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Le problème du fromage
13 de Fevereiro de 2013, 22:00 - sem comentários ainda
Acima de tudo, pouco disto chegará a ser política comunitária sem uma democracia europeia com eleição do executivo da União
Diz–se que um político português de primeira linha, no tempo em que andava nas juventudes partidárias, foi convidado a visitar a uma capital francófona para um encontro do movimento europeu. A certa altura, calhou-lhe fazer um discurso, soporífero como era seu hábito, e quando viu que o público estava aborrecido de morte, tentou dar um sobressalto às suas palavras , espetando o dedo no ar e gritando: “il faut résoudre le problème du fromage!”
Os ouvintes ficaram perplexos: o queijo?! o problema do queijo?! Qual é o problema do queijo e porque é necessário resolvê-lo? Só quando o bravo homem desceu do palanque foi possível resolver a confusão. Falando em francês, o nosso jovem político tinha querido dizer que era preciso resolver o problema do desemprego, e tinha misturado duas palavras, querendo dizer “chômage”, que significa desemprego, saiu-lhe “fromage”, que se está mesmo a ver que é queijo.
No fim de contas, não é vergonha: o discurso foi feito, e vinte anos depois ainda é lembrado.
E ficou a lição: quando o público estiver a adormecer, só há que esticar o dedo e gritar “há que resolver o problema do desemprego!”
Resulta sempre. Há um problema, e há que resolvê-lo. Quem pode ser contra? Mas o problema do “problema do queijo” é o “como”, e não o “para quê”.
Lembrei-me desta história ontem ao ouvir o presidente da República Francesa discursar no Parlamento Europeu. François Hollande começou forte, declarando que a crise não está resolvida enquanto não se resolver o problema de 27 milhões de desempregados na Europa, o problema dos jovens precários e desempregados, o problema da falta de um salário mínimo europeu e o problema da falta de pensões e subsídios de desemprego europeus.
François Hollande não se enganou, não só porque estava falando na sua língua materna, mas porque todos estes problemas são verdadeiros problemas, e há mesmo que resolvê-los.
Mas François Hollande não explicou o como: o fundo para o crescimento que foi a sua grande bandeira continua sem fundos, as políticas de coesão estão ameaçadas pelos cegos cortes orçamentais ao orçamento comunitário que certos estados-membros propõem e os direitos económicos e sociais precisam de ser reforçados nos tratados na próxima convenção. Acima de tudo, pouco disto chegará a ser política comunitária sem uma democracia europeia com eleição do executivo da União.
Claro que François Hollande não tem culpa de estar na minoria no Conselho, onde os governos socialistas não chegam sequer para contar os dedos de uma mão. Mas, além disso, a França tem um verdadeiro “problème du fromage”, na forma da Política Agrícola Comum (PAC), que beneficia desproporcionadamente os seus grandes agricultores. O governo francês defende as políticas de coesão só até ao ponto em que não aceita mexidas na PAC. O contrário dar-lhe-ia mais credibilidade e capital político.
Estarei a ser injusto, e não quero sê-lo demasiado. Foi bom ouvir um chefe de estado europeu que fala do desemprego, dos jovens e dos direitos económicos e sociais. Eu concordo com tudo o que ele disse. Mas sem mais dinheiro, sem democracia europeia e provavelmente sem novos tratados, sinto-me como se me tivessem espetado o dedo no ar e gritado: “il faut résoudre le problème du fromage!”
Caso USP: a bruxa está solta!
13 de Fevereiro de 2013, 22:00 - sem comentários ainda
Ministério Público denunciou 72 estudantes por diversos crimes pela ocupação da reitoria da Universidade de São Paulo. Para colunista, decisão do órgão deve ser questionada em cortes internacionais
Por Carlos Lungarzo*
Acabo de ler o excelente artigo do escritor Celso Lungaretti em seu blog O Náufrago da Utopia, no link.
