Quem lembra do filme "300", dirigido por Zack Snyder e que imortalizou a Batalha de Termópilas, ambientalizado na Grécia - ano 480 AC - onde o rei Leônidas e seus 300 guerreiros de Esparta lutam bravamente contra o numeroso exército do rei Xerxes, estrelado pelo brasileiro Rodrigo Santoro?
No filme, cenas sangrentas e extremamente violentas das várias batalhas travadas entre gregos e persas durante as chamadas Guerras Médicas, onde o exército persa comandado pelo rei Xerxes usa monstros e criaturas grotescas contra o seu inimigo, afim de conquistar seu território.
É justamente essa "guerra" que temos presenciados nas redes sociais, desde o anúncio do resultado eleitoral que consagrou a reeleição da presidenta Dilma. Manifestações xenófobas, preconceituosas e discriminatórias que já eram destiladas nas redes sociais, intensificaram-se e tornaram-se polêmicas, onde pobres, nordestinos, gays e vários outros segmentos sociais foram acusados pela derrota de Aécio, o candidato oposicionista que reuniu a nata odiosa do Brasil, tal como Xerxes agrupou e preparou seu exército de monstros sedentos por sangue ao ataque desmensurado.
Colunista social de Belém destila ódio contra pobres.
Ainda repercute nas redes sociais post da colunista social do jornal O Liberal, Yáskara Cavalcante, desejando aos eleitores que reelegeram a presidente Dilma Rousseff (PT) “tudo de ruim pra essa gente pobre e ignorante”.
Em outro parágrafo da nota, a “colunista” se diz aliviada pelo fato “da minha filha mais velha estará deixando esse país de ratos e porcos em alguns meses”, e que a “mais nova vai em alguns anos”.
A moçoila-mãe deveria aproveitar o embalo para ir juntas, se possível, carregando, também, a tiracolo, o cantor Lobão.
Esse tipo de “jornalista”, o Brasil abre mão, porque só contribuiu com mazelas ao atiçar o fofoquismo das madames em beira de piscinas.
Na eleição que reelegeu Dilma, houve violência para todos os gostos.
Os gays foram achincalhados porque… são gays.
Mulheres sofreram violência porque… são mulheres.
Nordestinos chamados de paraíbas quase como um elogio carinhoso, ou como símbolos de sinais preocupantes de perda de seiva de um partido.
Agora, a colunista de O Liberal escancarou o ódio aos pobres – porque a maioria do povo brasileiro reconduziu o PT para mais um mandato presidencial.
Se a direção do jornal O Liberal não compartilha com esse tipo de intolerância e preconceito, registrado no texto da moça nas redes sociais, o demitiria na hora.
Um veículo de comunicação de massa não pode ter entre seus quadros a extensão do reacionarismo demonstrada por essa mulher.
Na tese da cordialidade do brasileiro (eternizada pelo historiador Sérgio Buarque de Hollanda nos anos 1930), seríamos o país da generosidade, da civilidade, da hospitalidade gratuita – a terra do coração. Negando a violência, a capacidade de manifestar nosso ódio, nosso racismo, nosso ressentimento social, agiríamos pelo coração, passionalmente. Inclusive quando odiamos.
Sérgio Buarque, lá de cima, deve estar bastante decepcionado com as mudanças ocorridas no país, nos últimos doze anos – depois que seguidos governos dos trabalhadores tiraram cerca de 40 milhões de gente da miséria absoluta, formando nova Classe C.
Aqueles que continuam a ganhar muito – ou se exibem como assim o fossem, não sendo capaz – ao fundo – de honrar nem o aluguel do prédio onde moram – não suportam ver tanta gente feliz, protegidos por governos populares.
Yáskara faz parte dessa elite desapontada com o riso largo no rosto da empregada doméstica, depois de ter conquistado seus direitos trabalhistas, patrocinados pelo governo que ela tanto odeia.
O desconforto é tanto, no lar desses almofadinhas de quinta categoria que eles nem mais conseguem ocultar passagens memoráveis do ódio, do preconceito e de seus ressentimentos sociais.
Veja prints das postagens de Yáskara Cavalcante, tanto no Facebook quanto no Instagram.
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