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Câmara: R$ 29 milhões para comunicação terceirizada
9 de Maio de 2013, 21:00 - sem comentários aindaCasa prepara três licitações para substituir atuais contratos. Custo com jornalistas e pessoal de audiovisual concursado ou terceirizados é de cerca de R$ 50 milhões por ano
Segundo a assessoria da Câmara, três licitações servirão para substituir os atuais contratos. Hoje, a Câmara gasta cerca de R$ 50 milhões por ano com a comunicação. É o valor do pagamento às empresas, que empregam 282 terceirizados, somado a uma estimativa dos salários dos 95 jornalistas e seis profissionais de audiovisual concursados. O menor salário de jornalista é de R$ 15 mil por mês.
Desse valor, R$ 28,6 milhões são pagos às empresas terceirizadas, que empregam mais gente, já que os salários dos não-concursados são mais baixos. O maior salário de jornalista concursado é de R$ 21.584,05, mas esses rendimentos podem ser acrescidos por gratificações e cargos comissionados.
O primeiro pregão eletrônico está marcado para a próxima quinta-feira (16), às 10h, e o último, para 20 de maio. Os valores de referência de R$ 29 milhões são o limite de gastos pela Câmara. Ganha quem oferecer a proposta com menor preço.
GASTOS COM COMUNICAÇÃO
Funcionários concursados e terceirizados somam 383 pessoas
Fonte: Congresso em Foco, com base em dados da Câmara
Baixa audiência
Apesar de a missão da Câmara não ser produzir notícias, o deputado Reguffe (PDT-DF) defende que, por princípio, não deveria haver terceirização de mão-de-obra. “A Câmara deve fazer concurso”, avaliou. “É melhor ter menos terceirizações no serviço público. No geral, elas não atendem melhor o interesse público”, disse ele à reportagem.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) disse que a qualidade da TV Câmara é alta se comparada à baixa audiência alcançada. Além dos debates ao vivo no plenário e nas comissões, a emissora exibe programas culturais, de debate entre parlamentares e até especialmente voltados ao público jovem. Para Alencar, a TV já deveria ter sinal liberado em rede aberta. Só proprietários de antenas parabólicas e assinantes de TV paga conseguem assistir à emissora. Na internet, também há transmissão ao vivo.
Tudo sobre gastos públicos
(Publicado no Congresso em Foco)
Desinteresse dos jovens por carros preocupa montadora
8 de Maio de 2013, 21:00 - sem comentários aindaA geração entre 18 e 24 anos está se importando mais com os outros e com o mundo em que vivem
Um recente artigo do The New York Times, da jornalista Amy Chozick, é mais uma prova de que os jovens mudaram. A geração entre 18 e 24 anos está se importando mais com os outros e com o mundo em que vivem, superando antigos valores e necessidades de consumo que já não os convencem e, muito menos, os satisfazem. Uma dessas mudanças importantes está no modo com que os jovens se relacionam com a mobilidade.
Há poucas décadas, o carro representava o ideal de liberdade para muitas gerações. Hoje, com ruas congestionadas, doenças respiratórias e falta de espaço para as pessoas nas cidades, os jovens se deram conta de que isso não tem nada a ver com ser livre, e passaram a valorizar meios de transporte mais limpos e acessíveis, como bicicleta, ônibus e trajetos a pé. Além do mais, “hoje Facebook, Twitter e mensagens de texto permitem que os adolescentes e jovens de 20 e poucos anos se conectem sem rodas. O preço alto da gasolina e as preocupações ambientais não ajudam em nada”, diz o artigo.
Para entender esse movimento, o texto conta que a GM, uma das principais montadoras de automóvel do mundo, pediu ajuda à MTV Scratch, braço de pesquisa e relacionamento com jovens da emissora norte-americana. A ideia é desenvolver estratégias adaptadas à realidade dos carros e focadas no público jovem para reconquistar prestígio com o pessoal de 20 e poucos anos – público que tem poder de compra calculado em 170 bilhões de dólares, segundo a empresa de pesquisa de mercado comScore.
Porém, a situação não parece ser reversível. “Em uma pesquisa realizada com 3 mil consumidores nascidos entre 1981 e 2000 – geração chamada de ‘millennials’ – a Scratch perguntou quais eram as suas 31 marcas preferidas. Nenhuma marca de carro ficou entre as top 10, ficando bem abaixo de empresas como Google e Nike”, diz o artigo. Além disso, 46% dos motoristas de 18 a 24 anos declararam que preferem acesso a Internet a ter um carro, segundo dados da agência Gartner, também citados no texto do NY Times.
