Os curitibanos desaprovam Beto Richa
27 de Fevereiro de 2013, 21:00 - sem comentários aindaVamos levar em consideração que o Ibope é um instituto de pesquisas sério, por mais que ele esteja sendo investigado pela CPI das Pesquisas da Assembleia Legislativa do Paraná por ter colocado o ex-prefeito Luciano Ducci (PSB) no segundo turno e outros erros crassos em várias cidades do Estado.
A pesquisa divulgada pelo Ibope, divulgada na terça-feira, por mais que aponte uma boa avaliação do governador Beto Richa (PSDB) pelos paranaenses (73%), é bastante preocupante para o ninho tucano.
Primeiro porque todos os ex-governadores do Paraná foram bem avaliados nos dois primeiros anos de mandato, desde a redemocratização, seja Alvaro Dias (PMDB), Roberto Requião (PMDB) em seus três mandatos, Jaime Lerner (PFL) e agora Beto Richa (PSDB).
Outra questão bastante preocupante para Beto Richa é que Curitiba o desaprova. A pesquisa mostra números péssimos para Carlos Alberto:
Apenas 57% dos curitibanos aprovam Beto Richa, enquanto que 33% desaprovam. Todos nós sabemos que os 57% que aprovam, não necessariamente vão votar em Beto quando ele tiver adversários de peso nas eleições, como o ex-governador e atual senador Roberto Requião (PMDB) e a senadora licensiada e atual ministra da Casa Civil de Dilma, Gleisi Hoffmann (PT). Ducci também tinha mais de 50% de aprovação em Curitiba e teve apenas 26% dos votos dos curitibanos.
No resto do Estado o Ibope diz que Beto é bem quisto. Mesmo se isso for verdade, sabemos que as capitais são as primeiras a perceberem certas questões políticas, por estarem mais perto dos centros de poder. Os curitibanos conhecem muito bem Beto Richa, e muitos o desaprovam. Além disso, os curitibanos acompanham mais de perto os absursos que o governo Beto Richa faz na Assembleia Legislativa do Paraná. Acompanham mais de perto a gestão de Richa no Palácio Iguaçu.
É grande a chace da desaprovação de Beto se espalhar pelo estado até a eleição.
Os paranaenses do interior acompanham o governo muito pela TV, e na televisão, às custas de muito dinheiro público, de dinheiro de nós moradores do Paraná, o governo é uma maravilha. Na TV tudo funciona, a saúde, a segurança. Essa força do governo tenda a se desmontar nas eleições, quando os adversários de richa terão muito tempo na TV para mostrar as incompetências do atual governo. Além dos debates, claro.
Luciano Ducci, apoiado por Beto Richa, perdeu feio em Curitiba, e nem foi para o segundo turno. Com influência da imagem do governador na capital, nas eleições de 2014 podem ir para o segundo turno Gleisi e Requião.
A pesquisa do Ibope foi realizada entre 16 e 22 de fevereiro, com apenas 2002 pessoas, e o instituto diz que sua margem de erro é de 2 pontos. Você acredita?
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Hoje Curitiba adere ao Sistema Nacional de Cultura
27 de Fevereiro de 2013, 21:00 - sem comentários aindaA Ministra da Cultura Marta Suplicy (PT), o prefeito de Curitiba Gustavo Fruet (PDT) e o diretor-presidenta da Fundação Cultural de Curitiba Marcos Cordiolli vão assinar a adesão de Curitiba ao Sistema Nacional de Cultura, hoje, 11h, no Parque Barigui.
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Beto Richa agredece pelo produto comprado pelo PSDB: a pesquisa do Ibope
27 de Fevereiro de 2013, 21:00 - sem comentários ainda
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Cicloativistas protestam em defesa dos direitos dos ciclistas
26 de Fevereiro de 2013, 21:00 - sem comentários aindaNo mês de setembro de 2012, semanas antes do primeiro turno das eleições municipais, a ciclofaixa que cruza a Av. Cândido de Abreu, no Centro Cívico, recebeu pintura nova pela gestão do então prefeito Luciano Ducci (PSB), que não trouxe nenhuma melhoria. O cruzamento é muito perigoso e coloca em risco a vida dos ciclistas que passam por lá.
Integrantes do Ciclo Iguaçu estão fazendo ações educativas no local, todas as quartas-feiras, às 17 horas.