Peço a todos os que concordam com democracia, direitos humanos e prevenção da barbárie distribuir em todas suas redes sociais, mailings e sistemas próprios de comunicação, a cópia do post original, que inclui também uma declaração do combativo Sindicato dos Trabalhadores da Universidade de São Paulo (SINTUSP) contra a política de extermínio e “terra queimada”, aplicada no Estado de São Paulo pelas forças mais reacionárias que atualmente têm presença no Continente, ou seja: o governo do Opus Dei e o mais iníquo tribunal do Ocidente desde 1975 (quando o privilégio correspondia a Audiência Nacional da Espanha).
Nesse artigo tanto o SINTUSP como o próprio escritor Lungaretti denunciam que agentes do Ministério Público pretendem o enquadramento criminal de 72 estudantes que ocuparam pacificamente as instalações da USP para protestar contra a crescente brutalização da instituição e a submissão da comunidade a um clima de espionagem, delação, vigilância, repressão e policiamento.
Este processo encabeçado pelas forçar progressistas da USP é parecido, porém não idêntico, ao movimento de repressão contra a Rosa Branca (Weisse Rose), que se manteve ativo desde junho de 1942 até Fevereiro de 1943, na Universidade de Munique, Bavária, Alemanha.
Formação de Quadrilha
O MP enquadra os 72 estudantes em:
1) Danos ao patrimônio público, quando várias testemunhas afirmaram que os danos foram produzidos pelo arrombamento policial, e o fato de que foi evitada a perícia confirma essa suspeita.
2) Danos ambientais. Não é brincadeira! Para estas excelências, as pichações são danos ambientais. O mundo vai estourar porque as pichações de subversivos e terroristas estão derretendo as calotas polares.
Mas, há uma acusação muito mais importante:
Formação de quadrilha.
Um jornalista bem informado disse, num artigo, que o MP confunde formação de quadrilha com organização de movimentos sociais. Isso pode ser, porque estas eminências foram capazes de confundir um fórum penal com um fórum civil e mandaram a ação ao lugar errado. Mas não é apenas confusão. O uso dessa mentira é proposital:
FORMAÇÃO DE QUADRILHA é um termo que policiais, políticos de direita, juízes e promotores usam para denegrir qualquer movimento social. Isso foi usado amplamente durante a Ação Penal 470.
Qualquer pessoa que se junta a outras duas para tomar um chá pode ser uma quadrilha. Só basta que as excelências queiram arrebentá-las. Isto é uma parte específica do DIREITO PENAL DO INIMIGO, sobre o qual falarei num próximo artigo bem mais extenso.
Defesa internacional
Os movimentos humanitários e progressistas devem reconhecer que, na atual situação do Estado de São Paulo e do Poder Judiciário em todo o país, confrontar-se com os algozes é uma tarefa difícil, para a qual não pode esperar-se o apoio da lei nem da Justiça nacionais, que são manipuladas de acordo com os interesses das gangues golpistas. Inclusive dignitários populares amplamente votados estão amarrados por estas bandas jurídico-policiais que se amparam no terror. Devemos, então, ter consciência de nossas limitações e buscar apoio em outros locais.
Pelo menos hoje existe algo parecido ao estado de Direito em outros países, e até uma legislação internacional que, apesar de ser desobedecida pelos linchadores nacionais, pode ter um efeito de pressão publicitária.
Por isso, devemos tomar como exemplo, no caso da USP, o que fizeram os coordenadores da defesa de Pinheirinho (o procurador Márcio e outros juristas): recorrer às cortes internacionais.
Deve salientar-se, nessas denúncias, as ameaças dos advogados dos promotores, que pretendem processar todos os que façam críticas às atrocidades que eles praticam, por considerar que ofendem o caráter “sagrado” destes inquisidores.
Eu estou enviando denúncias sobre o caso dos 72 da USP a organizações de DH internacionais, e a organismos da OEA e da ONU, e a organizações de defesa da liberdade de opinião nas universidades. As versões estarão traduzidas às cinco línguas mais usadas em Ocidente.