O que parece é que os interesses e as preocupações mudaram e as agência de publicidade estão correndo para entendê-los e moldá-los, mais uma vez. Só que, agora, com o poder da informação na ponta dos dedos e o movimento da mudança nos próprios pés fica bem mais difícil acreditar que a nossa liberdade dependa de uma caixa metálica que desagrega e polui a nossa cidade.
Jovens brasileiros preferem transporte público de qualidade
Essa tendência de não-valorização do carro já foi apontada também pelos nossos jovens aqui no Brasil. A pesquisa O Sonho Brasileiro, produzida pela agência de pesquisa Box1824, questionou milhares de ‘millenials’ sobre sua relação com o país e o que esperavam para o futuro. As respostas, que podem ser acessadas na íntegra no site, mostram entusiasmo e vontade de transformação, especialmente, frente aos desafios sociais e urbanos como falta de educação e integração.
A problemática do transporte público se repete nos comentários dos internautas no site da pesquisa, que mantém o espaço virtual aberto para todos que quiserem deixar sua contribuição de desejo de mudança para o local em que vivem. A maioria das pessoas que opina enxerga o carro como um vilão que polui e tira espaço da cidade e acredita que a solução está em investimento em transporte público de qualidade. Esse é o desejo dos jovens brasileiros que também já mudaram e agora estão sonhando, mas de olhos bem abertos para cuidar do mundo em que vivem.
(Publicado em Mobilize)
Como blogueiros podem assegurar seus direitos?
7 de Maio de 2013, 21:00 - sem comentários ainda
Como blogueiros podem assegurar seus direitos?
Nesta sexta-feira, 3 de maio, dia em que se comemorou mundialmente a liberdade de imprensa, a Artigo 19 e o Centro de Estudos de Mídia Barão de Itararé mobilizaram mais de 100 blogueiros e interessados no tema para discutir os direitos assegurados a este novo grupo de profissionais.
O evento reuniu 30 pessoas na sede do Barão de Itararé, no centro da capital paulista, e 90 participantes que acompanharam o debate através de transmissão ao vivo. A íntegra do debate por ser assistida aqui.
Participaram da mesa como debatedores a advogada da Artigo 19, Camila Marques; o ativista Ricardo Fraga Oliveira, o jornalista Lino Bocchini, e Altamiro Borges, diretor do Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé.
A advogada Camila Marques, do Centro de Referência Legal da Artigo 19, explicou que muitos dos direitos assegurados aos jornalistas também são garantidos aos blogueiros e citou exemplos de como a intimidação, via ações judiciais ou ameaças, leva muitos comunicadores a precipitadamente apagar o blog, diante do temor de sanções jurídicas.
“O autor não é obrigado a apagar o blog após uma ameaça ou citação. Apenas caso a decisão judicial posterior seja favorável ao reclamante”, afirmou Camila Marques, colocando a Artigo 19 a disposição de todos que queiram esclarecer dúvidas sobre o assunto.
Para garantir a segurança a este público, que se encontra em situação de maior vulnerabilidade que os jornalistas tradicionais, os palestrantes destacaram que os blogueiros podem utilizar alguns mecanismos de proteção, como a possibilidades do anonimato no registro de blogs, solicitação de credenciamento oficial de imprensa, direito de proteção às suas fontes e ingresso no programa de proteção a vítimas e testemunhas.
Na ocasião, foram lançados o manual Direito de Blogar – publicação internacional da Artigo 19 que detalha o que é permitido aos blogueiros, bem como suas responsabilidades; e como as autoridades públicas devem garantir proteção a esta categoria – e o mapa da violência na blogsfera, formulário inédito para o registro de denúncias sofridas pelos comunicadores da mídia alternativa.
Os participantes presenciais e a distância interagiram com os palestrantes oferecendo sugestões para a implementação do formulário de denúncias, que em breve estará disponível para cadastro.
A Artigo 19 e o Barão de Itararé promoverão em todo o País, ao longo do ano, oficinas de capacitação jurídica aos blogueiros, compartilhando informações e argumentos legais. As oficinas serão realizadas como parte da programação dos Encontros Regionais de Blogueiros Progressistas.
