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Diógenes Brandão

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A reduzida e inexpressiva esquerda paraense

7 de Dezembro de 2014, 1:14 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
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Jatene e Zenaldo contam com inabilidade política e a omissão da esquerda paraense em fazer-lhes oposição.

Se um estrangeiro vier ao Pará e começar a ler sobre os fatos e acontecimentos políticos do Estado, chegará à conclusão de que a esquerda paraense é liderada por Jader e Helder Barbalho, pai e filho respectivamente.

Helder saiu de uma eleição onde disputou o governo do Estado com o atual governador Simão Jatene e venceu no primeiro turno, chegando muito perto da vitória, mas perdeu no 2º turno. No entanto, mesmo sem mandato usa a internet para se posicionar com firmeza contra os desmandos dos seus adversários, pautando a omissão do governo estadual e destacando os problemas nas diversas áreas, principalmente a social e econômica.  

Por sua vez, Jader também sempre tem um papel de liderança e lança sempre críticas e observações sobre a política local de forma ácida e certeira. O senador do PDDB protocolou nesta quinta-feira (04), um requerimento solicitando à Controladoria Geral da União (CGU) informações sobre o famoso BRT de Belém. A ação do senador pode finalmente trazer alguma investigação por parte do governo federal sobre o que foi feito com mais de 100 milhões de reais enviados para dois prefeitos, Duciomar Costa (PTB) e Zenaldo Coutinho (PSDB), e que até agora ninguém vê indícios de qualquer ônibus rápido na pista da Av. Almirante Barroso, que recebeu concreto no lugar do antigo asfalto. 

Fora isso, só atropelamentos e acidentes entre veículos acontecem de fato no local.

Helder Barbalho também tem feito seu papel de oposição e tem elaborado importantes e duras críticas ao governo. Uma delas foi ao projeto de lei orçamentária do Estado para 2015, onde afirma que a má distribuição dos recursos públicos penaliza regiões como a do Carajás, que só receberá 2,68% dos investimentos projetados pelo governo estadual, mesmo sendo uma das que mais provém riquezas minerais do Estado, além de contribuir com a pecuária, agricultura e parte significativa da arrecadação de impostos. 

Helder, conclui que: “Ao dar as costas para o interior, tratando com desprezo a sua população e fomentando as rixas regionais, o governo aprofunda as desigualdades, acentua a percepção de ausência do Estado, torna mais agudos os ressentimentos e fortalece, ele sim, o sentimento separatista – que depois, maliciosamente, trata de atribuir aos adversários”. 

Quanto aos demais partidos e lideranças políticas, reservo-lhes a publicação de um futuro artigo onde destacarei a omissão, a falta de atividades e críticas por parte dos que deveriam fazer uma oposição mais dura, competente e sistêmica e não fazem, sabe-se lá os motivos.

Dotados de um sistema de comunicação que conta com emissoras de rádios e TV, além de um dos três jornais impressos do Estado, se não me engano o mais vendido na região, a família tem vários de seus integrantes fazendo política e usam seus veículos de imprensa para tal, o que ajuda e muito a serem hoje sem dúvida a principal força opositora do PSDB paraense que chega ao 16º ano de mandato, quase consecutivos, à frente do comando do Pará, só não completo pelo fato de que o PT venceu as eleições de 2006 com Ana Júlia que governou até 2010, mas não conseguiu a reeleição.

Por sua vez, Simão Jatene mesmo mal avaliado, com um governo recordista de péssimos números sociais e econômicos e com sinais de cansaço físico e político, consegue mesmo assim passar incólume pela vista de quem se elege falando em lutas que só travam através da retórica em períodos eleitorais. 

As exceções são raras e nem sabem usar bem os meios de comunicação para fazerem política no século que começou e nem perceberam. 

Talvez por isso é que a esquerda esteja tão reduzida e inexpressiva no Pará.
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Fonte: http://diogenesbrandao.blogspot.com/2014/12/a-insustentavel-esquerda-paraense.html

Diógenes Brandão