feira à noite, com voluntários do Centro de Apoio aos Sem Abrigo (CASA), a distribuir refeições empacotadas, com carne ou vegetarianas, bolos e laranjas.
"O senhor Presidente é que é o Presidente de todos os portugueses, sinceramente", afirmou, em seguida.
Enquanto entregava uma refeição a outro homem, com um colete amarelo da associação CASA vestido, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu-lhe: "Faz-se um esforço, faz-se um esforço".
O chefe de Estado juntou-se aos voluntários da CASA no Saldanha, pelas 22:00, atrasado, vindo de um debate com jovens no Campo Grande, e só esteve ali cerca de dez minutos. A maioria dos sem-abrigo já tinha ido embora nessa altura.
À chegada, foi abordado por um homem que lhe perguntou por que motivo, existindo tantas associações de apoio aos sem-abrigo, não há "um refeitório condigno para eles, com pratos de louça condignos", em vez da distribuição de refeições na rua.
Mais tarde, o Presidente da República disse aos jornalistas que a preocupação de "encontrar locais onde as pessoas possam ir comer, que não na rua", foi um dos pontos debatidos na reunião que teve na terça-feira com seis instituições de apoio a sem-abrigo, e "corresponde a uma preocupação das instituições".
Do Saldanha, Marcelo Rebelo de Sousa seguiu na carrinha amarela da associação CASA até à rua Mouzinho da Silveira, perto do Marquês de Pombal, onde conversou à parte com algumas pessoas que ali foram buscar comida e com duas idosas que se afastaram envergonhadas.
Marcelo correu atrás delas e abraçou-as, já na rua Alexandre Herculano, mas nenhuma delas assumiu uma situação de carência.
O Presidente da República salientou este caso e considerou que os idosos que sozinhos estão em casa numa "pobreza envergonhada" e os sem-abrigo fazem parte de "zonas da sociedade que estão a ficar assim num gueto, metidas num beco sem saída", para as quais é preciso olhar.
"Num momento em que o desemprego começa a cair, felizmente, já está abaixo de 10% e as previsões apontam que pode ir até mais abaixo, e em que pouco a pouco começam a resolver-se alguns problemas, há fatias da sociedade que estão a ficar para trás", realçou.
Antes de deixar a Praça da Alegria e seguir ainda para outros pontos de distribuição de refeições, Marcelo Rebelo de Sousa despediu-se do sem-abrigo guineense, que lhe contou que é natural de Catió, na zona sul do país.
O Presidente da República observou: "Eu já estive várias vezes na Guiné-Bissau, mas nunca estive na zona sul".
"Ah, aquilo não tem estrada, só tem caminho de cabra", retorquiu o homem, a rir, acrescentando: "Mas devagar, devagarinho, vamos construindo aquilo".
O chefe de Estado gostou da imagem: "Isso é a minha teoria também em relação ao país. Exatamente".
(Via DN)
(Fotos por MIGUEL A. LOPES/LUSA)
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Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
Empatia e respeito à diversidade deverão estar no currículo escolar
6 de Abril de 2017, 13:22Exercitar a empatia, o diálogo, a cooperação e o respeito deverá fazer parte do cotidiano das escolas. Além disso, os estudantes deverão acolher e valorizar a diversidade. Estas são algumas competências previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que deverão servir de orientação para todas as escolas públicas e particulares do país. O documento final da BNCC para o ensino infantil e fundamental é apresentado hoje (6) pelo Ministério da Educação (MEC).
Além de definir o que deve ser aprendido a cada ano, em cada área de conhecimento, a BNCC define dez competências gerais, que deverão ser desenvolvidas em todas as disciplinas ao longo da vida escolar do estudante. Entre essas competências, está a necessidade das escolas serem capazes de fazer os estudantes se conhecerem, apreciar-se e cuidar da sua saúde física e mental, reconhecendo suas emoções e dos outros. O objetivo é atingir a chamada formação humana integral.
