Moro pede desculpas ao STF por vazar grampos de Dilma e Lula e diz que a divulgação não teve propósito político
29 de Março de 2016, 22:19
Por Felipe Recondo, no UOL
O juiz federal Sérgio Moro negou que a divulgação de telefonemas entre a presidente Dilma Rousseff e o ex-presidente Lula tivessem alguma intenção política.
Em resposta ao pedido de informações do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, o juiz federal admitiu que pode ter errado e “pediu escusas” ao Supremo
“Diante da controvérsia decorrente do levantamento do sigilo e da referida decisão de V.Ex.ª, compreendo que o entendimento então adotado possa ser considerado incorreto, ou mesmo sendo correto, possa ter trazido polêmicas e constrangimentos desnecessários. Jamais foi a intenção desse julgador, ao proferir a aludida decisão de 16/03, provocar tais efeitos e, por eles, solicito desde logo respeitosas escusas a este Egrégio Supremo Tribunal Federal”, afirmou Moro.
Apesar disso, o juiz federal não se furtou a analisar cada uma das gravações e a tentar justificar a divulgação das conversas do ex-presidente Lula com a presidente Dilma e com outras autoridades, como o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa.
“O levantamento do sigilo não teve por objetivo gerar fato político-partidário, polêmicas ou conflitos, algo estranho à função jurisdicional, mas, atendendo ao requerimento do MPF, dar publicidade ao processo e especialmente a condutas relevantes do ponto de vista jurídico e criminal do investigado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que podem eventualmente caracterizar obstrução à Justiça ou tentativas de obstrução à Justiça (art. 2º, §1º, da Lei nº 12.850/2013)”, informou.
“O propósito não foi politico-partidário, mas sim, além do cumprimento das normas constitucionais da publicidade dos processos e da atividade da Administração Públicas (art. 5º, LX, art. 37, caput, e art. 93, IX, da Constituição Federal), prevenir obstruções ao funcionamento da Justiça e à integridade do sistema judicial frente a interferências indevidas”, acrescentou.
Moro afirmou ainda nas 31 páginas de resposta ao ministro Teori Zavascki que não havia percebido que a ligação da presidente Dilma para o ex-presidente Lula para falar do termo de posse na Casa Civil foi gravada após o horário definido por ele, Moro, para as interceptações.
“Certamente o Juízo havia reparado no diálogo já ao proferir o despacho de 16/03/2016 ( evento 135). Mas, sinceramente, não havia atinado para o horário da interceptação, o que motivou o novo despacho de 17/03/2016 para esclarecer o ocorrido e determinar a conservação do diálogo nos autos sem prejuízo de eventual diferente deliberação do Supremo Tribunal Federal”, escreveu Moro.
E o juiz afirmou que não viu, nesses diálogos, indícios da prática de crime. “Quanto ao conteúdo, da mesma forma que os demais, entendeu este julgador que ele tinha relevância jurídico-criminal para o ex-presidente, já que presente a apuração se a aceitação por ele do cargo de ministro Chefe da Casa Civil teria por objetivo obter proteção jurídica contra as investigações”, acrescentou.
Moro argumentou ainda que a investigação tinha por foco condutas “supostamente criminais” do ex-presidente. “Entendi que não haveria óbice na interceptação e no levantamento do sigilo”, afirmou Moro. “No momento, de fato, não percebidos eventuais e possíveis reflexos para a própria Exma. Presidenta da República”, acrescentou.
No áudio mencionado por Moro, a presidente Dilma diz a Lula que enviou o termo de posse do ex-presidente como ministro da Casa Civil para usar “em caso de necessidade”. A gravação foi divulgada na véspera da posse de Lula na Casa Civil. Moro diz que a apreensão da gravação foi “algo muito fortuito”. Naquele mesmo dia, várias cidades do Brasil registraram manifestações em favor do impeachment. E o processo contra a presidente ganhou força.
As informações prestadas por Moro ao Supremo atendem à determinação do ministro Teori Zavascki. Na semana passada, o ministro do STF determinou que Moro enviasse a Brasília a íntegra das investigações da Lava Jato que envolvem o ex-presidente Lula.
Na sua decisão, o ministro Teori Zavascki afirmou: “Não há como conceber, portanto, a divulgação pública das conversações do modo como se operou, especialmente daquelas que sequer têm relação com o objeto da investigação criminal. Contra essa ordenação expressa, que – repita-se, tem fundamento de validade constitucional – é descabida a invocação do interesse público da divulgação ou a condição de pessoas públicas dos interlocutores atingidos, como se essas autoridades, ou seus interlocutores, estivessem plenamente desprotegidas em sua intimidade e privacidade”.
Leia a íntegra do ofício encaminhado por Moro ao ministro Teori Zavascki.
Veja o resumo que o próprio juiz Sérgio Moro fez das justificativas para autorização das interceptações telefônicas e da divulgação das conversas.
