Ir para o conteúdo
ou

Thin logo

Tela cheia
 Feed RSS

Blog Comunica Tudo

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
Este blog foi criado em 2008 como um espaço livre de exercício de comunicação, pensamento, filosofia, música, poesia e assim por diante. A interação atingida entre o autor e os leitores fez o trabalho prosseguir. Leia mais: http://comunicatudo.blogspot.com/p/sobre.html#ixzz1w7LB16NG Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives

'Estado Misto' chega ao Rio de Janeiro - Fotografia

7 de Abril de 2017, 9:15, por COMUNICA TUDO


Como dar conta de todas as imagens que nos habitam e que habitamos? Como entender a dimensão interior e sua aparição no mundo exterior? Entre o claro e o escuro, o que pode uma imagem, repetidas vezes nos dar a ver? Da imagem vazada, qual é a potência do olhar?

Na próxima sexta-feira, 7 de abril, acontece a abertura de Estado Misto, exposição da fotógrafa Andréa Bernardelli, na Galeria do Ateliê, Rio de Janeiro. A mostra que tem curadoria de Eder Chiodetto é resultado de uma parceria com o Ateliê Fotô, de São Paulo. A visitação é aberta ao publico e vai até 10 de junho de 2017.

A série é composta de 57 fotografias redondas e uma retangular com um círculo cortado, que a artista chamou de OCO como espécie de ser em potencial – todas , com a intenção de tangenciar a própria ideia de foco e margem e de aparição e desaparição no mundo do visível, as imagens-átomos de Andréa Bernardelli.


Nietzsche formulou o conceito do eterno retorno como um desafio para o pensamento: e se tivéssemos que “viver mais uma vez e por incontáveis vezes”? Um conceito para pensar a potência do presente, os ciclos. Como um trânsito de gestos que orbitam as existências.

A artista investiga como a vida se organiza a partir do entrelaçamento entre o visível e o invisível. Utilizando-se da metáfora de um átomo, Andréa trabalha com a produção de fotografias redondas - um formato completamente atípico para o mundo retangular das imagens ocidentais.


O título do trabalho nasce da metáfora deste estado do visível que habitamos – e que é, também, o da vida das imagens – é um Estado Misto entre o aparecer e o desaparecer. “O visível abarca a presença e a ausência e nos instiga à percepção. E é a imagem quem revida o nosso olhar”, diz a fotógrafa.

SERVIÇO

Exposição "Estado Misto" - 58 fotografias de Andréa Bernardelli
Abertura: dia 7 de abril, 19h
Visitação: até dia 10 de junho de 2017
Horário: de 2a a 6a feiras das 10h às 21h; sábados das 10h às 17h
Entrada: franca (censura livre)
Local: Ateliê da Imagem Espaço Cultural - Avenida Pasteur 453, Urca
Informações: (21) 2541-3314 | www.ateliedaimagem.com.br


lmd_source="35766485"; lmd_si="33506988"; lmd_pu="22479484"; lmd_c="BR"; lmd_wi="300"; lmd_he="600"; INFORME: Independente, o Comunica Tudo é mantido por uma única pessoa, com colaborações eventuais. Apoie este projeto: clique nas publicidades ou contribua.
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..



Revisão da Lei de Telecomunicações não levará fibra óptica ao Brasil

7 de Abril de 2017, 8:56, por COMUNICA TUDO

Com as novas redes de fibra óptica protegidas por feriado regulatório, não há garantia de os R$ 100 mi doados às teles serem investidos em banda larga

A palavra feriado soa como música aos ouvidos do trabalhador. Se não evoca aquele dia de folga mais do que merecido, funciona – especialmente para os autônomos, precarizados e terceirizados – como dia pra tirar o atraso de algumas (muitas) tarefas.

Mas "feriado" também pode significar um assalto à mão armada dos recursos públicos. É o que vai acontecer se o PLC 79/2016, que contém a proposta de alteração da Lei Geral de Telecomunicações (Lei nº 9.472/1997), for sancionado por Michel Temer.