"Não existe separação entre cognitiva, socioemocionais e comunicacionais. São [habilidades] gerais, não tem como separar uma da outra, a criança precisa aprender a ser solidária, respeitar o outro, ter responsabilidade, a saber conviver. Ela precisa aprender a ler e resolver problemas, a ser cidadã do mundo, a respeitar a diversidade e a se comunicar", diz a secretária Executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, que presidiu, nos últimos meses o comitê da pasta responsável pela finalização da BNCC. "Se não tem boa autoestima, não é estimulada, não é bem acolhida na escola, terá dificuldade em desenvolver o conhecimento", acrescenta.
Para Guiomar Namo de Mello, que integrou o grupo de conformação da BNCC e membro do Conselho Estadual de Educação de São Paulo, a presença da chamada educação integral na Base “mostra que educação não é apenas ensinar conhecimentos, mas também ensinar atitudes, posturas e formas de relacionamento. Tem a ver com o que hoje se entende como habilidades socioemocionais, mas é algo muito antigo", diz.
Guiomar acrescenta, no entanto, que isso não significa que a escola passe a ser responsável por toda a formação emocional do estudante. "A escola sozinha nunca vai dar conta da formação emocional e social dos alunos, tem que dividir com a família, com a sociedade, com grupos de socialização. A escola tem missão de trabalhar e transmitir conhecimento, transmitir competências, se não faz isso, ninguém faz".
A BNCC também garante que os estudantes tenham uma formação que lhes permitam um maior protagonismo. Entre as competências está a de exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e inventar soluções com base nos conhecimentos das diferentes áreas.
Formação dos professores
Na avaliação de especialistas, para que a BNCC saia do papel será necessário, entre outras ações, a formação e a valorização dos professores, profissionais que, na ponta serão os responsáveis para que essas mudanças cheguem aos estudantes.
"Sem dúvida será necessário que se reveja a formação inicial, a formação continuada, a condição de trabalho e o material didático, para o professor dar conta", diz a superintendente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Anna Helena Altenfelder, que é integrante do Movimento pela Base Nacional Comum, grupo não governamental de profissionais da educação. "É preciso dar condição de trabalho para o professor, não apenas estrutura física, mas formação, vai precisar de apoio das secretarias e das escolas. Se ficar apoiado só no professor, a base não vai se efetivar."
Para o diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos, as escolas precisarão também se adaptar. “Contribuir para desenvolver o pensamento crítico dos alunos demanda um enorme esforço. Para isso aterrissar na sala de aula, no chão da escola, vai ser necessária uma nova arquitetura da sala de aula, para que uma nova escola dialogue com o novo mundo e mudanças profundas”. Ele dá como exemplo a necessidade de mudar a disposição das carteiras dos alunos. "Uma sala com carteiras enfileiradas pode criar um ambiente que não se desenvolva aspectos colaborativos e criativos."
Próximos passos
A expectativa do MEC é que a Base Nacional Comum Curricular chegue às salas de aula efetivamente a partir de 2019. Hoje, o MEC entrega a versão final da elaboração do dcumento ao Conselho Nacional de Educação (CNE). Este é um dos últimos passos para que a Base passe a vigorar no país. Após análise, o CNE vai elaborar um parecer e um projeto de resolução e a BNCC volta para o MEC para homologação. A partir de então passa a vigorar oficialmente. A partir da BNCC, estados e municípios devem elaborar os próprios currículos.
A Base apresentada hoje refere-se aos ensinos infantil e fundamental. A parte relativa ao ensino médio ainda está em elaboração e deverá ser apresentada nos próximos meses.
(Via EBC)
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Apoie Teatro de Dyonises na peça "A vida de Galileu", de Bertolt Brecht
6 de Abril de 2017, 10:14O diagnóstico está dado. Vivemos num mundo cada vez mais insano e violento porque ainda não conseguimos enfrentar nossos traumas do passado e seguir adiante para sermos atores de nossas próprias histórias. O desafio agora é o método de cura.
Somos o Teatro de Dyonises, um grupo de “curatores”, atores-cientistas daUniversidade Popular de Arte e Ciência (UPAC), uma rede de cooperação e troca de saberes e aprendizagens espalhada pelos quatro cantos do país.