O Relatório Graves Violações a Liberdade de Expressão de Jornalistas e Defensores de Direitos Humanos, divulgado em março pela Artigo 19, revela que dois blogueiros foram assassinados no Brasil em 2012; quatro receberam ameaças de morte e um foi vítima de grave agressão física.
Blogueiros participam do evento e colaboram com sugestões para elaboração de denúncia online |
Comunica Tudo vai 'pros quintos'
6 de Maio de 2013, 21:00 - sem comentários aindaComunica Tudo vai 'pros quintos' |
São cinco anos de atividade. Na verdade, sou blogueiro desde 2002 ou 2003. Nessa época, tinha blogues de poesias, nos quais publicava diariamente uma ou mais poesias de minha autoria. Um destes sítios, teve seu conteúdo recolhido e organizado num livro digital, disponível gratuitamente para download AQUI.
Escrevi em diversas plataformas diferentes (algumas extintas), até chegar ao Blogger e nele ficar. Embora eu também seja usuário de WordPress, onde mantenho um back-up do Comunica Tudo e outras pequenas páginas.
A criação do Comunica Tudo surgiu da ideia de publicar todos os trabalhos da faculdade de jornalismo, depois expandida para exercícios livres de textos. O fato é que, para meu total espanto, amigos e colegas distantes se confessaram leitores assíduos deste blogue. Professores da faculdade também liam e incentivavam. Não demorou muito para que a "blogagem" se confirmasse como um vício para mim. E vieram textos políticos, filosóficos, musicais, poéticos, entre outros.
Como muitas coisas que faço em minha vida, o blogue tinha uma concepção anárquica, ou seja, autônoma, livre de estereótipos e modelos, baseado simplesmente na auto-gestão. Nos primeiros anos, o lay-out era alterado quase que semanalmente. Mudava tudo mesmo: cores, imagens, fontes, banners. Infelizmente, acho que não tenho registros dessa época (se alguém tiver, me mande).
Hoje pela manhã, ao entrar no Comunica Tudo, vejo no topo dos textos mais lidos da semana o No dia 06 de maio comemora-se o quê?, escrito e publicado em 2010, quando a página tinha apenas dois anos. Enfim, neste texto improvisado e anárquico, o que eu mais quero fazer é agradecer a todos vocês que tornaram este espaço tão especial para mim; agradecer aos quatro prêmios em Comunicação no TopBlog (categoria profissional), aos inúmeros amigos e parceiros que tive o prazer de fazer.
P.S.: uma curiosidade. Inicialmente o blogue se chamaria 'Diário 36', como homenagem para a música Dia 36 dos Mutantes, mas o nome já estava sendo usado. Tentei uma infinidade de nomes e variáveis, todos sendo usados. Então pensei em um nome qualquer: Comunica Tudo. Estava livre e ficou. Até hoje.
Abaixo seguem alguns banners recuperados, utilizados no início do blogue
Periferia não é palco de sensacionalismo, nem os jovens são atores desse teatro
6 de Maio de 2013, 21:00 - sem comentários ainda(Por Enderson Araújo)
O que faz uma jornalista estrangeira vir ao Brasil, e preparar uma matéria para a Reuters, um site reconhecido mundialmente, e propagar imagens sensacionalistas das comunidades de periferia em Salvador? Não estamos aqui dizendo que não existe o tráfico, as mortes e tudo mais que nós de comunidades sabemos que existe, e sabemos também o porquê ela existe, por ausência de política públicas e assistência do GOVERNO dentro das comunidades.
A copa ocorrerá em 2014, e com isso, os empresários que a organizam só pensam em fazer a segurança dos turistas, e, por consequência colocam mais policia nas ruas e em especial nas comunidades periféricas. Mas porque não se pensa em estudar projetos de turismo comunitários, projetos de jovens que estão produzindo conteúdo onde mostram as belezas das suas comunidades, o empreendedorismo local? Outro questionamento é: por que estas iniciativas não são fortalecidas? Para além do que foi mostrado pela jornalista, existem jovens que estão propagando as suas comunidades, emergindo culturas e artistas locais.
