Congresso será mais conservador e renovação, pequena, diz Diap
9 de Fevereiro de 2018, 10:04“A pauta do Congresso que será eleito em 2018, com a criminalização da esquerda e o afastamento do PT do governo, tende a ser mais conservadora”, afirma o diretor do Diap, Antônio Augusto de Queiroz. |
O perfil dos deputados e senadores eleitos em 2014 surpreendeu por ter sido o mais conservador desde o golpe de 1964, frustrando a expectativa criada pelas manifestações iniciadas de junho do ano anterior. Para 2018, o Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) arrisca um prognóstico para o pleito de outubro e, assim, evitar nova surpresa: o fenômeno conservador será potencializado pelo aumento das bancadas ruralista, religiosa, empresarial e da bala.
“A pauta do Congresso que será eleito em 2018, com a criminalização da esquerda e o afastamento do PT do governo, tende a ser mais conservadora”, afirma o diretor do Diap, Antônio Augusto de Queiroz.
Toninho, como é chamado por parlamentares e jornalistas, é um dos analistas de Congresso mais ouvidos no mundo político de Brasília. O Diap foi criado há 34 anos para assessorar sindicatos de diversas categorias no acompanhamento do trabalho dos congressistas e hoje atende a 900 organizações.
Segundo ele, o crescimento conservador deve acirrar a tensão sobre temas como a redução da maioridade penal, a revisão do estatuto do desarmamento e a imposição de barreiras a discussões envolvendo questões de gênero. “Todas as bancadas conservadoras estão se preparando para aumentar. Será um Congresso pior que o atual”, afirma.
Renovação frustrada
O diretor do Diap avalia também que haverá frustração no desejo de renovação do Congresso desejado pela sociedade. Este será o efeito direto de mudanças feitas pelos atuais parlamentares na legislação eleitoral. Queiroz estima uma redução no índice de renovação - abaixo dos 50% desde 1994.
Na contramão, os atuais deputados serão beneficiados pelo menor tempo de propagada eleitoral gratuita na televisão, reduzida de 45 para 35 minutos. A diminuição do tempo de campanha de 90 para 45 dias também favorecerá deputados e senadores com mandato.
Queiroz afirma que a mudança no modelo de financiamento - restrito ao fundo eleitoral, recursos próprios e doações de pessoas físicas - deve impedir o surgimento de novatos. “O candidato [com mandato] vai negociar com o partido que só fica [no partido] se a legenda der para ele prioridade nos recursos e espaço no horário eleitoral gratuito. Os novos [candidatos] que aspiram essa oportunidade [de ser parlamentar] não vão ter essa mesma oportunidade”, compara.
Os prefeitos precisarão escolher entre novos e velhos aliados, que devem ser favorecidos pela distribuição de emendas parlamentares. Cada deputado tem direito a R$ 14,8 milhões por ano para destinar a cidades de sua base eleitoral. No total, as emendas formam bolo de R$ 8,8 bilhões em 2018, disputado por prefeitos de todo o país.
A estrutura para exercício de mandato do atuais deputados e senadores é outro fator que joga contra estreantes nas urnas. “É uma série de vantagens que quem está chegando não tem – como o auxílio gasolina para rodar o estado, verba de correio, funcionários de gabinete para campanha. Como o espaço será pequeno, com o tempo de campanha reduzido, embora haja no Brasil um desenho de renovação não há condições objetivas para novatos se eleger”, sugere.
Foro privilegiado
O foro privilegiado será fator decisivo na decisão dos parlamentares de se candidatar à reeleição. O medo é perder prerrogativa de responder a processos no Supremo Tribunal Federal (STF), geralmente mais lento para julgar corruptos em relação às primeira e segunda instâncias.
De acordo com o Diap, o índice tradicional de 20% de deputados que não buscam a reeleição deve cair. Com isso, a renovação será prejudicada. O cálculo é de que a cada cem deputados em reeleição, 80 conseguem renovar o votos para permanecer na Câmara. Uma peneira com mais mandatários na disputa dificulta a passagem de candidatos em busca do primeiro mandato.
O foro deve levar alguns senadores a desistir da reeleição para tentar uma vaga na Câmara. “O que vai ocorrer é uma circulação no poder com o cara que é senador saindo para deputado”, diz o diretor do Diap.
Serão 54 das 81 cadeiras em disputa no Senado, contra 513 vagas para a Câmara. “Na nossa simulação, devem se reeleger de 21 a 25 senadores. Será menos de 50% de reeleição”, afirma. “Haverá uma renovação a partir de celebridades, parentes [de políticos] e ocupantes de cargos públicos em outras estruturas como ex-prefeitos.”
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INÉDITO: Pela primeira vez, Pará passa Minas na produção de minério de ferro
6 de Fevereiro de 2018, 0:41O minério de ferro responde por 54,04% das exportações paraenses, enquanto em Minas Gerais reponde por 27,18%. |
Via ASSOPEM
A Associação Paraense de Engenheiros de Minas (Assopem) levantou com exclusividade nesta segunda-feira (5) que, pela primeira vez na história, a produção física de minério de ferro do Pará ultrapassou a de Minas Gerais, líder da produção mineral brasileira.
Os dados de produção física dos estados referentes a janeiro acabam de ser divulgados pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).
Em janeiro, o Pará produziu 14,1 milhões de toneladas (Mt) de minério de ferro, o que rendeu 652,92 milhões de dólares em exportações.
É muito mais que os 11,91 Mt de janeiro de 2017, que movimentaram 638,79 milhões de dólares. Enquanto isso, Minas Gerais produziu em janeiro deste ano 11,21 Mt de ferro e movimentou 534,72 milhões de dólares, uma queda em relação ao ano passado, quando extraiu 14,06 Mt e as vendeu por 754,99 milhões de dólares.
O minério de ferro responde por 54,04% das exportações paraenses, enquanto em Minas Gerais reponde por 27,18%. Além de inédito, o dado revela a força adquirida pelo projeto de ferro S11D, na Serra Sul do complexo minerador de Carajás, que está em franca expansão da capacidade produtiva e com previsão de atingir carga plena em 2020.
A Serra Sul fica no município de Canaã dos Carajás.
O MDIC aponta crescimento de 1.360% na produção de minério de ferro de S11D em janeiro deste ano frente a janeiro do ano passado.
Na prática, o projeto adicionou pelo menos 3,5 Mt à produção conjunta das minas de Serra Norte (em Parauapebas) e Serra Leste (em Curionópolis).
PRODUÇÃO EM 2017
De acordo com o MDIC, as saídas de minério a partir de Parauapebas, Canaã dos Carajás e Curionópolis, municípios nos quais a mineradora multinacional Vale mantém operações, totalizaram 163,82 milhões de toneladas métricas em 2017.
Esse dado pode não bater com o número consolidado da Vale, a ser apresentado este mês, por conta da metodologia de cálculo.
No próximo dia 16, uma sexta-feira, antes da abertura dos mercados financeiros, a Vale vai divulgar seu relatório de produção referente ao 4º trimestre do ano passado do qual vai constar a produção do Sistema Norte, ao qual estão integradas as minas do complexo de Carajás (Serra Norte, Serra Sul e Serra Leste).
A partir deste ano, o relatório de produção será divulgado dez dias antes do relatório de desempenho financeiro e incluirá informações sobre o desempenho das vendas no trimestre.
Já o relatório de desempenho financeiro referente ao quarto trimestre de 2017 será divulgado no dia 27, uma terça-feira, após o fechamento dos mercados.
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IMPERDÍVEL: O dia que um senador fez um raio X daquilo que mais escraviza o nosso país
6 de Fevereiro de 2018, 0:17
Por Roberto Requião*
Há tempo que a ciência e os fatos da vida comprovam que nada é por acaso.
No entanto, embora a ideia medieval da abiogênese, a “geração espontânea”, seja a representação paradigmática daqueles tempos trevosos, ainda hoje a proposição do espontaneísmo resiste e é amplamente aceita, quando se trata da política ou mesmo da economia.
