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Diógenes Brandão

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April 3, 2011 21:00 , by Unknown - | No one following this article yet.
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A polícia política do PSDB, este é o ensaio de ditadura que temos

November 13, 2014 9:40, by Unknown


No Tijolaço.

Nos Estados Unidos, modelo de liberdade da direita brasileira, a esta hora, haveria um escândalo de dimensões incalculáveis.

Imaginem o The New York Times publicando que delegados do FBI envolvidos numa investigação sobre corrupção envolvendo ex-servidores públicos e parlamentares tornaram-se ativistas, nas redes sociais, de um partido político e de um candidato à Presidência?

Pois foi exatamente isso que aconteceu hoje, com a publicação do excelente trabalho da repórter Júlia Duailibi, no Estadão, que é claro, não agiu como faria o NYT e nem chamada de capa deu, colocando apenas em página interna.

“Delegados federais da Operação Lava Jato, força-tarefa que investiga o esquema de corrupção na Petrobrás envolvendo empreiteiras e partidos, entre os quais o PT, usaram as redes sociais durante a campanha eleitoral deste ano para elogiar o senador Aécio Neves, candidato do PSDB ao Planalto, e atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e sua sucessora, Dilma Rousseff, que disputava a reeleição.”

Vários, inclusive aquele que é o responsável pela apuração dos vazamentos, Maurício Grillo, de supostos grampos colocados na cela do doleiro Alberto Yousseff.

Formam, com outras pessoas, grupos de conspiração – aliás, sem muitos cuidados, tamanha a certeza de impunidade que lhes deu uma direção pusilânime na Polícia Federal e no Ministério da Justiça – alimentados por noticiário do qual são eles próprios as fontes criminosas, vazando verdades ou mentiras de um inquérito presidido por um juiz que não se importa com a divulgação seletiva de verdades.

Não poderia dar em outra coisa uma temporada de desgoverno no Ministério da Justiça, com dândi que, vaidoso, só cuida de “ficar bem na fita” para alcançar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal.

Meses atrás, um agente da PF surgiu nas redes sociais praticando tiro ao alvo com uma caricatura da Presidenta da República. Um rapaz que, do governo, do governo, ganhou licença para fazer cursos na Europa, ao lado de sua namorada, também agente da PF, viajou pelo Velho Mundo e lá se casou, com direito a lua de mel na paradisíaca Ilha de Santorini, tudo com fotos publicadas no Facebook, banhando-se em piscinas térmicas debruçadas sobre as montanhas e o Mar  Egeu.

Temos o pior dos horrores à democracia no Brasil: uma polícia política, é essa a inevitável conclusão.

Paga pelo Estado para atuar preferencial e inescrupulosamente contra os governantes eleitos.

Não estamos falando do compadrio de um delegado de política do interior com um prefeito de alguma cidadezinha.

Estamos falando da República e das instituições de um país de 204 milhões de habitantes.

Como é que um juiz digno iria proceder diante de “investigações” que se desenvolvem sob a direção de militantes virtuais do PSDB?

Como é que um Ministro do Supremo vai decidir sobre “delação premiada” a partir de um chamado “conjunto de provas”  com estas impressões digitais tucanas?

Já nem falo das providências que a direção da Polícia Federal e do Ministério da Justiça irão tomar.
Porque não irão tomar.

Talvez fosse melhor entregar logo a Polícia Federal ao delegado-deputado Marcelo Itagiba.
E transformar a Polícia Federal em departamento de serviços policiais do PSDB.

Leia aqui a matéria Delegados da Lava Jato exaltam Aécio e atacam PT na rede. 
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Alberto Cantalice: O destempero dos recalcitrantes

November 13, 2014 8:58, by Unknown


Alberto Cantalice é vice-presidente nacional do PT e coordenador de Redes Sociais do Partido.

Em artigo, dirigente critica o radicalismo de setores que questionam a legitimidade da vitória da candidata do PT.

O vice-presidente nacional do PT e coordenador de mídias sociais da legenda, Alberto Cantalice, critica, em artigo, o comportamento de setores que insistem em questionar a legitimidade da vitória democrática da presidenta Dilma Rousseff nas eleições.

Para o dirigente, queixas sobre a derrota eleitoral são comuns e justas numa democracia como a nossa, desde que não invadam as raias do radicalismo. “Pregar a volta da ditadura militar em flagrante desrespeito ao estado democrático de direito, é um pouco demais”, afirma.

Leia a íntegra o artigo publicado no site do PT:

“Inconformados com a derrota de seu candidato no último pleito presidencial, setores arcaicos e conservadores ensandecidos e com nítido comportamento fascistoide, resolveram “questionar” a legítima vitória nas urnas da candidata Dilma Rousseff.

Cavalgando uma aliança de segundo turno jamais vista nas disputas anteriores, mesmo assim foram derrotados.

A desilusão da derrota, fez despertar nesses setores instintos xenófobos e preconceituosos que se disseminaram pelas redes sociais tal qual rastilho de pólvora seca.

Comportamentos de viés elitista combinado com a falta de clareza e lucidez sobre a grandeza e as diferenças regionais brasileiras, criaram o caldo de cultura que envergonhou a grande maioria dos brasileiros.

A rua é pública - Purgar, deplorar, chorar e reclamar a derrota eleitoral nas ruas em uma nação democrática como a brasileira é justo e salutar. Pregar a volta da ditadura militar em flagrante desrespeito ao estado democrático de direito, é um pouco demais.

As forças democráticas e populares defendem o aprofundamento da democracia, e como tal devem repudiar toda e qualquer tentativa de retorno ao arbítrio que por duros 21 anos vivemos.

A sociedade brasileira vem avançando democraticamente, mesmo que em passos lentos. Sabemos que todo avanço causa um certo temor no conservadorismo pátrio.

Não à toa, fomos o último País do mundo a abolir a chaga da escravidão.

Não à toa a política de cotas nas universidades e no serviço público são tão combatidas.

Sem falar nas políticas de combate à miséria extrema, chamada por esses setores de “bolsa esmola”.

Resgatar e aprofundar os compromissos com os movimentos sociais. Avançar na luta contra a homofobia, o machismo e na pauta das mulheres. Apoiar as demandas indígenas, quilombolas e afins, será o antídoto justo e necessário para isolar os recalcitrantes.”

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Acredite se quiser: Há unidade e paz interna do PT

November 11, 2014 14:12, by Unknown - 0no comments yet

Eleito Senador do Pará, Paulo Rocha unificou seu grupo e o PT com seu mandato de 8 anos, conquistado por todos.

Passada a ressaca, o PT Pará e seus diretórios municipais, começando pelo de Belém, começam a reunir seus membros para fazerem a avaliação das eleições de 2014, que desta vez segue harmônica e cheia de companheirismo entre as tendências.

A Unidade na Luta, da qual o senador Paulo Rocha foi eleito, é a mais unida e feliz.

Há quem diga até que o clima entre seus dirigentes é tamanho, que nem o fato de não terem reeleito o seu deputado federal Miriquinho Batista e nem Alfredo Costa e Zé Maria, ambos deputados estaduais, não trouxe nenhum problema para a unidade interna do grupo, pois há quem diga que a vaga ao senado compensou o esforço de todos e por isso, todos satisfeitos com o mandato de 8 anos do presidente de honra do PT-PA, o qual deve estar muito feliz também por ter finalmente trazido paz ao seu grupo, o qual deverá fazer uma confraternização de fim de ano pra ninguém botar defeito.

Quanto ao PMDB, não se sabe até que ponto o clima de união da aliança desrte ano poderá ser mantido para 2016 e 2018. 

Alguns dizem que até 2º turno já é outra eleição, imagina outra eleição de fato!

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Doxa: O erro das pesquisas e o resultado eleitoral

November 10, 2014 17:30, by Unknown - 0no comments yet

Numa disputa acirrada, institutos de pesquisa divergiam quanto aos números da preferência do eleitorado.

Dornélio Silva é um dos cientistas políticos mais experientes em análises e pesquisas eleitorais do Estado Pará e também o responsável pela Doxa Comunicação, um dos quatro instituto de pesquisa que checaram a preferência do eleitorado local durante as eleições de 2014.

Mesmo tendo tido suas pesquisas para presidente e governador divulgadas pela Revista Época, Dornélio revela que foi prejudicado com a suspensão da divulgação de quatro pesquisas realizadas pelo seu instituto e duas semanas após o resultado das eleições 2014, destaca os principais elementos que interferiram no resultado eleitoral, entre eles, o erro do PT ao coligar-se com o PMDB e o fato de ter sido provocado a alterar o resultado de uma de suas pesquisas, o que ele rechaçou.

Como você avalia a campanha 2014?

Foi uma das campanhas mais acirradas e disputadas dos últimos pleitos da história do Pará. E é a primeira em que um político consegue um terceiro mandato no Pará. Também foi a primeira vez que Simão Jatene participa de uma campanha como candidato a reeleição. A primeira, quando ganhou, foi indicado e apoiado por Almir Gabriel (governador a época), depois de quatro anos quando defenderia seu mandato numa reeleição, não foi candidato, deu lugar a Almir Gabriel que foi derrotado por Ana Júlia; em 2010, Ana Júlia não consegue se reeleger e é derrotada por Jatene. Agora, sim, 2014 Jatene é candidato à reeleição. Ressalte-se que foi uma campanha atípica dentro de um Pará dividido (a primeira após o plebiscito que pretendeu dividir o Pará em três unidades federativas); além disso foi o confronto de dois grupos (econômico e de comunicação) que se debateram nesse processo. Os interesses eram grandiosos. Daí o acirramento intenso e o nível muito rasteiro da campanha.

O PSDB até poucos meses das convenções estava, praticamente, sem candidato. Muito em função da indefinição do governador Simão Jatene em não sair. Isso pode ter beneficiado o avanço do candidato Helder Barbalho?