Contudo, nota-se que o grande culpado de tudo isso é o governo, que não investe no sistema público de educação, saúde, transporte dentre outros direitos que nos são privados. Em contrapartida o Estado brasileiro investe mais no aparelhamento da policia. Acreditamos que a mídia local também deveria exercer seu poder de influência e dialogar mais com as comunidades de maneira em que não sustentar um discurso sensacionalista sobre as mesmas, tratando-as como apenas como meros necessitados. Sim, são necessitados, mas de direitos básicos que outrora foi supracitado, e que o governo deveria garantir.
Segue exemplos de jovens que estão usando celulares, câmeras digitais, gravadores como "armas" para "traficar" informações sobre as comunidades.
Jovens do Nordeste de Amaralina que criaram um portal de noticias, o "Nordeste Eu Sou", para noticiar o dia-a-dia de sua comunidade para o mundo. O complexo de bairros do Nordeste de Amaralina, foi o primeiro local de Salvador a receber implementação de uma Base Comunitária de Segurança (semelhantes a UPP's). Além do site Nordeste Eu Sou, outro grupo de jovens criou a "Tv Interativa DKebrada"- que elaboram vídeos para divulgar artista da própria comunidade.
Contudo, ainda há experiências como o do "Coletivo Boom Clap" e "Colé de Mermo", formado por jovens produtores de comunidade, e, que através da Cultura Hip Hop estão ocupando espaços públicos no centro da cidade de Salvador com"Batalhas de Rimas", eventos ligados ao Hip Hop e a Cultura Urbana Negra, fazendo festas acontecerem de maneira que as pessoas possam resignificar essas manifestações culturais dando visibilidade a estas e aos atuantes da cena.
Nas imagens a seguir, jovens de comunidades que se organizam no centro da cidade para fazer batalha de rimas improvisadas, que por sua vez tem como grande vencedor o "Big", jovem oriundo da periferia e que agora irá representar a Bahia noDuelo Nacional de MC´s em Belo Horizonte - MG, sendo que em 2012 quem representou o estado foi a MiraPotira.
Os jovens de comunidades são produtores de tudo isso, e sem dúvidas trazem novas perspectivas de vida para outros amigos que já não encontram ou sabem o que seria ter expectativa, pois a policia, o aparelho que é usado pelo governo para oprimir.
Todo esse descaso e sensacionalismo é fruto dum ciclo de interesses e valores entre os poderosos. Marginalizar os jovens de comunidade é bem, mas fácil do quê escutar, ver e acima de tudo compreender as diversas potencialidades artísticas em cada beco que totaliza as periferias. Pois, é mais rentável pra mídia privada trabalhar com as contradições sociais geradas pelo modelo de sociedade vigente.
Para os sensacionalistas que utilizam da atividade jornalística para difundir mentiras, aqui segue um recado: os jovens de periferia estão verdadeiramente " armados", mas com celulares, iphones, câmeras digitais e outras ferramentas que certamente auxiliarão na produção comunicação, afim de "traficar" informações sobre a realidade das periferias soteropolitanas, mostrando o lado bacana, não somente para que tenham bons olhares sobre a comunidade, mas também como um local em potencial para receber investimentos e incentivo.
É importante que a correspondente Lunaé Parracho, da agência de notícias Reuters, aborde um outro olhar sobre as periferias de Salvador, e não apenas o olhar generalizador e preconceituoso que mostra a juventude negra apenas em atividades que põem a sua vida em risco, sobretudo no atual momento em que no Brasil o debate sobre a redução da maioridade penal ganha força dentro dum Senado burguês.
Contudo, os mesmos jovens marginalizados nas fotos da jornalista, agora apontam para a necessidade de estimular debates no campo do Direito á Cidade, Criminalização da Pobreza, Democratização da Comunicação, para que assim fortaleça a organização da juventude negra.
São inúmeros o jovens que por meios alternativos, criaram um canal possível de diálogo entre diversas comunidades existentes em Salvador, e, em outras regiões do Brasil. Prova disso é a jovem comunicadora Itamara Silva, moradora periferia de Sussuarana, uma das formadoras do "Mídia Periférica".
Os jovens de comunidades de periferia não podem servir de atores do teatro do sensacionalismo criado por jornalistas desiformados. Não é somente criminalizando as periferias que vamos conseguir resolver diversos problemas, que vão para além do crime organizado, deve se criar uma via de diálogo entre governo, mídia e a juventude que produz cultura dentro das periferias, pois pode ser criada e traçada estrategias para que materias como estas não venham a existir novamente
http://blogs.reuters.com/photographers-blog/2013/05/02/a-world-with....