O termo "feriado regulatório" tem sido usado pelos técnicos de diferentes áreas para identificar a suspensão de determinada regra ao longo de um período.Seria o mesmo que dispensa temporária da obrigatoriedade de uma norma.

No caso do setor de telecomunicações, este feriado foi estabelecido pela Resolução nº 600, editada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em 2012.

Tal resolução criou o Plano Geral de Metas de Competição (PGMC), estabelecendo obrigação de acesso e fornecimento de recursos de rede, além da oferta de produtos de atacado no caso de áreas onde não há competição adequada entre os fornecedores de serviços de telecomunicações.

Em outras palavras, em localidades onde uma empresa tem tanto poder de mercado que não há livre-concorrência, essa empresa tem obrigação de liberar o acesso à sua rede para as concorrentes (20% da capacidade).

Imagine que uma única empresa controla o acesso ao único poço de água de uma cidade. O que o PGMC faz é obrigar que a empresa controladora do poço garanta acesso a ele a todas as outras empresas que vendem água engarrafada, cobrando um aluguel por isso. Assim, as demais empresas também poderão vender garrafas d’água.

Tomando a alegoria do poço para explicar o funcionamento no caso das redes, as novas redes de fibra ótica (construídas a partir de 2012) são os poços, enquanto a infraestrutura da última milha, que chega até a casa das pessoas, são as garrafas d’água.

Acontece que, a pedido das empresas de telecomunicações, no PGMC, as novas redes de acesso de fibra óptica (o poço) não precisam ser compartilhadas durante nove anos porque estão protegidas pelo feriado regulatório.

O argumento das empresas para suspender a obrigatoriedade de compartilhamento é garantir o retorno do investimento já realizado.

Mas o resultado é que essas redes, tão necessárias para a ampliação do acesso à Internet no Brasil, ficarão protegidas até 2021 - o que significa quase uma década de atraso.

Por que isso importa?

O Projeto de Lei 79/2016, em tramitação no Senado e que ficou conhecido por entregar R$ 100 bilhões em infraestrutura pública para as empresas de telecomunicações, faz isso exatamente propondo que as operadoras, em troca, invistam valor equivalente no setor.

Segundo o discurso das empresas, seria essa a forma de garantir justamente a ampliação da oferta de banda larga no país, via a construção de novas redes de fibra óptica.

O PL das Teles, entretanto, não explicita como esse investimento deverá ocorrer. Fala apenas – de forma genérica – que a definição deverá ser do Poder Executivo e da Anatel, "priorizando áreas sem competição adequada e considerando a redução das desigualdades".

Assim, além de estarmos a mercê de um governo ilegítimo e de uma agência reguladora que há muito tempo prioriza os interesses das operadoras em vez dos usuários, o resultado da combinação entre o PLC 79 e o feriado regulatório previsto na resolução da Anatel é a de que esses investimentos, que serão na prática financiados com recursos da União, serão feitos em infraestrutura que sequer será compartilhada para gerar uma ampliação da oferta.

Quando uma empresa investe em fibra óptica com o dinheiro dela, pode até ser compreensível o estabelecimento de um feriado regulatório para proteger o investimento. Mas, neste caso, o dinheiro a ser aplicado em novas redes de acesso de fibra óptica será da própria União.

E, se a regra do feriado regulatório para novas redes se mantiver, a estrutura da Internet no Brasil se manterá como está, ou seja, excludente.

Vale lembrar ainda que a construção de infraestrutura de fibra óptica requer abertura de vias (ruas avenidas, estradas, rodovias), instalação de postes e de cabeamentos.

Se uma empresa que oferta este serviço na ponta (última milha) não tem acesso a esta infraestrutura, de duas uma: ou não oferecerá o serviço, o que acarretará em falta de competitividade no mercado e prejuízos ao cidadão, ou terá que edificar sua própria infraestrutura, o que significa desperdício de recursos públicos, impacto ambiental, transtornos para os usuários das vias e mais poluição visual.