Chegando ao final e solicitando escusas pela extensão dessas informações, as decisões deste Juízo em 16/03 e 17/03, que atenderam requerimento do Ministério Público Federal, tiveram presentes as seguintes premissas:
a) a interceptação tinha justa causa e estava amparada na lei;
b) a medida tinha por foco exclusivo condutas do ex-presidente e associados destituídos de foro por prerrogativa de função;
c) foram colhidos fortuitamente diálogos do ex-presidente com autoridades com foro por prerrogativa de função sem que estas tenham sido investigadas ou interceptadas;
d) foram colhidos diversos diálogos do ex-presidente com conteúdo jurídico-criminal relevantes por revelarem condutas ou tentativas de obstrução ou de intimidação da Justiça ou mesmo solicitações para influenciar indevidamente magistrados, sendo também colhidos diálogos relevantes para o objeto da investigação em curso, de fundada suspeita de ocultação de patrimônio em nome de pessoas interpostas;
e) não foram colhidas provas de condutas criminais dos interlocutores com foro por prerrogativa de função, inclusive de que algum deles teria aceito as solicitações do ex-Presidente para obstruir, intimidar ou influenciar indevidamente magistrados;
f) Roberto Teixeira foi interceptado porque investigado, envolvido diretamente nos supostos crimes sob investigação, a suposta aquisição do sítio em Atibaia com utilização de pessoas interpostas, e não como advogado, não havendo imunidade, conforme jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, quando o advogado envolve-se em práticas criminosas;
g) foram juntados aos autos e, por conseguinte, publicizados apenas diálogos considerados juridicamente relevantes para a investigação criminal e os demais, quer protegidos por sigilo profissional ou eminentemente privados, foram resguardados em arquivos eletrônicos não publicizados e que deverão ser submetidos, após o contraditório, ao procedimento de inutilização;
h) há diálogos selecionados pela autoridade policial como relevantes e que parecem ser eminentemente privados, mas em realidade contém aspectos relevantes para a investigação, como aqueles que indicam que o sítio em Atibaia está no poder de disposição da família do ex-presidente e não do formal proprietário;
i) a praxe deste Juízo sempre foi o de levantar o sigilo sobre processos de interceptação telefônica, inclusive para diálogos relevantes para a investigação, após o encerramento da diligência, o que não discrepa da prática adotada em outros Juízos e, aparentemente, também por este Egrégio Supremo Tribunal Federal, conforme, salvo melhor juízo, precedente acima referido; e
j) a competência, focada a investigação nas condutas do ex-presidente, para decidir sobre o pedido de levantamento de sigilo sobre o processo, que continha diálogos relevantes para investigação criminal de condutas do ex-presidente, era deste Juízo, em 16/03, quando o ex-presidente não havia ainda tomado posse como ministro.
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Helder quer apoio do PT para eleições em Belém e diversos municípios do Pará
29 de Março de 2016, 19:50
Por Diógenes Brandão
No mesmo dia em que o PMDB anunciou o rompimento com o PT e o governo Dilma, o ministro dos Portos Helder Barbalho reúne-se com a bancada petista do Pará, em Brasília. Na pauta, a política de aliança entre os partidos para as eleições municipais de 2016.
O senador Paulo Rocha e os deputados federais Beto Faro e Zé Geraldo acertarão o futuro das coligações do Partido dos Trabalhadores, tendo como centro do debate, o pedido do PMDB: O apoio do PT ao pré-candidato do PMDB a prefeito de Belém, o ainda reitor da UFPA, Carlos Maneschy.
Helder leva para a mesa de negociação, pedido de apoio do PT para o PMDB em vários municípios onde o partido de Dilma também tem interesse de disputar. Na base, sem serem consultados, dirigentes municipais e a militância petista já ameaça desobedecer as decisões tomadas em hotéis de luxo em Brasília.
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Não é por um partido ou um governo
29 de Março de 2016, 10:06
Por Diógenes Brandão
Assistimos 24h por dia a imprensa exibir políticos investigados por participarem de esquemas corruptos, pregando o afastamento da presidente. Para muitos desinformados, o impeachment se dá por causa da "Lava Jato" e desconhecem que a acusação é de que ela cometeu crime de responsabilidade fiscal através da chamada "pedalada fiscal", quando autorizou usarem recursos da Caixa Econômica Federal para não atrasar o pagamento de Programas Sociais que atendem milhões de famílias pobres deste país.
A verdade é que depois de dois anos de investigações da Operação "Lava Jato", a elite política de vários partidos começa a ser descoberta e claro, vão querer interromper tudo que está em curso e o impeachment é a única saída para muitos tentarem evitar a cadeia.
Por isso, de hoje em diante, a prova de fogo do governo federal se acirra com a decisão de dois grandes partidos da base de sustentação do planalto, no Congresso Nacional: PMDB e PP.
Além disso, o STF julga se Lula se mantém ministro ou fica vulnerável à prisão política, na trama da Lava Jato.
As manifestações pela manutenção democrática que estarão saindo novamente às ruas, na quinta-feira (31), são importantes para reafirmar a defesa popular pelo estado democrático de direito.
No entanto, a sociedade precisa ser ouvida e informada todo dia, em todos os lugares, nas ruas e nas redes, sobre o que está sendo armado para evitar o avanço do combate à corrupção, que já levou muitos mega-empresários para a cadeira (Quem diria que um dia isso aconteceria?!) e agora começa a chegar em figurões da política nacional, onde a maioria dos partidos tem seus principais dirigentes envolvidos.
Além disso, outras operações da PF, que a mídia não dá o devido destaque, chegam ao dinheiro desviado por empresas de comunicação como da família Marinho (Globo) e por isso, para eles, essas investigações precisam ser encerradas imediatamente.
A vigília democrática que muitos movimentos sociais e partidos que historicamente lutaram contra a miséria, a mentira dos poderosos e até o golpe militar, precisam ampliar-se para escolas, sindicatos e associações de moradores e trabalhadores. Ou seja, todos os locais de organização devem retomar seu papel preponderante na luta de classes e tornarem-se vigilantes e em permanente estado de mobilização, com debates e eventos que reaproximem cada vez mais pessoas da realidade que o país atravessa.
#GolpeNuncaMais
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Encontrado morto ex-policial civil que denunciava caciques tucanos em MG
26 de Março de 2016, 18:27
O policial civil Lucas Gomes Arcanjo foi encontrado morto, hoje (26), em sua casa em Belo Horizonte/MG.
Segundo informações recebidas pelo site, Arcanjo se enforcou utilizando uma gravata.
Como Lucas era muito conhecido pelas denúncias contra caciques tucanos em MG, a possibilidade de retaliação não é descartada.
O investigador já tinha sido vítima de 4 atentados em respostas às denuncias que fazia, uma delas o deixou com uma sequela na perna, Arcanjo andava com ajuda de uma bengala.
O Debate Progressista sente muito pelo ocorrido e expressa todo o sentimento de pesar para a família.
Acompanharemos o caso de perto.
