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O descompromisso dos governos Lula e Dilma com a Comunicação no Brasil
26 de Novembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaPor Venício A. de Lima, no Observatório da Imprensa
Ao contrário. Ações que representariam avanços relativos, muitas vezes, não são cumpridas, se descaracterizam ou se transformam em inacreditáveis recuos – alguns, com apoio em decisões do Judiciário.
São muitos os exemplos. O principal deles é certamente a própria Constituição de 1988, cuja maioria dos artigos relativos à comunicação social não logrou ser regulamentada decorridos 24 anos de sua promulgação.
Outros, não menos importantes, incluem:
- O decreto que criava o serviço de retransmissão de TV institucional (RTVIs), que foi revogado dois meses depois (2005);
- O resultado do trabalho de duas comissões criadas no âmbito do governo federal para propor uma nova regulamentação para as rádios comunitárias (GT 2003 e GTI 2005), que nunca foi levado em conta;
- O primeiro decreto sobre o modelo de TV digital (2003), que foi substituído por outro apontando para a direção inversa (2006);
- O pré-projeto que transformava a Ancine em Ancinav (2004) que nunca chegou sequer a se tornar projeto, mas seus opositores foram contemplados com a criação do Fundo Setorial do Audiovisual (2006) e, mais recentemente, com a polêmica Lei 12.485/2011;
- As diretrizes originais para a comunicação constantes da primeira versão do III Programa Nacional de Direitos Humanos, PNDH3 (2009) foram alteradas menos de cinco meses depois por novo decreto (2010): excluíram-se as eventuais penalidades previstas no caso de desrespeito às regras definidas; e exclui-se a proposta de elaboração de “critérios de acompanhamento editorial” para a criação de um ranking nacional de veículos de comunicação.
- A convocação e realização da 1ª Confecom – Conferência Nacional de Comunicação, que produziu mais de 600 propostas que jamais saíram do papel (2009);
- Os três decretos que finalmente geraram um anteprojeto de marco regulatório para a comunicação eletrônica (2005, 2006 e 2010) que nunca se tornou público
E por aí vai.
Temas recorrentes
Há de se registrar ainda decisões do poder Judiciário como:
1. A improcedência da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que sustentava a inconstitucionalidade de quatro artigos do decreto 5820/2006 (TV Digital);
2. A não regulamentação do “direito de resposta” em função da inconstitucionalidade total da antiga Lei de Imprensa;
3. O estabelecimento de uma hierarquia de liberdades que privilegia o direito das empresas sobre o direito do cidadão; e,
4. A recente criação de um Fórum Nacional do Poder Judiciário e Liberdade de Imprensa no Conselho Nacional de Justiça – onde terão assento as principais entidades representantes da grande mídia – com o objetivo de monitorar as ações judiciais que envolvem o que tem sido chamado de “censura judicial”. Na prática, mais uma proteção à liberdade das grandes empresas de mídia em detrimento do direito do cidadão.
Muitas dessas questões têm sido tratadas neste Observatório mais de uma vez, ao longo do tempo. Não há qualquer novidade nisso.
Os conselhos de comunicação
Há, todavia, um exemplo que merece referência especial pela constatação da incrível impotência de atores da sociedade civil – inclusive, de partidos políticos e parlamentares – além da imensa frustração que representa para aqueles que lutam pela universalização da liberdade de expressão no nosso país: os conselhos de comunicação.
A história é conhecida, mas vale um breve resumo. Ponto principal de disputa na Constituinte de 1987-88, a criação de uma agência reguladora nos moldes da FCC americana se transformou, na undécima hora, no Conselho de Comunicação Social, órgão auxiliar do Congresso Nacional (artigo 224). Regulamentado por lei em 1991, só foi instalado 11 anos depois, em 2002. Funcionou por quatro anos e ficou desativado por cerca de seis anos. Recentemente foi reinstalado de forma autoritária e sob protesto da Frentecom e do FNDC. Sua composição não traduz a ideia da Constituição de 1988, de um órgão plural com representação diversa. Há um claro predomínio de interesses empresarias.
Na primeira sessão do novo CCS, um representante da grande mídia propôs reduzir suas funções regimentais para que sua ação de assessoramento se restrinja apenas às demandas do Congresso Nacional, excluindo, por exemplo, a possibilidade de debate e encaminhamento das propostas aprovadas na 1ª Confecom.
Nos 10 estados (e no Distrito Federal) onde as Constituições e a Lei Orgânica preveem conselhos estaduais de comunicação – a exemplo do CCS –, até hoje apenas na Bahia ele foi instalado (2012) e, mesmo assim, com funcionamento precário.
Em pleno século 21, na contramão de países vizinhos e das democracias liberais consolidadas, permanecemos praticamente sem um único espaço democrático institucionalizado onde questões relativas à universalização da liberdade de expressão possam ser sequer debatidas.
No Brasil, no que se refere à regulação democrática da mídia, o ruim pode sempre piorar. E tem piorado.
O DIA alega “reestruturação” para demissão de 70 funcionários
25 de Novembro de 2012, 22:00 - sem comentários ainda Por Jacqueline PatrocinioO Grupo Ejesa/Ongoing demitiu funcionários da área administrativa da Editora O Dia, responsável pelos jornais cariocas O Dia e Meia Hora, na última sexta-feira, 23. A empresa não confirma, mas na redação os comentários são de que cerca de 70 pessoas foram dispensadas. Neste mês, o grupo de mídia encerrou a publicação do diário Marca Brasil e diminuiu a circulação do Brasil Econômico.
Ao Comunique-se, Ejesa informou, por meio da assessoria de imprensa, que a empresa passa por uma fase de reestruturação, mas que nenhum profissional da redação foi afetado. O grupo ainda é responsável pelo portal IG.
