Tudo Bem
28 de Fevereiro de 2014, 17:23 - sem comentários ainda
"Hoje eu não consigo mais me lembrar
De quantas janelas me atirei
E quanto rastro de incompreensão
Eu já deixei
Tantos bons quanto maus motivos
Tantas vezes desilusão
Quase nunca a vida é um balão"
De quantas janelas me atirei
E quanto rastro de incompreensão
Eu já deixei
Tantos bons quanto maus motivos
Tantas vezes desilusão
Quase nunca a vida é um balão"
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Lula: Por que o Brasil é o país das oportunidades
26 de Fevereiro de 2014, 22:00 - sem comentários aindaRui Falcão, Padilha e Lula Lançamento da Caravana Horizonte Paulista. Foto: Ricardo Stuckert. |
Passados cinco anos do início da crise global, o mundo ainda enfrenta suas consequências, mas já se prepara para um novo ciclo de crescimento. As atenções estão voltadas para mercados emergentes como o Brasil. Nosso modelo de desenvolvimento com inclusão social atraiu e continua atraindo investidores de toda parte. É hora de mostrar as grandes oportunidades que o país oferece, num quadro de estabilidade que poucos podem apresentar.
Nos últimos 11 anos, o Brasil deu um grande salto econômico e social. O PIB em dólares cresceu 4,4 vezes e supera US$ 2,2 trilhões. O comércio externo passou de US$ 108 bilhões para US$ 480 bilhões ao ano. O país tornou-se um dos cinco maiores destinos de investimento externo direto. Hoje somos grandes produtores de automóveis, máquinas agrícolas, celulose, alumínio, aviões; líderes mundiais em carnes, soja, café, açúcar, laranja e etanol.
Reduzimos a inflação, de 12,5% em 2002 para 5,9%, e continuamos trabalhando para trazê-la ao centro da meta. Há dez anos consecutivos a inflação está controlada nas margens estabelecidas, num ambiente de crescimento da economia, do consumo e do emprego. Reduzimos a dívida pública líquida praticamente à metade; de 60,4% do PIB para 33,8%. As despesas com pessoal, juros da dívida e financiamento da previdência caíram em relação ao PIB.
Colocamos os mais pobres no centro das políticas econômicas, dinamizando o mercado e reduzindo a desigualdade. Criamos 21 milhões de empregos; 36 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza e 42 milhões alcançaram a classe média.
Quantos países conseguiram tanto, em tão pouco tempo, com democracia plena e instituições estáveis?
A novidade é que o Brasil deixou de ser um país vulnerável e tornou-se um competidor global. E isso incomoda; contraria interesses. Não é por outra razão que as contas do país e as ações do governo tornaram-se objeto de avaliações cada vez mais rigorosas e, em certos casos, claramente especulativas. Mas um país robusto não se intimida com as críticas; aprende com elas.
A dívida pública bruta, por exemplo, ganhou relevância nessas análises. Mas em quantos países a dívida bruta se mantém estável em relação ao PIB, com perfil adequado de vencimentos, como ocorre no Brasil? Desde 2008, o país fez superávit primário médio anual de 2,58%, o melhor desempenho entre as grandes economias. E o governo da presidenta Dilma Rousseff acaba de anunciar o esforço fiscal necessário para manter a trajetória de redução da dívida em 2014.
Acumulamos US$ 376 bilhões em reservas: dez vezes mais do que em 2002 e dez vezes maiores que a dívida de curto prazo. Que outro grande país, além da China, tem reservas superiores a 18 meses de importações? Diferentemente do passado, hoje o Brasil pode lidar com flutuações externas, ajustando o câmbio sem artifícios e sem turbulência. Esse ajuste, que é necessário, contribui para fortalecer nosso setor produtivo e vai melhorar o desempenho das contas externas.
O Brasil tem um sistema financeiro sólido e expandiu a oferta de crédito com medidas prudenciais para ampliar a segurança dos empréstimos e o universo de tomadores. Em 11 anos o crédito passou de R$ 380 bilhões para R$ 2,7 trilhões; ou seja, de 24% para 56,5% do PIB. Quantos países fizeram expansão dessa ordem reduzindo a inadimplência?
O investimento do setor público passou de 2,6% do PIB para 4,4%. A taxa de investimento no país cresceu em média 5,7% ao ano. Os depósitos em poupança crescem há 22 meses. É preciso fazer mais: simplificar e desburocratizar a estrutura fiscal, aumentar a competitividade da economia, continuar reduzindo aportes aos bancos públicos, aprofundar a inclusão social que está na base do crescimento. Mas não se pode duvidar de um país que fez tanto em apenas 11 anos.
Que país duplicou a safra e tornou-se uma das economias agrícolas mais modernas e dinâmicas do mundo? Que país duplicou sua produção de veículos? Que país reergueu do zero uma indústria naval que emprega 78 mil pessoas e já é a terceira maior do mundo?
Que país ampliou a capacidade instalada de eletricidade de 80 mil para 126 mil MW, e constrói três das maiores hidrelétricas do mundo? Levou eletricidade a 15 milhões de pessoas no campo? Contratou a construção de 3 milhões de moradias populares e já entregou a metade?
Qual o país no mundo, segundo a OCDE, que mais aumentou o investimento em educação? Que triplicou o orçamento federal do setor; ampliou e financiou o acesso ao ensino superior, com o Prouni, o FIES e as cotas, e duplicou para 7 milhões as matrículas nas universidades? Que levou 60 mil jovens a estudar nas melhores universidades do mundo? Abrimos mais escolas técnicas em 11 anos do que se fez em todo o Século XX. O Pronatec qualificou mais de 5 milhões de trabalhadores. Destinamos 75% dos royalties do petróleo para a educação.
E que país é apontado pela ONU e outros organismos internacionais como exemplo de combate à desigualdade?
O Brasil e outros países poderiam ter alcançado mais, não fossem os impactos da crise sobre o crédito, o câmbio e o comércio global, que se mantém estagnado. A recuperação dos Estados Unidos é uma excelente notícia, mas neste momento a economia mundial reflete a retirada dos estímulos do Fed. E, mesmo nessa conjuntura adversa, o Brasil está entre os oito países do G-20 que tiveram crescimento do PIB maior que 2% em 2013.
O mais notável é que, desde 2008, enquanto o mundo destruía 62 milhões de empregos, segundo a Organização Internacional do Trabalho, o Brasil criava 10,5 milhões de empregos. O desemprego é o menor da nossa história. Não vejo indicador mais robusto da saúde de uma economia.
Que país atravessou a pior crise de todos os tempos promovendo o pleno emprego e aumentando a renda da população?
Cometemos erros, naturalmente, mas a boa notícia é que os reconhecemos e trabalhamos para corrigi-los. O governo ouviu, por exemplo, as críticas ao modelo de concessões e o tornou mais equilibrado. Resultado: concedemos 4,2 mil quilômetros de rodovias com deságio muito acima do esperado. Houve sucesso nos leilões de petróleo, de seis aeroportos e de 2.100 quilômetros de linhas de transmissão de energia.