Abaixo um vídeo com denúncias a Aécio Neves (PSDB/MG) que tornou o policial conhecido:
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A lista que revelou que os partidos brasileiros estão no bolso das empreiteiras
24 de Março de 2016, 5:56
Por Diógenes Brandão
Depois da divulgação da lista com os nomes de 200 políticos que receberam da empreiteira Odebrecht, os deputados e senadores de todos os partidos, isso mesmo, de todos os partidos brasileiros estão assustados com o futuro próximo. Caso haja a delação de Marcelo Odebrecht, executivo e herdeiro da empresa com contratos em praticamente todo o país, o Brasil poderá compreender que o problema da corrupção é de fato um câncer que contaminou todos os que estão no jogo político, não cabendo por tanto o impeachment do atual governo.
A aparição de nomes como o do ministro da Educação, Aluizio Mercadante (PT-SP), o candidato a presidente do Brasil, presidente nacional do PSDB e atual senador por MG, Aécio Neves, o ex-presidente da República José Sarney, o atual presidente do Senado Renan Calheiros, o atual presidente da Câmara Eduardo Cunha e os senadores Romero Jucá e Henrique Alves, o atual governador e um ex-governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão e Sergio Cabral, mostram com clareza o poder de negociação que as empresas tem sobre a política brasileira.
Até mesmo o PSOL, que sempre se coloca como o único partido que não havia se corrompido, foi citado na lista de receptores de doação da empreiteira.
O financiamento privado de campanhas resultou nisso: Uma grande negociação entre atores políticos e empresários. Resta saber se vão continuar tentando tirar a presidente Dilma do poder, para por fim na operação Lava Jato, antes que ela encontre provas incontestáveis contra aqueles que pedem o impeachment.
O ponto negativo desta notícia que abalou Brasília foi o cinismo do juiz Sérgio Moro, antes defensor mor da tese de que tudo que seja de interesse público venha ao conhecimento da sociedade e agora resolveu por em sigilo a lista que tem 11 dos 17 "parceiros históricos" do PMDB.
Os "reveladores" e sempre detalhistas apresentadores do Jornal Nacional não leram os nomes e nem citaram os envolvidos neste escândalo, como vinham fazendo quando algo envolve o nome de Lula e Dilma.
Leia na matéria jornalística "Possível delação da Odebrecht assusta Congresso e Planalto", publicada na Folha.
O anúncio da decisão da Odebrecht de firmar um acordo de delação premiada com a Operação Lava Jato foi recebido com extrema apreensão tanto no Congresso como no Palácio do Planalto. Dentro do governo e no Legislativo, políticos pregaram o "aprofundamento do caos" e um "cenário de terra arrasada" como desdobramentos para uma colaboração da empreiteira com as investigações.
O temor era justificado nos bastidores pelo fato de que a Odebrecht tinha relação com praticamente todas as forças políticas do país.
O avanço da Lava Jato foi comparado a "Robespierre", líder da Revolução Francesa que teria o objetivo de exterminar o status quo político, independentemente de coloração partidária.
Ao longo do dia, quando uma lista com o nome de mais de 200 políticos que teriam recebido recursos da empreiteira veio à público, a suspeita do alcance da Odebrecht sobre o mundo político se materializou.
Os deputados passaram a percorrer gabinetes com o documento nas mãos, checando se estavam na lista, se os adversários locais estavam, que apelidos tinham e como era reconhecidos no sistema hierárquico montado pela empreiteira.
Um dos poucos que aceitou falar sobre o assunto fora do anonimato, o deputado de oposição Raul Jungmann (PPS-PE) afirma que a anunciada delação "amplia a taxa de instabilidade política" da República.
Ele lembra que no caso do impeachment de Fernando Collor de Mello, em 1992, a estabilidade política foi assegurado pouco depois, cenário sobre o qual não há a menor garantia de que se repita daqui em diante.
"Em eventual governo Temer, há algo que está de fora do controle da política, que é a Operação Lava Jato", afirmou. Dentro dos gabinetes a constatação era a mesma.
No governo, ministros especulavam desde a semana passada sobre a possibilidade de Marcelo odebrecht ter decidido aderir às delações. Classificavam o movimento como uma "bomba atômica". Confirmada a notícia, a avaliação é de que haveria um "aprofundamento do caos" que tomou o país.
PRESSA
O Planalto viu a colaboração da empreiteira como uma notícia ruim para a presidente Dilma, mas também para PMDB e PSDB, partidos que articulam a aprovação do pedido de impeachment da petista no Congresso.
A constatação é que a delação deve levar os articuladores do impeachment a apressar sua votação na busca de "tirar a Dilma antes que a delação do Marcelo Odebrecht se torne pública".
Em outra frente, deputados da cúpula do PMDB vaticinavam que era ilusório acreditar que a queda de Dilma poderia frear a Lava Jato e usavam metáforas para descrever o potencial de uma delação de Marcelo Odebrecht.
Diziam que o estrago maior se concentraria nas revelações sobre a campanha da petista, mas concordavam que o potencial de alcance das revelações do ex-presidente da empreiteira era maior. "Se ele falar tudo, até o Figueiredo levanta do túmulo", diziam.
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Globo brinca com fogo. Pode se queimar!
24 de Março de 2016, 3:38
Por Altamiro Borges, em seu blog
Nesta quinta-feira (24), a Frente Povo Sem Medo, que reúne diversos movimentos sociais, fará um ato em São Paulo com o slogan "Em defesa da democracia. A saída é pela esquerda". Segundo Guilherme Boulos, da coordenação do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a marcha deverá reunir mais de 50 mil pessoas e terá o seu desfecho na porta da Rede Globo, na zona sul da capital paulista. "Este monopólio midiático comanda o golpe e o retrocesso no Brasil", afirmou durante entrevista coletiva concedida na sede do Centro de Estudos Barão de Itararé nesta terça-feira.