Acreditamos que o teatro, como manifestação popular e ritual coletivo de renovação emocional-psíquica-física-social, é o ponto de partida para reafirmar que a saúde mental/política de nossas comunidades nasce da ação cultural.
O Teatro de Dyonises produziu, entre outros espetáculos, “O Auto da Paixão de Nise da Silveira” (2012), encenando dentro do hospício a história da médica alagoana que revolucionou a psiquiatria mundial ao comprovar a importância do afeto no tratamento psiquiátrico.
Produzimos também o espetáculo “Loucura sim, mas tem seu método” (2014-2015), inspirado em “Hamlet”, de William Shakespeare, apresentado no VI Encontro Comunitário de Teatro Jovem da cidade de São Paulo e registrado pela BBC.
SOS HOTEL DA LOUCURA
Em 2016, o nosso espaço de (re)existência, o Hotel da Loucura, e tudo o que havíamos construído nele nos últimos sete anos, foi destruído pela insanidade política de nosso desgoverno municipal. Renascemos com “Deus e o diabo na terra de Fausto” (2016), da obra de Goethe.
Em 2016, o nosso espaço de (re)existência, o Hotel da Loucura, e tudo o que havíamos construído nele nos últimos sete anos, foi destruído pela insanidade política de nosso desgoverno municipal. Renascemos com “Deus e o diabo na terra de Fausto” (2016), da obra de Goethe.
Desde então, ocupamos as praças com teatro, arte, ciência, autonomia e afeto incondicional. Cooperando, comunicando, relacionando-se com o outro e com o mundo. Ajustando o gesto à palavra. Mas hoje, mais do que nunca, precisamos de ajuda, solidariedade e colaboração.
VAI, GALILEU!
VAI, GALILEU!
“Vamos sair para uma grande viagem. O tempo antigo acabou e começou um tempo novo. Tudo se move!”
Neste momento estamos montando o espetáculo “Vai, Galileu”, baseado na obra “A Vida de Galileu” (1956), de Bertold Brecht, que mostra a luta de Galileu Galilei para provar que a Terra não é o centro do universo, enquanto é perseguido pela Igreja e a Santa Inquisição.
Na peça, Brecht denuncia a tirania por trás dos dogmas religiosos que governavam e ainda governam o processo político e cultural, negando à população o domínio do saber científico e a verdade sobre as causas de sua miséria.
“Mas não há nada? Por que é que só é ordem nesse país a ordem da gaveta vazia? E necessidade só existe a de se matar no trabalho?”
Por meio do processo terapêutico-cultural-psíquico, narramos a loucura da autoridade política, ditadores e usurpadores do povo, mostrando a potência profunda do ser humano e sua infinita capacidade de criar e destruir - o que nos provoca a reflexão sobre nós mesmos e nossa época.
O método se concretiza a partir dos princípios da Psiquiatria Transcultural de Jacques Arpin, segundo os quais expressamos por meio do corpo físico e cultural nossas memórias, tradições, costumes e desejos para produzir um novo discurso - que “reorganiza o mundo”.
A VERDADE É FILHA DO TEMPO
Venha, ponha os olhos no telescópio e veja! Nos ajude a mostrar a verdade que a autoridade esconde. Nossa prisão é ideológica. O saber está em todo o ser. Somos todos Galileu, na busca pela mudança dos paradigmas científicos, políticos e culturais de nossa era.
“Prezados habitantes, senhoras e senhores
Antes da procissão carnavalesca das corporações
Vamos apresentar a mais recente canção florentina
A descoberta fenomenal
Galileu Galilei – a Terra girando em volta do Sol”
Orçamento
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Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
"Aqui é um lugar de paz" - E.D.I.
6 de Abril de 2017, 9:04Sem nada falar, começou a tocar uma versão em português da música de Michael Jackson - Heal the world (make it a better place). Todos ficaram em silêncio ouvindo a canção. Alguns a cantavam. Estávamos todos formando uma imensa roda na quadra da escola.