Diariamente, a mídia empresarial espalha a intrujice de que do acúmulo de lixo nascem insetos e ratos, que é possível originar vida de matéria não viva. Se Humberto Eco foi assertivo ao dizer que a internet liberou infindáveis legiões de néscios, ele esqueceu de acrescentar à turma os comentaristas e ditos analistas de política e economia que infestam as televisões, rádios e jornais da mídia comercial e monopolista. É notável a incapacidade de raciocinar, de somar dois com dois. Gramsci dizia que não existe o canalha absoluto, que o canalha absoluto é uma criação ficcional. Essa generosidade do filósofo que sofreu no corpo debilitado os horrores do fascismo sempre me impressionou. Então, se concedemos que nem todos sejam canalhas plenos, integrais, resta outra suposição: a burrice córnea. A ceratina penetrou de tal forma na cabeça dessa gente que as tornou duras, resistentes, impermeáveis à verdade dos fatos. Se, ato contínuo à ampliação de nosso mar territorial de 12 para 200 milhas marítimas, em 1970, sob Garrastazu Médici, os norte-americanos movimentam sua IV Frota — por mais que o governo militar fosse um aliado incondicional– não o fazem para competir com os franceses na pesca da lagosta. Se, sob Ernesto Geisel, em 1975, de repente, os Estados Unidos tornam-se guardiões dos direitos humanos e pressionam a ditadura brasileira, não é porque a tortura, os assassinatos, o desaparecimento de opositores os preocupassem, e sim os acordos nucleares do Brasil com a Alemanha.
Mais recentemente, quando os norte-americanos grampeiam a presidente Dilma, monitoram suas conversas, perscrutam suas decisões e controlam sua comunicação com ministros, auxiliares e políticos, não estão à procura da receita de sua dieta para emagrecer.
Quando os serviços de espionagem dos Estados Unidos invadem, vasculham, devassam todas as informações da Petrobrás, não são os Cerveró, os Duque, os Paulo Roberto Costa, os Youssef, os Barusco ou os Sérgio Machado que os mobilizam.
A corrupção é um segredo de polichinelo, o pré-sal o prêmio. Se, antigamente, a Escola das Américas era o centro formador dos torturadores, dos assassinos estatais, dos sabotadores dos governos populares e nacionalistas, hoje, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, em cooperação com o FBI, a CIA, a NSA, encarrega-se de seduzir, domesticar e abduzir juízes, procuradores e policias.
E políticos é claro.
A produção de cabos Anselmo não foi interrompida, sofisticaram-se os meios e os métodos. Ao invés dos sicários a soldo, temos os heróis de almanaques.
Os super-juízes, os super-procuradores, e, como contrafação, já que nenhuma exageração escapa do ridículo, temos o japonês da federal. E o coreano do MBL.
Quando o presidente Lula sanciona, em 2010, a Lei da Ficha Limpa e a presidente Dilma, em 2013, assina a Lei das Organizações Criminosas, disciplinando a delação premiada; quando se desequilibra a harmonia entre os poderes, e produz-se a hipertrofia do Judiciário, do Ministério Público e da Polícia Federal; quando o presidencialismo de coalizão cede a um Parlamento que se transformou em mandalete dos financiadores de campanha; quando o presidente Lula coloca no Banco Central e no Ministério da Fazenda homens de confiança do mercado financeiro; quando a presidente Dilma, na crise política após as jornadas de 2013 e a eleição de 2014, adota políticas neoliberais, aprofundando a crise; quando tanto um como outro presidentes constrangem-se diante das pressões da mídia monopolista e comercial e fogem de adotar aqui as mesmas legislações que os norte-americanos e alguns países europeus adotaram para democratizar os meios de comunicação; quando tudo isso somado produz um salto qualitativo, temos o golpe e seu corolário de horrores: a alienação da soberania nacional, a entrega do petróleo, dos minérios, das terras, da água, a destruição da República Social, a sabotagem da Petrobrás, as privatizações.
E o aceleramento da marcha da desindustrialização e da precarização da ciência e da tecnologia.
Na divisão internacional do trabalho é o papel que nos reservam: celeiro do mundo, exportador de grãos e de matérias primas minerais, fornecedor de petróleo. E de água!
Afinal, vimos em Davos a Nestle e a Coca-Cola renovarem a cobiça pelo aquífero Guarani, uma das maiores reservas de água doce do planeta.
Senhoras e senhores, esses são os fatos da realidade. Essa é a verdade que os fatos revelam, por mais que o cinismo e a estultícia da grande mídia tentem perverter e adulterar a natureza das coisas.
Como antídoto para o massacre diário do discurso antinacional, antidemocrático e antipopular que se estabeleceu no país, quero oferecer um texto do professor de Filosofia da Universidade Federal do Espírito Santo, Maurício Abdala, publicado no “Le Monde Diplomatique”.
Os 13 pontos do professor Abdala são uma leitura necessária para quem ama o Brasil e acredita que ainda é possível vencer esses tempos tão sinistros da nossa história.