A empresa da bilionária famiglia Marinho, que explora concessões públicas de rádio e televisão, está brincando com fogo e pode se queimar. Nos últimos dias, cresceram os protestos contra a TV Globo, que assumiu o papel de liderança da conspiração pelo impeachment de Dilma. No gigantesco ato pela democracia na última sexta-feira (18), que tomou a Avenida Paulista, duas palavras de ordem foram as mais gritadas pelos participantes: "Não vai ter golpe" e "Fora Rede Globo". Em outras capitais, os mesmos bordões foram entoados por centenas de milhares de pessoas.
Segundo relato terrorista da Folha - que tem um pacto mafioso com a famiglia Marinho e, inclusive, é sua sócia no jornal Valor - "em Brasília, manifestantes chutaram e bateram em um carro da emissora que parou em frente ao museu Nacional. Alguns militantes pediram para que os outros parassem o ataque... Em Vitória, Aracaju, Belém e Campo Grande, os manifestantes protestaram em frente às afiliadas da Globo, e uma equipe da emissora TV Verdes Mares, uma dessas afiliadas, foi hostilizada durante protestos em Fortaleza. Na avenida Paulista, em São Paulo, foram distribuídos panfletos em que um quepe militar aparece sobre o logo da emissora, onde está escrito 'TV Golpe'".
Com o agravamento da crise política, a manipulação do império global se tornou ainda mais explícito e agressivo. Ela usou todo seu aparato e seus jagunços de plantão para insuflar as manifestações pelo impeachment de Dilma no domingo retrasado (13) - conforme provaram as jornalistas Bia Barbosa e Helena Martins em reportagem imperdível na revista CartaCapital. Já no ato contra o golpe, na sexta-feira (18), ela se recusou a transmitir a Avenida Paulista ocupada por milhares de manifestantes. Na sequência, as emissoras de rádio e televisão do Grupo Globo deram guarita para os inúmeros atos de intolerância de grupelhos fascistas que espalham o ódio na sociedade.
Este "jornalismo do esgoto" gerou desconforto entre os próprios profissionais da empresa, que não se acovardaram diante do assédio moral da famiglia Marinho. Artistas vieram a público para criticar a cobertura distorcida e partidarizada. A atriz Monica Iozzi, por exemplo, ironizou "os que se informam apenas pelas manchetes do JN". Jornalistas relataram ao blog DCM que as redações do império estão tomadas por partidários do golpe, que não têm qualquer compromisso com a ética e com o verdadeiro jornalismo. O clima é de terror, o que indica que a famiglia Marinho decidiu apostar todas suas fichas na desestabilização econômica e política do país. Seria um caminho sem retorno!
Em outros momentos dramáticos da história do Brasil, como no golpe militar de 1964, o império de comunicação da famiglia Marinho já havia adotado a mesma postura irresponsável e criminosa. Nas ruas de várias cidades, pessoas indignadas com as manipulações queimaram os veículos da empresa. Agora o clima é novamente de revolta contra o golpismo. Além do protesto de quinta-feira, agendado pela Frente Povo Sem Medo, outros atos já estão sendo marcados diante das sedes da emissora e das suas afiliadas no país. Espontaneamente, internautas inclusive já propõem o boicote aos anunciantes da emissora. A Rede Globo está brincando com fogo e pode se queimar!
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Abaixo-assinado #LulaEmBelém pede líder na capital paraense
24 de Março de 2016, 1:07
Por Diógenes Brandão
O blog AS FALAS DA PÓLIS elaborou uma carta aberta ao presidente Lula, pedindo sua visita à capital paraense. A iniciativa justifica-se nos pedidos que Lula tem feito para que seja convidado para visitar os estados brasileiros, o que voltou a fazer na Plenária Nacional de Sindicalistas em Defesa da Democracia, do Estado de Direito e Contra o Golpe, ocorrida na tarde desta quarta-feira (23), na Casa de Portugal, no bairro da Liberdade, centro de São Paulo.
Com isso, a iniciativa do abaixo-assinado começou em grupos do WhatsApp, contendo o seguinte texto:
CARTA ABERTA AO LULA PARA VISITA À BELÉM
Para: Instituto Lula.
Lula, somos paraenses que percebemos que os ataques que tens sofrido por setores do judiciário, dos barões da mídia nativa e dos partidos políticos que você derrotou em 4 eleições consecutivas, tem ameaçado agora a sua liberdade e dos seus familiares. Por isso, queremos convidá-lo para participar de um evento em Belém, onde terás o nosso apoio e manifestações de carinho e respeito que nutrimos por ti.
Com a rápida adesão de militantes do PT e demais partidos e movimentos sociais da esquerda paraense, o texto foi logo sendo reproduzido e compartilhado, com o nome e o RG de pessoas de vários municípios, tudo através de alguns grupos do WhatsApp.
A iniciativa de lançar a Carta Aberta ao Lula para que ele venha à Belém, agitou os grupos petistas e de esquerda. Por isso, ficou difícil reunir todas as assinaturas em um só lugar, sem perder alguns nomes, diante da rápida viralização que ela tomou. Por isso, criamos uma petição online, o que facilita o acesso e reúne todos os que querem ver Lula conosco.
Clique, assine e compartilhe http://goo.gl/bZP4kl
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Ciro Gomes: Lula é “novo rico” e impeachment coisa do “sindicato de ladrões”
21 de Março de 2016, 3:27
Ciro Gomes solta o verbo:
‘Foi um erro nomear Lula’.
Ex-ministro diz que que a coalização formada entre o PMDB e o PSDB para derrubar Dilma é um ‘sindicato de ladrões’.
‘Porque quem se mistura com porcos, farelo come’.
Em O DIA.
Por que não vai no jatinho do Lula?” A pergunta foi ouvida pelo ex-ministro Ciro Gomes, do PDT, nesta sexta-feira no voo entre Fortaleza e o Rio. “Foi a primeira vez que isso aconteceu”, diz Ciro, que na madrugada de quarta-feira protagonizou um bate-boca, com direito a empurrões e gritos, com militantes anti-Dilma Rousseff na capital cearense.