Leia a íntegra do posicionamento oficial da Ejesa enviado à imprensa:
A Ejesa esclarece que os desligamentos se fizeram necessários num momento em que a empresa, assim como o setor, passa por uma fase de reestruturação. A Ejesa reforça que esse processo visa adequar e preparar o grupo aos desafios atuais e futuros do mercado, mantendo assim o andamento de sua estratégia empresarial e a sustentabilidade de suas operações.
Judeus contra o estado sionista de Israel
24 de Novembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaNo vídeo, durante uma manifestação, o Rabino Dovid Weiss fala como o movimento sionista, criado há 100 anos, distorce os princípios do judaísmo para criar um estado que não poupa nem mesmo os judeus que diz proteger. Vale a pena assistir.
Popout
No Tecedora
O Mundo Amanhã: a guerra virtual
24 de Novembro de 2012, 22:00 - sem comentários ainda “Uma guerra invisível e frenética pelo futuro da sociedade está em andamento. De um lado, uma rede de governos e corporações vasculham tudo o que fazemos. Do outro lado, os Criptopunks, desenvolvedores que também moldam políticas públicas dedicadas a manter a privacidade de seus dados pessoais na web. É esse o movimento que gerou o WikiLeaks”, diz Julian Assange, na introdução da oitava entrevista da série World Tomorrow.Dividida em duas partes, a entrevista traz Assange reunido com seus companheiros Andy Muller Maguhn, Jeremie Zimmerman e Jacob Appelbaum, cyberativistas que lutam pela liberdade na internet.
“É só olhar o Google. O Google sabe, se você é um usuário padrão do Google, o Google sabe com quem você se comunica, quem você conhece, do que você pesquisa, potencialmente sua orientação sexual, sua religião e pensamento filosófico mais que sua mãe e talvez mais que você mesmo”, fala Jeremie.
No bate-papo, eles conversam sobre os desafios técnicos colocados pelo furto do governo a dados pessoais, a importância do ativismo na web e a democratização da tecnologia de criptografia.
“A força da autoridade é derivada da violência. As pessoas deveriam conhecer criptografia. Nenhuma quantidade de violência resolverá um problema matemático. E esta é a chave-mestra. Não significa que você não pode ser torturado, não significa que eles não podem tentar grampear sua casa ou te sabotar de alguma forma, mas se eles acharem alguma mensagem criptografada, não importa se eles têm força de autoridade. Por trás de tudo que eles fazem, eles não podem resolver um problema matemático”, sentencia Jacob.
Na entrevista, os criptopunks avisam: para se ter paz na internet, é preciso haver liberdade. Ou a guerra vai continuar.
Assista a entrevista a seguir, ou clique aqui para baixar o texto na íntegra.
Popout
(Publicado em Agência Pública)
Jornalistas de Pernambuco realizam ato pela valorização profissional
23 de Novembro de 2012, 22:00 - sem comentários ainda![]() |
Enquanto aumenta a receita dos empresários da mídia, os trabalhadores do setor recebem menos que categorias como a dos motoristas e da construção civil |
Convocado pela Intersindical da Comunicação, que envolve jornalistas, gráficos, publicitários e jornalistas, o ato de protesto contou com grande adesão e denunciou à população a difícil realidade dos jornalistas e a superexploração a que são submetidos pelas empresas de comunicação, que negam-se a instituir um piso salarial unificado. Faixas e panfletos expunham os salários pagos os jornalistas por alguns dos veículos: sistema Folha de Pernambuco - R$ 930; Rádio Jornal, do Grupo JCPM - R$ 1.200; TV Jornal/SBT - R$ 1.300. No Interior do Estado a situação é ainda mais drástica. Em Petrolina, na TV Grande Rio/Rede Globo um repórter em início de carreira recebe 835 reais mensais.
Em material divulgado pela internet, o Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco denunciou, também, que os baixos salários colocam em risco a qualidade da informação prestada pelas empresas, "que cobram caro pelo anúncio mas não querem pagar o preço da qualidade de profissionais com formação superior".
A situação da campanha salarial dos jornalistas pernambucanos foi exposta no 35º Congresso Nacional dos Jornalistas, realizado de 7 a 10 de novembro, em Rio Branco, quando foi aprovada moção de apoio ao movimento.
Em Fortaleza redação de O Estado pára por aumento salarial digno
A redação do jornal O Estado parou no fim da tarde de terça-feira (20) durante manifestação realizada pelo Sindicato dos Jornalistas do Ceará na porta da empresa para exigir reajuste decente aos jornalistas empregados em veículos impressos do Ceará. Portanto faixas e bandeiras, os jornalistas promoveram um apitaço para que os jornais “enrolem menos e negociem mais”. A categoria reivindica um reajuste de 11%, mas os jornais só oferecem 6% para salários acima do piso e 6,39% para pisos salariais. Nesta sexta-feira (23/11), completaram-se quatro meses que a categoria entregou a pauta de reivindicações ao Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Estado (Sindjornais). O Sindicato dos Jornalistas promete prosseguir com as manifestações nas empresas até os patrões voltarem às negociações.
Para jornalistas do RN proposta patronal de reajuste de 5% é esmola
O Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Norte voltou a se reunir com os patrões na tarde desta sexta-feira (23/11) para discutir o reajuste da categoria. Até esta terceira rodada de negociações os donos dos veículos de comunicação ofereceram apenas 5%, índice que sequer cobre a inflação do período (5,40%). Na próxima segunda-feira (26/11) haverá audiência pública na Assembleia Legislativa, a partir das 19h30, para debater o piso dos jornalistas. A convocação foi feita pelo deputado estadual Fernando Mineiro (PT).