Vamos ao contraveneno às sandices daqueles que acreditam que do lixo que produzem é possível brotar alguma vida.
Vamos lá.
1 – O foco do poder não está na política, mas na economia. Quem comanda a sociedade é o complexo financeiro-empresarial com dimensões globais e conformações específicas locais.
2 – Os donos do poder não são os políticos. Estes são apenas instrumentos dos verdadeiros donos do poder.
3 – O verdadeiro exercício do poder é invisível. O que vemos, na verdade, é a construção planejada de uma narrativa fantasiosa com aparência de realidade para criar a sensação de participação consciente e cidadã dos que se informam pelos meios de comunicação tradicionais.
4 – Os grandes meios de comunicação não se constituem mais em órgãos de “imprensa”, ou seja, instituições autônomas, cujo objeto é a notícia, e que podem ser independentes ou, eventualmente, compradas ou cooptadas por interesses. Eles são, atualmente, grandes conglomerados econômicos que também compõem o complexo financeiro-empresarial que comanda o poder invisível. Portanto, participam do exercício invisível do poder utilizando seus recursos de formação de consciência e opinião.
5 – Os donos do poder não apoiam partidos ou políticos específicos. Sua tática é apoiar quem lhes convém e destruir quem lhes estorva. Isso muda de acordo com a conjuntura. O exercício real do poder não tem partido e sua única ideologia é a supremacia do mercado e do lucro.
6 – O complexo financeiro-empresarial global pode apostar ora em Lula, ora em um político do PSDB, ora em Temer, ora em um aventureiro qualquer da política. E pode destruir qualquer um desses de acordo com sua conveniência.
7 – Por isso, o exercício do poder no campo subjetivo, responsabilidade da mídia corporativa, em um momento demoniza Lula, em outro Dilma, e logo depois Cunha, Temer, Aécio, etc. Tudo faz parte de um grande jogo estratégico com cuidadosas análises das condições objetivas e subjetivas da conjuntura.
8 – O complexo financeiro-empresarial não tem opção partidária, não veste nenhuma camisa na política, nem defende pessoas. Sua intenção é tornar as leis e a administração do país totalmente favoráveis para suas metas de maximização dos lucros.
9 – Assim, os donos do poder não querem um governo ou outro à toa: eles querem, na conjuntura atual, a reforma na previdência, o fim das leis trabalhistas, a manutenção do congelamento do orçamento primário, os cortes de gastos sociais para o serviço da dívida, as privatizações e o alívio dos tributos para os mais ricos.
10 – Se a conjuntura indicar que Temer não é o melhor para isso, não hesitarão em rifá-lo. A única coisa que não querem é que o povo brasileiro decida sobre o destino de seu país.
11 – Portanto, cada notícia é um lance no jogo. Cada escândalo é um movimento tático. Analisar a conjuntura não é ler notícia. É especular sobre a estratégia que justifica cada movimento tático do complexo financeiro-empresarial (do qual a mídia faz parte), para poder reagir também de maneira estratégica.
12 – A queda de Temer pode ser uma coisa boa. Mas é um movimento tático em uma estratégia mais ampla de quem comanda o poder. O que realmente importa é o que virá depois.
13 – Lembremo-nos: eles são mais espertos. Por isso estão no poder.
Senhoras e senhores, Brasileiros, os pressupostos estão aí. Mas essa compreensão incisiva da realidade obriga-nos um passo seguinte: a ação.
Depois que Hitler invadiu a França, despojando-a de sua soberania, anulando-a como nação, Charles de Gaulle chamou seus compatriotas à resistência, acima dos interesses de cada um.
O que estava em jogo era a existência do país, seus valores, suas tradições, suas crenças, sua identidade.
Até mesmo os contrabandistas que tão bem conheciam as fronteiras da França, até eles foram convocados à grande tarefa de libertação do país.
Não estou insinuando que, no caso da grande tarefa de libertação do Brasil, até corruptos devam ser convocados, mesmo porque boa parte deles estão de papo para o ar, refestelados nos milhões com que foram premiados pela delação.
Convoco os homens e as mulheres que amam este país, que abominam a corrupção e o entreguismo. Que rejeitam ser escravos do dinheiro; que não aceitam a prevalência do capital financeiro sobre o capital produtivo.
Que não querem ver esse país tão rico transformado em uma plantation colonial, a ofertar ao mundo desenvolvido grãos, minérios, petróleo, terras e água.