Divergências no setor

A questão do compartilhamento da infraestrutura de telecomunicações construída com recursos púbicos não é um problema só aos olhos das organizações da sociedade civil que atuam na defesa dos direitos dos usuários.

O vice-presidente da TIM, Mário Girassole, também já questionou o modelo, em seminário do setor, em meados de fevereiro.

“Isso não pode ser. Essa infraestrutura em áreas menos favorecidas, implantada com recursos que seriam da União, precisa de um regime de compartilhamento regulado que não preveja feriado regulatório para que a transição se torne neutra do ponto de vista competitivo”, disse ele, conforme informação publicada no site Convergência Digital.

Também houve reclamação por parte da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), que representa pequenos e médios empresários que operam no mercado de distribuição de acesso a vários locais ignorados pelas grandes operadoras.

Aumento da concentração

Considerando que há uma aposta dos analistas na “consolidação do setor de telecomunicações” – expressão usada para dizer que haverá fusões e aquisições e, portanto, concentração de mercado –, estruturar uma política para investimento em banda larga que garanta a competitividade é mais do que nunca fundamental.

Se somarmos a isso o fato de que, há anos, especula-se que a TIM deve ser vendida e que a Oi está falida, esta política se torna ainda mais relevante.

De acordo com o relatório da Associação para o Progresso das Comunicações (APC) “Ending Digital Exclusion: Why the Acess Divide Persists and How to Close It”, de abril de 2016, o valor do compartilhamento de infraestrutura é subdimensionado e deve ser uma das premissas de países que pretendem acabar com a exclusão digital:

“Países em desenvolvimento podem poupar bilhões e aumentar a velocidade do acesso universal à banda larga por meio de compartilhamento de infraestrutura.”

Assim, é fundamental estabelecer que a infraestrutura de telecomunicações usada para banda larga não será protegida por feriado regulatório. É o básico. E nem isto consta no PLC 79/2016.

Não há desculpas para gastarmos tão mal um recurso que é do povo brasileiro.

Banda larga é cada vez mais um meio para a garantia de direitos; não deve ser meramente tratada como um negócio para poucos, onde os conchavos são feitos a portas fechadas e sem debate com os demais setores interessados.

É por essas e outras que o PLC 79 não pode ser aprovado como está no Senado Federal. Que os senadores percebam rapidamente o tamanho do crime que estão cometendo.

(Via Marina Pita, jornalista, compõe o Conselho Diretor do Intervozes)
lmd_source="35766485"; lmd_si="33506988"; lmd_pu="22479484"; lmd_c="BR"; lmd_wi="300"; lmd_he="600"; INFORME: Independente, o Comunica Tudo é mantido por uma única pessoa, com colaborações eventuais. Apoie este projeto: clique nas publicidades ou contribua.
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..