Com certeza, só para exemplificar, em outubro de 2013 a Doxa fez uma pesquisa estadual em que Jatene estava 10 pontos a frente de Helder. De outubro até a decisão final de que Jatene, de fato, seria candidato à reeleição, aconteceu um vácuo de indecisão política no PSDB. “Jatene iria renunciar ao mandato pra disputar fora do cargo por que não concordava com o instituto da reeleição”; “Jatene não seria mais candidato”. Essa indefinição causou problemas internos ao PSDB e aliados, bem como entre apoiadores históricos ao PSDB. Nesse quadro nervoso, Helder Barbalho e seus aliados ocupam esse vácuo deixado pela indefinição tucana. E seu potencial de intenção de voto cresce. Helder e seus aliados começam a jogar sozinhos, sem concorrentes a altura. Quando as arestas internas do PSDB foram aparadas e Jatene define-se como candidato - o único que poderia enfrentar o avanço de Helder -, os aliados históricos, apoiadores de campanha Jatene animam-se, levantam-se e se preparam para luta eleitoral. O IBOPE apresenta sua primeira pesquisa estadual, indicando empate técnico entre os dois principais concorrentes (ligeira vantagem para Helder). Olhando o que a Doxa detectou em outubro/2013 significa dizer que Jatene estava recuperando o espaço perdido devido à sua indefinição, àquela altura, em ser ou não ser candidato. Já nas primeiras pesquisas do inicio da campanha na Região Metropolitana de Belém feitas pela Doxa já podíamos identificar essa recuperação de espaço. E já era possível perceber que o pleito seria, como foi, acirrado.

Depois de 20 anos fora do poder,  pela primeira vez o PMDB lança um candidato competitivo, antes eram apenas coadjuvantes. Como você analisa essa trajetória do partido ou melhor a volta da oligarquia Barbalho do poder estadual?

Ao longo de 16 anos, o PMDB transformou-se num partido estritamente parlamentar, isto é, fazer o maior número de deputados estaduais e federais para, depois, com quem tivesse no governo, ter o poder de barganha e negociar o poder: fazer parte do poder através de negociações de cargos no executivo. Aqui no Pará, após a derrota de Jader para Almir Gabriel em 1998 (primeira reeleição no Pará), o PMDB não lançou mais nenhum candidato competitivo,  apenas coadjuvantes, para cumprir tabela e ter espaço para os candidatos ao legislativo. Em 2002 disputam Jatene, Maria do Carmo e o PMDB lança Rubens Nazareth; em 2006 disputam Almir e Ana, e o PMDB lança José Priante; em 2010, reeleição de Ana Júlia, PMDB lança Domingos Juvenil. Na ALEPA, o PMDB era decisivo para a aprovação de projetos do executivo. Tinha que haver negociação, e essa negociação passava necessariamente pelo PMDB. É a questão da governabilidade. Nos governos de Ana Júlia e Jatene o PMDB obteve seus 30% de participação. Depois foram rompidos os acordos e o PMDB volta a oposição ferrenha. 

Dois anos antes da eleição para o executivo estadual, o PMDB lança um experimento: Helder Barbalho que, após sua saída da Prefeitura de Ananindeua, ficou fazendo exclusivamente política no Estado. No segundo semestre de 2013 avaliou-se que esse experimento poderia dar certo. A candidatura Helder tornou-se fato, ganhou envergadura competitiva. Agora não era mais nenhum coadjuvante do PMDB disputando uma eleição, era o filho de Jader Barbalho que não fez sombra para nenhuma das possíveis lideranças que se apresentaram durante esses anos todos. Portanto, se apresentava aos paraenses uma eleição disputadíssima, tanto que não tivemos nenhuma terceira candidatura competitiva que pudesse ser a alternativa àqueles eleitores que não queriam Helder Barbalho e nem Simão Jatene.

Apesar de ser um jovem de 35 anos, já com um bom currículo político, Helder carrega a marca Barbalho (para uns amado, para outros odiado). Em uma ampla pesquisa realizada em outubro/2013, uma das variáveis era a seguinte: “o fato de Helder ser filho de Jader Barbalho, isso aumenta, diminuiu ou não interfere na sua vontade de votar em Helder?” – 30% afirmaram que diminuía a vontade de votar. Essa era a rejeição de Helder enraizada no seio do eleitorado pelo fato de ser filho de Jader.

Aliança PMDB/PT, como você avalia essa composição?

Uma aliança um tanto quanto esdrúxula, isto é, incomum para o PT que já foi governo no Pará e que tinha uma presidente da República disputando uma reeleição. O PT como um partido de movimentos sociais e sindicais, com grandes lideranças políticas, aqui no Pará se acachapou muito às ordens palacianas. Poderia seguir o curso normal das regras do nosso sistema eleitoral, lançando candidato no primeiro turno, pensando na negociação do segundo. Se o PT, mesmo com o desgaste de Ana Júlia, tivesse lançado candidato próprio teria, em tese, seus 20% de voto no estado. E, possivelmente, poderia ser muito mais favorável a Helder do que os dois saírem abraçados desde o primeiro turno.

Além de se coligar com os Barbalhos, adversários históricos, o PT teve que engolir o DEM (Democratas) na aliança, descaracterizando por completo os ideais petistas. No entanto, o PT ganhou o senador, Paulo Rocha, que fazia parte do acordo eleger um senador, Helder e Dilma. Cumprido uma parte do acordo, no segundo turno houve uma retração petista, principalmente no oeste do Pará, onde houve campanha pelo voto nulo para governador. Essa aliança causou estragos no parlamento ao PT que diminuiu consideravelmente sua bancada em nível estadual e federal, bem como o quantitativo de votos em relação aos outros pleitos. Dos 8 deputados que o PT tinha na ALEPA, elegeu apenas 3; por outro lado, o PMDB que tinha 8 deputados, manteve o mesmo quantitativo. Na Câmara Federal, o PT que tinha 4 deputados caiu pra dois; o PMDB, tinha 4, perdeu o Wladimir para o SD e elegeu agora três. 

A questão do Plebiscito que veio em pauta na campanha modificou algum cenário já estabelecido?

Foi a primeira eleição pós-plebiscito para governador em que podemos ver as consequências do dia 11 de dezembro de 2011: Aconteceu uma eleição dentro de um Pará, na prática, dividido em três unidades federativas. Podemos afirmar que a eleição para governador foi plebiscitária. Evidente que esse tema viria a tona nessa campanha, não restava dúvida. Era a carta na manga de um e de outro lado. O eleitor paraense, especialmente do Oeste e Sul/sudeste, já sabiam do posicionamento de Jatene em relação ao plebiscito. 

Na campanha do plebiscito, o governador foi à TV defender a NÃO divisão. Então estava clara sua rejeição nas duas regiões emancipacionistas. E forte aceitação na região do Pará remanescente. Do lado do Helder não se tinha essa definição clara, parecia nublada. Para amenizar esse impacto negativo, os dois competidores principais buscaram seus vices nessas regiões: Helder buscou Lira Maia, líder separatista do Tapajós; e Jatene Zequinha Marinho, do Carajás. 

Para instigar a lembrança do plebiscito, panfletos contra Jatene foram divulgados nas duas regiões emancipacionistas; assim como filmes de TV foram divulgados às vésperas das eleições, mostrando Helder a favor da divisão. 

A Doxa fez uma pesquisa na Região Metropolitana em que buscava avaliar essa situação: 85% dos eleitores da RMB eram contra a divisão; e 42% consideravam o candidato Helder a favor da divisão; Jatene apenas 10% o consideravam a favor da divisão. Portanto, aqui tinha um ingrediente favorável ao marketing da campanha de Jatene: pré-disposição dos eleitores em acreditar que Helder era a favor da divisão. 

No primeiro turno Helder saiu na frente com diferença de 50 mil votos. Não seria uma tendência de repetir os votos no segundo turno?

Segundo turno é outra eleição. Alguns analistas afirmam que houve uma reversão de expectativa e que o instituto de Pesquisa que tendia a vitória de Helder não errou, porque houve essa reversão de expectativa. Se isso fosse verdade, os demais institutos de pesquisa que estavam realizando pesquisas de campo e publicando seguiriam essa mesma lógica, mas não, afirmavam a tendência de vitória de Jatene. O instituto que dava vitória pro Helder não soube fazer a fotografia correta da realidade naquele momento. Errou. 

O mais simples observador da arena política podia perceber que era uma eleição disputadíssima e que o ganhador tanto do primeiro, quanto do segundo turno ganharia com diferenças pequenas. 

Veja o seguinte: no primeiro turno, a diferença pró Helder foi de apenas de 1,4 pontos, o que significou em torno de 50 mil votos. Ora, a tendência normal era que esse acirramento continuasse no segundo turno. Mesmo porque não tivemos nenhuma terceira candidatura competitiva, ou mesmo, que tivesse em torno de 10 pontos percentuais, por exemplo, no primeiro turno. O que poderia demandar uma conquista dos votos dessa candidatura, mas não houve. Tivemos dois candidatos em polarização no primeiro turno, e esses dois candidatos passaram para o segundo turno. Portanto, a tendência era de continuar esse embate ferrenho, isto é, quem votou em Jatene continuar votando em Jatene; quem votou em Helder continuar votando em Helder. Para um ou outro crescer a luta tinha que ser campal: um tirando voto do outro, olho no olho. 

Mas você não acha que o Governo usou a máquina para funcionar e por isso virou e ganhou a eleição?

Em todas as eleições em que o incumbente (governador, prefeito ou presidente) defendem seu mandato numa reeleição, e que saem vitoriosos, o que perde no segundo turno, traz à arena de discussão o fato do uso da máquina pública, e que “forças ocultas” operaram durante a semana que antecedeu ao pleito. A máquina governamental não pára de funcionar, mesmo com a eleição. O governo tem que governar. Os atores políticos governamentais são o Governador, seus secretários, diretores, funcionários de baixo e alto escalão, todos entram no jogo, defendendo o interesse de quem está no poder, evidentemente. 

O voto desses milhares de funcionários que fazem a máquina funcionar é extremamente racional, isto é, estão defendendo, principalmente, os seus interesses. Então, vão fazer essa máquina funcionar a seu favor e de seus familiares, óbvio. É uma rede com capilaridade estrondosa que está espalhada em todo o estado em suas mais variadas formas. Em cada município tem a presença do estado.

O governador só perde uma reeleição se ele estiver muito mal avaliado, mesmo assim, este mal avaliado ainda passa pro segundo turno. Exemplo claro tivemos na eleição de 2010. Um ano antes da eleição fizemos uma pesquisa, detectamos que a avaliação negativa do governo de Ana Júlia ultrapassava aos 70%. Ali já detectávamos a dificuldade da reeleição de Ana. 

No entanto, a governadora disputou a eleição, passou para o segundo turno. E do primeiro para o segundo turno ela cresceu, ainda, 7 pontos percentuais. Mas não conseguiu votos suficientes para derrotar Jatene. Funciona de uma outra forma também: um gerente da Caixa em Belém, ao finalizar o atendimento de uma jovem que havia se inscrito no FIES, ao final falou: “torça para que a Dilma ganhe, ao contrário vocês vão perder esse financiamento”. A moça ficou apavorada, chegou em sua casa foi pedindo pra mãe, avó, irmãos, parentes e aderentes pra votarem em Dilma.

