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Diógenes Brandão

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Protestos e uma morte marcam a entrega do PSM da 14, que completou 8 meses fechado para a população de Belém

25 de Fevereiro de 2016, 19:17 , por AS FALAS DA PÓLIS - | No one following this article yet.
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A tão esperada reabertura do Pronto-Socorro Municipal (HPSM) Mário Pinotti foi marcada por protestos e politicagem. No palanque, faltou povo, faltaram funcionários, os verdadeiros heróis que salvam vidas, muitas vezes colocando a sua em risco, tanto pelas falta de condições de trabalho, ou pela baixa remuneração, como vemos no PSM do Guamá, superlotado e parecido com hospitais de guerra, com pacientes jogados em todos os cantos, sem médicos regulamentados e demais servidores insatisfeitos com seus salários baixos e a falta de respeito por parte do prefeito. 

O evento foi marcado pela presença de vereadores da base aliada, secretários da prefeitura e do governo do Estado, com seus DAS´s, assessores e seguranças.

A proteção ficou por conta de centenas de guardas municipais e PMs que faziam a segurança do prefeito Zenaldo Coutinho e do governador Simão Jatene, que já não podem aparecer em público sem serem vaiados e presenciarem protestos e manifestação de servidores públicos e populares.

Nas redes sociais, muitas críticas e sátiras, como a que disparou: "Por pouco o PSM da 14 de Março, volta a atender só no dia 14 de março".


Funcionários denunciam que a prefeitura determinou a retirada de equipamentos do PSM do Guamá para que fossem feitas fotos e vídeos da entrega da reforma do PSM da 14. 

Em nota, o Sindicato dos Médicos do Estado do Pará revela como está o atendimento da população que precisa da rede pública de saúde municipal. Em resumo, se alguém não estiver morrendo, não procure a prefeitura, pois não será atendido.

Médicos fazem triagem no Guamá e Unidades de urgência.

Médicos da área de urgência e emergência de Belém concretizaram nesta quinta-feira o ato de protesto contra o caos instalado na saúde da cidade. Fazendo procedimento de triagem nos pacientes que chegavam ao Hospital do Guamá, eles só atenderam aqueles que realmente corriam risco de morte. A “triagem de advertência” foi uma reação à falta de providências por parte da gestão do município diante de reivindicações de médicos que vem sendo feitas desde o ano passado.

Idoso é encontrado morto no corredor do HPSM onde estava internado.
No HPSM do Guamá o movimento foi grande e dois médicos atenderam na triagem, sendo que os demais plantonistas permaneceram no atendimento interno. Dos nove casos com indicação de cirurgia atendidos pela manhã nenhum pôde ser operado. O centro cirúrgico do hospital só dispõe de um carro de anestesia, que foi levado para o HPSM da 14 hoje e a sala de cuidados pós-cirúrgicos estava com os leitos totalmente ocupados. Enquanto isso, pacientes esperam atendimento em corredores lotados ou em áreas abertas, expostos à sol e chuva.

Na UPA de Icoaraci a morte de uma criança gerou tensão no atendimento no horário da manhã. Um menino de sete anos, provavelmente com quadro de meningite, faleceu por volta das 8h na UPA. Ele tinha sido atendido na véspera e liberado após a aplicação de medicamento antitérmico. Retornou à noite com febre alta e manchas no corpo. Foi feito hemograma e os médicos seguiram os procedimentos normais solicitando a internação do menino, mas a central de leitos não respondeu à solicitação da UPA. A “triagem de advertência do atendimento” deve durar ainda até amanhã de manhã, totalizando 24 horas de mobilização. O Samu também funcionou só para casos com risco de morte. Foi registrada uma remoção numa Unidade de Suporte Avançado, que requer o acompanhamento de profissional médico.

Idoso é encontrado morto no corredor do HPSM onde estava internado.

A recomendação do Sindmepa é que os plantões sejam cumpridos normalmente, com a operação de triagem. “A triagem é um procedimento que deveria ser feito normalmente nas unidades e hospitais de urgência. Quem não for caso de emergência, deve ser encaminhado para a rede de unidades básicas, desafogando o atendimento nos hospitais, o que deveria ser feito rotineiramente”, explicou o diretor do Sindmepa, Waldir Cardoso.

Durante reunião com o prefeito de Belém, ontem, diretores do Sindmepa e médicos do Pronto Socorro do Guamá expuseram vários problemas vivenciados na área da urgência e emergência. Além da falta de estrutura, medicamentos e equipamentos, a Prefeitura não reajusta o valor dos plantões há 11 anos; os médicos não têm nenhum vínculo empregatício e o valor do salário base atualmente está abaixo do salário mínimo nacional.

Confira o vídeo que mostra pacientes que aguardam atendimento em um corredor ao ar livre tentando fugir da chuva.



Agora assista o vídeo institucional da prefeitura, onde tudo é bonito e maravilhoso e não mostra as manifestações de servidores públicos e populares, que vaiaram o prefeito Zenaldo Coutinho e o governador Simão Jatene, nem tão pouco as condições precárias do único Pronto Socorro Municipal (Guamá) que está atendendo toda a demanda dos que precisam de atendimento na rede de saúde pública em Belém.


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Fonte: http://diogenesbrandao.blogspot.com/2016/02/protestos-e-uma-morte-marcam-entrega-do.html

Diógenes Brandão