Este blog foi criado em 2008 como um espaço livre de exercício de comunicação, pensamento, filosofia, música, poesia e assim por diante. A interação atingida entre o autor e os leitores fez o trabalho prosseguir.
Leia mais: http://comunicatudo.blogspot.com/p/sobre.html#ixzz1w7LB16NG
Under Creative Commons License: Attribution Non-Commercial No Derivatives
Apoie Teatro de Dyonises na peça "A vida de Galileu", de Bertolt Brecht
6 de Abril de 2017, 10:14O diagnóstico está dado. Vivemos num mundo cada vez mais insano e violento porque ainda não conseguimos enfrentar nossos traumas do passado e seguir adiante para sermos atores de nossas próprias histórias. O desafio agora é o método de cura.
Somos o Teatro de Dyonises, um grupo de “curatores”, atores-cientistas daUniversidade Popular de Arte e Ciência (UPAC), uma rede de cooperação e troca de saberes e aprendizagens espalhada pelos quatro cantos do país.
Acreditamos que o teatro, como manifestação popular e ritual coletivo de renovação emocional-psíquica-física-social, é o ponto de partida para reafirmar que a saúde mental/política de nossas comunidades nasce da ação cultural.
O Teatro de Dyonises produziu, entre outros espetáculos, “O Auto da Paixão de Nise da Silveira” (2012), encenando dentro do hospício a história da médica alagoana que revolucionou a psiquiatria mundial ao comprovar a importância do afeto no tratamento psiquiátrico.
Produzimos também o espetáculo “Loucura sim, mas tem seu método” (2014-2015), inspirado em “Hamlet”, de William Shakespeare, apresentado no VI Encontro Comunitário de Teatro Jovem da cidade de São Paulo e registrado pela BBC.
SOS HOTEL DA LOUCURA
Em 2016, o nosso espaço de (re)existência, o Hotel da Loucura, e tudo o que havíamos construído nele nos últimos sete anos, foi destruído pela insanidade política de nosso desgoverno municipal. Renascemos com “Deus e o diabo na terra de Fausto” (2016), da obra de Goethe.
Em 2016, o nosso espaço de (re)existência, o Hotel da Loucura, e tudo o que havíamos construído nele nos últimos sete anos, foi destruído pela insanidade política de nosso desgoverno municipal. Renascemos com “Deus e o diabo na terra de Fausto” (2016), da obra de Goethe.
Desde então, ocupamos as praças com teatro, arte, ciência, autonomia e afeto incondicional. Cooperando, comunicando, relacionando-se com o outro e com o mundo. Ajustando o gesto à palavra. Mas hoje, mais do que nunca, precisamos de ajuda, solidariedade e colaboração.
VAI, GALILEU!
VAI, GALILEU!
“Vamos sair para uma grande viagem. O tempo antigo acabou e começou um tempo novo. Tudo se move!”
Neste momento estamos montando o espetáculo “Vai, Galileu”, baseado na obra “A Vida de Galileu” (1956), de Bertold Brecht, que mostra a luta de Galileu Galilei para provar que a Terra não é o centro do universo, enquanto é perseguido pela Igreja e a Santa Inquisição.
Na peça, Brecht denuncia a tirania por trás dos dogmas religiosos que governavam e ainda governam o processo político e cultural, negando à população o domínio do saber científico e a verdade sobre as causas de sua miséria.

“Mas não há nada? Por que é que só é ordem nesse país a ordem da gaveta vazia? E necessidade só existe a de se matar no trabalho?”
Por meio do processo terapêutico-cultural-psíquico, narramos a loucura da autoridade política, ditadores e usurpadores do povo, mostrando a potência profunda do ser humano e sua infinita capacidade de criar e destruir - o que nos provoca a reflexão sobre nós mesmos e nossa época.
O método se concretiza a partir dos princípios da Psiquiatria Transcultural de Jacques Arpin, segundo os quais expressamos por meio do corpo físico e cultural nossas memórias, tradições, costumes e desejos para produzir um novo discurso - que “reorganiza o mundo”.
A VERDADE É FILHA DO TEMPO
Venha, ponha os olhos no telescópio e veja! Nos ajude a mostrar a verdade que a autoridade esconde. Nossa prisão é ideológica. O saber está em todo o ser. Somos todos Galileu, na busca pela mudança dos paradigmas científicos, políticos e culturais de nossa era.