O Brasil tem um programa de logística de R$ 305 bilhões. A Petrobras investe US$ 236 bilhões para dobrar a produção até 2020, o que vai nos colocar entre os seis maiores produtores mundiais de petróleo. Quantos países oferecem oportunidades como estas?
A classe média brasileira, que consumiu R$ 1,17 trilhão em 2013, de acordo com a Serasa/Data Popular, continuará crescendo. Quantos países têm mercado consumidor em expansão tão vigorosa?
Recentemente estive com investidores globais no Conselho das Américas, em Nova Iorque, para mostrar como o Brasil se prepara para dar saltos ainda maiores na nova etapa da economia global. Voltei convencido de que eles têm uma visão objetiva do país e do nosso potencial, diferente de versões pessimistas. O povo brasileiro está construindo uma nova era – uma era de oportunidades. Quem continuar acreditando e investindo no Brasil vai ganhar ainda mais e vai crescer junto com o nosso país.
Luiz Inácio Lula da Silva é ex-presidente da República e presidente de honra do PT.
Este artigo foi originalmente publicado no jornal Valor Econômico
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‘O Liberal’: falido
20 de Fevereiro de 2014, 6:28 - sem comentários ainda
Por Lúcio Flávio Pinto em Observatório da Imprensa.
Delta Publicidade, que edita o jornal O Liberal e faz parte do império de comunicação da família Maiorana, afiliado à Rede Globo de Televisão, continua a ser uma empresa falida que sobrevive não se sabe exatamente como. Seu patrimônio total (a soma de todos os bens e direitos) em 2011, o último exercício financeiro com balanço divulgado, duas semanas atrás, era de 135,6 milhões de reais. Já suas dívidas de curto e longo prazo totalizavam R$ 144,2 milhões, ou R$ 8,6 milhões acima de tudo o que a empresa dispunha, em dinheiro vivo, direitos a receber e bens patrimoniais tangíveis e intangíveis.
Nessa condição, mesmo que a Delta recebesse todos os seus direitos junto aos seus devedores e vendesse todos os seus bens pelo valor com que se acham contabilizados (e que, supostamente, é o que esses bens realmente valem, já que o ativo permanente é sistematicamente reavaliado, na forma da lei), ainda assim, o que ela arrecadasse seria insuficiente para pagar todas as suas dívidas. Ficaria devendo ainda R$ 8,6 milhões (que é o valor do Patrimônio Líquido Negativo). Trata-se, portanto, de uma empresa insolvente, ou falida.
A situação de insolvência é atestada no correspondente indicador de desempenho. Ao longo do período de sete anos, entre 2005 e 2011, o coeficiente de solvência da empresa jamais igualou a 1,0 (o mínimo admissível para caracterizar uma situação de solvência: um real disponível para cada real exigível da empresa).
O mais próximo que esse coeficiente chegou, do mínimo requerido, foi 0,99, alcançado em 2005. Daí em diante, o coeficiente de solvência apenas caiu, atingindo seu ponto mais baixo em 2010 e 2011, com 0,94 (isto significando que a empresa dispõe de, no máximo, R$ 0,94 de bens e direitos, para cada R$ 1,00 de dívida de curto e longo prazo).
Prejuízo acumulado
O mesmo cenário de insolvência se mantém quando analisada a situação da empresa do ponto de vista da liquidez geral (que difere da situação de solvência porque não computa o ativo permanente). A melhor condição foi registrada em 2006, quando foi verificada uma liquidez geral de 1,32. Nos anos seguintes a situação se deteriorou, caindo para 0,62 em 2010 e recuperando-se apenas ligeiramente, para 0,64, em 2011.
A condição se altera de forma dramática quando analisada a partir da ótica da liquidez corrente e da liquidez seca, conceitos contábeis que excluem os valores realizáveis e os exigíveis a longo prazo. Ambos os indicadores têm mantido uma saudável proximidade do padrão 1,0, sendo frequente a superação dessa referência. De 2005 a 2011, a liquidez corrente sempre se manteve superior a 1,0 (o que significa dispor de mais de R$ 1,00, em dinheiro vivo + direitos de curto prazo, para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo).
Isso acontece porque o endividamento da empresa está concentrado nas dívidas de longo prazo. Ao final de 2011, esse tipo de endividamento, no valor de R$ 106,9 milhões, representava nada menos que 74,1% do endividamento total, de R$ 144,2 milhões.
Ao longo de todo o período, de 2005 a 2011, o endividamento de longo prazo só fez crescer. Era de R$ 86,1 milhões em 2005. Passou para R$ 90,7 milhões em 2006; R$ 95,5 milhões em 2007; R$ 99,1 milhões em 2008; R$ 101,0 milhões em 2009; R$ 106,90 milhões em 2010; e, finalmente, R$ 106,91 milhões em 2011.
A evolução desse endividamento induz a duas conclusões.
A primeira conclusão: a empresa lida com credores extremamente compassivos, compreensivos, generosos e pacientes. Além de serem ricos, naturalmente, para não cobrar de volta esse dinheiro imobilizado. A empresa lhes deve mais de R$ 100 milhões, está insolvente e se revela cronicamente incapaz de melhorar seu desempenho, de modo a se capacitar para pagar o que deve. Nada disso abala a serena generosidade com que essas almas caridosas colocam mais e mais dinheiro nas mãos do mau pagador endividado.
A segunda conclusão é a de que, a despeito de tamanha boa vontade, parece estar se esgotando a generosidade, ou a capacidade financeira, ou as duas coisas, desses bondosos credores. Contrastando com que aconteceu nos anos anteriores, em que injetavam recursos na Delta Publicidade em escala de milhões (em 2010, foram R$ 5,8 milhões), em 2011 os credores de longo prazo concederam à empresa espantosos R$ 7mil (isto mesmo: tão somente sete mil reais), participando muito discretamente do financiamento do rombo de caixa. Teria secado a milagrosa fonte?
Se a resposta é positiva (não se sabe em que consiste essa fonte, talvez os próprios acionistas, embora seja impossível, com os dados disponíveis, saber de onde retiram esse dinheiro todo), a perspectiva será trágica. Repetindo o que ocorre há quase uma década, Delta Publicidade apresentou prejuízo tanto em 2010 (de 2,3 milhões de reais) quanto em 2011 (R$ 1,4 milhão), conforme seus dois últimos balanços, só agora publicados, com o atraso de sempre.
Ao final de 2011, o prejuízo acumulado pela firma da família Maiorana somava R$ 16,9 milhões, o que representa uma elevação de 11,2% em relação a 2005, quando o balanço patrimonial apontou um prejuízo acumulado de R$ 15,2 milhões.
Em 2011 o prejuízo final, de R$ 1,4 milhão, representou 2,1% da receita bruta. Esse é um dos melhores – ou “menos piores” – resultados de todo o período analisado, entre 2005 e 2011. Nesses sete anos, o melhor desempenho foi registrado em 2007, quando o prejuízo final equivaleu a 1,8% da receita bruta. O pior desempenho foi o de 2006, cujo prejuízo representou 7,1% da receita bruta. O negativo apurado em 2011 é 40% menor que o de 2010. Isso fez com que o crescimento do prejuízo acumulado, de 2010 para 2011, fosse de 3,0%, contra 5,3% no ano anterior.
