Por Diógenes Brandão
Não é de hoje que o conformismo contaminou parte da militância petista e tem feito com que práticas antes tidas como verdeiras heresias em outros partidos, sejam aceitas passivamente pelas hordas que um dia foram vermelhas e no decorrer do governismo, se tingiram com cores muito próximas do azul do PMDB.
O “Lulinha paz e amor” transformou partidos que outrora foram chamados por ele de picaretas, em base aliada na dita governabilidade e petista que foram escolhidos a dedo para assumirem cargos semi vitalícios na máquina estatal, assimilarem coexistência com tamanha pluralidade partidária, a tal ponto de não conseguirem se distinguir-se dos indicados por partidos como o PP, o PTB e o PMDB, por exemplo.
Parlamentares petistas já não eram mais vistos ao lado de sindicalistas e sim em hotéis de luxo e clubes sociais ao lado de garrafas de whisky com empresários financiadores de suas campanhas. Os carros e casas simples de outrora, foram paulatinamente sendo substituídos por pick-ups, mansões e sítios repletos de conforto. É um direito, né?!
No entanto, a gritante ostentação enterrou o discurso da simplicidade e de origem humildes, da que muitos vieram e que a teologia da libertação pregava como reflexo de honestidade e virtude. Esses valores fizeram com que muitos católicos ajudassem na fundação do partido, na década de 80, assim como intelectuais de esquerda, acadêmicos e sindicalistas.
Ah, os sindicalistas!
O que seria das lutas pelos direitos trabalhistas, sem o esforço e dedicação deles?!
Mas como ignorar a existência de uma casta que se encastelou nas direções de diversos sindicatos e há décadas não tem a carteira assinada por seus patrões, ou simplesmente não trabalham em suas funções, já que se revezam nos cargos da burocracia sindical que alimenta o carreirismo no setor?
O que seria das lutas pelos direitos trabalhistas, sem o esforço e dedicação deles?!
Mas como ignorar a existência de uma casta que se encastelou nas direções de diversos sindicatos e há décadas não tem a carteira assinada por seus patrões, ou simplesmente não trabalham em suas funções, já que se revezam nos cargos da burocracia sindical que alimenta o carreirismo no setor?
Mas o que estão fazendo ou irão fazer, os outros carreiristas do que atuaram nas empresas estatais e ministérios dos governos de Lula e Dilma?
Com o desembarque do governo federal comandado por golpista indicados por Temer e seus asseclas, assistimos pacificamente outros partidos cooptando lideranças petistas por uma ajuda de custo mensal. "As pessoas precisam sobreviver", dirão alguns. É verdade, mas e a Comissão de Ética, virou letra morta no PT?
Mas nem tudo está perdido!
Em Belém, por exemplo, cidade que experimentou 08 anos de gestão petista, com boas e más práticas, diga-se de verdade, há quem preveja que o fato do Partido dos Trabalhadores ter para estas eleições, uma pré-candidata mulher, promotora de justiça e reconhecida lutadora de importantes causas sociais, principalmente das minorias, faça com que a militância se levante espontaneamente para a defesa do legado positivo do partido e a sobrevivência política coletiva, ignorando por um tempo, o fato de que a atual direção partidária é inapta e não tem a mínima condição de conduzir processos que revitalizem o partido, que saiu derrotado nas eleições passadas, por pura incompetência dos que coordenavam a campanha de Alfredo Costa para a prefeitura, na trágica campanha eleitoral de 2012.
Um petista confidenciou ao blogueiro que escreveu este plangor, que o futuro será escrito pelas mãos de quem não se rendeu e ainda luta para ver o PT ser de fato o Partido dos Trabalhadores, sem enganação e muito menos traição.
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