Conhecido pelo gênio explosivo e sem papas na língua, o ex-ministro do governo Lula aciona sua metralhadora giratória: diz que o vice Michel Temer é “chefe da facção”, e que Eduardo Cunha “encheu a mão de dinheiro sujo roubando no governo Lula e um pedaço no governo Dilma”.
Afirma que a formada entre o PMDB e o PSDB para aprovar o impeachment da presidente é um “sindicato de ladrões”. Pré-candidato à presidência em 2018, Ciro não poupa seu provável principal adversário, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem chama de “nouveau riche”.
O DIA: A nomeação do ex-presidente Lula vai ajudar a presidente Dilma a se safar do impeachment?
Ciro: Esse é o maior erro da história da República, desde que eu milito na luta política há 30 anos. O Lula não é réu de coisa nenhuma e o fato de ele ser ministro não impede, não inibe a franquia que a Justiça tem de investigar. Isto dito, repito: esta é a pior ideia que eu já vi na minha existência na vida pública.
Por que?
Porque ainda que não seja, parecerá um constrangimento absolutamente gravoso ao Supremo Tribunal Federal. Ainda que não seja, parecerá que o Lula estava querendo fugir de um juiz ‘severo’ (entre aspas, frisa Ciro) para presumindo impunidade se abrigar na jurisdição do Supremo. Tudo isso foi agravado pelas gravações divulgadas. E o Supremo tem se comportado muito bem, salvo um ou outro ministro. Não vamos esquecer que o Tribunal prendeu a cúpula do PT inteira.
Mas o Lula agora foi nomeado ministro
Ele vem para fazer o que no governo? Dizer que a presidente não tem autoridade? Ele vinha fazendo isso há muito tempo. Eu já tinha censurado isso publicamente muitas vezes. Agora, ele vem para o governo como interventor? O que restou da autoridade da presidente da República?
A ideia é que o Lula negocie com o Congresso, em especial o PMDB, a derrubada do impeachment da presidente na Câmara
Esse é o erro ancestral, um erro orgânico (aliança com o PMDB). O vice Michel Temer já se recusou a receber o Lula. Diz que só recebe ele no gabinete. Quem está comandando o impeachment na Câmara? Quem impôs essa velocidade frenética ao processo? Quem tem influência central sobre o presidente e o relator da comissão de impeachment? É o PMDB; é o Eduardo Cunha. Não dá para fazer discurso de seriedade, de moralidade, de decência, como a Dilma tinha direito de fazer até essa nomeação do Lula, assentado na esculhambação, na repartição fisiológica. Ou o Lula não sabia que o Eduardo Cunha roubava em Furnas? Sabia. Eu disse. Por que o Eduardo Cunha vira presidente da Câmara? Porque encheu a mão de dinheiro sujo roubando no governo Lula e um pedaço no governo Dilma com a vice-presidência da Caixa. Rouba R$ 1 bilhão, bota 300 mil no bolso e divide o resto com os colegas . E aí dá as cartas.
O Aécio também roubou em Furnas?
Não tenho elemento, nenhuma prova.
Na sua avaliação o processo de impeachment vai andar mais rápido agora com o Lula na Casa Civil?
Antes não havia consenso contra ou a favor do impeachment. Esse consenso ainda não existe, mas agora deu muitos passos acelerados para o consenso. O que eu tenho a ver com os problemas do Lula? O que eu tenho a ver se o Lula resolveu virar ‘nouveau riche’ e se dá às franquias da burguesia num sítio e num tríplex? O que eu tenho a ver com isso? Ele tem o direito de ser respeitado como inocente. O juiz errou quando fez condução coercitiva dele para depor. Esse vazamento todo das gravações é uma violência fascista, todo fora do Direito. Mas o que eu, Ciro Gomes, tenho a ver com a vocação do Lula para virar Deus? Não tenho nada a ver com isso. A nomeação do Lula agravou o problema dramaticamente. Nós estamos na iminência de uma cleptocracia (estado governado por ladrões) se instalar no Brasil.
O senhor foi ministro do governo Lula e agora, com o retorno dele ao Palácio do Planalto, seu nome voltou a ser cogitado para ser ministro da Educação. A presidente Dilma ou alguém do Planalto o convidou para entrar no governo?
Todas as sondagens que recebi, se foram verdadeiras ou não, não posso afirmar, eu respondi categoricamente: isso é o maior erro que se cometeu na história moderna brasileira. Em nenhuma hipótese, eu participo de um governo que tem como o vice-presidente um chefe de facção, como Michel Temer, aliado íntimo do Eduardo Cunha. Em nenhuma hipótese, eu participaria desse governo.
O senhor está no PDT um partido que, em sua maioria, é contra o impeachment da presidente Dilma
Acho que o impeachment é um golpe e ele agora ganhou muito mais qualidade protocolar, formal, fica muito mais fácil esconder que ele é um golpe de um grupo de cleptocratas, um sindicato dos ladrões.
Quem é desse sindicato de ladrões?
O sindicato de ladrões agora é uma coalizão PMDB/PSDB, acertada em jantares em Brasília. Com detalhes de como vão repartir o governo, como o Michel Temer tem que assumir anunciando que não é candidato à reeleição. Como vão desarmar a bomba da Lava Jato, porque começou a sair do controle. Porque os políticos começaram a ver que pode sobrar para o lado deles. Isso é o que tá apalavrado, num jantar em Brasília, pelos cleptocratas do Brasil.
O senhor será candidato à presidência em 2018?