Modelo esgotado
Como nos anos precedentes, em 2010 e 2011 a receita bruta da empresa revelou-se capaz de suportar apenas o custo bruto dos serviços e os impostos e contribuições sobre vendas (os “impostos indiretos”, que, aliás, são bem mais baixos que os vigentes para os demais setores da economia brasileira: pesando apenas 3,6% sobre a receita bruta da Delta). O prejuízo aparece a partir do momento em que são computadas as despesas operacionais, que consomem o equivalente a 40% da receita bruta, em média.
O resultado negativo foi minimizado em 2011 com uma substancial redução do custo bruto dos serviços. Em 2007, esse item atingiu seu ponto máximo, consumindo 81,0% da receita bruta (77,1% em 2006 e 64,2% em 2005). Nos anos seguintes, parece ter sido adotada uma política sistemática de redução do custo, que caiu para 79,6% da receita bruta em 2008, 73,6% em 2009, 61,6% em 2010 e, finalmente, 57,1% da receita bruta em 2011, o menor nível de custo em sete anos. Em comparação ao pico de 2007, a relação custo bruto dos serviços/receita bruta sofreu a redução nada desprezível de 29,5%.
O resultado financeiro líquido, que, nos anos anteriores, ajudou com uma discreta redução do prejuízo, não cumpriu essa função em 2010 e 2011. Em 2010, esse resultado foi mínimo (equivalente a apenas 0,8% da receita bruta). Em 2011 foi ainda pior: prejuízo R$ 935 mil, aumentando, em vez de diminuir o resultado negativo da empresa. Isto significa que a Delta está operando com custos financeiros crescentes, que superam as receitas financeiras que ela consegue produzir.
Os “outros resultados operacionais”, repetindo o ocorrido nos anos anteriores, continuam a ter repercussão mínima na formação do resultado global da empresa. Em 2010, essas operações produziram um prejuízo equivalente a 0,1% da receita bruta. Em 2011, o resultado final foi nulo.
Pelos dados do balanço, não há como reverter esse quadro trágico. Repetindo novamente o ocorrido em exercícios passados, a Delta Publicidade apresentou geração negativa de caixa em 2011. A geração bruta, de R$ 64,5 milhões, foi menor que o montante desembolsado a título de custos, despesas e tributos, no valor de R$ 65,9 milhões. O cotejo entre esses dois volumes já produz um resultado negativo de R$ 1,4 milhão.
Acontece que a Delta ainda teve que desembolsar mais R$ 5,5 milhões, aplicados no acréscimo de seu ativo (principalmente na concessão de créditos a clientes, e, possivelmente, a sócios – a empresa não detalha essas informações). O resultado disso foi uma geração negativa de caixa no valor de R$ 6,9 milhões, em 2011.
Nenhum desses dados constitui novidade na vida de Delta Publicidade. Coisa igual ou parecida aconteceu nos outros anos. A grande novidade, em 2011, foi o modo pelo qual a empresa dos Maiorana cobriu o fluxo de caixa descompensado. Nos anos anteriores, boa parte da deficiência de caixa era coberta pelo aporte de recursos fornecidos pelos credores de longo prazo.
Em 2011, eles proporcionaram à empresa somente modestos R$ 7 mil. Isso obrigou a Delta Publicidade a recorrer ao endividamento de curto prazo para cobrir seu caixa. Em 2011, o endividamento de curto prazo respondeu por nada menos que R$ 4,7 milhões, ou seja, 68,1% da deficiência de caixa, de R$ 6,9 milhões.
Para uma comparação: em 2009, o endividamento de curto prazo contribuiu para zerar a geração negativa de caixa com R$ 1,8 milhão, enquanto que os credores de longo prazo proporcionaram R$ 1,9 milhão, para o mesmo fim. A queda dessa participação para apenas R$ 7 mil é uma mudança e tanto. Esses credores não têm mais dinheiro? Alguém os impediu de manter essa fonte de hemorragia do seu patrimônio ou de outros negócios que possuem? Nada se sabe. Tudo é mistério nessa parte da história.
O restante do rombo de caixa foi coberto pela mobilização de saldo financeiro remanescente do exercício anterior (R$ 1,5 milhão). Da mesma maneira como em anos anteriores, o valor total se completa com um persistente e inexplicável “ajuste de exercícios anteriores” (a popular “conta de chegar”), agora no valor de R$ 656 mil.
Com os elementos fornecidos pelos balanços é impossível dizer se o ocorrido em 2011 é situação isolada ou uma tendência permanente. O esforço que a empresa realizou no sentido de reduzir seus custos, e de maneira tão acentuada (os custos caíram de mais de 80% da receita bruta, em 2007, para 57,1%, em 2011), parece indicar a segunda hipótese.
Se for isso mesmo, pode ser que tenha se esgotado o modelo de gestão que a Delta Publicidade manteve, sem alterações, ao longo de mais de dez anos. A empresa terá que desenvolver outra estratégia, ou enfrentará dificuldades cada vez maiores para garantir sua subsistência. Por enquanto, trata de esconder como pode esses números, além de dificultar seu entendimento.
Boa pergunta
É por isso que os dois últimos balanços, como os anteriores, foram publicados apenas no Diário Oficial e no irmão mais novo, o Amazônia. As contas não saíram em O Liberal, justamente o jornal de responsabilidade de Delta Publicidade – e o de maior prestígio e poder. Nele, todos os sete irmãos são sócios proprietários, junto com a mãe. No Amazônia, só os irmãos homens, Ronaldo e Romulo Maiorana Júnior.
Se O Liberal estivesse tão bem quanto sua propaganda apregoa, por que não publicar os balanços de sua própria empresa, exibindo-o para o público de maior poder aquisitivo e informação, que lê o jornal? O paradoxo indica o caminho da resposta – e do futuro.
***
Nova campanha
A ostensiva campanha do grupo Liberal contra o edifício irregular na orla da baía de Guajará surpreendeu o seu público. Os Maiorana são amigos dos donos da Engeplan e da Premium, que a sucedeu no empreendimento. São também aliados do senador Flexa Ribeiro, padrinho – por assim dizer – da obra.
Os Maiorana eram amigos dos donos da Freire Melo, mas também investiram contra ela, quando a esposa de um dos donos, da Receita Federal, impediu o contrabando do jatinho da ORM Air. Pelo mesmo motivo da nova campanha que estão promovendo (agora, ao menos, com uma causa justa): conflito de interesses comerciais. Quando a moeda cantante fala mais alto, tudo que a musa canta se torna secundário, supérfluo ou inaudível.
Romulo Maiorana Júnior quer vender os apartamentos do seu Maiorana Towers One. Para isso, promove a maior campanha de mídia da história de empreendimentos imobiliários no Pará (e, talvez, no Brasil, quiçá do mundo?). E sem pagar um tostão, o que explica a profusão de anúncios no jornal da família. Um tipo de iniciativa que podia ser classificada de concorrência ruinosa e provocar alguma ação na justiça para repor a isonomia ao mercado. Mas quem tem coragem para tanto?
O mote da comercialização da enorme torre de concreto é estar no “lugar certo”: “Você contempla a natureza e a natureza contempla você”, promete a peça publicitária.
E mais: “É impossível não se render às belezas de Belém e o Maiorana Towers One oferece para você a vista mais bonita da cidade: a Baía do Guajará, onde céu, terra e rio se encontram. As sacadas panorâmicas são um verdadeiro convite à contemplação da grandiosidade amazônica”.
Mas não, certamente, com o outro espigão de concreto no meio dessa visão idílica, avançando sobre a Baía numa posição única, sem concorrente. Se já está difícil vender os apartamentos do Maiorana Towers, mesmo com a propaganda inédita, ficará pior com aquela muralha transformando em propaganda enganosa a exclusividade proclamada pela propaganda.
***
Lúcio Flávio Pinto é jornalista, editor do Jornal Pessoal (Belém, PA)
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Comissão de Direitos Humanos volta a ser presidida pelo PT
19 de Fevereiro de 2014, 0:16 - sem comentários ainda"É lamentável que a CDHM não seja a primeira escolha de qualquer partido" |
Deixem-me contar para vocês um pouco dos bastidores da definição da presidência da CDHM da Câmara:
O PT (leia-se o líder da bancada) poderia escolher três comissões (sendo o primeiro partido a fazer a escolha porque tem a maior bancada). A princípio, escolheu a CCJC; depois, escolheu Seguridade Social e Família; e, por fim, a Comissão de Viação e Transportes. Durante o processo de escolha, o PP (que era o sétimo partido a fazer a sua escolha) abriu mão da CDHM em nome da Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público, frustrando as pretensões do fascista Bolsonaro (como se vê, o tipo foi derrotado até mesmo em seu próprio partido!).
A CDHM foi a 16ª a ser escolhida e o foi pelo PTB, que, sim, escolheu a comissão não porque se identifique com seu tema, mas porque viu, aí, a chance de utilizá-la como moeda de troca. O líder do PTB fez questão de deixar claro, na mesa do colégio de líderes, de que não se comprometeria a não colocar na presidência da comissão algum deputado fundamentalista ou contrário às minorias. Viu-se então que se estava diante de uma nova ameaça.
Nós os deputados engajados na luta e promoção dos DHs - incluindo os do PT (Nilmário, Erika, pe. Luiz Couto e pe. Tom - começamos a pressão. O líder do PT soube também da pressão externa e então avaliou que perder a CDHM para fascistas ou fundamentalistas seria um enorme desgaste para o partido em ano eleitoral; então, decidiu negociar com o PTB e fez a troca.
A CDHM volta a ser presidida pelo PT (Maravilha! E eu digo isso apenas levando em conta o trabalho de meus amigos e colegas Erika, Nilmário, Luiz e Tom). Mas é lamentável que a CDHM não seja a primeira escolha de qualquer partido (Uma pena o PSOL não ter bancada suficiente para participar da escolha das presidências das comissões)!
Jean Wyllys é Deputado Federal eleito pelo PSOL do RJ.
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Um golpe em câmera lenta contra a democracia na Venezuela
19 de Fevereiro de 2014, 0:02 - sem comentários ainda
Por Alfredo Serrano Mancilla*, no jornal argentino Página 12, via Agência Venezuelana de Notícias.
Encontrando no Escrevinhador Rodrigo Vianna.
A democracia, no sentido mais ambicioso, é a realização mais poderosa da década e meia de Chávez na Venezuela. Essa mudança de tempos trouxe a democratização dos direitos políticos, sociais e econômicos na Venezuela para todos, sem exceções ou exclusões.
Ele permitiu que o campo político, sem dúvida, avançasse para um novo eixo de pós-neoliberal e, sem vergonha, também defendeu a transição para o socialismo. Muitos riram de Chávez quando, após a queda do Muro de Berlim, foi determinado para se apropriar de uma proposta alternativa à ordem capitalista.
Essa proclamação não agradava “aqueles que governam o mundo” em meio à utopia neoliberal, mas mesmo assim ainda hoje existem mais de 60% de jovens que preferem um sistema socialista a qualquer outro. “Aqueles que governam o mundo” não querem também ouvir quando um organismo internacional credencia a melhoria significativa das condições sociais e econômicas da maioria na Venezuela ou o número de eleições vencidas por Chávez. Tudo isso incomoda muito aqueles que não aceitam a democracia, quando se perde dentro das regras do jogo político.
Desde que Chávez entrou na fase final de sua doença, tendo ganho as eleições em outubro de 2012, a guerra econômica foi instituído como ferramenta para desestabilizar, afetando os mais pobres com alta de preços e escassez.
A partir desse momento, sabendo das dificuldades do governo com a ausência física do grande líder Chávez, o setor empresarial privado, em um oligopólio constituído por interesses homogêneos, dedicou-se sem descanso para preparar uma tempestade perfeita, tentando derrubar um muro. Não o Muro de Berlim, mas a fortaleza que Chávez tinha construído com o seu povo.
A nova economia venezuelana – graças à recuperação de setores estratégicos, o estado das missões, a redistribuição da riqueza e inserção soberana no mundo multipolar – chegou a uma democratização vigorosa do consumo, a ser explorado pelo poder econômico privado.
Nessa situação, cada vez mais comum em países progressistas na América Latina, o rentismo importador que sustenta seu lucro em comprar fora para vender dentro aproveita a sua posição dominante para impor prejuízos o Executivo.
Essa guerra econômica é conduzida com a) formação de preços abusivos com práticas usurárias, b) criação de um mercado ilegal de dólares, e c) responsabilidade privada pela escassez. Assim, é construído um golpe contra a democracia em câmera lenta, como foi a tentativa de fazer das eleições municipais de dezembro um plebiscito contra Maduro . Tudo foi por água abaixo no momento em que o povo venezuelano ratificou apoio massivo para o modelo Chávez, que mesmo com suas falhas e desafios é, sem dúvida, o contrato social mais favorável e inclusivo possível.
De lá, os tanques de guerra começaram a considerar que o golpe de mercado não seria suficiente para convencer a sociedade que, apesar de ser muito consumista, é altamente politizada a favor do projeto de Chávez.
Sem ter claro se a divisão é real ou aparente, a oposição venezuelana começou a mostrar sinais de seu transtorno bipolar. Enquanto alguns estavam em silêncio, outros (liderados por Leopoldo López e Maria Corina Machado ) decidiram que era hora de ir para a saída de golpe.
A nova fórmula (ou talvez a mais original das fórmulas) é ” guerra econômica junto com guerra violenta de rua com as mortes necessárias” para tentar encenar um país instável e desgoverno.
Essa tática se apoiou, como de costume, no capital internacional disfarçado em meios independentes, pretende servir de base para definitivamente deslegitimar o presidente Maduro, que em pouco tempo conseguiu sair fortalecido dos todos os embates com os adversários.
No entanto, a Venezuela tem condições internas, subjetivas e objetivas, que permitem formar um muro de contenção contra o tsunami golpista. Um povo que acredita no projeto de Chávez e uma economia que, com déficits e defeitos, é muito forte em suas estruturas para continuar a transição para o socialismo.
Além disso, a Venezuela não está sozinha, como muitos querem ver na grande mídia internacional. Chávez semeou o sentimento latino-americano e os frutos são coletados agora. Argentina, Bolívia, Equador, Alba , Unasul, entre outros, têm rejeitado qualquer tentativa de golpe contra a democracia. É certo que o setor golpista, seja uma parte da oposição ou o conjunto, continuará tentando que não haja democracia na Venezuela, mas é justamente o seu povo democratizado e com o apoio da região que assegurarão a paz, impedindo que a doutrina golpista tenha seja bem sucedida.
* Alfredo Serrano Mancilla é PhD em Economia, Centro Estratégico Latino-americano de Geopolítica.
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Desamericanizar o mundo
18 de Fevereiro de 2014, 23:23 - sem comentários aindaSimpatizantes do movimento direitista norte-americano Tea Party protestam em frente ao Capitólio. |
Na coluna de Noam Chomsky, no UOL.
No último episódio da farsa de Washington que surpreendeu um mundo já confuso, um comentarista chinês escreveu que, se os Estados Unidos não podem ser um membro responsável do sistema mundial, talvez o mundo deva se "desamericanizar" --e se separar do "rogue state" [algo como "Estado fora da lei"] que é a potência militar reinante, mas que está perdendo credibilidade em outros domínios.
No último episódio da farsa de Washington que surpreendeu um mundo já confuso, um comentarista chinês escreveu que, se os Estados Unidos não podem ser um membro responsável do sistema mundial, talvez o mundo deva se "desamericanizar" --e se separar do "rogue state" [algo como "Estado fora da lei"] que é a potência militar reinante, mas que está perdendo credibilidade em outros domínios.
A fonte imediata do colapso de Washington foi um deslocamento brusco da classe política para a direita. No passado, os EUA às vezes eram descritos com ironia --mas não de forma imprecisa-- como um Estado de um partido só: o partido dos negócios, com duas facções chamadas democratas e republicanos.
Isso não é mais verdade. Os EUA ainda são um Estado de um partido único, o partido dos negócios. Mas só há uma facção: os republicanos moderados, agora chamados de novos democratas (como a coalizão do Congresso dos EUA se autodenomina).
Ainda existe uma organização republicana, mas há muito tempo abandonou qualquer pretensão de ser um partido parlamentar normal. O comentarista conservador Norman Ornstein, do American Enterprise Institute, descreve os republicanos de hoje como "uma insurgência radical ideologicamente extremada, que desdenha fatos e acordos e rejeita a legitimidade da oposição política": um grave perigo para a sociedade.
O partido está a serviço dos muito ricos e do setor corporativo. Uma vez que votos não podem ser obtidos com essa plataforma, o partido foi obrigado a mobilizar setores da sociedade que são extremistas segundo os padrões mundiais. A loucura é a nova norma entre os membros do Tea Party e entre uma série de outras pessoas fora das linhas convencionais.
O establishment republicano e seus patrocinadores empresariais esperavam usar esses setores como um bate-estacas no ataque neoliberal contra a população --para privatizar, desregular e limitar o governo, mantendo apenas aquelas partes que servem à riqueza e ao poder, como o exército.
O establishment republicano teve algum sucesso, mas agora descobriu que não pode mais controlar a sua base, para seu espanto. O impacto sobre a sociedade norte-americana, portanto, torna-se ainda mais severo. Um exemplo disso: a reação virulenta contra o Affordable Care Act, a lei de reforma da saúde, e a quase suspensão dos serviços do governo.
A observação do comentarista chinês não é totalmente nova. Em 1999, o analista político Samuel P. Huntington advertiu que, para a maior parte do mundo, os EUA estavam "se tornando um rogue state" e eram vistos como "a grande ameaça externa às suas sociedades".
Poucos meses depois do início do mandato de Bush, Robert Jervis, presidente da Associação Americana de Ciência Política, advertiu que, "aos olhos de grande parte do mundo, de fato, o Estado mais criminoso é hoje os Estados Unidos". Tanto Huntington quanto Jervis alertaram que esse rumo era insensato. As consequências para os EUA poderiam ser prejudiciais.
Na última edição da Foreing Affairs, a principal revista do establishment, David Kaye analisou um dos aspectos do afastamento de Washington do resto do mundo: a rejeição de tratados multilaterais "como se fosse um esporte".
Ele explica que alguns tratados são recusados de imediato, como quando o Senado dos EUA "votou contra a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência em 2012 e o Tratado de Proibição de Testes Nucleares (CTBT) em 1999".
Outros são rejeitados por inação, incluindo "temas como trabalho, direitos econômicos e culturais, espécies ameaçadas de extinção, poluição, conflitos armados, manutenção da paz, armas nucleares, leis relativas ao mar e discriminação contra as mulheres".
A rejeição das obrigações internacionais "cresceu tão arraigada", escreve Kaye, "que governos estrangeiros já não esperam a ratificação de Washington ou a sua participação plena nas instituições criadas pelos tratados. O mundo está seguindo adiante; leis são feitas em outras partes, com pouco (ou nenhum) envolvimento norte-americano".
Embora não seja nova, a prática de fato se tornou mais enraizada nos últimos anos, juntamente com a aceitação silenciosa da doutrina de que os EUA têm todo o direito de agir como um rogue state.
Para dar um exemplo típico, há algumas semanas as forças de operações especiais dos Estados Unidos prenderam um suspeito, Abu Anas al- Libi, nas ruas da capital da Líbia, Trípoli, e levaram-no para um navio da Marinha para ser interrogado sem advogado --nem direitos. O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, informou à imprensa que as ações são legais porque estão de acordo com a lei norte-americana e não fez qualquer comentário específico.
Princípios só são válidos quando são universais. As reações seriam um pouco diferente, é desnecessário dizer, se as forças especiais cubanas sequestrassem o famoso terrorista Luis Posada Carriles em Miami e o levassem a Cuba para ser interrogado e julgado de acordo com a lei cubana.
Tais ações são próprias dos rogue states. Mais precisamente, do Estado fora da lei que é poderoso o bastante para agir com impunidade: nos últimos anos, para continuar com a agressão à vontade, para aterrorizar grandes regiões do mundo com ataques de aviões não tripulados e muito mais.
E também para desafiar o mundo de outras maneiras, persistindo, por exemplo, em seu embargo contra Cuba apesar da longa oposição do mundo inteiro, exceto de Israel, que votou com seu protetor quando a ONU condenou novamente o embargo (188-2), em outubro.
Não importa o que o mundo pense, as ações dos Estados Unidos são legítimas porque dizemos isso. O princípio foi enunciado pelo eminente estadista Dean Acheson, em 1962, quando instruiu à Sociedade Americana de Direito Internacional que não há nenhum problema jurídico quando os Estados Unidos respondem a uma contestação de seu "poder, posição e prestígio".
Cuba cometeu esse crime quando revidou uma invasão dos EUA e em seguida teve a audácia de sobreviver a um ataque planejado para levar "os terrores da terra" a Cuba, nas palavras do conselheiro de Kennedy e historiador Arthur Schlesinger.
Quando os EUA conquistaram a independência, procuraram se juntar à comunidade internacional da época. É por isso que a Declaração de Independência começa expressando a preocupação com o "respeito apropriado às opiniões da humanidade".
Um elemento crucial foi sua evolução de uma confederação desordenada para um sistema unificado de "nação digna de tratados", nas palavras do historiador diplomático Eliga H. Gould, que observou as convenções da ordem europeia. Ao atingir esse status, a nova nação também ganhou o direito de agir como desejava internamente.
Pôde assim proceder em se livrar da população indígena e expandir a escravidão, uma instituição tão "odiosa" que não podia ser tolerada na Inglaterra, como o distinto jurista William Murray, conde de Mansfield, decretou, em 1772. A evolução da lei inglesa foi um dos fatores que impeliram a sociedade escravagista a fugir de seu alcance.
Tornar-se uma nação digna de tratados conferia, assim, múltiplas vantagens: o reconhecimento externo e a liberdade de atuar sem interferências internamente. O poder hegemônico oferece a oportunidade de se tornar um rogue state, um Estado fora da lei, desafiando livremente as leis e normas internacionais, enquanto enfrenta uma resistência cada vez maior no exterior e contribui para seu próprio declínio através de ações autodestrutivas.
Tradutor: Eloise De Vylder
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A insidiosa perseguição ao PT e aos Movimentos Sociais
18 de Fevereiro de 2014, 10:16 - sem comentários ainda
A perseguição insidiosa da grande mídia sobre o Partido dos Trabalhadores é ideológica. Esses veículos são os mais puros representantes do conservadorismo anti-popular.
Vértice estimuladora dos protestos contra a copa do mundo essa mesma mídia mudou de tom depois do episódio que vitimou tragicamente o cinegrafista da Rede Bandeirantes: Santiago Andrade.
Seguindo a velha toada engendrada pelo status quo, setores atrasados e conservadores do Congresso Nacional, como sempre de afogadilho, tentaram empurrar goela abaixo do país uma marota lei anti-terrorismo.
As forças de esquerda escaldadas pelo passado autoritário e excludente das elites brasileiras não embarcaram nessa. Nascida no intuito de punir as atitudes tresloucadas e criminosas dos Black Blocs, essa lei serviria depois para enquadrar os movimentos sociais, pondo em risco¸aí sim, o estado democrático de direito.
Claro que essa forma de atuação, - Black bloc-, cujo objetivo ostensivo é o ataque ao patrimônio público e privado, a promoção do caos e o impedir o ir e vir das pessoas é intolerável. Sem dúvida um ou outro ajuste na legislação penal bastaria para frear a dinâmica operacional desses arruaceiros de ocasião.
O que não se pode é usar da comoção social para que, espertamente, venha a velha mídia e seus arautos criminalizarem os verdadeiros e legítimos movimentos sociais.
Modismo de ocasião, essa tática Black Bloc, que usa de subterfúgios como máscaras para poder depredar e não ser reconhecido tem aparecido em várias partes do mundo, tendo pontificado na América Latina, notadamente, no Brasil, na Venezuela e na Argentina. Sempre se pondo do lado contrário das forças democráticas e populares, sob a roupagem da “negação da política”.
Enquanto pareceu útil e serviu para desgastar os governantes da chamada base aliada, essa tática era tolerada. Quando se percebeu que a imensa maioria da população brasileira não estava nessa, a mídia como comumente se diz “virou a chave”.
Escaldados por anos de lutas contra a tragédia social brasileira e a submissão pela exclusão das camadas mais pobres, a esquerda brasileira não se deixa enganar. Todos sabem que não se resolveria essa imensa disparidade de rendas e riquezas, que coloca o nosso país como uma das economias mais desiguais do planeta, em tão pouco tempo. A estrada é longa, por isso querer anarquizar com a copa do mundo, cavalgando falsos pretextos é jogar contra a imagem e os interesses da nação.
Toda a sorte de intrigas e calúnias é disparada sobre as forças de esquerda. Não se curvar aos ditames desse consórcio das classes dominantes é o que se deve fazer!
O circulo virtuoso do Brasil nos governos Lula e Dilma, nos quais tanto se investiu em políticas públicas de caráter social, esta deixando os recalcitrantes em polvorosa. Eles tentam iludir a população e não consegue. O estigma da derrota já bate à porta e pelo histórico golpista dessas forças todo cuidado é pouco!
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Puty é lançado candidato a governador do Pará
18 de Fevereiro de 2014, 6:00 - sem comentários ainda
Conforme o blog anunciou, foi realizado ontem, o evento que reuniu lideranças de tendências petistas favoráveis à candidatura própria do PT para as eleições para o governo do Estado.
Contrários à aliança eleitoral no Pará, já no 1º turno, com o PMDB, que conta com o apoio das maiores tendências que dirigem o PT no Estado, as pessoas presentes no evento lançaram o deputado federal Cláudio Puty, candidato a governador do Estado do Pará e este torna-se agora alternativa para decisão final que o PT-PA deverá tomar no Encontro Estadual do partido, previsto para acontecer no fim de Março.
Conheça a biografia do pré-candidato à governador do Estado do Pará:
Cláudio Puty foi eleito deputado federal, em 2010, com 120.881 votos na primeira vez que disputou uma eleição.
Na Câmara dos Deputados, é membro da Comissão de Finanças e Tributação, da qual foi presidente em 2011. Também atuou como membro suplente da Comissão de Defesa do Consumidor (2011) e da Comissão de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (2012).
Por sua destacada atuação em seu primeiro ano na Câmara dos Deputados, foi escolhido membro da Comissão Mista do Orçamento (CMO), sendo dentro dela indicado como relator da Receita Orçamentária.
Por iniciativa sua, foi a criada a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar os casos de trabalho escravo no Brasil, da qual é presidente.
Em 2012, foi premiado pelo Congresso em Foco como um dos 50 parlamentares mais atuantes do Congresso Nacional.
Formado em Economia pela Universidade Federal do Pará (UFPA) é professor da instituição desde 1995. Puty iniciou sua militância no movimento estudantil e atuou ao lado de lideranças populares do Partido dos Trabalhadores (PT).
Cursou mestrado e doutorado em Economia, no Japão e EUA, sem deixar de contribuir com os mandatos populares que se consolidavam no Pará.
Em 2007, com a vitória do PT para o Governo do Estado do Pará, assumiu a Secretaria de Governo, responsável, entre outras ações, pela captação de milhões em recursos para o estado por meio das obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
No governo, Puty dedicou atenção à juventude. Coordenou a implantação do Projovem Urbano para o estado, criou a Casa da Juventude e o Procampo e trabalhou pela aprovação da meia-passagem intermunicipal aos estudantes de todo Pará.
Em 2008, Puty assumiu a chefia da Casa Civil, liderando a articulação política do Governo. Sua gestão foi marcada pelo diálogo com os mais diversos setores da sociedade e dos movimentos sociais.
