Ativistas “mascarados” ajudam a desmascarar polícia carioca e outros elementos nocivos à frágil democracia brasileira.
Ao ler a matéria intitulada "Uma polêmica com os “Black Blocs”, elaborada e publicada por militantes do PSTU, eu pensei, no primeiro momento, estar lendo mais um escrito produzido e publicado pela equipe de jornalismo da rede Globo, pois as informações, concepções e análises contidas na matéria em nada se distinguem das matérias produzidas pela equipe de jornalismo do "Profissão Repórter".
Diante da superficialidade, da falta de embasamento teórico e do caráter manipulador da matéria, resolvi contribuir com os limitantes (militantes) do PSTU e sugerir aos mesmos a leitura de "Esquerdismo, Doença Infantil do Comunismo" _ de Vladimir Illitch Ulianov (Lênin) que trata da questão das estratégias e táticas na Ação revolucionária.
As manifestações de rua formam um contexto específico das lutas populares, nelas o direito da sociedade de se expressar é confrontado com o "dever do Estado em manter a ordem" institucional. A sociedade se manifesta por meio de passeatas, palavras de ordens, cartazes, ocupação de ruas e praças. O Estado, por sua vez, atua por meio das forças repressivas de segurança, visando garantir a ordem institucional que nada mais é que manter os interesses dos grupos detentores do poder econômico e político da sociedade.
No momento em que ocorrem as manifestações, tudo o que o Estado procura ideologicamente é esconder os conflitos entre as classes sociais, a existência de interesses conflitantes, a diversidade de opiniões e ideias. Porém, na medida em que o interesse das minorias mandatárias são afetados pelas ações das “maiorias silenciosas”, todos os antagonismos se revelam.
Os conflitos de rua são apenas a tradução imediata dos conflitos de classes que os aparatos ideológicos procuram esconder. Nas ruas, diante do fortalecimento das massas, o Estado abandona o discurso do direito de expressão, do "direito de se manifestar", e o substitui pelo discurso do dever do Estado em garantir o "direito de ir e vir", da "defesa do patrimônio “, do “direito à propriedade”, que é em verdade, o direito da minoria dominante em exercer sua dominação sobre o conjunto da sociedade.
Os leninistas que parecem não ter lido Lênin, e, que,
portanto, desconhecem o sentido objetivo de tática e estratégia disparam
contra o alvo errado e prestam serviço ao Estado e, consequentemente,
ao capital que detém o seu controle político e dos seus aparatos
repressivos. Ao focalizar suas críticas à ação dos Black Blocs , os
criticistas do PSTU esquecem que foi por meio da ação Black Blocs que
veio à tona a utilização de P2 pela polícia carioca durante as
manifestações no Rio de Janeiro.
A mídia que desde o início dos
protestos se refere aos manifestantes como “vândalos baderneiros”, que
chama os Black Blocs de “mascarados baderneiros” é a mesma que hoje
elogia o PSTU. Os Black Blocs, além de contribuírem para ajudar a
desmascarar a polícia, o Estado e a mídia, agora parece que estão
contribuindo para revelar mais uma dessas alianças esdrúxulas a que
estão dispostos os partidos brasileiros para se manterem em evidência.
Por Rômulo Martins.
Por Rômulo Martins.
Receba atualização do Blog no seu email.
0sem comentários ainda
Por favor digite as duas palavras abaixo