Mas você não acha que os aliados da candidatura Helder não ajudaram a manter ou mesmo aumentar as intenções de voto em Belém e região metropolitana, especialmente Jeferson Lima?

Veja uma coisa, nessa eleição rigidamente polarizada, os apoios não tiveram peso necessário que pudesse mudar o rumo do pleito. Os candidatos perdedores tiveram pouco menos de dois por cento dos votos, pouco significativo. 

Eram votos tão insignificantes que num segundo turno se diluiriam entre os demais. Os apoios são mais pra dar a impressão de que este candidato está recebendo apoio mais do que o outro, e ai é feita a espetacularização na TV, rádio, etc., mas isso não significa voto

Por que veja o seguinte: ninguém detém o poder de controle do voto do outro. O voto de cabresto não existe mais. Quando uma pessoa vota no primeiro turno, e seu candidato perde, essa pessoa já fez sua obrigação em votar naquele candidato, agora está livre e desimpedida pra votar em quem quiser. O mais significante apoio, em tese, foi de Jeferson Lima, candidato ao senado, que obteve mais de 700 mil votos. E sua maior votação foi na região metropolitana, especialmente Belém, onde Helder perdeu com uma diferença de 17% dos votos. 

Essa era a aposta, isto é, Jeferson tentar transferir parte dessa votação a Helder pra diminuir ou suplantar a diferença do primeiro turno. 

Acontece que o radialista já entrou queimado ao declarar apoio a Helder. Pela manhã estava na TV declarando apoio a Jatene, e a noite declarando apoio a Helder. O anti-político e pop star tupiniquim, com essa atitude, caiu na vala comum dos políticos, igualou-se à imagem ruim que tem os políticos de maneira geral. O diferente tornou-se comum. Passou a imagem de “vendido”, “traidor”, “sem confiança”.  

Ao invés de Jeferson somar votos a Helder, tirou-lhe votos. É só verificar a estatística da eleição em Belém. Enquanto a diferença no primeiro turno foi de 17%, no segundo turno essa diferença subiu para 26%.

A Doxa foi muito perseguida tanto no primeiro quanto no segundo turno, porque aconteceu isso? Como você explica e a quem atribuiu essa perseguição?

É importante observarmos essa situação para entendermos a participação e o poder de alguns atores nesse campo jurídico: juízes auxiliares, advogados, promotores, isto é, o próprio TRE. 

Tudo começou depois que a Doxa foi contatada através de um  interlocutor para fazer uma pesquisa e publicar no Diário do Pará. O resultado vindo de campo não foi favorável a Helder Barbalho. Em função disso, o interlocutor queria que a Doxa mudasse o resultado. 

Na pesquisa Jatene ficou com 41% e Helder com 38%. Queriam apenas que a Doxa invertesse os resultados. Como não aceitamos, em hipótese alguma, tivemos um prejuízo de R$ 25.000,00. E como tínhamos uma pesquisa atualizada, resolvemos publicar no blog da Doxa e de alguns blogs amigos como do Diógenes Brandão, Hiroshi Bogea, Jeso Carneiro e Manoel Dutra. Depois outros veículos pegaram e foram publicando, óbvio. 

A partir de então, a Doxa tornou-se persona non grata à coligação “Todos Pelo Pará”. 

Não conseguimos mais publicar nossas pesquisas. Parecia que havia um complô, algo combinado: quando registrávamos uma pesquisa, os advogados da coligação entravam com o pedido e só caia na mão de um juiz auxiliar, muita coincidência. Chegamos a ser manchete de capa do Diário do Pará como se fossemos criminosos. O MPE, através do dr. Alan Mansur, depois de “investigado o crime eleitoral” mandou arquivar o processo. Mas até hoje o juiz não deu a sentença. 

No segundo turno conseguimos publicar uma pesquisa. Havia sido feito um acordo entre os advogados das duas coligações de que “ninguém impugna ninguém, deixa o mercado regulamentar”. Era a decisão mais sábia até então. Só que esse acordo não foi cumprido na última pesquisa Doxa. As 19:20hs do dia 24, sexta, o juiz induzido pelas justificativas dos advogados da coligação Todos Pelo Pará acata e manda suspender a publicação da pesquisa. 

Sabíamos que o Diário do Pará viria já na edição de sábado com pesquisa com números alarmantes, querendo ficar sozinho no pleito, passando apenas sua verdade, passando ao eleitor como fato consumado a eleição de Helder; e que essa mesma pesquisa viria repaginada no domingo, dia da eleição. 

Diante dessa situação, o jornal O Liberal publica a pesquisa da Doxa do domingo anterior, como forma de contrapor ao Diário, e dizer para o eleitor que ele merecia outra informação para tomar sua decisão no dia seguinte. A pesquisa Doxa finalizada na sexta deu 51,3% Jatene e 48,3% Helder (votos válidos). 

Essa era a verdade que o Diário do Pará não queria saber.

Como você explica essa tamanha disparidade entre os dados dos institutos de pesquisa nessa campanha?

Se for observar bem, a disparidade era de um instituto com os demais. O Jornal Diário do Pará que publicava a pesquisa que dava sempre o Helder na frente dizia que a metodologia da pesquisa era domiciliar. No entanto, analisando a metodologia e o questionário detectamos que os pesquisadores pegavam apenas o telefone do entrevistado. Ora, se é domiciliar, obrigatoriamente tinha que constar no questionário endereço do entrevistado para que se pudesse checar com maior precisão. Sendo assim, deduzo que o método aplicado foi em fluxo (feiras, praças, pontos de maior movimentação nas cidades, etc). E quando a pesquisa é feita por esse método (fluxo) a amostra tem que ser, obrigatoriamente, grande. Caso contrário corre um risco de pegar bolsões de um candidato apenas. 

O Datafolha aplica essa metodologia de pesquisar em fluxo. Quando em nível de Brasil o Ibope pesquisa 3.000 pessoas (método domiciliar), o Datafolha entrevista 9.000. Outro fator que pode ser observado é que vivemos uma eleição atípica (pós plebiscito), onde tínhamos regiões, praticamente, fechadas com um ou outro candidato. Então, tínhamos que saber selecionar bem os municípios da amostra. E isso implicava em aumentar a amostra e o números de municípios para que pudéssemos obter a fotografia correta do pleito.

No segundo turno essa situação ficou bem clara para desenhar esse plano amostral, já que tínhamos a votação de cada candidato por município. Então, conseguimos fazer uma análise dos planos amostrais dos 4 principais institutos de pesquisa que estavam publicando no Pará: Ibope, Iveiga, Doxa, BMP. O Ibope trabalhou com 43 municípios, BMP com 45, Doxa com 51 e Iveiga com 24. Comparamos os votos obtidos por Jatene e Helder em cada plano amostral de cada instituto e ao final, evidentemente, mostrava o resultado. Ibope, Doxa e BMP deram resultados iguais, 51% Jatene e 49% Helder. O único que deu diferente foi do Iveiga, dando vantagem a Helder Barbalho. Por essa análise já poderíamos detectar que a disputa seria voto a voto. Mas a vantagem que o estudo mostrou do Iveiga nunca foi de 12,5 pontos em favor de Helder.

A estratégia do Diário do Pará e todo o grupo de comunicação era passar a ideia de Helder como fato consumado, utilizando-se de pesquisa para induzir, manipular o eleitor. 

Qual é a expectativa para o novo governo Jatene?

O grande desafio de Jatene nesse seu terceiro mandato vai ser: ter programas para governar, na prática, para três estados: Governar um Pará dividido. Passada a eleição, é hora de o governo governar e também é chegada a vez de a oposição fazer oposição. O sucesso do sistema político depende de governo e oposição. Neste momento, torcer pelo Pará é desejar que os dois lados, o vencedor e o derrotado de 2014, cumpram seus respectivos papéis, realizem o que deles se espera.

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Até onde vai a culpa e a omissão do governador em combater as milícias no Pará?

November 7, 2014 17:47, by Unknown - 0no comments yet

Em coletiva, Simão Jatene, ressaltou o rigor no trabalho de investigação feito pelo Sistema de Segurança Pública do Estado.

Depois da publicação Chacina em Belém mostra a necessidade da desmilitarização da PM e o fim das milícias, muitos amigos e leitores do blog me perguntaram o que eu achei da postura do governador do Estado do Pará, Simão Jatene, diante deste caso que ganhou repercussão nacional e até agora está sem solução.

Em primeiro lugar, gostaria de iniciar essa postagem, dizendo que diferente de outras entrevistas coletivas à imprensa, senti o governador desta vez abatido, falando de forma insegura, meio desconectado de um sentimento verdadeiro sobre o que dizia.

No entanto, vamos aos fatos.

Desde o momento em que soube daquilo que ficou conhecido como #ChacinaEmBelém, aguardava pela manifestação do governador Simão Jatene e só não pedi por ela, por saber que tão logo ele a faria. Afinal de contas, a morte de um policial e de mais 09 populares, praticamente todos muito jovens, não poderia passar batido pelo staff da inteligência tucana, sempre a postos para utilizar os veículos de comunicação e o marketing político-institucional para desmontar ou prevenir-se de ataques e problemas com a chamada opinião pública.

E como era esperado, Jatene reuniu alguns auxiliares que fazem parte do comando do Sistema de Segurança Pública – senti falta de uma pessoa chave para garantir a lisura e a transparência nas investigações desse porte, neste caso a ouvidora da SEGUP, Eliana Fonseca – e falou praticamente sozinho, repetindo aquilo que o Secretário de Segurança do Estado já tinha dito, sobre tudo que o governo está fazendo para investigar e chegar a elucidação dos fatos, mas não apresentou nenhum suspeito ou responsável pelas mortes que atormentaram Belém de terça para a quarta-feira.

Não me surpreendi quando o governador disse que não há nenhuma necessidade de se pedir apoio do sistema de segurança do governo federal. “Desde o primeiro momento que o sistema de segurança soube desses crimes, todo um efetivo foi acionado, e se mostrou suficientemente pronto para atender essa questão. Portanto, não existem razões para a intervenção da Guarda Nacional”, disse Simão Jatene.

No entanto, eu pergunto ao governador: Se desde o primeiro momento em que o sistema de segurança soube da morte e da convocação feita por policiais para irem até a área onde ele havia sido morto, como é que um grupo armado - de policiais ou de bandidos – consegue entrar e sair dos bairros onde houveram mortes, sem serem vistos ou interceptados pelas forças policiais que segundo Simão Jatene, estaval “prontos para atender essa questão”?

Disse mais: “Não podemos medir esforços para dar uma resposta, o mais rápido possível, à sociedade. Execução é algo que não pode ser aceito em nenhuma sociedade moderna”. Ora, quem conhece a polícia militar e a civil do Estado do Pará, estranha o fato de ninguém que esteve envolvido nos crimes, ainda não ter sido encontrado, já que mortes de policiais geralmente são rapidamente “resolvidas”, como seus supostos criminosos presos e muitas vezes mortos numa quase caça que é feita até que sejam encontrados.

Ainda segundo Simão Jatene, “Em outra linha de atuação, a Polícia Civil investiga a divulgação de informações nas redes sociais que tiveram a intenção de causar pânico na população”.

Concordo que tenha havido exageros, boatos e mentiras espalhadas nas redes sociais que de certa forma intensificaram o medo nas ruas de Belém, fazendo com que desde a noite de terça-feira, muitas pessoas não tenham saído de casas, temerosas pela onda de violência e informações desencontradas que surgiram pelas redes sociais e também pela imprensa.

No entanto, as primeiras manifestações nas redes sociais foram feitos por pessoas e perfis ligados à polícia e até agora, passados três (03) dias do ocorrido, ninguém foi afastado e nem há informações das medidas tomadas para punir os servidores públicos que expuseram ameaças e o comando para retaliações.




Tem mais, o governo diz que para auxiliar no monitoramento dos bairros, as polícias Civil e Militar contam com 187 câmeras, instaladas em pontos estratégicos da Região Metropolitana. As imagens são monitoradas 24 h, por uma equipe de 20 militares. Até agora não deu pra identificar e encontrar os carros e motos que rodaram por vários bairros atirando em populares?

O governador também disse: “Alguns crimes de grande repercussão que foram combatidos com êxito pelo Estado, como o assassinato do casal de ambientalistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo, em Nova Ipixuna (sudeste paraense); a chacina de Icoaraci (distrito de Belém), que vitimou seis adolescentes, e o esquartejamento do vigilante Joelson Souza, também na capital, que foram investigados e solucionados em um curto espaço de tempo. 

Sem dívida, todos os casos citados acima foram solucionados pelas investigações, mas nenhum envolvia um grupo de extermínio, como foi o caso desta terça-feira. A provável existência de uma milícia que age nas periferias, matando e praticando corrupção com traficantes, comerciantes e outros, pode ser um problema muito mais complexo e difícil de solucionar.

O possível envolvimento de gente graúda no “negócio”, pode fazer com que as investigações apontem apenas, como sempre, os peixes miúdos, protegendo os graúdos e deixando para debaixo do tapete, os verdadeiros e maiores mandates do crime e da máfia paraense.

Há exatamente seis meses atrás, no dia 04 de Abril deste ano, ocorreu o atentado contra a esposa do Delegado Eder Mauro, um ícone no combate à criminalidade, que tanto a polícia civil e militar, quanto à população em geral elogia e pede socorro para resolver problemas com a bandidagem. Inclusive, Eder Mauro foi eleito deputado federal nas últimas eleições.

Tendo seu carro perseguido e baleado por criminosos que fizeram uma emboscada na estrada da Alça Viára, alvejaram vinte tiros contra sua esposa que dirigia o automóvel e mais dois advogados, após voltarem de um julgamento no município de Abaetetuba. “E eles só não conseguiram realizar o objetivo deles porque o carro é todo blindado”, ressaltou o delegado, que assim como o governador Simão Jatene afirmou agora, também disse na época: “Cabe agora à polícia dar um resposta o mais rápido possível para isso e conseguir acabar com a quadrilha que cometeu esse crime”.


Resultado: Até hoje o caso está sem solução e as suspeitas de que os criminosos podem ter sido amigos de profissão do delegado, continuam sendo levantadas por gente ligada à própria polícia.

Por fim, a pergunta que não quer calar:

Será que daqui em diante, todas as famílias que foram vítimas da violência no Estado do Pará, contarão com a mesma atenção que o governo do Estado está dando às famílias atingidas pelo caso da #ChacinaEmBelém? 

Ou seria este o início de uma nova postura do 2º mantado do governador Simão Jatene para amenizar a dor e os problemas que a falta de segurança pública gera aos envolvidos, ou trata-se de mea-culpa pela responsabilidade do Estado nos crimes cometidos na última terça-feira em Belém?

*** 

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#ChacinaEmBelém: O medo de refletir

November 7, 2014 1:48, by Unknown - 0no comments yet




Essa semana a pauta em quase todas as conversas em Belém é a violência. Acompanhei todos os debates nas ruas, na tv, nos Jornais e nas redes sociais e, sinceramente, indaguei-me: qual a novidade?

Quem passou a infância e grande parte da sua vida na periferia de Belém como eu sabe que a contagem de corpos não é novidade. 

Lembro que quase 20 anos atrás, no bairro em que eu cresci, em uma semana, tivemos mais de 10 mortos. Lembro que faz quase 3 anos que novamente “acordamos chocados” com a chacina de 6 jovens em Icoaraci, e se você quiser ficar chocado leia os cadernos policiais dos jornais da semana passada, do mês passado ou de qualquer outro dia....

A guerra urbana em Belém não é novidade, a grande novidade aqui é o clima de “tensão solidaria” que tomou conta da cidade, alguns devem ter achado emocionante a sensação de cidade sitiada. Agora serão uma infinidade de reuniões, GT’S, declarações, indignações e daqui a pouco tudo volta a boa e velha invisibilidade útil nossa de cada dia.

No Pará o que vemos é a banalização das chacinas promovidas pelos grupos de extermínio que já não são por aqui uma novidade. As milícias agora avançam para um campo que lhes garantirá mais ainda o direito à invisibilidade, hoje os justiceiros deixaram apenas de sustentar políticos que lucravam com o sistema, agora a nossa milícia papa-xibé também tem poder político, os nossos Batmans-carimbó são 
aplaudidos nas mesmas periferias em que vão buscar sua gloria à bala.

Não é novidade para absolutamente nenhum morador da grande Belém os números de guerra que ostentamos, não digo que não acho válido o sentimento de indignação e as iniciativas que irão surgir por conta do ocorrido mais recente, mas o que realmente pode mudar alguma coisa por aqui é se toda reunião, declaração e indignação vier acompanhada de mobilização. Não falo apenas de irmos às ruas exigir políticas eficientes para alterar a realidade das nossas periferias, falo de mobilização de esforços e atitudes, coletivas e individuais. 

O Pará é um dos piores estados para a juventude viver ou tentar sobreviver, e a única solução viável para a violência é POLITICA PUBLICA. Chega da presença do Estado na periferia ser a ROTAM ou o IML, a nossa juventude deve ser tratada com respeito, a nossa segurança deve ser a segurança da cidadania e dos direitos. Precisamos de políticas públicas efetivas, precisamos de ações de deem oportunidade econômica, sem deixar de atender à necessidade que as juventudes da periferia têm de acesso à cultura, educação e mobilidade. 

Devemos elevar as nossas bandeiras, da inclusão à emancipação. O negro, o jovem e o pobre precisam sentir que têm o mesmo direito à cidade que os jovens da classe média, e ao Estado cabe a obrigação de garantir esse direito. Sem o pertencimento é impossível uma interação social saudável, já que para uns ficam as balas e para poucos a ilusão da segurança.

O fato é que a omissão coletiva contribuiu para esse triste quadro que hoje nos deparamos de forma assustada, como se essa exclusão social e política da nossa juventude da periferia não estivesse sendo construída há décadas, como se os valores consumistas que norteiam o nosso cotidiano capitalista não colaborassem para a criação de um exército de excluídos, como se a nossa conivência com a criminalização da pobreza por parte dos governos não tivesse contribuído para não vermos que os mandantes da Barbárie não estão nas áreas de ocupação e favelas, e sim nos gabinetes.

O Estado deve de entender que as engrenagens do crime organizado têm a pobreza como dente, mas não são os pobres o seu motor. Nenhuma morte é banal, a violência nunca será a solução para nenhum conflito, mas não podemos deixar buscar as causas e punir os responsáveis, além de refletir e agir, por mais que nessa reflexão todos nós encontrarmos um pouco a nossa responsabilidade.

Não podemos discutir segurança, se ela realmente não for pública, e não se faz segurança pública sem controle social. E, não podemos exercer o controle social sem mudanças de atitudes e valores.

Patrick Paraense – Membro do Diretório Estadual do PT-Pará.

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Belém já teve outra chacina

November 5, 2014 20:50, by Unknown - 0no comments yet

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Chacina em Belém mostra a necessidade da desmilitarização da PM e o fim das milícias

November 5, 2014 20:18, by Unknown - 0no comments yet

Morte do cabo Figueiredo revoltou policiais militares, que ocuparam as ruas. A população - com medo - ficou dividida. (Foto: Reprodução/Facebook)

Tal como no filme “Tropa de Elite”, a Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam) da Polícia Militar do Pará, se compara ao Batalhão de Operação Especiais (BOPE) do RJ e há fortes indícios que este agrupamento protagonize atos de violência e extermínio no Estado.

Ontem a noite não foi diferente, foi pior. Após a morte de um de seus integrantes, o cabo Antônio Figueiredo, provavelmente executado por bandidos e suposto membro de uma milícia que age nas áreas periféricas da capital do Estado, vários assassinatos aconteceram próximo e em bairros da redondeza ao fato, promovendo um banho de sangue nas áreas periféricas de Belém do Pará, onde ainda não se sabe quem saiu caçando, julgando e matando jovens na noite desta terça-feira (05). 

Entre as nove vítimas (dez, incluindo o PM), oito já foram identificadas e seus corpos liberados pelo IML. Entre elas, há um cadeirante que estava visitando a namorada em Guamá, o jovem Eduardo Felipe Galucio Chaves de 16 anos, que voltava da escola e um homem com problemas mentais que saiu correndo durante o ataque promovido pela PM-PA. Ele tomou cinco tiros a queima roupa.

“Nenhum dos mortos tinha ligação com o assassinato do policial. Pode ser que até tivessem ligação com outros crimes, mas não com esse. Deram cinco tiros em um doente mental que ficou assustado com o barulho e correu. Covardia! Quem matou o cabo ainda não foi encontrado, mas disseram que vão abrir investigação”, disse o coordenador da Comissão de Justiça e Paz da Igreja Católica, Francisco Batista que é morador do bairro da Terra Firme, um dos mais violentos e onde houveram diversas mortes.