Jarama: a homenagem do Boikot aos brigadistas irlandeses

6 de Abril de 2017, 20:52, por COMUNICA TUDO

Vale do Rio Jarama. Fevereiro de 1937. Um dos 350 brigadistas irlandeses que foi para a Espanha para lutar na Guerra Civil ao lado das tropas da República fala a um colega: “Quem se importa? Não há necessidade de temer o futuro ou lamentar o passado. Tudo o que temos a fazer é sermos honestos com nós mesmos.” E assim começa o mais recente clipe da banda punk Boikot, divulgado em 24/03.
Jarama é a mais recente marca da banda na disseminação da cultura política contemporânea espanhola e mundial que inclui, além do videoclip, um curta-metragem, dirigido por Alberto Pla (guitarrista e um dos vocalistas da banda),  que estreará nos próximos meses depois de sua exibição em festivais. 
Neste trabalho, a banda integrou a seu já conhecido hardcore pesado, a gaita, banjo, gaita de boca e o violino do folk irlandês, sons que os acompanharam em sua viagem pela Irlanda das Brigadas Internacionais, país escolhido para as filmagens. Cidades como Dublin e Belfast colocaram os membros do Boikot na pista dos monumentos memoriais e túmulos dos voluntários que embarcaram no prelúdio da Segunda Guerra Mundial. Jarama foi gravado nas trincheiras que ainda permanecem no vale do mesmo nome leste de Madrid.
“Estamos em fevereiro de 1937, sete meses após o levante militar. Depois de tentativas de alcançar Madrid por Franco falhou, agora a batalha está concentrada no Vale do Jarama. O Exército Republicano mantém e defende os ataques com a ajuda das Brigadas Internacionais. A guerra civil vai acabar com mais de 20.000 feridos, desaparecidos ou mortos, incluindo cerca de mil brigada de mais de 30 nacionalidades.”
O personagem, Juanan, é um trompetista que antes da guerra tocava em uma banda de jazz. Ele está agora lutando pela República e está na segunda linha da frente, nas trincheiras localizadas ao lado da estrada Valência, ao lado do Rio Jarama.
Com fome, frio e cheio de pulgas, o moral permanece alto. Eles ajudam as Brigadas Internacionais. Juanan se torna amigo de O’Connor e do poeta irlandês Charlie Donelly. À noite eles contam suas vidas, sobretudo depois que um morteiro atinge Juanan. Ferido, Juanan começa a ter visões estranhas e sua realidade não será a mesma”.
Todos os personagens são fictícios, mas dois: o próprio Charlie Donelly, uma figura histórica, poeta irlandês e ativista político, que na realmente morreu na Batalha de Jarama como um membro das Brigadas Internacionais. O’Connor foi seu amigo e que recuperou seu corpo no campo de batalha. Durante a coletiva de imprensa de apresentação de Jarama que se comentou vivamente sobre a participação da Brigada Irlandesa como baluartes do Exército Republicano na Puente del Jarama, pessoas que abnegadamente deram suas vidas por uma causa que não era da sua nação e cuja coragem e idealismo são reconhecidos nas muitas placas comemorativas que povoam Irlanda.
IMG_6051
Com este novo trabalho audiovisual, a banda veterana de 87, mais uma vez se envolve na recuperação da memória histórica, como fizeram em Lágrimas de Rabia (2012), quando eles resgataram em um documentário e um clipe as histórias de professores, poetas e escritores reprimidos pela ditadura de Franco.
Assista ao clipe oficial de Jarama
(Via Overlab, por Diego Pignones)

lmd_source="35766485"; lmd_si="33506988"; lmd_pu="22479484"; lmd_c="BR"; lmd_wi="300"; lmd_he="600"; INFORME: Independente, o Comunica Tudo é mantido por uma única pessoa, com colaborações eventuais. Apoie este projeto: clique nas publicidades ou contribua.
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..



Presidente de Portugal distribui refeições a sem-teto

6 de Abril de 2017, 15:45, por COMUNICA TUDO


O Presidente da República esteve na quarta-feira à noite a distribuir refeições a sem-abrigo, em Lisboa, defendendo que é seu dever manter "os pés na terra" e olhar para "fatias da sociedade que estão a ficar para trás".

"O Presidente não pode nunca deixar de ter os pés na terra, nunca! E ter os pés na terra é, permanentemente, ir vendo vários tipos de problemas como eles são, não é como os relatórios dizem que eles são", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, na Praça da Alegria.

Este foi o terceiro ponto de Lisboa em que o chefe de Estado esteve na quarta-feira à noite, com voluntários do Centro de Apoio aos Sem Abrigo (CASA), a distribuir refeições empacotadas, com carne ou vegetarianas, bolos e laranjas.


A presença do Presidente da República nem sempre foi notada de imediato. Um homem, natural da Guiné-Bissau, só o reconheceu já depois de ter recebido a comida das suas mãos e exclamou, surpreendido: "Ah, senhor Presidente!".

"O senhor Presidente é que é o Presidente de todos os portugueses, sinceramente", afirmou, em seguida.