Mas, nunca é suficiente, e todo esforço deve ser levado ao limite.
Carlos Lungarzo
* Doutor em Ciências Exatas e em Ciências Humanas. Publicou 11 livros sobre lógica, estatística e sociologia matemática, e 86 artigos especializados. Foi professor da UNICAMP (1976-1997), da UERJ (2000-2004) e da McGill University. Pertence a várias organizações de Direitos Humanos e de defesa da Ecologia. Seu livro sobre Os Cenários Ocultos do Caso Battisti aparecerá brevemente.
As rapidinhas do Sr Comunica - o carnaval
12 de Fevereiro de 2013, 22:00 - sem comentários ainda2 - Particularmente, sempre preferi passar o carnaval em cidades pequenas, onde a brincadeira é mais tranquila e ainda preserva características dos antigos carnavais.
3 - Pela televisão, não consigo ficar muito tempo acompanhando os desfiles. A transmissão emburrecida da Rede Globo e seus 40 repórteres pautando todo e qualquer tipo de frivolidade não me animam. Segue-se a mesma receita de outros programas: fingir que está falando do essencial, deixando-o de lado, para inundar-nos com o superficial.
4 - Dentre tantos risos e conversas agradáveis que tive nestes dias carnavalescos, cabe aqui destacar a primeira parte de um documentário que assisti sobre Woody Allen. Tão genial que marcou o meu carnaval.
Muito Além do Peso
12 de Fevereiro de 2013, 22:00 - sem comentários aindaHoje em dia, um terço das crianças brasileiras está acima do peso. Esta é a primeira geração a apresentar doenças antes restritas aos adultos, como depressão, diabetes e problemas cardiovasculares. Este documentário estuda o caso da obesidade infantil principalmente no território nacional, mas também nos outros países no mundo, entrevistando pais, representantes das escolas, membros do governo e responsáveis pela publicidade de alimentos.
Muito Além do Peso (Way Beyond Weight, 2012)
Obesidade, a maior epidemia infantil da história.
Ficha Técnica:
Direção: Estela Renner
Produção Executiva: Marcos Nisti
Direção de Produção: Juliana Borges
Fotografia: Renata Ursaia
Montagem: Jordana Berg
Trilha Sonora: Luiz Macedo
Rede Globo demitiu quase 300 no ano passado
7 de Fevereiro de 2013, 22:00 - sem comentários aindaO número de dispensas foi levantado pelo Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio e pelo Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro, através das rescisões homologadas. As duas entidades trabalham em conjunto e em contato com a Procuradoria do Trabalho, para que a emissora cumpra com o acordo.
Até a metade de janeiro foram declaradas, pela empresa dos Marinhos, cerca de cem contratações – com comprovante anexado ao processo iniciado pelo Ministério Público. A grande maioria destes postos de trabalho é da categoria de radialistas. Além disso, algumas das contratações anexadas à ação civil são para vaga de contínuo.
A Rede Globo pode estar tentando driblar o acordo, porque as contas não fecham. E, função disso os dois sindicatos estão em contato com os promotores responsáveis pelo caso. Os jornalistas da empresa relatam que não percebem qualquer aumento no número de funcionários nas redações. O que aumenta sempre, dizem eles, é a carga de trabalho.
O acordo na Procuradoria do Trabalho da 1ª Região, assinado em dezembro de 2011 e revelado pelo Sindicato dos Jornalistas na edição 36 de seu informativo impresso, remete a uma ação civil pública de 2005. O Ministério Público, após solicitar à Globo cópia do controle de frequência de empregados, encontrou casos de funcionários com expediente de 19 horas por dia, desrespeito ao intervalo mínimo entre expedientes (11 horas) e não concessão do repouso semanal remunerado.
LEIA MAIS: Após processo, TV Globo mais demite que contrata
Fonte: Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro