Paulo Rocha votou a favor do aumento para os ministros do STF, quem chama de golpistas. |
Por Carlos Mendes, no Ver-o-Fato
O Pará não dá sorte com seus senadores: quando eles não dão as caras em Brasília - e Jader Barbalho, reeleito, é o maior exemplo - para brigar pelos interesses do Estado, comparecem ao plenário e fazem o papelão que acabou de fazer o petista Paulo Rocha. Ele aprovou o aumento de 16,38% no salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) — que deve gerar um rombo de até R$ 6 bilhões para União e estados, segundo cálculos técnicos da Câmara dos Deputados. Outro paraense, Flexa Ribeiro (PSDB), não compareceu ao plenário para votar.
Dos oito senadores dos partidos que fecharam contra o aumento, apenas dois descumpriram a orientação partidária: Jorge Viana (PT-AC) também votou a favor do aumento, como Paulo Rocha. Os três senadores do PR, partido do senador Magno Malta — que já avisou que será ministro de Bolsonaro — votaram a favor de aumentar o salário dos ministros, assim como a maioria dos parlamentares de PSDB e MDB, do presidente Michel Temer.
No tucanato, apenas Ricardo Ferraço (PSDB-ES) divergiu da orientação do governo e votou contra o aumento. Os outros dez senadores da legenda presentes na votação disseram sim ao reajuste, entre eles Aécio Neves (PSDB-MG), José Serra (PSDB-SP) e Tasso Jereissati (PSDB-CE), ex-presidentes da legenda.
O DEM da deputada Tereza Cristina, indicada como futura ministra da Agricultura, ficou dividido na votação. Ronaldo Caiado (DEM-GO), governador eleito de Goiás, e Wilder Morais (DEM-GO), senadores que já declararam apoio explícito a Bolsonaro, votaram contra, conforme a orientação do presidente eleito. Além deles, Maria do Carmo Alves (DEM-SE) também rejeitou o aumento. Votaram a favor José Agripino (DEM-RN) e Davi Alcolumbre (DEM-AP).
Mesmo com a situação fiscal e as contas públicas nas cordas, o MDB do presidente Michel Temer orientou que sua bancada votasse a favor do reajuste de 16,38%. A maioria dos parlamentares seguiu a orientação partidária e votou a favor, com exceção de Roberto Requião (MDB-RS).
O senador Acir Gurgacz (PDT-RO), que cumpre pena em regime semiaberto por crimes contra o sistema financeiro nacional, estava presente no Plenário do Senado e votou a favor do aumento do salário dos ministros do STF. Gurgacz está preso na Penitenciária da Papuda, em Brasília, e por determinação do ministro do Supremo Alexandre de Moraes exerce o mandato durante o dia e retorna à prisão à noite.
Os que votaram a favor devem se beneficiar - assim como os que votaram contra - do reajuste aos ministros do STF, uma vez que o efeito cascata irá fazer com que seus salários também subam. Que nome você daria a esse tipo de oportunismo político? (Do Ver-o-Fato, com informações de O Globo, Folha e Estadão)
Veja a lista de quem votou contra ou a favor:
Votaram a favor do reajuste:
Acir Gurgacz (PDT-RO)
Aécio Neves (PSDB-MG)
Ângela Portela (PDT-RR)
Antonio Anastasia (PSDB-MG)
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)
Armando Monteiro (PTB-PE)
Ataídes Oliveira (PSDB-TO)
Cássio Cunha Lima (PSDB-PB)
Cidinho Santos (PR-MT)
Ciro Nogueira (PP-PI)
Dalirio Beber (PSDB-SC)
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
Edison Lobão (MDB-MA)
Eduardo Amorim (PSDB-SE)
Eduardo Braga (MDB-AM)
Eduardo Lopes (PRB-RJ)
Fernando Coelho (MDB-PE)
Garibaldi Alves Filho (MDB-RN)
Hélio José (PROS-DF)
Ivo Cassol (MDB-RO)
Jorge Viana (PT-AC)
José Agripino (DEM-RN)
José Amauri (Pode-PI)
José Medeiros (Pode-MT)
José Serra (PSDB-SP)
Otto Alencar (PSD-BA)
Paulo Bauer (PSDB-SC)
Paulo Rocha (PT-PA)
Raimundo Lira (MDB-PB)
Renan Calheiros (MDB-AL)
Roberto Rocha (PSDB-MA)
Romero Jucá (MDB-RR)
Rose de Freitas (PODE-ES)
Sérgio Petecão (PSD-AC)
Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Telmário Mota (PTB-RR)
Valdir Raupp (MDB-RO)
Vicentinho Alves (PR-TO)
Walter Pinheiro (Sem partido-BA)
Wellington Fagundes (PR-MT)
Zeze Perrela (MDB-MG)
Votaram contra a proposta:
Airton Sandoval (MDB-SP)
Cristovam Buarque (PPS-DF)
Fátima Bezerra (PT-RN)
Givago Tenório (PP-AL)
José Pimentel (PT-CE)
Lídice da Mata (PSB-BA)
Lúcia Vânia (PSB-G)
Maria do Carmo Alves (DEM-SE)
Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
Regina Sousa (PT-PI)
Reguffe (Sem partido-DF)
Ricardo Ferraço (PSDB-ES)
Roberto Requião (MDB-PR)
Ronaldo Caiado (DEM-GO)
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)
Wilder Morais (DEM-GO)
*O senador José Maranhão (MDB-PB) se absteve.
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