“O policial morto era conhecido pela atuação dele como miliciano, justiceiro nos bairros pobres de Belém. Depois da morte dele deu pra ouvir muitos fogos de artifício. Todo mundo ficou feliz com a notícia, pra você ter uma ideia de como ele agia na região”, conta Francisco.

A Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará (OAB), promoveu uma coletiva para tratar das execuções e contou com a presença de Ana Cláudia Lins, da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH), que destacou que não está descartada a hipótese de represália de policiais por causa da morte do cabo Antonio Figueiredo, da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam).

Também participou da coletiva o sargento Rossicley Silva, da Polícia Militar, e presidente da associação de militares, que sustentou que a série de mortes teria ocorrido por confronto entre facções rivais dos bairros da Terra Firme e do Guamá.

A posição do militar, no entanto, foi refutada por membros dos órgãos de Direitos Humanos devido às características dos homicídios - mais próximas de uma execução ao invés de brigas e conflitos. Porém, Rossicley argumentou que seis pessoas foram mortas por um mesmo grupo, de uma única facção, sem a participação de policiais.

Sargento nega, mas entidade de Direitos Humanos e OAB irão investigar o envolvimento dele e demais policiais na chacina.

Em coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (05), no Comando Geral da Polícia Militar, em Belém, o Secretário de Segurança do Estado do Pará disse que nenhum confronto entre policiais e bandidos foi registrado ao longo da noite - inclusive do cabo Figueiredo, visto que não estava em serviço.

Segundo Luis Fernandes, a população não precisa temer por novos atos de violência. "As pessoas podem sair de casa sem medo e ir a locais públicos. Estamos trabalhando para continuar garantindo a segurança", destacou.

Apesar do depoimento do secretário de Segurança, a direção da Universidade Federal do Pará (UFPA) teria liberado os alunos e suspendeu suas atividades, assim como várias escolas e empresas que também funcionam próximo de onde ocorreram os assassinatos.

O promotor de Jusiça Armando Brasil não concorda com a opinião do secretário Luis Fernandes e destacou o medo da população na capital paraense. “Temos que tratar toda esta situação com bastante cuidado, não sabemos o que pode ocorrer e não podemos descartar a hipótese de policiais estarem envolvidos nos crimes. Até mesmo postagens com possíveis ameaças e retaliações de criminosos não podem ser ignorados”, disse.

Armando Brasil lembrou que o cabo Figueiredo era combatente e temido pelos criminosos. Em 2007, foi considerado suspeito de executar uma pessoa e respondia a inquérito na Polícia Civil e na corregedoria da SEGUP.

Também esteve presente na coletiva Francisco Xavier, presidente da Associação de Cabos da Polícia Militar e Bombeiros do Estado do Pará. Segundo ele, a morte de "Pet", como era conhecido o cabo Figueiredo, confirma ainda mais a insegurança a que todos estão submetidos no estado.

“Pedimos providências para o governo. O pai de família sai pra trabalhar, para garantir a segurança da população, mas ele mesmo não tem segurança. Precisamos de medidas mais concretas”, desabafou o presidente, que não informou se alguma paralisação ou ato deve ser organizado para os próximas horas ou durante a semana.

Entidades e a Sociedade Civil esperam por investigações sérias e punição dos envolvidos.

A Anistia Internacional emitiu uma nota nesta quarta-feira (5) comentando sobre a série de execuções ocorridas na madrugada de hoje em pelo menos três bairros de Belém. O órgão classifica o acontecimento como uma “chacina” e pede a investigação imediata.

O texto da instituição afirma que “a chacina foi cometida supostamente por policias militares como vingança pela morte de um cabo membro da ROTAM”, se referindo a morte do cabo Antônio Figueiredo, e que “há indícios de que a ação foi convocada por meio de redes sociais”.

A Anistia ainda afirma que coletou relatos de moradores afirmando que “as entradas e saídas do bairro (da Terra Firme) foram fechadas durante a ação criminosa por veículos oficiais da Polícia Militar, impedindo que moradores retornassem às suas residências” e que “homens encapuzados portando armamento pesado em motos e carros não identificados invadiram casas e assassinaram diversas pessoas”.

A nota ainda afirma que “há suspeitas que o número de vítimas possa ser maior do que as reconhecidas oficialmente pelo governo do Estado” e pede que o  governo federal investigue o caso.

A suspeita da existência de um milicia formada por policiais militares, inclusive o PM morto, assim como fotos, vídeos e áudios espalharam-se nas redes sociais, logo após a morte e a ameaça explícita feita por uma página da ROTAM-PA.

A página não-oficina da ROTAM conclama para a vingança, algo típico quando acontece alguma morte de policial no Pará.


Nas redes sociais, as mensagens supostamente enviadas por policiais avisam aos moradores dos bairros de Guamá e Terra Firme sobre o ataque. No mais expressivo deles, um soldado convoca outros colegas para vingar a morte do cabo. “O nosso irmãozinho Pet (apelido do cabo Antônio Figueiredo) acabou de ser assassinado no Guamá. Estou indo (para o bairro) e espero contar com o máximo de amigos. Vamos dar a resposta”, publicou o sargento Rossicley Silva, da ROTAM, em seu perfil no Facebook. Em outro áudio, espalhado pelo serviço de mensagens por celular, WhatsApp, um suposto policial alerta para que ninguém se dirija ao bairro, pois será feita uma “limpeza na área”. “Ninguém segura ninguém, nem coronel das galáxias”, finaliza o homem.

Se houve realmente uma convocação geral, a polícia militar, a corregedoria da SEGUP, o Ministério Público, a OAB e demais instituições devem averiguar e tomar as devidas providências contra essa barbárie que toma conta das áreas periféricas, onde traficantes, milícias, policiais corruptos e bandidos em geral atormentam a vida e colocam as famílias reféns e acuadas em suas próprias casas.

O caso já sensibilizou a Secretaria Nacional de Direitos Humanos que estará enviando o ouvidor geral nesta madrugada para ajudar nas investigações sobre o caso. 

A ouvidora do Sistema de Segurança Pública, Eliana Fonseca, monitora as investigações e ações da polícia e de toda a SEGUP e tem ouvido familiares e populares sobre os fatos ocorridos e tem dado entrevistas onde percebe-se claramente suas suspeitas de que há sim uma milícia agindo em Belém e isso não se pode ser colocado para debaixo do tapete como tenta ser feito pelos representantes do governo do Estado.

O corpo do cabo Antonio Figueiredo, da Ronda Ostensiva Tática Metropolitana (Rotam) da Polícia Militar, foi velado na tarde de hoje, na igreja dos Capuchinhos, no bairro do Guamá, em Belém. 

O sepultamento acontecerá nesta quinta-feira (6), em um cemitério particular, no município de Marituba, região Metropolitana de Belém.

Existe ou não milícias formadas por policiais paraenses?

Em entrevista ao jornalismo da TV Record, o  promotor de Justiça Militar Armando Brasil Teixeira, lembrou que há menos de dois meses atrás ordenou a prisão dos 20 policiais militares denunciados em crimes de concussão, prevaricação, corrupção ativa e extorsão, segundo apurações da "Operação Katrina". 

Os policiais foram acusados de estarem envolvidos em atividades ilícitas como arrecadação de dinheiro proveniente de comércio ilegal de estrangeiros e rede de corrupção instalada no 2ª Batalhão da Polícia Militar.

O promotor de Justiça Armando Brasil requereu a prisão com base nas conclusões do inquérito policial militar. A corregedoria da Polícia Militar efetuou as prisões. O representante do MPPA também já pediu a abertura de procedimento para a expulsão dos envolvidos da corporação.

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Tucano é xingado por rechaçar manifestações golpistas

November 4, 2014 6:02, by Unknown - 0no comments yet

Radicais ficaram irados com a posição do tucano e o chamaram de Petralha, após ele criticar a manifestação que pediu impeachment e uma intervenção militar no Brasil."Por favor, deixem o PSDB. Vocês é que estão no lugar errado, não eu!"

Xico Graziano foi deputado federal e chefe de gabinete de FHC e deixou oficialmente a coordenação da campanha digital do senador Aécio Neves (MG), candidato do PSDB à Presidência da República ainda em julho deste ano, logo depois desta ter sido oficialmente lançada. 

Assessor de Fernando Henrique no iFHC e ex-coordenador da campanha presidencial de José Serra, Xico Graziano teria como missão dinamizar área de internet. Em 1995, Graziano foi capa da revista Veja, chamado de Corvo por envolvimento em grampos ilegais dentro do governo. Após a derrota de Serra em 2010, culpou falta de empenho de mineiros: "Perdemos feio em Minas. Por que será?"

Com Aécio sendo o candidato do PSDB em 2014, Graziano foi anunciado chefe da estratégia dos tucanos nas redes ainda na pré-campanha, mas perdeu protagonismo na área, passando a integrar a coordenação de "movimentos sociais" e da equipe que organizava a agenda de Aécio. 

Considerado um social democrata legítimo, manifestou-se por meio de seu perfil no Facebook, contrário aqueles que pedem o impeachment da presidente Dilma Rousseff, fazendo a seguinte consideração:

"Só para esclarecer: achei absurda tal manifestação. Antidemocrática, não republicana. Ainda por cima, pedindo a volta dos militares, meu Deus, tô fora disso. Esconjuro".

Bastou isso para que o tucano venha desde então sendo duramente criticado. Algumas pessoas chegaram a chamá-lo de "petralha".

Um das comentárias lançou a seguinte queixa: "Absurdo é vc falar uma imbecilidade dessa. Mesmo que eu não queira a intervenção militar, - mesmo porque as forças armadas estão sucateadas - não respeitar a opinião de quem votou no PSDB é no mínimo ser ingrato."

"Quem concordar com as teses dessa turma aguerrida que vê o comunismo chegando, é contra os benefícios sociais, sonha com a ordem militar, por favor, deixem o PSDB", afirmou Xico.

Para o tucano, "existe no Brasil uma ideologia própria da direita que se encontra sem partido político"; o deputado Jair Bolsonaro e o ensaísta Olavo de Carvalho são seus expoentes, destaca em sua mais nova postagem, na rede social já citada.

Manifestação teria reunido 2,5 mil pessoas em SP e entre os pedidos dos participantes, impeachment e intervenção militar.


Mexi num vespeiro da política ao postar aqui, ontem, opinião contrária ao impeachment da Dilma. Julguei a causa antidemocrática, não republicana. Não gostei daqueles discursos irados, revanchistas e reacionários. Tomei um troco bravo. Recebi centenas de comentários, críticos a maioria, de baixo nível muitos deles. Vou aprofundar a polêmica. Sigam meu raciocínio.