Que não querem ver os nossos trabalhadores transformados em mão de obra semiescravizada, para o desfrute global.
Com Shakespeare e Henrique V, antes da batalha de Agincourt, encerro dizendo: aqui estão os brasileiros que deviam estar.
E os que não estiverem vão se arrepender até o fim de suas vidas não terem estado conosco.
Nada temos a perder, pois o que tínhamos está sendo surrupiado, desbaratado e vendido a preço de banana pelos entreguistas do Brasil, com a prestimosa colaboração de alguns tolos que se arvoram em heróis da pátria.
*Roberto Requião é senador da República, no segundo mandato. Foi governador do Paraná por três mandatos, prefeito de Curitiba, secretário de estado, industrial, agricultor, oficial do exército brasileiro e advogado. É graduado em direito e jornalismo com pós graduação em urbanismo e comunicação
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Helder Barbalho é um dos ministros milionários de Temer que têm bolsa-ajuda para comer e morar
5 de Fevereiro de 2018, 15:51
Na Folha, sob o título Milionários, ministros de Temer têm ajuda para morar
Figurando na lista de políticos mais ricos do país, ministros de Michel Temer ganham ajuda mensal dos cofres públicos para morar e comer.
Alexandre Baldy, titular das Cidades, tem à sua disposição um apartamento funcional de mais de 200m, apesar de ser dono de casa em um dos pontos mais valorizados da capital federal.
Em 2016 o ministro comprou um imóvel no Lago Sul de Brasília por R$ 7,6 milhões. Mesmo assim, continuou tendo um apartamento da Câmara a seu dispor —Baldy se licenciou do mandato de deputado em novembro para assumir o novo cargo.
A Folha visitou o prédio e constatou com funcionários que Baldy é pouco visto no imóvel público, que seria usado, na verdade, por assessores.
Em resposta à Folha, o ministro afirmou, por meio de sua assessoria, que o funcional vinha sendo usado "com o objetivo de dar suporte às atividades funcionais que não são realizadas em sua residência para preservar a rotina e necessidades de seus filhos, esposa e demais familiares".
Baldy afirmou ainda que, apesar disso, não vê mais necessidades de uso do apartamento, "o qual já acredita ter sido entregue para a Câmara". A Casa informou que o ministro ainda não havia feito a devolução até esta sexta (2).
Lei federal que trata de ajuda para moradias a ministros veda o recebimento de benefício por aqueles que têm imóvel próprio na capital federal.
O ministro das Cidades declarou em 2014 ter bens que somavam R$ 4,2 milhões. Ele é casado com uma ex-integrante do bloco de controle da Hypermarcas.
'COMBATER PRIVILÉGIOS'
Outro ministro milionário que recebeu ajuda pública para morar e comer é o chefe da equipe econômica e um dos condutores do discurso governista pelo fim dos privilégios.
Henrique Meirelles (Fazenda) recebeu, desde que virou ministro, em 2016, R$ 7.337 de auxílio-moradia e R$ 458 de vale-refeição todo mês.
Só quando cresceram as movimentações para lançá-lo à corrida presidencial o ministro decidiu abrir mão da ajuda para moradia. Desde novembro ele não tem o auxílio, mas ainda recebe o de alimentação.
A remuneração mensal de Meirelles é de R$ 30.934, o equivalente a mais de 32 salários mínimos. O ministro declarou publicamente seu patrimônio pela última vez há 15 anos, quando se candidatou a deputado federal. Na ocasião, já acumulava R$ 45 milhões em bens, incluindo uma casa em Nova York.
Ex-presidente mundial do BankBoston, Meireles recebeu em 2015 e 2016 mais de R$ 200 milhões por consultorias a empresas, entre elas a J&F, dos irmãos Batista.
No último programa do seu partido, o PSD, o ministro foi à TV dizer que o Brasil tem um "enorme dívida social" e que é preciso "combater privilégios e distribuir renda".
Blairo Maggi (Agricultura) também integra a lista de ministros milionários, já que foi citado em reportagem de 2014 da revista "Forbes" como segundo político mais rico do país, dono de patrimônio de US$ 1,2 bilhão (R$ 3,85 bi).
Empresário do agronegócio, Maggi (PP) declarou em 2014 à Justiça Eleitoral bens que somam R$ 143 milhões. Como senador licenciado, ele também tem a seu dispor imóvel funcional em Brasília.