Não sei se eu vou ser candidato. Mas não me interessa servir um país que, para você ser presidente, tem que fazer o que o Lula fez: vender a alma, beijar a cruz, se cercar de bandidos. Não quero. Se for para ser candidato, vai ser com um conjunto de princípios. Neste momento, ainda estou gravemente aborrecido com o que eu estou assistindo acontecer. Ainda estou convencido que o impeachment é uma tragédia contra a democracia brasileira. A corrupção tem que ser intransigentemente combatida. Quem quer que seja, tem que dar satisfações à lei e à Justiça. Quero que se exploda quem meteu a mão na cumbuca. Agora, é o Michel Temer que vai moralizar o país? É o Eduardo Cunha que vai moralizar o país? O PMDB tem sete ministros no governo da Dilma. A melhor coisa que a gente tem é ter eleito o Picciani (Leonardo Picciani, líder do PMDB)? Eu não tô nessa turma. Eu sou obrigado a ficar desse lado, mas não me confundo. Não dá para ficar nessa turma. Não vou para uma reunião que planeja uma ação contra o impeachment com esse tipo de gente. Não tem a menor chance.
Por que?
Porque quem se mistura com porcos, farelo come.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ainda pode cassar a chapa Dilma/Temer
Se o TSE cassar a chapa, tem eleições gerais. E aí vem alguém. Acho que eles estavam com medo da Marina. Por isso, resolveram restaurar a tese do impeachment. Não estão vendo que é um golpe no país?
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A esquerda foi às ruas e saiu de alma lavada
19 de Março de 2016, 17:14Com nove (09) quarteirões lotados de lideranças e ativistas sociais, Belém mostrou sua defesa pela democracia. |
A esquerda amanheceu este sábado (19), com a alma lavada. As manifestações em todos os estados do país, levaram milhares de atores sociais, que há décadas lutam por um país mais justo e que nesta sexta-feira (18), se reencontraram nas ruas, local onde a política pulsa e transpira com mais vigor e destaque e que os movimentos sociais conhecem melhor do que qualquer neo-manifestante.
Em Belém do Pará, a chuva que cai sobre a cidade todos os dias, só serviu para esfriar o calor do asfalto e dar a animação aos que foram à concentração da manifestação, iniciada na praça da República e que seguiu até a praça do Operário, com uma caminhada que encheu 9 carteirões da avenida Nazaré. Se alguém disser que só haviam petistas, estará se enganando.
Até mesmo militantes que fazem oposição à Dilma, estavam presentes no ato que entra para a história como um marco onde anarquistas, a base do PSOL, petistas filiados e que há tempos não militam mais, ou que estavam contrariados com o governo, foram manifestar sua defesa pela manutenção do rito democrático, ameaçado por forças conservadoras insufladas por partidos da oposição e setores da mídia e do judiciário brasileiro.
Ausências como a da cúpula do PSOL, principalmente do deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL-PA), foi sentida por muitos que pensam em votar nele. Mesmo assim, sua base esteve presente.
No vídeo da matéria da TV RBA/BAND, a manifestação foi retratada com um equívoco: O presidente do PCdoB paraense foi confundido pelo presidente do PT-PA, Milton Zimmer.
Ausências como a da cúpula do PSOL, principalmente do deputado federal Edmilson Rodrigues (PSOL-PA), foi sentida por muitos que pensam em votar nele. Mesmo assim, sua base esteve presente.
No vídeo da matéria da TV RBA/BAND, a manifestação foi retratada com um equívoco: O presidente do PCdoB paraense foi confundido pelo presidente do PT-PA, Milton Zimmer.
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Belém terá milhares de paraenses nas ruas nesta sexta-feira
18 de Março de 2016, 7:03
Belém acordou com diversos muros e paradas de ônibus com o material de mobilização para o ato convocado nacionalmente pela Frente Brasil Popular, o qual acontece nesta sexta-feira (18), em todo o Brasil, em defesa da democracia, dos direitos sociais e contra o golpe.
Manifestantes da Frente Brasil Popular fizeram colagem do cartaz de mobilização para o ato desta sexta-feira. |
A Frente Brasil Popular, articulação política que reúne 60 entidades, dentre as quais CUT, CTB, MST, CMP e UNE e o MTST, além de diversos partidos políticos, como o PT, PcdoB, PCO e o Levante Popular, unificaram-se desde o ano passado e desde então organizam atividades de enfrentamento ao golpe. Um dos objetivos da frente não é a defesa do governo e nem do PT e sim combater de forma pacífica e nas ruas, as forças políticas e econômicas que agem contra a decisão das urnas e que contam com a ajuda setores do judiciário e da mídia, sobretudo a Rede Globo, que a exemplo do golpe militar que implantou uma ditadura de mais de 20 anos, em Março de 1964 e agora, 52 anos depois, a família Marinho, assim como a oposição e parte do judiciário brasileiro, agem de forma muito parecida como fizeram antes para derrubar o presidente Jango, democraticamente eleito e implantar um dos regimes mais cruéis da história deste país.
Seja de barco, ônibus ou carona, diversos sindicalistas, estudantes, lideranças populares e demais ativistas que sempre estiveram lutando por um país mais justo, estão chegando em Belém para juntarem-se aos demais paraenses que estão na capital paraense preparando a manifestação em defesa da democracia e contra o golpe.
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PHA: Dilma tem que demitir toda a polícia federal golpista
18 de Março de 2016, 4:46Receba atualização do Blog no seu email.
O GOLPE
18 de Março de 2016, 2:06
Por Luiz Carlos Azenha
O golpe é muito bem organizado. Moro decide. Globo repercute. Alckmin fecha Paulista. Fiesp ilumina o prédio. 300 são tratados como se fossem 3 mil.
Emissoras dedicam a íntegra de seus telejornais ao assunto. O que por sua vez causa comoção pública.
300 se tornam de fato 3 mil, que aparecem nos telejornais, que reproduzem discursos indignados, que pretendem transformar 3 mil em 30 mil, que buscam um cadáver para fazer o cerco final ao Palácio.
Repito: tá tudo muito parecido com aqueles golpes de veludo do Oriente Médio ou do entorno da Rússia, menos os cadáveres que o Alckmin parece determinado a produzir permitindo que pró e contra Dilma se manifestem ao mesmo tempo no mesmo espaço.
Só hoje sabemos que os fuzileiros navais estavam a caminho, em 1964, na Operação Brother Sam. Em 50 anos é possível que a gente descubra a mesma coisa.