Existe no Brasil uma ideologia própria da direita que se encontra desamparada do sistema 
representativo, quer dizer, sem partido político. Sua força se mostra na rede da internet. Essa corrente luta para destruir o PT, acusando-o de querer implantar o comunismo por aqui. Defendem as liberdades individuais, combatem tenazmente a corrupção organizada no poder, desprezam totalmente as lutas sociais, mostrando-se intolerante com o direito das minorias. O Deputado Bolsonaro e o ensaísta Olavo de Carvalho são seus expoentes.

Tudo bem. Acontece que, no período das eleições presidenciais, essa tendência se articula no seio do PSDB, trazendo para nosso partido suas causas. É normal existirem as alianças eleitorais, e para tal existe o segundo turno. O problema surge quando os militantes da direita exigem que nós, os sociais democratas, encampemos sua ideologia, o que seria um absurdo.

A intolerância mostrada em minha página do facebook reflete essa incompreensão. Criticam minha coerência, decepcionam-se com os meus valores imaginando que eu deveria assumir os deles. Pior, alguns tolamente me acusam de ser “petista infiltrado”. Dá até um pouco de dó.

Ora, nós, do PSDB, nascemos inspirados na socialdemocracia europeia, com viés da esquerda. Nossa origem reside no MDB autêntico, que foi decisivo na derrubada da ditadura militar. Nós fomos decisivos na Constituinte de 1988. Fomos nós, com FHC à frente, que criamos as bases socioeconômicas do Brasil atual, inclusive as políticas de transferência de renda e as cotas.

Na complexidade do mundo contemporâneo anda difícil rotular os partidos, e as pessoas, como de “direita” ou de “esquerda”, categorias válidas no século passado, mas ultrapassadas hoje em dia. De qualquer forma, quem concordar com as teses dessa turma aguerrida que vê o comunismo chegando, é contra os benefícios sociais, sonha com a ordem militar, por favor, deixem o PSDB. 

Vocês é que estão no lugar errado, não eu!

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PT sinaliza avançar em novos rumos

November 4, 2014 3:43, by Unknown - 0no comments yet




Passadas as eleições, chega o momento do PT avaliar seu desempenho, repensar sua atuação como governo, e principalmente, como partido de vanguarda para enfrentar o que estão chamando de 3º turno das eleições e propor as mudanças que tanto escutou e defendeu durante este mandato de Dilma.

Sendo o partido que desde 1989 polariza as eleições presidenciais, tendo perdido 3 e vencido 4 eleições consecutivas das 7 que houveram desde a redemocratização do Brasil, onde o povo elegeu de forma direta o seu presidente, o PT precisa agora avançar nas reformas estruturantes é o que aponta o documento elaborado na reunião da direção da Executiva Nacional do PT, realizada nesta segunda-feira (03) em Brasília, onde aprovou-se a resolução política, apresentada ao fim do encontro. 

Além disso, a direção partidária definiu a constituição de uma comissão para reunir textos e opiniões de lideranças do partido sobre as eleições de 2014.

Segundo o presidente do PT, Rui Falcão, a ideia é consolidar em um documento várias análises a serem apresentadas na reunião do Diretório Nacional, entre 28 e 29 de novembro, em Fortaleza.

Rui Falcão anunciou a criação de uma comissão para organizar o partido e a participação popular para a posse da presidenta Dilma. “Queremos que seja uma grande festa popular, semelhante ao que foi a posse do presidente Lula em 2003”, explicou o presidente do PT.

Segundo ele, a vitória de Dilma foi conquistada com a ajuda dos movimentos sociais, da juventude, das mulheres, dos negros e dos partidos de esquerda. “Eles podiam não concordar com todas as nossas propostas, mas entenderam que o que estava em jogo era avançar ou retroceder”, falou.

Outro ponto importante do documento diz respeito à movimentação do campo democrático-popular, à batalha da cultura e à atuação da mídia e das redes sociais.

Destaquei alguns trechos da resolução política que considero importantes serem logo lidos pelos leitores deste blog:

Executiva Nacional do PT, reunida em Brasília: segundo Rui Falcão (centro), é hora de entender o processo eleitoral de 2014 e propor novos rumos.

Cabe ao Diretório Nacional do PT, convocado para os dias 28 e 29 de novembro de 2014, aprovar uma agenda congressual que preveja debates abertos a toda a militância que se engajou em defesa da candidatura Dilma, bem como um momento final que possibilite a síntese e o salto de qualidade tão necessários para que o Partido seja capaz de, tanto quanto superar seus problemas atuais, contribuir para que o segundo mandato de Dilma seja superior ao primeiro.

Porém, certas medidas, impostas pela realidade internacional e nacional, mas principalmente pela atitude de reação permanente da oposição, precisam ser tomadas imediatamente.

Por isso, propomos: 

Cabe ao Diretório Nacional do PT, convocado para os dias 28 e 29 de novembro de 2014, aprovar uma agenda congressual que preveja debates abertos a toda a militância que se engajou em defesa da candidatura Dilma, bem como um momento final que possibilite a síntese e o salto de qualidade tão necessários para que o Partido seja capaz de, tanto quanto superar seus problemas atuais, contribuir para que o segundo mandato de Dilma seja superior ao primeiro.

Conclamar a militância a participar dos atos em defesa da democracia e da reforma política, previstos para a semana de 9 a 15 de novembro;

Adotar iniciativas para dar organicidade ao grande movimento político-social que venceu o segundo turno das eleições presidenciais. Compor uma ampla frente onde movimentos sociais, partidos e setores de partidos, intelectuais, juventudes, sindicalistas possam debater e articular ações comuns, seja em defesa da democracia, seja em defesa de reformas democrático-populares.

Priorizar ações de comunicação, fortalecendo nossa agência de notícias, articulando-a com mídias digitais, com ação permanente nas redes sociais. Integrar nossas ações de comunicação com o rico movimento cultural em curso no País.

Relançar a campanha pela reforma política e pela mídia democrática, contribuindo para que o governo possa tomar medidas avançadas nestas áreas e para sustentar a batalha que travaremos a respeito no Congresso Nacional.

Organizar caravanas a Brasília para realizar uma grande festa popular no dia da segunda posse da presidenta Dilma Rousseff.


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NÃO ESTÁ NA HORA DO PT REAGIR?

November 3, 2014 21:36, by Unknown - 0no comments yet


Algo notável é que todos estes movimentos ocorreram, até o momento, sem maior contraposição do governo ou do PT. A esquerda parece estar na manhã da quarta-feira de cinzas, enquanto o conservadorismo pegou no batente como se a semana santa tivesse ficado para trás.
Por Breno Altman, diretor editorial do site Opera Mundi.

Há apenas oito dias a presidente Dilma Rousseff foi reeleita. Mas a sensação é que semanas ou meses se passaram.

A oposição de direita resolveu não dar um segundo de trégua. Passou a semana dedicando-se – no Parlamento, nas ruas e através dos meios de comunicação – a manter ofensiva sobre o governo, apesar da derrota eleitoral.

São fortes os indícios de ser essa a estratégia já definida pelo bloco conservador: ataque permanente para emparedar e sabotar o quarto mandato petista. Se possível, encurtando seu tempo constitucional. No mínimo, minando a estrada que poderá, em 2018, levar Lula de volta ao Planalto.

Setores majoritários da imprensa, cavalgando a tese da divisão nacional, pressionam a presidente para que componentes do programa liberal sejam mantidos ou incorporados à política econômica. Também fabricam candidatos a ministro da Fazenda organicamente vinculados ao capital financeiro.

A chantagem é clara. Ou Dilma baila a música dos derrotados ou dança. Ou o ajuste fiscal é produzido com juros em alta e gastos públicos em baixa ou será o caos. Ou o petismo constrói pontes que o leve à margem do rio onde residem os interesses do mercado ou seu caminho será bloqueado.

A intenção nada oculta: solapar o resultado das eleições presidenciais e seu sentido político. A presidente está sendo constrangida para acatar, total ou parcialmente, a agenda que foi rechaçada pelas urnas.

Ledo engano, no entanto, o de quem interpretar, nesse movimento, possibilidade de acordo. Qualquer concessão expressiva será aproveitada para confundir e dividir a base eleitoral da vitória, fragilizando o governo e desmoralizando o PT.

A primeira semana posterior ao pleito foi marcada por fatos que evidenciam tanto a orientação seguida pelas forças de direita quanto seu fôlego e apetite para reverter a situação defensiva provocada pelo insucesso eleitoral.

O deslizamento de parte robusta do PMDB para a frente antigoverno, em caráter provisório ou definitivo, estocou por quatro vezes o coração valente.

A derrubada do decreto da participação social nas instituições governamentais, o pronunciamento contra o plebiscito da reforma política e a chancela para a eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência da Câmara são sintomas do perigo real e imediato de que venha a se conformar uma maioria de centro-direita no parlamento.

A quarta facada foi o andamento da PEC 352, que aprofunda as piores características do sistema eleitoral e violenta a principal mensagem da presidente em seu discurso de triunfo. O bloco conservador, em poucos dias, revelou condição de ir além da resistência, impondo itens de sua própria agenda.

O próximo passo desta coalizão está anunciado: a elevação de 70 para 75 anos da idade limite para aposentadoria nos tribunais. Aprovada pelo Senado em 2005, a qualquer momento pode ser pautada na Câmara. Apelidada de PEC da Bengala, surrupiaria de Dilma a possibilidade de indicar cinco novos membros do STF em seu segundo mandato.

A entrevista do ministro Gilmar Mendes, na Folha de S.Paulo desta segunda-feira, escancara articulação entre a direita parlamentar e setores do poder judiciário, da qual a modificação etária é comprovatória. Seus violentos ataques a Lula e ao PT, apresentando-se como porta-voz da luta contra o “bolivarianismo”, simbolizam com esmero a simbiose entre judicialização da política e politização da justiça.

Os momentos mais radicalizados desta ofensiva, no entanto, foram protagonizados pelo PSDB, ao demandar auditoria das eleições presidenciais. Apesar de atitude desastrada, rapidamente questionada por juízes do Tribunal Superior Eleitoral, cultiva narrativa golpista que anima pedaços de sua base eleitoral.

As manifestações pelo impeachment da presidente, realizadas no último sábado, se inscrevem neste roteiro de deslegitimação do governo, apesar de seu resultado pífio. Os tucanos tentam se desvincular da criatura canhestra que geraram, mas esses atos constituem capítulo importante no enredo para ocupação de espaços e mobilização contra o petismo.