Puty também foi um dos responsáveis pelo resgate do Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará - IDESP, órgão que possibilita o planejamento de políticas públicas, otimizando recursos e melhorando a vida das pessoas. Foi ainda, presidente do Conselho de Administração do Banco do Pará – Banpará, onde trabalhou pelo fortalecimento da instituição como fomentadora do desenvolvimento do estado.
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Evento defenderá candidatura própria do PT para 2014
17 de Fevereiro de 2014, 5:23 - sem comentários ainda
Cerca de 1.300 pessoas foram convidadas pelo Facebook e até agora apenas 90 confirmaram presença, mas os organizadores da Plenária "Sou PT. Quero votar 13", esperam lotar o auditório da APPD – Associação Paraense das Pessoas com Deficiência e acumular apoio junto à militância petista para o lançamento de candidatura própria para as eleições de 2014 para o governo do Pará.
O evento é fruto da articulação de tendências petistas contrárias à aliança com o PMDB ( que prepara-se para lançar o ex-prefeito de Ananindeua, Helder Barbalho), na qual este receberá o apoio do PT para o governo e o PT terá como retorno o apoio do aliado nacional para a única vaga ao Senado Federal, até aqui combinada para que seja do ex-deputado Paulo Rocha.
O PT ainda não bateu o martelo sobre a tática eleitoral e o fará no fim de Março, mas as tendências majoritárias do partido já acenaram positivamente para consolidarem o acordo feito pela direção nacional petista com o PMDB, garantindo assim mais um Estado pedido pelo PMDB, para que este mantenha-se aliado na reeleição de Dilma.
Para muitos petistas, o que já não é fácil no cenário nacional, no Estado Estado do Pará se torna ainda mais difícil e o PMDB, que já teve apoio negado pelo PT no primeiro turno das eleições municipais de 2008 e só foi receber no 2º turno, observa com cuidado a movimentação de grupos minoritários, que conseguem convencer a base dos maiores grupos, de que a candidatura própria do partido é condição sine qua non para manter a coerência e o discurso petista de anos de luta contra as oligarquias empresariais e o fisiologismo na política.
A página do evento está aqui.
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PT homenageia família de Feliciana e cabo Hélio
17 de Fevereiro de 2014, 1:38 - sem comentários aindaPT entrega a comenda "Isa Cunha" aos familiares de Feliciana e Cabo Hélio. Foto: Lucivaldo Sena. |
Na festa de aniversário dos 34 anos do PT-Belém, realizada na última sexta-feira (14), o partido homenageou a família da militante Feliciana Mota, assassinada junto com seu marido, o sargento Hélio, da Polícia Militar. Ambos foram baleados durante a fuga de três assaltantes, na tarde do dia 07 de Novembro do ano passado.
O Cabo Hélio, como era mais conhecido, e Feliciana foram ícones da luta sindical dos policiais civis e militares do Estado do Pará e estavam sempre em busca de melhorias salariais e também das condições de trabalho para a categoria.
A família recebeu a comenda "Isa Cunha", entregue à lideranças do PT que destacam-se em sua militância partidária e contou com a presença de parlamentares, lideranças populares e dirigentes estaduais e municipais que compareceram à sede da Tuna Luso Brasileira, numa noite embalada por muitos encontros e debates sobre o futuro do partido na capital e no Estado do Pará.
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Dia do Repórter
17 de Fevereiro de 2014, 1:04 - sem comentários ainda
A maioria ganha pouco e trabalha duro para fazer com que a informação, por mais que muitas vezes seja manipulada pelos patrões, chegue ao povo.
E pra não adentrar mais em nenhuma polêmica, desta polêmica profissão, que eu tanto respeito e admiro, venho desejar meus parabéns aos profissionais.
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CPI do BRT investiga corrupção na obra da prefeitura
14 de Fevereiro de 2014, 13:51 - sem comentários ainda
DENÚNCIAS
Integrantes da CPI querem saber como foram pagos R$ 44 milhões
A Comissão Parlamentar de Inquérito do BRT realizou ontem a primeira reunião de planejamento de suas atividades, na sala vip da Câmara Municipal de Belém. A discussão se baseou no relatório do Tribunal de Contas da União, que aponta 50 irregularidades no processo licitatório das obras, na fonte orçamentária "não identificada" e no projeto original. A falta de outros documentaos gerou uma lista de solicitações a ser encaminhada a vários órgãos públicos do município, do Estado e da União. A comissão pedirá o projeto original do BRT às secretarias municipais de Urbanismo (Seurb), Planejamento e Gestão (Segep) e Finanças (Sefin), e à Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob).
Aos ministérios públicos Federal e Estadual, a comissão pedirá cópia das ações contra o processo licitatório, apresentadas à Justiça. Já ao Tribunal de Contas dos Municípios, os vereadores solicitarão o relatório de análise do processo. Quanto ao relatório do TCU, a documentação já está de posse da CPI. À Caixa Econômica Federal, serão requeridos os documentos referentes à reprovação do projeto inicial, quando houve solicitação de recursos pela Prefeitura de Belém. E será cobrada uma resposta do Ministério das Cidades em relação à manifestação do TCU, já que o projeto foi selecionado pelo PAC Mobilidade Urbana - Grandes Cidades, com solicitação de intervenção nos corredores da Avenida Almirante Barroso e Rodovia Augusto Montenegro, centro de Belém e Icoaraci.
Os vereadores não revelaram os nomes ligados à gestão anterior da Prefeitura de Belém que serão convocados a depor. A partir de hoje, os integrantes da CPI terão 15 dias para fazer a leitura dos documentos. Pelo regimento interno da Câmara, a comissão tem 60 dias para produzir um relatório sobre as denúncias, com possibilidade de prorrogação por mais 60 dias. O relatório final será apresentado ao Ministério Público.
Fonte: OLiberal.
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Mídia agora posa de vítima
12 de Fevereiro de 2014, 2:16 - sem comentários aindaArnaldo Jabor, comentarista da Globo: esses revoltosos de classe média não valem nem 20 centavos. |
Por Altamiro Borges* em seu blog.
Os barões da mídia têm muita flexibilidade tática. Eles são hábeis e rápidos. No início da “jornada de junho”, no ano passado, a mídia exigiu dura repressão contra os “vândalos” em luta pela redução da tarifa do transporte – no que foi prontamente atendida pelo tucano Geraldo Alckmin. Na sequência, diante da ampliação do movimento e da ausência de pautas bem definidas, ela tentou pegar carona nos protestos, impondo a sua agenda oposicionista. A expressão mais grotesca desta manobra se deu com Arnaldo Jabor. À noite, na TV Globo, ele disse que os jovens “não valem nem 20 centavos” e merecem porrada! Depois, na rádio CBN, do mesmo grupo, afirmou que os protestos eram “lindos”, mas orientou que eles deveriam ter eixo – contra o governo Dilma! Agora, diante da trágica morte do cinegrafista Santiago Andrade, da Band, a velha mídia usa a mesma tática marota!