Motivo?
O pré-sal.
O triste é ver que há muitos inocentes úteis, inclusive entre meus colegas jornalistas.
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A face verdadeira dos manifestantes de 13 de Março
17 de Março de 2016, 20:26
Por Karol Cavalcante
No último domingo, dia 13 de março, milhares de pessoas foram às ruas, em Belém do Pará, participar das manifestações organizadas por grupos que defendem um ideário conservador e uma solução pela direita para a atual crise política e econômica brasileira.
Os organizadores do ato “falaram” em 50 mil pessoas presentes, e a Polícia Militar do Estado Pará preferiu não se pronunciar sobre os números. Outros analistas avaliaram que a presença não ultrapassou vinte mil pessoas. Ainda que os números anunciados pelos organizadores fossem verossímil, a quantidade auferida foi inferior aos números aguardados pelos organizadores, que esperavam mais de oitenta mil participantes na manifestação pelo impedimento de um governo legitimamente eleito pelo povo brasileiro.
Diferente dos movimentos de Junho de 2013 que tinham um caráter reivindicatório por mais direitos, as manifestações ocorridas no último domingo tiveram como foco central o PT, Lula e Dilma. Em Belém, os políticos do PSDB, DEM e PSD acusados de corrupção, puderam circular livremente entre os manifestantes. Entretanto, essa não foi a tônica observada no restante do País, onde o ingrediente central foi a despolitização, com destaque para a maior capital do Brasil, São Paulo, onde Geraldo Alckimin e o candidato derrotado á Presidência da República Aécio Neves foram expulsos das manifestações planejadas, organizadas e financiadas por eles mesmos.
O Laboratório de Ciência Política da Universidade Federal do Pará (UFPA), coordenado pelo Professor Doutor Edir Veiga, realizou durante o ato uma enquete com os participantes da manifestação ocorrida na capital do Estado do Pará, aplicando 283 questionários, objetivando esquadrinhar o perfil dos manifestantes.
Os resultados desta enquete são reveladores das opiniões dos participantes no ato em relação a situação econômica, a identificação política e o posicionamento sobre ações afirmativas implementadas no país.
Perguntados sobre o partido que mais simpatizam: 3.2% responderam PMDB. Partidos como DEM e PT ficaram com 1.4% e PDT, PSB e outros não atingiram 1%. A maioria dos manifestantes (25.8%) declarou ter simpatia pelo PSDB, partido dos atuais Governador do Estado e do Prefeito da capital Zenaldo Coutinho, que se destaca por ser um dos prefeitos mais rejeitados da história de Belém, segundo as últimas pesquisas de opinião pública.
Jatene e Coutinho foram paradoxalmente poupados pelos manifestantes, embora a cidade esteja sofrendo com péssimos serviços de saúde, educação e segurança, além da tão prometida obra do BRT que tem causado um imenso transtorno aos belenenses. Quando perguntados por qual partido possui mais antipatia, o PT disparou como 77% seguido bem distante pelo PMDB com 2.8%.
Nos últimos 13 anos de governos pós neoliberalismo no Brasil um conjunto de políticas de distribuição de renda e políticas afirmativas foram implementadas. Entre as principais, podemos destacar o programa Bolsa Família e as cotas para negros e estudantes de escolas públicas. Essas políticas garantiram que uma parcela da sociedade historicamente excluída, tivesse acesso a políticas públicas até então asseguradas a bem poucos.
Com um público majoritariamente de classe média e classe média alta, que condenam a ascensão social, os manifestantes que participaram dos atos em Belém, disseram rejeitar as políticas de distribuição de renda e garantia de direitos às minorias.
Sobre o sistema de cotas das universidades públicas 61.8% dos entrevistados afirmaram discordar dessa política pública por ser uma política populista do PT. Este número é maior ainda quando a pergunta é sobre o programa bolsa família, 67.8% disseram ser contra, 25.1% disseram ser a favor e 6.7% não sabem/não responderam. A ampla maioria dos entrevistados na manifestação que afirmaram ser contra os programas de distribuição de renda e inclusão social possuem renda mensal acima de 5.000 mil reais.
Ao que tudo indica a oposição liderada pelo PSDB, principal fonte da mobilização e financiamento dos atos, não conseguiu capitalizar politicamente as manifestações. Perguntados sobre o envolvimento do candidato derrotado nas últimas eleições presidenciais 56.5% disseram acreditar que o tucano Aécio Neves está envolvido em corrupção, 9.5% disseram que não e 23.3% talvez e 10.2% dos entrevistados disseram não sabem ou não responderam.
Em relação ao impedimento da presidenta Dilma 23.7% responderam que ela deve sair se houver prova de envolvimento com corrupção, 59.4% disseram que ela deve sair pois já existe prova de corrupção, 14.1% de que ela deve sair devido as pedaladas fiscais e 1.1% entendem que ela deve sair porque é comunista, 1.8% não sabem ou não responderam. Ou seja, 23.7% dos que foram ás ruas em Belém, no último domingo, não estão totalmente convencidos do envolvimento da presidenta nos escândalos de corrupção, tão pouco do seu afastamento.
Nesta sexta-feira, 18 de março, em ato convocado pela Frente Brasil Popular que reúne centenas de sindicatos, entidades e movimentos sociais, será a vez dos apoiadores do governo saírem às ruas. Sem o apoio midiático e direito de transmissão ao vivo pela TV globo, os apoiadores de Lula e Dilma e da tão jovem e frágil democracia brasileira terão a tarefa de mobilizar aqueles e aquelas que ainda acreditam nas instituições, na democracia e principalmente os que não querem a volta do tempo onde só a elite brasileira frequentava as universidades, andava de avião, enquanto os trabalhadores brasileiros ficavam as margens dos bens que deveriam ser coletivos produzido na sociedade brasileira.