“Prezados habitantes, senhoras e senhores
Antes da procissão carnavalesca das corporações
Vamos apresentar a mais recente canção florentina
A descoberta fenomenal
Galileu Galilei – a Terra girando em volta do Sol”
Orçamento

lmd_source="35766485"; lmd_si="33506988"; lmd_pu="22479484"; lmd_c="BR"; lmd_wi="300"; lmd_he="600"; INFORME: Independente, o Comunica Tudo é mantido por uma única pessoa, com colaborações eventuais. Apoie este projeto: clique nas publicidades ou contribua.
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
"Aqui é um lugar de paz" - E.D.I.
6 de Abril de 2017, 9:04Sem nada falar, começou a tocar uma versão em português da música de Michael Jackson - Heal the world (make it a better place). Todos ficaram em silêncio ouvindo a canção. Alguns a cantavam. Estávamos todos formando uma imensa roda na quadra da escola.
Ao final da canção, a diretora começa a explicar que as escolas do município do Rio de Janeiro decidiram fazer este ato simbólico contra a violência na cidade, que faz vítimas de todos os lados: policiais, criminosos, inocentes, crianças, alunos. Uma violência desenfreada, crescente e insana
Este ato simbólico visava a tocar nossos corações, para que de alguma forma, todos ali pudessem parar por alguns minutos, neste nosso mundo acelerado e enlouquecido, e pensar em tudo o que está acontecendo. O mundo não para, eu sei, mas não podemos simplesmente seguir reagindo sem pensar.
Pediu que todos ali, de acordo com sua religião ou ausência religiosa, fizesse uma oração ou algo do gênero. Pediu que vibrássemos positivamente contra esse estado insano, que não é de hoje, mas continua vitimando muitas pessoas. A vida, a nossa e a dos outros, deveria sim ser o nosso maior valor e objeto de todo o nosso respeito.
Ao final pediu para que os pais pendurassem na entrada da escola uma faixa com os dizeres: "Aqui é um lugar de paz". É um ato simbólico, mas essencial. No início, quando a diretora pediu que entrássemos, meu primeiro pensamento foi: algum aluno deve ter sido vítima de arma de fogo, por isso ela quer conversar com todos. Não foi o caso. Não nesta escola.
Quem acompanha o noticiário viu que nestes dias, duas meninas foram vítimas de armas de fogo. Dentro da escola. Mas não foram as únicas vítimas. Nestes últimos dias morreram policiais e outras pessoas.
Nós, moradores da cidade do Rio de Janeiro, não podemos nos transformar em simples contadores de corpos. Também não creio que se deva blindar as escolas como forma de proteção contra esta chamada "guerra ao tráfico", que faz vítimas inocentes as quais são chamadas de "dano colateral". Isso tudo me parece muito errado, reativo e impensado. E eu também posso estar errado.
Mas não deixa de ser horrível ver pessoas de todos os tipos compartilhando notícias falsas pelas redes sociais, dizendo que o tiro que acertou Maria Eduarda, por exemplo, veio de um fuzil de um criminoso. Além da notícia ser falsa, mentirosa, ainda traz em si um objetivo bastante perverso: o de livrar a culpa da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, uma das que mais matam no mundo, tentando justificar o injustificável. Perdemos uma vida. Aliás, perdemos várias. Todos nós perdemos e essa discussão estúpida sobre de onde veio o tiro, não trará as vidas de volta, não trará conforto aos familiares que ficaram, não fará nada além de alimentar ainda mais a insanidade voraz dos que apoiam as execuções de bandidos, tendo os inocentes assassinados como "danos colaterais".
Sai da escola com o choro preso na garganta. Escrevo este pequeno texto ainda com as lágrimas presas em mim. Não aguento mais ver tanta desumanidade. Que tipo de sociedade nós formamos? Não respeitamos nada. Passamos por cima de tudo e de todos como se tudo fosse uma disputa.
- O tiro foi do bandido.
- Não. Foi da PM.
- Tem que matar vagabundo mesmo.
De certo modo, por vivermos em uma pretensa democracia, penso que seja válido sim você defender a pena de morte. É o que você acredita como solução para a violência? Ok. Defenda, mas defenda até que a pena de morte se transforme em lei, seja julgada pela justiça e executada pelo Estado após o veredito final de um julgamento.
Não aceito que você use covardemente a tão dolorosa morte de inocentes como aparato para defender este tipo de insanidade. Tenha respeito com os familiares das vítimas. Tenha respeito por pessoas como eu, que defendem a vida acima de tudo. O respeito também é um valor da democracia. Execução sumária e ou aleatória, causada pelas mãos do Estado através da PM, não é pena de morte como um dispositivo da lei. É homicídio. É feminicídio. É execução sem direito a julgamento, sem direito a defesa, sem direito a salvar a vida de inocentes.
"Aqui é um lugar de paz" - E.D.I.
(Conteúdo da imagem disponível em http://prefeitura.rio/web/smeel/exibeconteudo?id=6896238)
lmd_source="35766485"; lmd_si="33506988"; lmd_pu="22479484"; lmd_c="BR"; lmd_wi="300"; lmd_he="600"; INFORME: Independente, o Comunica Tudo é mantido por uma única pessoa, com colaborações eventuais. Apoie este projeto: clique nas publicidades ou contribua.
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
Adoro folhas e árvores. Desde criança, sempre amei. O que você ama? [Flickr]
5 de Abril de 2017, 21:08marcelodamico posted a photo:
Queda superior a 80% nos resultados da TV Globo em 2016
5 de Abril de 2017, 11:44A receita líquida da controladora (que reflete o resultado da TV aberta e do segmento de Internet) caiu de R$ 11,16 bilhões em 2015 para R$ 10,25 bilhões em 2016, uma queda de 8%, contra uma queda de 6% que já havia sido registrada de 2014 para 2015. Com isso, a controladora do Grupo Globo voltou ao patamar de receitas de 2012, sem levar em conta a correção de inflação. Houve, ao mesmo tempo, um aumento expressivo no que a empresa classifica de custos de vendas, publicidades e serviços, que foi de R$ 7 bilhões em 2015 para R$ 7,9 bilhões em 2016 (aumento de 13%). Com isso, o resultado operacional líquido da controladora despencou de R$ 1,45 bilhão em 2015 para R$ 191 milhões em 2016, uma queda de quase 84%. Este indicador já havia registrado uma queda de 66% entre 2014 e 2015. Entre 2011 e 2014, para se ter uma ideia, a média do resultado operacional líquido foi de R$ 1,9 bilhão por ano.
Os números pioraram menos quando se olha o resultado consolidado, que inclui sobretudo as receitas da Globosat. Neste caso, houve também uma queda de receitas, ainda que menor, mas as margens maiores asseguraram o lucro da empresa. De forma consolidada, a Globo Comunicações e Participações teve receita líquida de R$ 15,33 bilhões em 2016 (queda de 4,5% em relação a 2015), custos de R$ 10 bilhões (aumento de 14%) e resultado operacional líquido de R$ 2,07 bilhões (queda de 40%). Esses dados não incluem as rádios e jornais do grupo.
Interessante notar que subtraindo-se da receita líquida consolidada o resultado da controladora (que só inclui a TV Globo e as operações de Internet), chega-se a uma receita de R$ 5,08 bilhões em 2016. Esse número representa um aumento em relação a 2015, quando as empresas de TV paga, revistas e música do Grupo Globo acrescentaram R$ 4,88 bilhões às receitas da controladora. Ou seja, mesmo com a queda no mercado de TV por assinatura nos últimos dois anos, ainda assim houve aumento de receita conjunta das empresas controladas, onde sobressai a Globosat.
Com isso, a Globo Comunicações e Participações conseguiu ter um lucro consolidado de R$ 1,95 bilhão em 2016. É um resultado relevante se comparado às outras empresas de mídia brasileiras, mas 36% inferior ao próprio lucro recorde de mais de R$ 3,06 bilhões em 2015. Ao final, os dividendos pagos pela Globo aos acionistas foram de R$ 2,5 bilhões em 2016, superior ao lucro, pois a empresa começou 2016 com mais de R$ 4,6 bilhões em caixa.
Samuel Possebon, Tela Viva News, 31 de março de 2017.
(Via Instituto Telecom)
lmd_source="35766485"; lmd_si="33506988"; lmd_pu="22479484"; lmd_c="BR"; lmd_wi="300"; lmd_he="600"; INFORME: Independente, o Comunica Tudo é mantido por uma única pessoa, com colaborações eventuais. Apoie este projeto: clique nas publicidades ou contribua.
lmd_source="35766485"; lmd_si="33506988"; lmd_pu="22479484"; lmd_c="BR"; lmd_wi="300"; lmd_he="600"; INFORME: Independente, o Comunica Tudo é mantido por uma única pessoa, com colaborações eventuais. Apoie este projeto: clique nas publicidades ou contribua.
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..
Qual o papel da imprensa na indústria do fake news?
5 de Abril de 2017, 11:31Foi para falar sobre isso que jornalistas, diretores de redação e executivos do mercado da comunicação se reuniram nesta terça-feira, 4, em São Paulo, em evento promovido pela Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner). Ao longo da manhã, nomes conhecidos expressaram suas preocupações com o espaço conquistado pelo fake news e apontaram qual o papel da imprensa diante do cenário.
Pós-verdade, pós-fato e o papel da imprensa
Após a abertura do presidente da Aner, Fábio Petrossi Gallo, que chamou a atenção para “catástrofe” já causada pela chamada pós-verdade e a necessidade de reflexão sobre o tema, o jornalista e acadêmico Carlos Eduardo Lins da Silva falou sobre a diferença da palavra do ano e do pós-fato, termo que ele julga mais apropriado nas discussões que envolvem o jornalismo. Para ele, a verdade é grandiosa demais e carrega implicações filosóficas complexas, que estão acima da capacidade jornalística de lidar com as coisas. “Prefiro falar em pós-fato. É menos pretencioso diferenciar o fato da ficção do que a verdade da mentira. E isso não é novo, é uma discussão antiga”, sinalizou.
De acordo com Silva, a novidade é a velocidade, simplicidade e baixo custo com que o “não-fato” se espalha e a criação da indústria do fake news, que é comtemplada nas redes sociais com espaço de publicidade com suas histórias. “Houve a industrialização da falsa notícia, que são remuneradas por seus resultados”.
Ainda que a situação seja vista como delicada, o acadêmico sinaliza que a imprensa não pode se colocar em papel de vítima ao perder audiência e engajamento para fake news. “A pós-verdade vem da descrença da imprensa. Sofremos processo de perda de credibilidade e temos que assumir nossa parcela de responsabilidade nesse cenário. A maior parte das instituições sofre com credibilidade, não é só a imprensa. O grande problema é que demoramos a perceber isso”, comenta.
O jornalista acredita que as bolhas de informação atingem a imprensa e que, agora, o desafio é enorme e não há muitos estudos e pesquisas que expliquem o motivo de as pessoas acreditarem em notícias falsas. Para ele, a saída continua sendo o investimento nas práticas jornalísticas, na checagem de informações e ética para ajudar a sociedade a distinguir o que é ou não fato. Além disso, ele ressalta: as empresas de comunicação precisam ajudar a pesquisa.
“Mesmo nos melhores momentos financeiros, as empresas brasileiras de jornalismo dedicaram recursos para a pesquisa sobre a área. Pedir isso agora é utópico já que as redações mal conseguem sobreviver, mas alerto: é preciso investir em pesquisa e fazer com que a sociedade seja mais bem treinada para saber o que é falso. É importante que se faça esse investimento, ainda que seja difícil dispensar recursos neste momento”.
Caso Trump: uma lição à imprensa
Luiz Felipe Pondé participou do evento e contribuiu com o debate ao apontar sua visão filosófica. Ainda que existam poucos estudos, ele citou o também filósofo Fiódor Dostoiévski e ao falar que o conceito de verdade está diretamente ligado ao poder. “A verdade não existe. O que existe é uma articulação de força. Se verdade é igual a poder, vou divulgar aquilo que é importante para determinado grupo”. Para ele, as pessoas consomem tranquilamente “notícias” e comentários que vão de encontro com sua visão de mundo. Um exemplo claro pode ser visto nas eleições que deram à vitória a Donald Trump, que para Pondé é uma lição para a imprensa.
“Para o jornalismo, a melhor coisa foi Trump ter ganhado as eleições (em 2016, quando venceu a candidata Hillary Clinton). Nos ajuda a pensar como ‘tanto faz’ o que a mídia americana diz. Há anos, essa mídia está de costas para grande parte da população, e Trump percebeu isso e conversou diretamente por meio das redes sociais com a camada que não se sente representada, que vê o jornal The New York Times como elite”, comenta o filósofo, que é colunista do jornal Folha de S. Paulo.
Pondé ressalta que a mesma coisa acontece com a academia e as faculdades, que são palco de intolerância, onde os alunos não podem ler o que querem, pois não é permitido. O filósofo ainda afirma que nada pode se esperar das faculdades, pois elas fazem parte do problema e não da solução. “Grande parte das pessoas que trabalham com conteúdo, sejam acadêmicos ou jornalistas, acreditam que fazem parte de um clero que vai salvar o mundo”, criticou.
É neste ambiente que o palestrante afirmou que, mesmo as pessoas mais inteligentes acabam consumindo fake news, já que aquele conteúdo concorda com seu modo de pensar. “As pessoas não estão preocupadas com o que é verdade. Elas querem vencer a discussão e ponto. A verdade é necessariamente aquilo que concorde com a minha visão de mundo e foi aí que o exército de Trump trabalhou. O que o New York Times publicou no intuito de desmentir Trump não teve influência nos seguidores do político porque essas pessoas não o leem. O jornal é elite, e o Trump conversa com outro público”.
A imprensa na luta contra o crescimento da pós-verdade
O jornalista e acadêmico Eugênio Bucci participou do evento da Aner e apontou como a imprensa pode lutar contra o crescimento da pós-verdade. O painel por ele apresentado ainda falou sobre o impacto da situação na democracia, no que Bucci afirmou que o mundo está em realidade desafiadora. “Não é garantido que a democracia exista”, disse logo ao abrir a conversa.
“O mercado se articula de acordo com o desejo e não com a necessidade. Por isso o Pondé afirma que as pessoas leem o que gostam. Isso acontece porque a lógica do desejo passa a orientar o chamado consumo de notícias, que consumimos assim como um filme, música, game ou item de entretenimento. Consumimos notícias pelo coração, emoção, prazer e cada vez menos pela razão. O desejo orienta o consumo e se o conteúdo é verdadeiro é só um detalhe”, alertou.
A pós-verdade vem se consolidando nos Estados Unidos há anos, principalmente com relação aos temas políticos. Mentir dá lucro e não é nenhuma ofensa dizer que os candidatos aos cargos públicos usam do artifício para ganhar espaço, segundo a visão de Bucci. “(A imprensa) pode e deve ter base confiável de fatos, que todos sabem que são verificáveis e prováveis. Há informações com as quais podemos cobrir o poder e que são comprováveis. A imprensa pode representar uma barreira indispensável contra o crescimento de uma era da pós-verdade”, prevê.
Bucci não acha que o jornalismo, ainda que de qualidade e ético, pode desmontar a indústria da mentira, já que, voluntariamente ou não, os veículos publicam inverdades todos os dias. “Se tivermos o cuidado de demarcar dentro do assunto verdade o é fato possível de verificação, já ajuda. Não dá para garantir que jornalistas individualmente ou redações individuais sejam a garantia de que a verdade prevaleça, mas se nos atentarmos aos fatos teremos avanço contra a pós-verdade”.
O papel do editor de revistas na pós-verdade
O encerramento do evento da Aner foi feito pelo diretor de redação da Revista Época, João Gabriel de Lima. Em breve depoimento, o jornalista afirmou que o papel dos editores de revistas na pós-verdade é continuar promovendo grandes debates. “Atualmente, as redes sociais fazem parte da democracia e, no início, era espaço onde meus amigos colocavam suas opiniões. Além da expressão pessoal, também é usada profissionalmente para luta política e fake news. O que acontece nas redes não é debate”, ressaltou.
Lima afirma que o debate só é possível com fatos, que são oferecidos pela imprensa para que as pessoas possam se posicionar, independentemente de sua opinião. “O papel do editor em um momento de tantas mentiras é oferecer grandes e aprofundadas histórias, personagens e perfis. Vamos trazer os fatos”, encerrou.
O encontro da Aner reuniu, além das fontes citadas, a jornalista Mônica Waldvogel, Marcelo Rech (presidente da Associação Nacional de Jornais), Paulo Tonet (presidente da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) e Chico Mendonça (jornalista e secretário executivo da Secretaria de Comunicação da Presidência da República).
(Via FNDC)
lmd_source="35766485"; lmd_si="33506988"; lmd_pu="22479484"; lmd_c="BR"; lmd_wi="300"; lmd_he="600"; INFORME: Independente, o Comunica Tudo é mantido por uma única pessoa, com colaborações eventuais. Apoie este projeto: clique nas publicidades ou contribua.
lmd_source="35766485"; lmd_si="33506988"; lmd_pu="22479484"; lmd_c="BR"; lmd_wi="300"; lmd_he="600"; INFORME: Independente, o Comunica Tudo é mantido por uma única pessoa, com colaborações eventuais. Apoie este projeto: clique nas publicidades ou contribua.
Artigo original do Comunica Tudo por M.A.D..