Os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Helder Barbalho (Integração Nacional) também recebem auxílio-moradia e vale-refeição. Em suas últimas declarações de bens, Padilha (2010) e Helder (2014) informaram bens em valores superiores a R$ 2 milhões.
Dono de bens declarados no valor de R$ 6,5 milhões em 2014, Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia) recebe, todo mês, R$ 458 de auxílio para alimentação.
A Folha mostrou nos últimos dias que integrantes da cúpula do Judiciário (26 ministros de três tribunais superiores) recebem auxílio-moradia mesmo tendo imóvel próprio na capital federal.
Os juízes que estão à frente dos processos da Lava Jato no Paraná —Sergio Moro— e no Rio de Janeiro —Marcelo Bretas— também são beneficiados mesmo tendo moradia própria na cidade onde trabalham.
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Mudanças de Zenaldo Coutinho levam o carnaval de Belém para a vala
3 de Fevereiro de 2018, 13:30A imagem da nova passarela do samba em Belém, revela o que muita gente já sabia: O prefeito quer acabar com o desfile das escolas de samba durante o carnaval e está prestes a conseguir. |
Desde que soube das mudanças propostas pela prefeitura de Belém para o local e a dinâmica do carnaval da cidade, diversas pessoas passaram a se contrapor ao projeto. Um destes foi o advogado e carnavalesco Cláudio Bordalo, que vem usando seu perfil no Facebook para mostrar o quanto a equipe da FUMBEL e demais assessores do prefeito Zenaldo Coutinho (PSDB) estavam ajudando a acabar com alegria da festa de momo, ainda mantida graça aos esforços de carnavalescos como ele, assim como de brincantes que sempre esperam pelo desfile das escolas de samba e blocos de carnaval em nossa cidade.
Com o fiasco na abertura do Desfile Oficial do Carnaval 2018, na noite desta sexta-feira (02), as escolas de samba e blocos puderam confirmar o erro de terem aceito que a prefeitura tenha levado o evento para a Avenida Marechal Hermes, um local isolado e sem a infraestrutura necessária para abrigar a festa carnavalesca.
O Bloco Colibri, da Pedreira, abriu a noite de desfile fazendo uma homenagem pela vida e um protesto pela morte do carnavalesco Alex Meireles, assassinado há dois meses em Belém, cidade que amarga um caos administrativo em diversas áreas, sobretudo na segurança pública.
"Alex foi o fundador do bloco e era ex-presidente da Escola de Samba Embaixada Pedreirense. O bloco Colibri desfilou com um casal de mestre sala e porta bandeira e uma bateria, além de brincantes com camisas homenageando o fundador. No meio da avenida eles clamaram por justiça para o caso de Alex", informou o portal da prefeitura de Belém.
O Carnaval Oficial de Belém segue neste sábado (03) a partir das 20h, com o desfile das escolas do primeiro grupo, as quais deveram enfrentar diversos problemas, tal como aconteceu ontem.
Até os mais céticos chegaram a acreditar que as mudanças poderiam melhorar o já combalido Carnaval de Belém, que sofre pelo ínfimo investimento feito pela prefeitura, mas veja o que disse o carnavalesco Claúdio Bordalo, diretor do bloco Chupicopico:
"Fui ontem na Marechal Hermes e desfilei nos Colibris na Homenagem ao amigo Alex Meireles.
Em relação ao local do evento continuo considerando ter sido uma insanidade a mudança. Taparam os buracos mas não retiraram as inúmeras falhas existentes no asfalto.
Lá, diferente do bairro da Pedreira, não existe um público cativo. E ontem não tivessem liberado não teria ninguém nas arquibancadas e camarotes.
As escolas de samba e Blocos, pelo espetáculo que apresentam, salvo as do grupo 1 (leia-se Rancho e Quem São Eles ) não conseguem vender ingressos. E olhem que as arquibancadas de "desfile infantil" tem a capacidade limitada a mil lugares.
Outro absurdo foi a podagem agressiva realizada na mangueira que fica ao final da pista de desfile.
Outro inconveniente para o uso do local é o trânsito. Ontem no desfile de escolas médias foi grande o transtorno causado em uma das vias mais movimentadas da cidade, a av. Pedro Álvares Cabral, por onde trafegam dezenas de linhas de ônibus e grande número de outros veículos.