Algo notável é que todos estes movimentos ocorreram, até o momento, sem maior contraposição do governo ou do PT. A esquerda parece estar na manhã da quarta-feira de cinzas, enquanto o conservadorismo pegou no batente como se a semana santa tivesse ficado para trás.

Talvez ainda não tenha sido processado integralmente que a atual situação pós-eleitoral difere das vitórias anteriores.

Naqueles momentos estabeleceu-se, encerrada a apuração, um certo cessar-fogo, com a oposição preferindo acumular forças para batalhas eleitorais futuras. Havia mais espaço, portanto, para composições institucionais que garantissem a governabilidade, além de tempo para arrumar a casa com alguma tranquilidade política.

Ainda que possa ser criticada por danos de médio e longo prazo, tinha amparo na realidade a distensão politico-ideológica adotada pelo PT no início de seus três primeiros governos. A mesma opção, nos dias que correm, poderia ser gravemente ineficaz, pois o inimigo está em outra.

No passado, fez-se a paz porque a guerra poderia ser evitada ou adiada. Mas não parece ser factível, hoje, que se possa pacificar o país sem vencer a guerra estabelecida pela direita ou sem demonstrar inquestionável capacidade de fazê-lo.

A boa notícia é que o PT tem forças suficientes para mudar de tática e romper a paralisia.

Além da legitimidade eleitoral, que a direita tenta borrar do imaginário popular, a presidente e seu partido possuem uma enorme reserva de contingentes que pode ser imediatamente mobilizada.

O discurso da direita, de caráter fortemente antidemocrático, aguça e amplia a disposição de resposta à onda conservadora. Mas cabe ao PT tomar a dianteira.

O elemento novo seria recombinar a atuação dentro das instituições com a pressão das ruas sobre o Parlamento e em apoio à agenda vitoriosa nas urnas, a começar pelo plebiscito constituinte da reforma política.

Somada à reorganização das alianças e a retificação profunda da política de comunicação do governo, a mobilização social tem potencial para ser a principal alavanca de retomada da ofensiva.

A má notícia é que não há tempo a perder. Cada dia de avanço conservador sobre o Estado e a sociedade fortalece a ameaça às reformas e à democracia.

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LOBÃOTOMIA: A sociopatia dos midiotas

November 3, 2014 17:26, by Unknown - 0no comments yet


Por Lelê Teles.

Os sociopatas têm transtornos mentais? Não resta dúvida. No entanto, o demofóbico, por ser uma espécie de sociopata seletivo tem, também, desvio de caráter.

Façamos de uma vez por todas como o fez o grande Erasmo de Rotterdam, tratemos da loucura.

Há vários métodos utilizados para identificar a insanidade mental de um indivíduo, ou de um grupo deles, e há igualmente diversas formas de profilaxia.

Ou seja, dos loucos cada um trata à sua maneira - Doutor Pinel que nos diga - tratemos à nossa, portanto.

Sabemos que a inesquecível Nise da Silveira lutava contra a desumanização dos que sofriam de algum tipo de transtorno mental e preferia enxergar neles o que ninguém via, sua genialidade, suas vocações, suas ilimitadas potencialidades cognitivas.

Foi por ela que o sergipano Arthur Bispo do Rosário deixou de ser um mero alucinado para se converter em um dos artistas brasileiros mais geniais.

Já para Simão Bacamarte, o boticário de Itaguaí, louco é louco e deve ser encerrado em local em que ele não contamine os que ainda se encontram são, ou os que louco ainda não são.

Machado de Assis criou a Casa Verde e lá permitiu que Bacamarte internasse os que demonstravam sinais evidentes de loucura.

Quando eu era criança, era comum aos loucos se passarem por Napoleão. Hoje ninguém mais fala no velho Napô.

E quem os loucos querem ser hoje em dia? Bom, há loucos e loucos.

Lobão, por exemplo, meteu uma barba a lá Edir Macedo e anda a pregar messianicamente pelo deserto de ideias, como um Jim Jones tupiniquim.

Há pouco, lançou um livro intitulado Manifesto do Nada na Terra do Nunca, o que já seria suficiente para lançá-lo na Casa Verde.

Lobão é o mais perfeito midiota, porque é o fruto acabado de um processo midiático que se especializou em idiotizar os seus leitores.

Batizemos, portanto, essa lavagem cerebral como uma Lobãotomia, porque parece que o nosso Lobo é o produto final dessa engenharia cognitiva.



É o nosso freak Frankenstein.

O método utilizado nesse processo de lobãotomizar a sociedade é a maquinação do que Mccombs chamou de agendamento, a introdução dos temas quentes a serem debatidos nos botequins.

Agendar é a forma de incutir nos corações e mentes da Opinião Pública (Walter Lippmann) os temas e as opiniões publicadas na mídia familiar.

Para vocalizar o discurso do patrão, ou as aspirações conservadoras das famílias bilionárias que controlam a mídia brasileira, para fazer os tais temas serem diluídos nas mais diversas editorias, entram em cena as colunas dos ventríloquos: cineastas, filósofos, psicólogos, geógrafos e até jornalista imortalizado.

Daí sai uma profusão de ideias rasteiras e lugares comuns que serão repetidos nas ruas por um batalhão de midiotas descerebrados, os papagaios de ventríloquos.

E não é que no final de semana passado esses bípedes estavam todos na rua, fagueiros, lépidos e vociferantes.

Parecia que alguém havia destrancado o cadeado da Casa Verde de Itaguaí e os loucos estavam libertos.

Cartazes, dos mais diversos, denunciavam a oligofrenia da turba e a confusão metal criada por anos de leitura de publicações estragadas.

Lugares comuns, frases sem sentido, paradoxos e oxímoros dançavam nas mãos dos mani - festantes.

Um pedia a desmilitarização da PM, outro pedia a militarização do país, ambos iam de mãos dadas e com a camiseta da seleção brasileira.

A maioria bradava contra uma delirante ditadura implantada pelo PT. E contra a ditadura do PT pediam a volta da ditadura militar.

De mãos dadas e com a camisa da seleção.

Vai vendo.

Lá na frente, puxando o bloco demofóbico, estava o nosso indefectível Lobão, barba encanecida e longa como a de Edir.



O Templo de Lobão é a Paulista ou o Largo da Batata (Potato's Square), ali ele e o filho de Bolsonaro, com uma visível pistola na cinta, pediam a recontagem dos votos, o impeachment da Dilma, a prisão de Lula, a volta dos homens de farda e passagens mais baratas para Miami.

Outro, herdeiro do Estadão, xingava a Venezuela, como se a Venezuela fosse um cara ou uma garota.

A turma dos formadores de opinião, os nossos ventríloquos, ficaram em casa ou no ar condicionado da emissora, "fazendo a cobertura".

De lá eles não saem, têm pavor das ruas.

Agora encontraram um lunático para representá-los em palanques e carros de som: barbudo, encanecido e alucinado.

Pronto para entrar ao vivo a qualquer momento.

Lobão, o mais perfeito midiota.

Palavra da salvação.


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@JimmyNight
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Colunista de Oliberal e o ódio nas redes sociais

October 29, 2014 20:23, by Unknown - 0no comments yet

Yáskara Cavalcante, colunista social de OLiberal, protagoniza ódio sem noção nas redes sociais.

Quem lembra do filme "300", dirigido por Zack Snyder e que imortalizou a Batalha de Termópilas, ambientalizado na Grécia - ano 480 AC - onde o rei Leônidas e seus 300 guerreiros de Esparta lutam bravamente contra o numeroso exército do rei Xerxes, estrelado pelo brasileiro Rodrigo Santoro?

No filme, cenas sangrentas e extremamente violentas das várias batalhas travadas entre gregos e persas durante as chamadas Guerras Médicas, onde o exército persa comandado pelo rei Xerxes usa monstros e criaturas grotescas contra o seu inimigo, afim de conquistar seu território.

É justamente essa "guerra" que temos presenciados nas redes sociais, desde o anúncio do resultado eleitoral que consagrou a reeleição da presidenta Dilma. Manifestações xenófobas, preconceituosas e discriminatórias que já eram destiladas nas redes sociais, intensificaram-se e tornaram-se polêmicas, onde pobres, nordestinos, gays e vários outros segmentos sociais foram acusados pela derrota de Aécio, o candidato oposicionista que reuniu a nata odiosa do Brasil, tal como Xerxes agrupou e preparou seu exército de monstros sedentos por sangue ao ataque desmensurado.



A demostração de até que ponto uma dessas criaturas pode chegar, foi registrada no blog do jornalista Hiroshi Bogéa que você pode ler abaixo, mas antes tirem as crianças da frente da tela do computador, tablet ou smartphone, pois as cenas e palavras que partiram de uma jornalista do grupo ORM - que controla rádios, jornais e a TV Liberal - empresa afiliada da rede Globo no Estado do Pará - são fortes.

Colunista social de Belém destila ódio contra pobres.



Ainda repercute nas redes sociais  post da colunista social do jornal O Liberal, Yáskara Cavalcante,  desejando aos  eleitores que reelegeram a presidente Dilma Rousseff (PT)  “tudo de ruim pra essa gente pobre e ignorante”.

Em outro parágrafo da nota, a “colunista”  se diz aliviada pelo fato “da minha filha mais velha estará deixando esse país de ratos e porcos em alguns meses”, e que a “mais nova vai em alguns anos”.

A moçoila-mãe deveria aproveitar  o embalo para ir juntas, se possível, carregando, também, a tiracolo, o cantor Lobão.

Esse tipo de “jornalista”, o Brasil abre mão, porque  só contribuiu com mazelas  ao atiçar  o fofoquismo das madames em  beira de piscinas.

Na eleição que reelegeu Dilma, houve violência para todos os gostos.

Os gays foram achincalhados porque… são gays.

Mulheres sofreram  violência porque… são mulheres.

Nordestinos  chamados de paraíbas quase como um elogio carinhoso, ou como símbolos de sinais preocupantes de perda de seiva de um partido.

Agora, a colunista de O Liberal escancarou o ódio aos pobres – porque a maioria do povo brasileiro reconduziu o PT para mais um mandato presidencial.

Se a direção do jornal O Liberal não compartilha   com esse tipo de intolerância e preconceito,  registrado no texto da moça nas redes sociais,  o demitiria na hora.

Um veículo de comunicação de massa não pode ter entre seus quadros a extensão do reacionarismo demonstrada por essa mulher.