Este é o verdadeiro embate que está sendo travado na arena da disputa política em curso em nosso país. Estamos em um estado de disputa social onde uma parcela representativa das classes médias e altas conspiram pela retirada de direitos conquistados. Cabe a nós, que defendemos a continuidade dos avanços, exigir mudanças na política econômica que possibilite a retomada do crescimento e a ampliação dos programas sociais. Para nos reconectarmos com as camadas populares é necessário afastar de vez as medidas de austeridades, reformas impopulares e de ajustes fiscais que só nos distanciam da nossa base social. É preciso retomar o programa vitorioso de 2014 por mais mudanças, por mais direitos, para garantir a nossa vitória já conquistada nas urnas, nas ruas!
*Karol Cavalcante é socióloga e atualmente Secretária Geral do PT do Pará.
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Brasília em chamas: Juiz atende oposição e defere liminar que suspende nomeação de Lula
17 de Março de 2016, 12:16O juiz federal Itagiba Catta Preta Neto, da 4ª Vara Federal do Distrito Federal, concedeu liminar que suspende a posse do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil. A decisão liminar tem efeito temporário e coloca mais gasolina na fogueira de um país que tem uma fogueira sendo acessa pela oposição, setores da mídia e do judiciário.
A ação civil pública foi proposta pelo advogado Enio Meregalli Junior. O Tribunal Regional Federal pode rever a decisão e a Procuradoria Geral da União já anunciou que ingressará com uma ação para anular a decisão do juiz de Brasília.
Abaixo, trecho da decisão do juiz que foi jogado nas redes sociais rapidamente, o que demostra como os vazamentos seletivos e demais recursos contra o governo, servem como elementos midiáticos para a tentativa de instrumentalizar o golpe e à queda de Dilma.
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Anti-petista comanda jornal da família do ministro Helder Barbalho
15 de Março de 2016, 5:37
Por Diógenes Brandão
A militância do PT e demais partidos e movimentos sociais paraenses, que lutam com muito esforço para manterem a defesa do governo da presidenta Dilma, não conseguem entender o motivo do jornal Diário do Pará, de propriedade da família do Ministro-chefe da Secretaria Nacional dos Portos, Sr. Helder Barbalho em contratar como editor chefe o jornalista Klester Cavalcanti, que saiu da VEJA para ser o principal responsável do impresso.
A militância do PT e demais partidos e movimentos sociais paraenses, que lutam com muito esforço para manterem a defesa do governo da presidenta Dilma, não conseguem entender o motivo do jornal Diário do Pará, de propriedade da família do Ministro-chefe da Secretaria Nacional dos Portos, Sr. Helder Barbalho em contratar como editor chefe o jornalista Klester Cavalcanti, que saiu da VEJA para ser o principal responsável do impresso.
Desde que chegou ao Pará para assumir a direção do jornal Diário do Pará e do site DOL - Diário OnLine, Klester Cavalcanti trouxe mudanças na linha editorial dos veículos de comunicação da família Barbalho, que agora passaram a ser mais críticos ao PT e favoráveis ao impeachment de Dilma.
Embora o jornal e demais veículos de comunicação da família Barbalho façam um enfrentamento com o PSDB, o qual governa o Estado com Simão Jatene (PSDB) e as duas maiores prefeituras da Região Metropolitana, como a capital Belém e Ananindeua, que tem como prefeitos Zenaldo Coutinho e Manoel Pioneiro, respectivamente, ultimamente o jornal tem feito uma clara demostração de apoio do quanto pior, melhor.
Ex-editor da VEJA, o jornalista não nega pra ninguém que não gosta do Lula, de Dilma e muito menos do PT. Com uma frequência mais do que anormal para profissionais que ocupam cargo tão importante na imprensa, Klester faz questão de usar suas redes sociais, assim como as capas e manchetes de matérias internas do jornal que dirige, para afirmar críticas ácidas e posições contrárias ao governo e o partido da presidenta.
É certo que a liberdade de imprensa, assim como a liberdade de expressão garantem a todos divergir politicamente de qualquer pessoa ou instituição, e ninguém precisa gostar de alguém e muito menos jornalistas tem a obrigação de terem simpatia por políticos aliados dos seus patrões, mas o comportamento do editor chefe do jornal da família Barbalho, torna-se surpreendente, já que não vemos o mesmo acontecer com frequência em outros veículos de imprensa no Brasil. Mesmo assim, Klester foi escalado para comandar mudanças no Diário do Pará, que, coincidência ou não, sua contratação consolidou-se tão logo depois Helder tornar-se ministro de Dilma.
O blog AS FALAS DA PÓLIS já havia replicado a nota do blog do jornalista Lúcio Flávio Pinto, quando este registrou a contratação de Klester Cavalcanti, indagando o motivo da importação deste profissional, já que o Pará possui muitos jornalistas talentosos para o seu ofício, assim como quis saber se a circulação de 32 a 35 mil exemplares durante a semana e 40 mil aos domingos, ainda se mantém. Até hoje não obtivemos respostas.
DIÁRIO DO PARÁ APOIOU AS MANIFESTAÇÕES
Não precisa se esforçar muito para perceber que a foto de capa e a manchete escolhidas para a edição do jornal Diário do Pará, nesta segunda-feira (14) foi mais do que a retratação da manifestação dos opositores do governo de Dilma em Belém, é mais uma das inúmeras demostrações que o jornal anda na contra-mão da permanência da presidenta no cargo que o povo, através do voto, lhe outorgou em Outubro de 2014.
No entanto, Klester Cavalcanti prega o moralismo e a saída antecipada do atual governo, atitude típica de outros jornalistas vinculados aos periódicos opositores. Seja nas orientações para sua equipe de jornalismo, quanto no seu perfil no Facebook, o manda-chuva do Diário do Pará faz pior: declara abertamente que discorda até a medula que o PT continue no poder, pregando de forma insistente de o mandato de Dilma precisa ser golpeado o quanto antes.
Além disso, o jornalista usa matérias de outros jornais para atacar explicitamente Lula, Dilma e o governo.
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