Foi apenas um anúncio de como será hoje no desfile das grandes escolas. Lá tomei conhecimento de que os moradores milionários dos apartamentos da Pedro Álvares Cabral entraram na justiça para tentar impedir o desfile naquele local.
Hoje de madrugada deu para ver a dificuldade do carro do Habitat do Boto para fazer a curva fechada para sair da área de dispersão. Fiquei imaginando como será hoje com os carros das grandes escolas. A pista de desfile não chega a 300 metros. Na Aldeia são 400.
Ah! me surpreendi em constatar que as propagandas e cervejas vendidas são da CERPA e não dá AMBEV conforme havia sido fartamente divulgado. Aí fiquei em dúvida.
Será que a AMBEV foi comprada pela CERPA ou viu a "CAGADA" onde estava se metendo e deu o fora?
Fiquei me perguntando será que a CERPA manteve o acerto que a AMBEV havia feito de pagar a estrutura de arquibancadas e o som ou está sendo usado o dinheiro que o governo repassou do qual uma parte era para ser repassado para os blocos e escolas menores conforme promessa do prefeito o que não ocorreu."
Também pelo Facebook, o médico e brincante Márcio Maúes ironiza com uma foto que mostra a passarela do samba, alagada.
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Aos 95 anos, morre Arthur Carepa, pai de Ana Júlia, a primeira e única governadora do Estado do Pará
3 de Fevereiro de 2018, 4:40Na foto, a governadora Ana Júlia Carepa e seu pai, Arthur Sampaio Carepa, com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, durante o aniversário do Clube do Remo, em Fevereiro de 2017. |
Por Diógenes Brandão
Segundo Ana Júlia, seu pai, Arthur Sampaio Carepa faleceu por volta das 23 horas desta sexta-feira (02), após 30 dias em tratamento na UTI do Hospital Adventista de Belém, onde lutava contra uma pneumonia.
Casado com Maria José de Vasconcelos Carepa, Arthur deixa os filhos, Emílio Sérgio, Arthur, João Carlos, Ana Júlia, Luiz Roberto, José Otávio e Santos Estanislau e os netos: Brenda, Júlio, Juliana, Taíssa, Nathalia, André, Marina, Cássio e Letícia, a única bisneta.
A família nutre uma grande paixão pela natação, tanto que em sua casa ainda existe uma piscina atlética e uma escola da prática esportiva e o nome do pai de Ana Júlia virou o "Troféu Arthur Samapaio Carepa de Natação", que já premiou diversos atletas em eventos da Confederação Brasileira e da Federação Paraense de Deportos Aquáticos.
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Na foto, ao lado esquerdo de Ana Júlia, Arthur Carepa reunido com a família, durante o Dia dos Pais, em Agosto de 2014. |
A governadora Ana Júlia recebeu a informação em Brasília-DF, onde participava do Encontro Nacional do PCdoB, seu novo partido. Ao tomar conhecimento do ocorrido, ela interrompe sua participação no evento e retorna à Belém na manhã deste sábado (23), onde ajudará a confortar a família e amigos.
Arthur era engenheiro, foi Secretário de Obras no Município de Belém, cassado e preso durante a ditadura militar. No dia em que sua filha foi eleita governadora do Estado do Pará, a revista IstoÉ Gente publicou uma matéria, onde contou a seguinte história:
“Arthur, pai da governadora eleita Ana Júlia, reuniu família e amigos na hora da apuração dos votos. Mandou fazer um almoço típico: maniçoba, moqueca de caranguejo e açaí, com torta de cupuaçu de sobremesa. Estava eufórico e nervoso. Quando saiu o resultado da pesquisa de boca-de-urna dando vitória à sua única filha entre sete homens, passou mal. “Levaram-no para o quarto. Um dos filhos é médico e cuidou dele”, contou a comadre da governadora, Edilza Fontes. Arthur revelou que quando jovem, filiado ao antigo MDB, pensou em ser candidato ao governo. “Minha filha está realizando meu sonho”, disse, entre lágrimas”.
O autor do blog AS FALAS DA PÓLIS blog solidariza-se à tão estimada família, que teve o privilégio de conhecer e visitar sua casa e registra condolências pelo falecimento do seu patriarca, que viveu e cuidou de sua família com dignidade e dedicação exemplar.
Leia a nota de pesar publicada por Ana Júlia, em seu perfil no Facebook.
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