Na tese da cordialidade do brasileiro (eternizada pelo historiador Sérgio Buarque de Hollanda nos anos 1930), seríamos o país da generosidade, da civilidade, da hospitalidade gratuita – a terra do coração. Negando a violência, a capacidade de manifestar nosso ódio, nosso racismo, nosso ressentimento social, agiríamos pelo coração, passionalmente. Inclusive quando odiamos.

Sérgio Buarque, lá de cima, deve estar bastante decepcionado com as mudanças ocorridas no país, nos últimos doze anos – depois que seguidos governos dos trabalhadores  tiraram cerca de 40 milhões de gente da miséria absoluta, formando nova Classe C.

Aqueles que continuam a ganhar muito – ou se exibem como assim o fossem, não sendo capaz – ao fundo – de honrar nem o aluguel do prédio onde moram –  não suportam ver tanta gente feliz, protegidos por governos populares.

Yáskara faz parte dessa elite desapontada com o riso largo no rosto da empregada doméstica, depois de ter conquistado  seus direitos trabalhistas, patrocinados pelo governo que ela tanto odeia.

O  desconforto é tanto, no lar desses almofadinhas de quinta categoria que eles nem mais conseguem ocultar passagens memoráveis do ódio, do preconceito e de seus  ressentimentos sociais.

Veja  prints das postagens de Yáskara Cavalcante, tanto no Facebook quanto no Instagram.





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'Sem internet, Aécio teria vencido eleição', diz cientista político

October 28, 2014 15:59, by Unknown - 0no comments yet

Para Sérgio Amadeu, PSDB adota 'estratégia do cinismo'. Ele considera inaceitável que a bandeira de combate à corrupção seja conduzida por 'forças da corrupção'

Na Rede Brasil Atual.

Carro-chefe da editora Abril, a revista Veja lançada na última sexta-feira (24) divulgou como matéria de capa uma acusação de que a presidenta reeleita Dilma Rousseff e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ambos do PT, tinham conhecimento de um esquema de corrupção na Petrobras. Sem apresentar qualquer prova, o conteúdo da reportagem era baseado em suposto depoimento do doleiro Alberto Youssef à Polícia Federal, que foi desmentido por seu advogado logo após a publicação.

Considerada a última “bala de prata” da oposição para tentar impedir uma nova vitória petista sobre os tucanos, a reportagem foi contestada duramente pela presidenta durante seu último programa eleitoral na TV na mesma sexta-feira. Ainda naquele dia, a Justiça considerou a publicidade da revista como “propaganda eleitoral” e também concedeu direito de resposta ao PT no site da revista.

Ainda assim, o estrago já estava feito. A campanha e simpatizantes do PSDB distribuíram panfletos com a capa impressa da revista da Abril em várias cidades do Brasil. Já na madrugada de sábado (25) para domingo (26), circulavam boatos de que Alberto Youssef havia sido envenenado, algo que teve de ser desmentido com rapidez pela Polícia Federal.

“Essa operação da Veja mostra que ela não é um órgão de comunicação, o que ela mostrou claramente é que ela é uma sala do comitê político do PSDB no Brasil. A revista operou de maneira a desinformar. Ela desinformou”, disse o sociólogo Sérgio Amadeu, doutor em Ciência Política pela USP. Comparando o caso à ação midiática que ajudou a decidir o pleito presidencial de 1989, com a eleição de Fernando Collor de Mello, Amadeu acredita que o plano da editora Abril só não se concretizou nas urnas pela existência da internet. “Existe hoje a internet, que não tinha naquela época. Então, se não houvesse a internet, certamente o candidato Aécio Neves tinha ganho a eleição.”

Para o cientista político, as redes sociais apontaram um acirramento muito grande e deixaram claro que “a linha política e o conteúdo discursivo das forças comandadas pelo PSDB” é baseada na “estratégia do cinismo”. Amadeu também defendeu uma reforma política para se alcançar uma legislação mais democrática dos meios de comunicação.

Qual foi a influência da capa da revista Veja às vésperas do segundo turno presidencial entre Dilma e Aécio?

A capa da Veja foi feita justamente para influenciar o resultado eleitoral. Ela normalmente está nas bancas no sábado, mas saiu na sexta-feira. E era uma capa para, inclusive, ser impressa, tanto é que a campanha do candidato Aécio Neves (PSDB) imprimiu essa capa justamente para manter aquele clima que eles criaram no Brasil de demonização do outro. O grupo Abril, em particular a revista Veja, já há muito tempo é organização que defende interesses econômicos a partir da gestão da política. Não há como dizer agora o quanto impactou, mas eles influíram claramente na votação de domingo, porque o Aécio conseguiu, a partir desse tipo de ação, crescer e encostar na candidata Dilma Rousseff no segundo turno das eleições.

Como o sr. avalia o papel da internet nessas eleições?

Uma coisa que chama atenção nesse processo é que essa operação já tinha sido feito nas eleições de 1989, com sucesso, mas não teve desta vez. E por quê? Porque desta vez – além das pessoas já conhecerem a manobra de grupos de comunicação misturadas à elite política econômica no caso da vitória do Collor – também existe hoje a internet, que não tinha naquela época. Então, se não houvesse a internet, certamente, o candidato Aécio Neves tinha ganho a eleição, porque era o candidato preferido pelos grupos econômicos, pelos banqueiros, pelo mercado de capitais. Inclusive oscilava a Bolsa e, se você for ver, é muito curioso, quando as pesquisas davam a Dilma crescendo, a Bolsa caía, o que mostra o humor desses especuladores financeiros. A internet foi decisiva para a garantia de um debate que não existiria se fossem apenas os meios de comunicação de massa atuando nessas eleições. Isso é bastante nítido no processo eleitoral que ocorreu em 2014.

E as redes sociais?

As redes sociais, em particular, tiveram um papel grande e mostraram, na verdade, um acirramento muito grande. Deixou claro, e é importante que tudo fica registrado, qual é a linha política e o conteúdo discursivo das forças comandadas pelo PSDB, que é baseada em preconceito, em mentira e numa estratégia que podemos chamar de “estratégia do cinismo”. Eles chegam a afirmar que nenhum corrupto ligado ao PSDB está preso ou foi julgado por incompetência do PT, o que é uma coisa completamente cínica. Esse tipo de ação, as pessoas não têm clareza de como vão lidar com isso. Agora, minha opinião é bastante clara: é preciso mostrar concretamente o que é o PSDB do ponto de vista da corrupção. É inaceitável que a bandeira da corrupção seja tomada por forças da corrupção. É inaceitável.

Não tenho nenhuma dúvida do aparelhamento que (governador de São Paulo) Geraldo Alckmin faz na Sabesp. Isso ficou nítido nas gravações mostrando que eles são capazes de ganhar a eleição, inclusive se for para deixar uma cidade em situação de calamidade. Nós temos que mostrar que eles são uma junção de descompromisso com a democracia, de má gestão de recursos públicos e de corrupção em larga escala, como foi feito em São Paulo. Réus confessos entregaram as provas e o Ministério Público não faz nada. Então, temos que ir para cima disso.

Temos que ir para cima do crime eleitoral cometido pela revista Veja, temos que exigir o julgamento do mensalão mineiro antes que ele prescreva e temos que mostrar toda a ligação que o PSDB tem com crime, com práticas absurdas. Não podemos aceitar. E não vai ser falando “pessoal, o clima de ódio é ruim”. Não. O clima de ódio só vai ser reduzido com argumentos verdadeiros e racionais. Não é pedindo paz e amor, não, mas colocando claramente para as pessoas, insistentemente, as falácias do discurso que eles reproduzem para o Brasil. A gente tem que ser muito claro com isso, porque disso depende a democracia, né?

O sr. acredita que o novo governo possa mudar artigos que dizem respeito à comunicação?

Eu acho que um dos principais pontos da reforma política para o Brasil é a reforma da comunicação. Essa operação da Veja mostra que ela não é um órgão de comunicação, o que ela mostrou claramente é que é uma sala do comitê político do PSDB no Brasil. A revista operou de maneira a desinformar. Ela desinformou. Ela já havia feito isso se ligando a um criminoso chamado Carlos Cachoeira e não aconteceu nada. O cara continua lá na sucursal de Brasília, não foi preso, não foi condenado. Nós precisamos mexer nessas estruturas de concentração econômica de poder, fazer uma reforma da comunicação, uma lei de meios, como a da Argentina. E nós precisamos também de uma reforma política que retire o poder do capital, que retire o financiamento privado de campanha, mas que permita também à gente avançar em questões cruciais da sociedade brasileira. Com uma Constituinte que não possa ser com estes deputados, que tenha que ser exclusiva. O deputado que quiser fazer essa Constituinte só poderá se candidatar para isso, para discutir as ideias e o futuro do país, e não para vir com esquemas que a gente sabe que eles articulam, de grandes corporações, de forças que bancam campanhas milionárias. Precisamos de uma reforma política com uma Constituinte exclusiva e, nesse contexto, uma reforma das comunicações.

Por que os partidos têm tido certa dificuldade em atingir os jovens na internet?

A internet não é contraposta aos partidos, mas é que a velocidade das comunicações e as relações intensas que existem na internet geram muitas dificuldades para os partidos, principalmente para legendas partidárias que são estruturas mais orgânicas. Por exemplo, o PSDB adotou e atuou como estratégia na internet, e não é de agora, de desconstruir seus opositores, no caso o governo federal e o PT.

E os tucanos fazem isso destilando preconceitos e coisas absurdas. Se for ver o que dizem dos nordestinos, dos gays e das opções políticas das pessoas, beira ao fascismo. Agora temos que ver o que os partidos que são propostas democráticas e de esquerda podem refazer utilizando a internet, mas é muito difícil fazer política só pelas estruturas partidárias. Hoje, está muito claro que não é só o partido o elemento que faz política. Há outras formas de se fazer política, inclusive com conexões, grupos e coletivos de ativistas na internet. 
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Dia Internacional da Animação 2014

October 28, 2014 13:12, by Unknown - 0no comments yet





Dia Internacional da Animação promove exibições de curtas em 240 cidades do País

Nesta terça-feira, (28), é celebrado o Dia Internacional da Animação e 240 cidades brasileiras terão exibições gratuitas de curtas-metragens de desenho animado nacionais e internacionais. Além do Brasil, as exibições também ocorrem em outros 30 países e fazem referência à primeira projeção pública mundial de imagens animadas, realizada em 28 de outubro de 1892, pelo artista Émile Reynaud, na França.

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Diógenes Brandão