Os ciclo-ativistas usarão faixas, banners, e entregarão panfletos para os motoristas, conscientizando-os a terem respeito com pedestres e ciclistas, com menção aos seguintes artigos do Código de Trânsito Brasileiro:
Art. 170 CTB: Ameaçar o ciclista ou pedestre com o carro é infração gravíssima.
Art. 58 CTB: Bicicletas tem preferência sobre os veículos automotores.
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Abertas as inscrições para o 2º Paraná Blogs #2ParanáBlogs
26 de Fevereiro de 2013, 21:00 - sem comentários aindaDesde às 0 hora de 27 de fevereiro de 2012 estão abertas as incrições para o 2º Paraná Blogs – Encontro de Blogueir@s, Redes Sociais e Cultura Digital do Paraná, o encontro de de todas as pessoas que defendem a Democracia, a Liberdade de Expressão, a Regulamentação das Mídias, o Marco Civil na Internet e a Democratização da Cultura e dos Meios de Comunicação no Paraná e no Brasil.
As incrições podem ser feitas aqui em nosso Blog. Basta preencher a Ficha de Inscrição de Participante do 2º Paraná Blogs.
O 2º Paraná Blogs acontecerá entre os dias 12 e 14 de abril de 2013, no Auditório Londrina do Memorial de Curitiba, no Largo da Ordem, Centro Histórico de Curitiba.
As inscrições para o 2º Paraná Blogs estarão abertas de 27/02 até às 23:59h do dia 05/04/2013.
Participe do 2º Paraná Blogs e venha debater conosco Democracia, a Liberdade de Expressão, a Regulamentação das Mídias, o Marco Civil na Internet e a Democratização da Cultura e dos Meios de Comunicação no Paraná e no Brasil.
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Prédio da Secretaria de Educação do Paraná é evacuado após fumaça
26 de Fevereiro de 2013, 21:00 - sem comentários aindaO antigo prédio da Secretaria de Educação do Paraná – SEED foi evacuado às 10h de hoje após fumaça aparecer no primeiro andar do edifício. Ele está vazio neste momento, mas a direção da secretaria obrigou os servidores da educação a voltarem ao trabalho às 13h. Os trabalhadores estão muito preocupados, pois o prédio é antigo e não foi realizada manutenção nos últimos dois anos.
Os trabalhadores entraram em contato com o Blog do Tarso para reclamar que a internet não funciona no prédio e tudo é obsoleto.
Será que no prédio há saídas de emergência decentes?
O governo Beto Richa vai alegar herança maldita. Os trabalhadores preferem dizer que o governo atual não funciona.
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Nova enquete: você concorda com o aumento dos comissionados no Poder Executivo, Judiciário e MP no Paraná?
26 de Fevereiro de 2013, 21:00 - sem comentários aindaVote na enquete ao lado, na coluna da direita.
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Enquete: Dilma vence com 54%
26 de Fevereiro de 2013, 21:00 - sem comentários aindaResultado final da enquete do Blog do Tarso sobre a eleição presidencial de 2014. A presidenta Dilma Rousseff vence ainda no primeiro turno, com 54%. Pode ser que ainda seja candidato Eduardo Campos (PSB). No PSOL, os prováveis candidatos são Chico Alencar e Randolfe Rodrigues, e não Plínio.
Dilma Rousseff (PT) | 744 | 54% | |
---|---|---|---|
Aécio Neves (PSDB) | 329 | 24% | |
Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) | 104 | 8% | |
outro(a) | 130 | 9% | |
branco ou nulo | 80 | 6% |
Se você for divulgar essa enquete, informe a seguinte frase prevista na Resolução nº 23.364 do Tribunal Superior Eleitoral, caso contrário você pode levar uma multa de R$ 53.205,00 a 106.410,00 da Justiça Eleitoral:
“Essa enquete não se trata de pesquisa eleitoral (prevista no art. 33 da Lei 9.504/97), e sim mero levantamento de opiniões, sem controle de amostra, o qual não utiliza método científico para a sua realização, dependendo, apenas, da participação espontânea do interessado.”
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IBOPE diz que os paranaenses amam Beto Richa
26 de Fevereiro de 2013, 21:00 - sem comentários aindaUma vergonha para o Estado do Paraná. Saiu pesquisa do Ibope, o instituto de pesquisas que está sendo investigado pela CPI das Pesquisas, por ter divulgado pesquisa que dizia que o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), nem iria para o 2º turno nas eleições municipais de 2012.
Pesquisa Ibope/ADI disse que 73% dos paranaenses aprovam o governo Beto Richa (PSDB) e recebeu nota 8. O “insuspeito” instituto de pesquisa diz ainda que se a eleição fosse hoje, 76% dos paranaenses votariam em Beto Richa, 19% não votariam e 5% não responderam.
O diretor do Ibope, Hélio Gastaldi, garante que Beto Richa vence em 2014. Assim como o Ibope dizia que Luciano Ducci (PSB) era muito bem avaliado e que iria para o segundo turno.
O Ibope fez 2002 entrevistas nos dias 16 a 22 de fevereiro, com margem de erro de 2 pontos para mais ou para menos.
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Veja depoimento magistral de Dalmo de Abreu Dallari
26 de Fevereiro de 2013, 21:00 - sem comentários ainda
Veja o depoimento ao site Direito do Estado, clique aqui.
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Para os fãs do Fusca e do Mussum
26 de Fevereiro de 2013, 21:00 - sem comentários ainda
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PT divulga vídeo sobre os 10 anos de Lula e Dilma
25 de Fevereiro de 2013, 21:00 - sem comentários ainda
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Comissionados: o discurso neoliberal da eficiência está vencendo a Constituição
25 de Fevereiro de 2013, 21:00 - sem comentários aindaContinuo a lecionar porque acredito no futuro. Acredito que os estudante de Direito de hoje poderão, quando forem advogados, juízes, promotores, delegados, políticos, etc., melhor o Brasil aplicando nossa Constituição Social e Democrática de Direito de 1988.
Mas às vezes me desanimo. Todos os Poderes do Estado, o Poder Executivo, o Poder Legislativo, o Poder Judiciário, o Ministério Público e os Tribunais de Contas vêm aumento o número de comissionados em seus quadros.
O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), criou a cada dois dias um cargo comissionado, que não precisa de uma pessoa que passou por concurso para preenchê-lo. É de livre escolha.
O Tribunal de Justiça vem aumentando o número de cargos comissionados.
E infelizmente até o Ministério Público do Estado do Paraná, que exige o limite de 50% para comisisonados no Poder legislativo, vem aumentando seus cargos comissionados até que chegue a esse limite de 50%. É um absurdo, porque os comissionados devem ser exceção na Administração Pública, e não metade.
A regra é o concurso público, nos termos do inc. II do art. 37 da Constituição.
A grande desculpa para o aumento de comissionados? É mais barato, com a mesma quantidade de dinheiro é mais barato contratar comissionados do que concursados.
Esse é um discurso totalmente neoliberal-gerencial, um discurso que chegou no Brasil na década de 90, inicialmente abraçado pelo conservadores de direita e que hoje até quem se diz progressista e de esquerda repete. Ou sem pensar, ou por falta de preparo, ou por estar ganhando algo em troca.
É mais “eficiente” contratar comissionados? Os neoliberais incluíram o princípio da eficiência no art. 37 da Constituição. Mas pela eficiência é possível passar por cima dos princípios da moralidade, da isonomia, do interesse público? NÃO!
Não sou contra os comissionados. Já escrevi sobre o tema várias vezes. Mas entendo que o número deve ser reduzidíssimo e os cargos devem ser preenchidos por pessoas capazes, com a devida justificativa para cada ato de admissão.
Não estou mais acreditando na maioria dos atuais membros do Poderes. Mas acredito que os estudantes de Direito poderão melhorar o que está por aí no futuro próximo. Essa é a minha esperança!
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Veja depoimento magistral do Prof. Dr. Romeu Bacellar Filho
25 de Fevereiro de 2013, 21:00 - sem comentários aindaDepimento no site Direito do Estado, clique aqui.
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Não dá para continuar com Estado organizado como no século XIX
24 de Fevereiro de 2013, 21:00 - sem comentários aindaPara Pochmann, é válida comparação entre os dois projetos que surgiram no País após a ditadura: o neoliberalismo do PSDB e o desenvolvimentismo do PT.
