Vereador bolsonarista lidera corrida em Parauapebas, a Capital do Minério com o maior PIB no Pará
22 de Fevereiro de 2024, 22:00O vereador Aurélio Goiano (PL) vem liderando todas as pesquisas realizadas até aqui, onde enfrenta todos os pré-candidatos que fazem parte do "bando" do atual prefeito, Darci Lermen (MDB) e o governador Helder Barbalho (MDB).
Bando foi o termo utilizado pelo governador Helder Barbalho, em sua última visita a Parauapebas, onde ilustrou a situação do grupo político que o apoia e dá sustentação ao prefeito do MDB no município com o maior PIB do estado do Pará.
Veja a primeira pesquisa DOXA realizada recentemente no município, depois de outras apresentarem basicamente os mesmos números.
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Medo da prisão está na origem e no desfecho da trama do golpe
11 de Fevereiro de 2024, 0:09Por BRUNO BOGHOSSIAN 10 FEVEREIRO 2024 | 1min de leitura
Na reunião preparatória do plano golpista, Jair Bolsonaro tentou cativar auxiliares com teorias da conspiração. Insinuou que o STF recebia propina para fraudar a eleição, falou de desarmamento e repetiu que o Brasil corria perigo de virar uma Venezuela. No meio de tudo, revelou que seu medo, na verdade, era terminar como uma boliviana.
O fantasma de Jeanine Añez assombrava Bolsonaro. Em discursos e conversas com auxiliares, ele citava com frequência a ex-presidente interina da Bolívia. Ela assumiu o poder em 2019, depois que militares pressionaram Evo Morales a renunciar, e foi presa dois anos mais tarde, sob acusação de golpe de Estado.
A sombra boliviana pairou sobre aquela reunião de 5 de julho de 2022. Foi um dos principais argumentos de Bolsonaro para cobrar de auxiliares uma ação para contestar a eleição. "Eu vou descer aqui da rampa preso por atos antidemocráticos igual à Jeanine Añez", afirmou.
A comparação foi capturada pela eloquência de Anderson Torres. O então ministro da Justiça confundiu franqueza com tosquice e, com um sorriso cínico no rosto, fez um alerta aos colegas: "O exemplo da Bolívia é o grande exemplo para todos nós. Senhores, todos vão se foder". O general Braga Netto gostou do que ouviu: "É isso aí".
É até possível que houvesse na sala um pavor genuíno com o risco de prisão caso o grupo fosse derrotado nas urnas e a esquerda voltasse ao poder. Mas também fica claro que Bolsonaro instrumentalizou o medo da cadeia e o receio de perseguição política para justificar a tentativa de golpe e estimular o embarque de seus subordinados na insurreição.
Até então, Bolsonaro havia abusado da fabricação de desconfianças sobre o processo eleitoral. Seria o suficiente para torná-lo inelegível, mas talvez ele pudesse ficar livre de uma punição mais pesada. Só alguém com "inteligência bem acima da média" poderia tramar um golpe com o objetivo de evitar a cadeia e, no fim das contas, correr um risco maior de ser preso.
Via Folha de São Paulo