A Marcha da Família com Deus pela Liberdade realizada em São Paulo no dia 19 de março de 1964 foi uma resposta ao Comício da Central do Brasil realizado pelo então presidente João Goulart em 13 de março de 1964. Com empresários e setores políticos de direita, com 300 a 500 mil pessoas. Organizada pela Campanha da Mulher pela Democracia (CAMDE), União Cívica Feminina (UCF), Fraterna Amizade Urbana e Rural, Sociedade Rural Brasileira, com o apoio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES). Pedia o afastamento do presidente Jango.
A Marcha contra a corrupção, contra o PT e contra Dilma realizada em São Paulo e outras cidades do país, no dia 15 de março de 2015 (quatro dias antes) foi uma resposta ao Ato pela Democracia, Petrobras, Reforma Política e Direitos dos Trabalhadores realizado em 13 de março de 2015 (mesmo dia). Com empresários e setores políticos de direita, com 210 mil pessoas em São Paulo e mais algumas milhares de pessoas nas outras cidades. Organizada por movimentos que pedem o Impeachment ou a “intervenção militar” contra a presidenta Dilma Rousseff (PT), com o apoio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) do PSDB.
A diferença é que hoje vivemos em uma sociedade civil ocidental, no sentido gramsciano, com instituições mais consolidadas, com uma Democracia mais consolidada.
A única coisa que não mudou, ou até piorou, é o reacionarismo das nossas elites financeiras e o poder da Rede Globo, que apoiou o golpe militar-empresarial de 1964, e da velha mídia.
Outra diferença é que a internet existe hoje, o que limita um pouco o poderio da velha mídia.
Na dúvida, todos os brasileiros que lutam pela democracia devem ficar atentos até os dias 31 de março (dia da revolução redentora de 1964, segundo os autoritários) e 1º de abril (dia do golpe de 64, segundo os democratas).
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