Há várias semanas, os colunistas de aluguel dos telejornais, rádios, jornalões e revistonas pregam a volta das manifestações de rua. Nunca se viu tantos “revolucionários” por metro quadrado nas redações. Em editoriais, alguns jornais – como o Estadão – até aderiram ao movimento do “não vai ter Copa”. O noticiário diário é sempre negativo e joga na escandalização da política. Mesmo sabendo que muitos destes protestos de rua são acéfalos, sem direção ou bandeiras concretas, a mídia oposicionista faz alarde, dá roteiros, aposta na radicalização e prega o ódio aos partidos e aos movimentos sociais tradicionais. Num destes protestos, porém, um cinegrafista é morto barbaramente e covardemente! Os barões da mídia nem sequer fazem autocrítica da sua postura irresponsável. Tentam, novamente, tirar proveito do episódio, explorando um cadáver!
Apesar da pergunta completamente tendenciosa, Datena perde com placar que é uma goleada. |
Os editoriais de todos os jornais desta terça-feira (11) afirmam que a maior vítima desta tragédia foi a “liberdade de imprensa” e aproveitam para exigir maior repressão às manifestações de rua. A TV Globo, que estava tão excitada com os protestos “espontâneos”, usa preciosos minutos da concessão pública para exigir o endurecimento contra os manifestantes. Na segunda-feira, no Jornal Nacional, Willian Bonner, num tom grave e apocalíptico, afirmou que a morte do cinegrafista “foi uma atitude autoritária, porque atacou a liberdade de expressão; e foi uma atitude suicida, porque sem os jornalistas profissionais, a nação não tem como tomar conhecimento amplo das manifestações que promove”. Haja cinismo!
Diante da comoção criada na sociedade, governistas e oposicionistas, reféns crônicos da mídia, já falam até numa lei antiterror! A mesma mídia que criou o clima para os protestos “radicalizados” e sem direção, agora tenta tirar vantagem. Se o governo ceder, será tachado de autoritário. Se não retroceder na defesa da democracia, Dilma será acusada de leniente diante da violência dos “black blocs”. Os barões da mídia são realmente muito hábeis. Pena que alguns ativistas sociais sejam tão tacanhos e não percebem as manobras da direita nativa!
Altamiro Borges é jornalista, blogueiro e presidente do Barão de Itararé.
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Quem acreditou?
12 de Fevereiro de 2014, 1:35 - sem comentários aindaReceba atualização do Blog no seu email.
Faça uma dieta de leituras.
12 de Fevereiro de 2014, 0:38 - sem comentários aindaProtótipo do designer Tomislav Zvonaric sugere uma cama com espaço para colocar computador. |
Passar o dia inteiro nas redes sociais é tão saudável quanto viver à base de fast-food.
Por Danilo Venticinque, na Época.
O Facebook está insuportável hoje. Pelo menos foi isso o que um amigo me disse. Não duvido: com a quantidade de assuntos polêmicos em pauta, poucos resistem à tentação de entrar em debates acalorados e intermináveis sobre tudo. O advogado de bermuda, a comentarista descompensada, o Batman no Leblon. Quanto mais pitoresco o tema, maior parece ser a vontade de se debruçar sobre ele para escrever um post “definitivo”. Perdi a conta de quantas vezes sucumbi a essas armadilhas. Com a proximidade das eleições, elas devem se tornar cada vez mais frequentes. Tenho tentado não cair nelas. Estou de dieta.
Houve um tempo em que os pessimistas diziam que passaríamos o dia inteiro assistindo à televisão e não leríamos mais nada. Estavam errados. Ironicamente, nunca lemos tanto quanto hoje, nos celulares, tablets e na tela do computador. E, infelizmente, nunca lemos tão mal.
Nutricionistas costumam organizar os tipos de alimentos numa pirâmide. Na base estão os cereais, verduras e frutas que precisamos comer várias vezes ao dia. O meio é reservado às carnes magras e derivados do leite, que devemos comer com moderação. No topo, tudo aquilo que devemos evitar no dia-a-dia, como doces e carnes gordurosas.
Poderíamos fazer um gráfico semelhante com as leituras. Na base estariam os livros. No topo, as discussões vazias nas redes sociais. No meio ficariam os artigos e reportagens, online e offline. Alguns podem ser tão enriquecedores quanto um livro. Outros, tão superficiais quanto uma foto de um gato no Facebook.
Não é preciso levar o exercício mental muito adiante para perceber que nossa dieta anda péssima. As redes sociais tomam a maior parte do nosso tempo de leitura. Elas nos levam com frequência a blogs ou sites de notícias. Aproveitamos um texto ou outro, mas nos esquecemos da imensa maioria.
>> Outros textos de Danilo Venticinque
Aos livros, que teoricamente deveriam ser nossa principal fonte de leituras, reservamos apenas uma pequena fração do nosso tempo de leitura. Por acreditar que os livros exigem concentração e silêncio, preferimos nos distrair com textos irrelevantes o dia inteiro e deixar as leituras sérias para o dia seguinte ou para mais tarde, quando já estamos cansados de ler bobagens e mal aguentamos manter os olhos abertos. É como se tivéssemos um banquete à nossa disposição, mas nos entupíssemos de balas e cachorros-quentes antes de sentar à mesa.
O primeiro passo para mudar a sua dieta de leituras é reconhecer que aproveitamos muito mal nosso tempo. Vale repetir a pergunta proposta pelo escritor suíço Rolf Dobelli em seu livro A arte de pensar claramente: de todas as notícias e posts em redes sociais que você leu no último ano, quantos realmente fizeram diferença na sua vida? Minha resposta foi alarmante: apenas dois ou três posts em blogs e, com sorte, meia dúzia de reportagens. Nenhum post em redes sociais. Nada que justifique as dezenas de horas que dedico a essas leituras semanalmente. Quanto aos livros, lembro de todos os que li durante o período. Mesmo os que não gostei de ler me ensinaram algo. Era hora de mudar meus hábitos.
Seria um exagero abandonar o Facebook completamente, assim nenhum nutricionista que se leve a sério diria para alguém cortar os doces para todo o sempre. O mesmo vale para o fast-food da informação. As redes sociais nem sempre são prejudiciais. Basta usá-las com moderação e tirar algum proveito delas. Cada um sabe sua forma de aproveitá-las.
Desde que decidi fazer uma dieta de leituras, abandonei as discussões no Facebook e no Twitter. Em vez disso, tenho usando as duas redes para receber e compartilhar reportagens sobre literatura. Por falar em reportagens, também reduzi o tempo que dedico a elas. Jamais conseguiria ficar três anos sem ler notícias, como Dobelli ficou – especialmente na minha profissão. Mas descobri que posso sobreviver tranquilamente lendo somente as principais notícias do dia e assinando três ou quatro publicações essenciais para quem trabalha na minha área. O resultado? Além de conseguir mais tempo para os livros, não sinto a menor falta das polêmicas digitais.
Na próxima vez em que o seu Facebook estiver insuportável, não reclame dele. Feche a aba do navegador. Procure outras leituras. Se alguém insistir para que você diga algo sobre o assunto polêmico do dia, experimente a sensação libertadora de não ser obrigado a expressar sua opinião sobre tudo. Peça desculpas. Diga que está de dieta.
Danilo Venticinque escreve às terças-feiras
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