Ao final da canção, a diretora começa a explicar que as escolas do município do Rio de Janeiro decidiram fazer este ato simbólico contra a violência na cidade, que faz vítimas de todos os lados: policiais, criminosos, inocentes, crianças, alunos. Uma violência desenfreada, crescente e insana
Este ato simbólico visava a tocar nossos corações, para que de alguma forma, todos ali pudessem parar por alguns minutos, neste nosso mundo acelerado e enlouquecido, e pensar em tudo o que está acontecendo. O mundo não para, eu sei, mas não podemos simplesmente seguir reagindo sem pensar.
Pediu que todos ali, de acordo com sua religião ou ausência religiosa, fizesse uma oração ou algo do gênero. Pediu que vibrássemos positivamente contra esse estado insano, que não é de hoje, mas continua vitimando muitas pessoas. A vida, a nossa e a dos outros, deveria sim ser o nosso maior valor e objeto de todo o nosso respeito.
Ao final pediu para que os pais pendurassem na entrada da escola uma faixa com os dizeres: "Aqui é um lugar de paz". É um ato simbólico, mas essencial. No início, quando a diretora pediu que entrássemos, meu primeiro pensamento foi: algum aluno deve ter sido vítima de arma de fogo, por isso ela quer conversar com todos. Não foi o caso. Não nesta escola.
Quem acompanha o noticiário viu que nestes dias, duas meninas foram vítimas de armas de fogo. Dentro da escola. Mas não foram as únicas vítimas. Nestes últimos dias morreram policiais e outras pessoas.
Nós, moradores da cidade do Rio de Janeiro, não podemos nos transformar em simples contadores de corpos. Também não creio que se deva blindar as escolas como forma de proteção contra esta chamada "guerra ao tráfico", que faz vítimas inocentes as quais são chamadas de "dano colateral". Isso tudo me parece muito errado, reativo e impensado. E eu também posso estar errado.
Mas não deixa de ser horrível ver pessoas de todos os tipos compartilhando notícias falsas pelas redes sociais, dizendo que o tiro que acertou Maria Eduarda, por exemplo, veio de um fuzil de um criminoso. Além da notícia ser falsa, mentirosa, ainda traz em si um objetivo bastante perverso: o de livrar a culpa da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, uma das que mais matam no mundo, tentando justificar o injustificável. Perdemos uma vida. Aliás, perdemos várias. Todos nós perdemos e essa discussão estúpida sobre de onde veio o tiro, não trará as vidas de volta, não trará conforto aos familiares que ficaram, não fará nada além de alimentar ainda mais a insanidade voraz dos que apoiam as execuções de bandidos, tendo os inocentes assassinados como "danos colaterais".
Sai da escola com o choro preso na garganta. Escrevo este pequeno texto ainda com as lágrimas presas em mim. Não aguento mais ver tanta desumanidade. Que tipo de sociedade nós formamos? Não respeitamos nada. Passamos por cima de tudo e de todos como se tudo fosse uma disputa.
- O tiro foi do bandido.
- Não. Foi da PM.
- Tem que matar vagabundo mesmo.
De certo modo, por vivermos em uma pretensa democracia, penso que seja válido sim você defender a pena de morte. É o que você acredita como solução para a violência? Ok. Defenda, mas defenda até que a pena de morte se transforme em lei, seja julgada pela justiça e executada pelo Estado após o veredito final de um julgamento.
Não aceito que você use covardemente a tão dolorosa morte de inocentes como aparato para defender este tipo de insanidade. Tenha respeito com os familiares das vítimas. Tenha respeito por pessoas como eu, que defendem a vida acima de tudo. O respeito também é um valor da democracia. Execução sumária e ou aleatória, causada pelas mãos do Estado através da PM, não é pena de morte como um dispositivo da lei. É homicídio. É feminicídio. É execução sem direito a julgamento, sem direito a defesa, sem direito a salvar a vida de inocentes.
"Aqui é um lugar de paz" - E.D.I.
(Conteúdo da imagem disponível em http://prefeitura.rio/web/smeel/exibeconteudo?id=6896238)
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Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
Adoro folhas e árvores. Desde criança, sempre amei. O que você ama? [Flickr]
5 de Abril de 2017, 21:08marcelodamico posted a photo: