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25 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindamarcelodamico posted a photo:
Arraial do Cabo/RJ
Globo tenta ridicularizar Hugo Chávez e distorce informações sobre campanha
23 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários ainda
Publicado por Jornalismo B
O debate sobre a pretensa imparcialidade jornalística deve continuar sendo feito enquanto a mídia dominante insistir nessa enorme mentira, mas alguns casos levam ao extremo a parcialidade e o total desapego à realidade. Esse tipo de situação costuma acontecer quando comentaristas e repórteres insistem tanto em demonizar personagens ou instituições que acabam acreditando em suas próprias mentiras, e, como espectadores encantados por suas próprias distorções, passam a odiar, e, com a emoção à flor da pele, ultrapassam os limites razoáveis do jornalismo puramente opinativo. Afirmam que o que apresentam é uma reportagem, mas sabem que o que fazem é pura opinião – e opinião sem base na realidade. Acreditam, em silêncio, que apenas opinam, mas extrapolam a ação opinativa para atacar, violentar e agredir personagens, instituições e a inteligência de quem está do outro lado da mensagem.
É isso o que tem acontecido na cobertura do julgamento dos acusados de levar a cabo um esquema apelidado de “mensalão”, e é o que acontece quando a mídia dominante, cega de ódio por ver as velhas oligarquias sendo derrubadas pelo povo, fala sobre os governos progressistas da América Latina, especialmente a Venezuela.
“Reportagem” desta quinta-feira no Bom Dia Brasil, matinal da TV Globo, falou sobre o que chamou de “campanha de Chávez” – o que já mostraremos porque não é verdade. A matéria, de Delis Ortiz, começa falando de um possível projeto do presidente do Equador, Rafael Correa, de “liderar a esquerda na América Latina”. Esse discurso vem sendo disseminado pela mídia oligárquica do subcontinente há tempos, e sem qualquer base de informação. É puramente uma tentativa de dividir para enfraquecer os cada vez mais integrados governos progressistas da AL. Na chamada para a matéria, Renato Ribeiro deixa clara a intenção: “se depender do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ou pelo menos da equipe que planeja a campanha dele, isso não vai acontecer (a liderança de Correa)”.
A matéria de Delis é sobre peças gráficas que mostram Chávez dançando, cortando o cabelo com um visual jovem, lutando boxe, andando de moto. Mas o texto debocha do físico de Chávez, e cita “santinhos modernos” em que o presidente, segundo a “repórter”, “tenta vender a imagem de um líder que personifica mudança; mas está no poder há 14 anos. Quer aparentar a metade dos quase 60 anos que tem. O candidato desenhado esconde o homem debilitado e doente que tenta a terceira reeleição”. É claro que a “reportagem” não é feita a partir da Venezuela. A “repórter” está na Argentina, em Buenos Aires. Por que ir até lá conhecer a realidade, se a realidade não importa?
A realidade é que o que a Globo chama de “santinhos” foi feito por um coletivo de bairro, o Miranda es Otro Beta, não pela campanha de Chávez. Como explica um integrante do coletivo ao site Cubadebate, “se trata de uma iniciativa independente que não está vinculada com a campanha do governo”. Se Delis houvesse entrevistado alguém para sua contundente matéria, saberia disso. Saberia também que as peças ridicularizadas por ela se relacionam com recente fala do presidente venezuelano: “Chávez ya no soy yo, Chávez somos todos, Chávez es otro beta, Chávez es Petare, Chávez ya no soy yo, yo soy pueblo”.
Mas a Globo não é só feita de ódio. Também há amor, mas por Henrique Capriles, candidato da oposição, o candidato que quer fazer a Venezuela voltar ao que era antes de Chávez, um paraíso para os ricos e um inferno para os pobres. Com Chávez, a Venezuela tornou-se o país menos desigual da América Latina. Mas isso a matéria não disse. Disse, sim, que Capriles é “um adversário nem um pouco raquítico. (…) tem 40 anos, agita a campanha com vigor físico, fazendo caminhadas, comícios pelo interior. Vende com a própria imagem a encarnação do novo, que Chávez tanto queria ser”. É um tipo de discurso que já vimos aqui pelo Brasil. O “vigor físico, as caminhadas” e a “encarnação do novo” que a esquerda gostaria de ser não lembram a campanha de Fernando Collor, fortemente apoiada por essa mesma emissora? A esquerda como ultrapassada e a direita como nova, ativa, revigorante, jovem, é tudo o que a Globo tenta vender. Mas, por baixo da máscara que esconde as rugas de Capriles e de sua mídia internacional, não há nada mais do que as velhas oligarquias, políticas e midiáticas. Escondendo a velhice ideológica de Capriles a velha mídia tenta esconder seu próprio aspecto cadavérico.
"Agora para condenar não é preciso provar a acusação; basta fazê-la"
23 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários ainda
"Agora para condenar não é preciso provar a acusação; basta fazê-la" - Bernardo Kuscinski
Publicado na Carta Maior por Saul Leblon
O conservadorismo brasileiro vive um dilema meramente formal. Diferente do golpismo - com o qual não hesita em marchar quando a situação recomenda - prefere em geral meios institucionais para atingir os mesmos fins.
Às vezes, a coisa emperra,caso agora do julgamento do chamado 'mensalão', em que já se decidiu condenar; onde se patina é na escolha do lubrificante para deslizar a sentença no mundo das aparências.
A dificuldade remete a um detalhe: faltam provas cabais de que o crime não equivale ao disseminado caixa 2 de campanha, com todas as aberrações que a prática encerra, a saber: descarna partidos, esfarela programas, subverte a urna e aleija lideranças.
Reconhecê-lo, porém, tornaria implícita a precedência tucana com o valerioduto mineiro.
É no esforço de singularizar o que é idêntico que se unem os pelotões empenhados em convencer a opinião pública de que, no caso do PT, houve compra de voto com dinheiro público para aprovar projetos de interesse do governo Lula no Congresso.
O procurador Gurgel jogou a ísca: é da natureza desses esquemas não deixar rastros. A flexibilidade agradou. Colunistas compartilham abertamente o argumento da 'suspeição natural', inerente ao PT, logo, dispensável de provas.
Não se economiza paiol na fuzilaria.
Nas quatro semanas até 13 de agosto, segundo informou Marcos Coimbra, na Carta Capital, 65 mil textos foram publicados na imprensa sobre o "mensalão". No Jornal Nacional da Globo para cada 10 segundos de cobertura neutra houve cerca de 1,5mil negativos.
Um trecho ilustrativo da marcha forçada em direção à nova jurisprudência saiu no 'Estadão' desta 4ª feira, 22-08:
" (...) impossível não crer que Lula e toda a cúpula do PT soubessem dos meandros do mensalão. (...) dentro de um partido em que o projeto de poder sempre se confundiu com o futuro e o bem-estar da coletividade no qual ele existe, me parece impossível que Lula, José Dirceu, o famoso capitão do time, e outros próceres não tivessem articulado o plano de chegar ao socialismo compadresco petista pelo capitalismo selvagem nacional - o infame mensalão...." (Roberto Damatta, Estadão 22-08).
Deve-se creditar o pioneirismo do método a quem de direito. Em 2005, incapaz de sustentar 'reportagem' em que acusava o PT de ter recebido US$ 5 milhões das FARCs na campanha eleitoral de 2002, a revista VEJA desdenhou do alto de sua inexpugnável isenção e sapecou: "em todo o caso, nada prova que o PT não recebeu".
O ovo chocado no ventre da serpente é resumido assim pelo jornalista e escritor Bernardo Kuscinski: "Agora para condenar não é preciso provar a acusação; basta fazê-la".
Nesta 5ª feira, o ministro Ricardo Lewandowski afrontou os que pretendem submeter o país a esse rito em marcha batida.
O revisor do chamado processo do 'mensalão' desmontou os argumentos de Gurgel e Barbosa e inocentou o deputado João Paulo Cunha (PT-SP) das acusações de corrupção e desvio de dinheiro público.
Ainda há juízes em Brasília? Lewandowski diz que sim. Ele se pautou pelas provas e pelas evidências, não pelo jogral midiático.
(*) nota atualizada dia 23-08, às 21:20
O melhor teste para descobrir se uma sociedade é justa
22 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários aindaSociedade escandinava é mais igualitária e feliz que a americana |
O que é uma sociedade justa?
O filósofo americano John Rawls (1921-2002) se debruçou sobre esta pergunta. Em 1971, Rawls publicou um livro aclamado: “A Teoria da Justiça”.
A idéia central de Rawls era a seguinte: uma sociedade justa é aquela na qual, por conhecê-la e confiar nela, você aceitaria ser colocado de maneira randômica, aleatória. Você estaria coberto pelo que Rawls chamou de “véu de ignorância” em relação à posição que lhe dariam, mas isso não seria um problema, uma vez que a sociedade é justa.
Mais de quarenta anos depois do lançamento da obra-prima de Rawls, dois acadêmicos americanos usaram sua fórmula para fazer um estudo. Um deles é Dan Ariely, da Universidade Duke, especializado em comportamento econômico. O outro é Mike Norton, professor da Harvard Business School.
Eles ouviram pessoas de diferentes classes sociais. Pediram a elas que imaginasse uma sociedade dividida em cinco fatias de 20%. E perguntaram qual a fatia de riqueza que elas imaginavam que estava concentrada em cada pedaço.
“As pessoas erraram completamente”, escreveu num artido Ariely. “A realidade é que os 40% de baixo têm 0,3% da riqueza. Quase nada. Os 20% de cima têm 84%.”
Em seguida, eles aplicaram o “véu de ignorância de Rawls”. Como deveria ser a divisão da riqueza para que eles se sentissem seguros caso fossem colocados ao acaso na sociedade?
Veio então a maior surpresa dos dois acadêmicos: 94% dos entrevistados descreveram uma divisão que corresponde à escandinava, tão criticada pelos conservadores dos Estados Unidos por seu elevado nível de bem-estar social, e não à americana. Na Escandinávia, os 20% de cima têm 32% da riqueza. (Disse algumas vezes já e vou repetir: o modelo escandinavo é o mais interessante que existe no mundo, um tipo de capitalismo extremamente avançado do ponto de vista social.)
Cena comum nos Estados Unidos de hoje: "tent cities", concentração em barracas de gente que perdeu a casa |
“Isso me levou a pensar”, escreveu Ariely. “O que fazer quando num estudo você descobre que as pessoas querem um determinado tipo de sociedade, mas ao olhar para a classe política parece que ninguém quer isso?”
Bem, uma das respostas à questão está na eclosão de protestos nos Estados Unidos. Os “99%” do movimento Ocupe Wall Street estão esperneando por uma sociedade mais justa, que se encaixe na tese do “véu de ignorância” de Rawls.
Os 99% não são representados nem pelos democratas e nem, muito menos, pelos republicanos. Barack Obama e Mitt Romney jamais aceitariam ser colocados aleatoriamente na sociedade americana tal como é. As chances de que eles terminassem num lugar bem diferente daquele que ocupam seriam enormes. Talvez eles tivessem que dormir em carros ou em barracas, depois de perder a casa na crise econômica, como acontece hoje com milhões de americanos.
Para usar o método de Rawls, eis aí a demonstração do que é uma sociedade injusta.
(Publicado no Diário do Centro do Mundo)
Os custos secretos dos hambúrgueres
21 de Agosto de 2012, 21:00 - sem comentários ainda
Publicado por Agência Pública
Os norte-americanos amam hambúrgueres – cada habitante dos EUA come uma média de três hambúrgueres por semana. Mas quais são os custos secretos desse consumo? Acontece que o gado produz uma quantidade de poluição que contribui para o efeito estufa tanto quanto carros, aviões e outros meios de transporte, além de ter um forte impacto ambiental sobre a terra e a água do planeta. Como é possível reduzir esse impacto? Saiba mais neste curta de animação do Center for Investigative Reporting.
(o vídeo possui legenda em português)
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