Enquanto entregava uma refeição a outro homem, com um colete amarelo da associação CASA vestido, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu-lhe: "Faz-se um esforço, faz-se um esforço".

O chefe de Estado juntou-se aos voluntários da CASA no Saldanha, pelas 22:00, atrasado, vindo de um debate com jovens no Campo Grande, e só esteve ali cerca de dez minutos. A maioria dos sem-abrigo já tinha ido embora nessa altura.

À chegada, foi abordado por um homem que lhe perguntou por que motivo, existindo tantas associações de apoio aos sem-abrigo, não há "um refeitório condigno para eles, com pratos de louça condignos", em vez da distribuição de refeições na rua.


Mais tarde, o Presidente da República disse aos jornalistas que a preocupação de "encontrar locais onde as pessoas possam ir comer, que não na rua", foi um dos pontos debatidos na reunião que teve na terça-feira com seis instituições de apoio a sem-abrigo, e "corresponde a uma preocupação das instituições".

Do Saldanha, Marcelo Rebelo de Sousa seguiu na carrinha amarela da associação CASA até à rua Mouzinho da Silveira, perto do Marquês de Pombal, onde conversou à parte com algumas pessoas que ali foram buscar comida e com duas idosas que se afastaram envergonhadas.

Marcelo correu atrás delas e abraçou-as, já na rua Alexandre Herculano, mas nenhuma delas assumiu uma situação de carência.

O Presidente da República salientou este caso e considerou que os idosos que sozinhos estão em casa numa "pobreza envergonhada" e os sem-abrigo fazem parte de "zonas da sociedade que estão a ficar assim num gueto, metidas num beco sem saída", para as quais é preciso olhar.

"Num momento em que o desemprego começa a cair, felizmente, já está abaixo de 10% e as previsões apontam que pode ir até mais abaixo, e em que pouco a pouco começam a resolver-se alguns problemas, há fatias da sociedade que estão a ficar para trás", realçou.

Antes de deixar a Praça da Alegria e seguir ainda para outros pontos de distribuição de refeições, Marcelo Rebelo de Sousa despediu-se do sem-abrigo guineense, que lhe contou que é natural de Catió, na zona sul do país.

O Presidente da República observou: "Eu já estive várias vezes na Guiné-Bissau, mas nunca estive na zona sul".

"Ah, aquilo não tem estrada, só tem caminho de cabra", retorquiu o homem, a rir, acrescentando: "Mas devagar, devagarinho, vamos construindo aquilo".

O chefe de Estado gostou da imagem: "Isso é a minha teoria também em relação ao país. Exatamente".

(Via DN)
(Fotos por MIGUEL A. LOPES/LUSA)

lmd_source="35766485"; lmd_si="33506988"; lmd_pu="22479484"; lmd_c="BR"; lmd_wi="300"; lmd_he="600"; INFORME: Independente, o Comunica Tudo é mantido por uma única pessoa, com colaborações eventuais. Apoie este projeto: clique nas publicidades ou contribua.
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..



Empatia e respeito à diversidade deverão estar no currículo escolar

6 de Abril de 2017, 13:22, por COMUNICA TUDO


Exercitar a empatia, o diálogo, a cooperação e o respeito deverá fazer parte do cotidiano das escolas. Além disso, os estudantes deverão acolher e valorizar a diversidade. Estas são algumas competências previstas na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que deverão servir de orientação para todas as escolas públicas e particulares do país. O documento final da BNCC para o ensino infantil e fundamental é apresentado hoje (6) pelo Ministério da Educação (MEC).

Além de definir o que deve ser aprendido a cada ano, em cada área de conhecimento, a BNCC define dez competências gerais, que deverão ser desenvolvidas em todas as disciplinas ao longo da vida escolar do estudante. Entre essas competências, está a necessidade das escolas serem capazes de fazer os estudantes se conhecerem, apreciar-se e cuidar da sua saúde física e mental, reconhecendo suas emoções e dos outros. O objetivo é atingir a chamada formação humana integral.

"Não existe separação entre cognitiva, socioemocionais e comunicacionais. São [habilidades] gerais, não tem como separar uma da outra, a criança precisa aprender a ser solidária, respeitar o outro, ter responsabilidade, a saber conviver. Ela precisa aprender a ler e resolver problemas, a ser cidadã do mundo, a respeitar a diversidade e a se comunicar", diz a secretária Executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, que presidiu, nos últimos meses o comitê da pasta responsável pela finalização da BNCC. "Se não tem boa autoestima, não é estimulada, não é bem acolhida na escola, terá dificuldade em desenvolver o conhecimento", acrescenta.

Para Guiomar Namo de Mello, que integrou o grupo de conformação da BNCC e membro do Conselho Estadual de Educação de São Paulo, a presença da chamada educação integral na Base “mostra que educação não é apenas ensinar conhecimentos, mas também ensinar atitudes, posturas e formas de relacionamento. Tem a ver com o que hoje se entende como habilidades socioemocionais, mas é algo muito antigo", diz.

Guiomar acrescenta, no entanto, que isso não significa que a escola passe a ser responsável por toda a formação emocional do estudante. "A escola sozinha nunca vai dar conta da formação emocional e social dos alunos, tem que dividir com a família, com a sociedade, com grupos de socialização. A escola tem missão de trabalhar e transmitir conhecimento, transmitir competências, se não faz isso, ninguém faz".

A BNCC também garante que os estudantes tenham uma formação que lhes permitam um maior protagonismo. Entre as competências está a de exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e inventar soluções com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

Formação dos professores

Na avaliação de especialistas, para que a BNCC saia do papel será necessário, entre outras ações, a formação e a valorização dos professores, profissionais que, na ponta serão os responsáveis para que essas mudanças cheguem aos estudantes.

"Sem dúvida será necessário que se reveja a formação inicial, a formação continuada, a condição de trabalho e o material didático, para o professor dar conta", diz a superintendente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), Anna Helena Altenfelder, que é integrante do Movimento pela Base Nacional Comum, grupo não governamental de profissionais da educação. "É preciso dar condição de trabalho para o professor, não apenas estrutura física, mas formação, vai precisar de apoio das secretarias e das escolas. Se ficar apoiado só no professor, a base não vai se efetivar."

Para o diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos, as escolas precisarão também se adaptar. “Contribuir para desenvolver o pensamento crítico dos alunos demanda um enorme esforço. Para isso aterrissar na sala de aula, no chão da escola, vai ser necessária uma nova arquitetura da sala de aula, para que uma nova escola dialogue com o novo mundo e mudanças profundas”. Ele dá como exemplo a necessidade de mudar a disposição das carteiras dos alunos. "Uma sala com carteiras enfileiradas pode criar um ambiente que não se desenvolva aspectos colaborativos e criativos."

Próximos passos

A expectativa do MEC é que a Base Nacional Comum Curricular chegue às salas de aula efetivamente a partir de 2019. Hoje, o MEC entrega a versão final da elaboração do dcumento ao Conselho Nacional de Educação (CNE). Este é um dos últimos passos para que a Base passe a vigorar no país. Após análise, o CNE vai elaborar um parecer e um projeto de resolução e a BNCC volta para o MEC para homologação. A partir de então passa a vigorar oficialmente. A partir da BNCC, estados e municípios devem elaborar os próprios currículos.

A Base apresentada hoje refere-se aos ensinos infantil e fundamental. A parte relativa ao ensino médio ainda está em elaboração e deverá ser apresentada nos próximos meses.


(Via EBC)

lmd_source="35766485"; lmd_si="33506988"; lmd_pu="22479484"; lmd_c="BR"; lmd_wi="300"; lmd_he="600"; INFORME: Independente, o Comunica Tudo é mantido por uma única pessoa, com colaborações eventuais. Apoie este projeto: clique nas publicidades ou contribua.
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..