No Viomundo. Rodrigo Martins, em CartaCapital, encaminhada via e-mail por Julio Cesar Macedo Amorim
Em discurso no ato de comemoração dos dez anos do PT à frente do governo, na noite de quarta-feira 20, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva mandou um recado à oposição ao declarar que os adversários “podem juntar quem quiser” que não vão derrotar Dilma Rousseff nas eleições de 2014.
De acordo com Lula, os rivais políticos do PT estão fragilizados, “sem valores e sem propostas”. “Não temos medo de comparação, inclusive debate sobre a corrupção. Todo mundo sabe que têm duas formas de a sujeira aparecer: uma é mostrar, a outra é esconder. E eu duvido que tenha um governo na história deste país que criou mais transparência e mais instrumentos de combate à corrupção do que o nosso”.
As críticas se dirigiam ao senador mineiro Aécio Neves, virtual candidato do PSDB à Presidência, e também ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ambos ciosos das comparações feitas pelo PT com o governo anterior, do PSDB. Aécio chegou a elaborar um documento intitulado “os 13 fracassos do PT”, no qual cita, entre outras críticas, a suposta “maquiagem fiscal”da política econômica do governo.
Durante a festa, o PT distribuiu 1,5 mil cartilhas com os avanços obtidos por seus governos, reforçando os contrastes com a gestão tucana. Os dados exaltam o êxito inegável de Lula e Dilma. A inflação cresceu num ritmo bem menor, o PIB per capita avançou quatro vezes mais, as reservas externas passaram de 37,8 bilhões para 373,1 bilhões de dólares e a produtividade aumentou 13%, diante da estagnação verificada nos anos FHC.
Apesar de o Brasil continuar entre os 12 países com pior distribuição de renda no mundo, a desigualdade recuou 11,4% nos últimos 10 anos. Enquanto o desemprego cresceu perto de 58% nos oito anos de governo tucano, na gestão petista diminuiu 38,9%. E o fenômeno foi acompanhado de uma valorização real do salário mínimo de 70%, ante um crescimento pouco menor que 30% na gestão do PSDB.
Um dia antes de os números serem oficialmente divulgados, FHC reagiu às críticas pela internet. “A gente deve comemorar a vitória do Brasil, e não ficar o tempo todo olhando para trás. Isso é coisa de criança, parece picuinha”, afirmou, em vídeo de 48 segundos.
De acordo com o economista Marcio Pochmann, presidente da Fundação Perseu Abramo, a comparação é válida por expor dois projetos distintos que surgiram no País após a ditadura, e com experiências concretas de governo: o neoliberalismo do PSDB e o desenvolvimentismo do PT. “Se antes o Estado era visto como o principal responsável pelos problemas da Nação, ele passa a ser visto como parte da solução”, afirmou, em entrevista a CartaCapital.
Na avaliação do economista, o Brasil enfrentou três décadas de regressão econômica e social, uma trajetória só interrompida com a eleição de Lula.
“Nós, brasileiros, sabemos bem qual é a maior década da nossa história recente. É precisamente a década que começamos a trabalhar agora, a década da esperança e do otimismo”, resumiu a presidenta Dilma Rousseff durante a festa.
Para marcar os dez anos de governo, o PT planeja ainda realizar uma série de 13 seminários, em diferentes capitais brasileiras, para fazer um balanço de suas gestões. O primeiro encontro será em Fortaleza, em 28 de fevereiro, com o tema “Políticas de bem-estar, direitos e desafios da inclusão social”. O debate deve reunir a ministra Tereza Campello, do Desenvolvimento Social, e o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral.
Ao término de cada um dos seminários, os organizadores pretendem criar um documento com o diagnóstico dos palestrantes. Depois, os textos serão compilados em livro. As narrativas não devem, porém, ficar circunscritas ao registro histórico. “No próximo ano, haverá o congresso nacional do PT e certamente esses debates devem orientar na formulação de novas diretrizes do partido”, explica Pochmann, que discorre a seguir sobre os avanços e desafios do PT à frente do governo.
CartaCapital: O PT celebra dez anos no poder e preparou uma cartilha em que compara sua gestão com a experiência do PSDB. Por que explorar esse contraste, em vez de elencar só os avanços e os dasafios futuros?
Marcio Pochmann: Após a redemocratização, houve dois grandes projetos em disputa e com experiências concretas de governo. Um deles é o neoliberal, iniciado no final do governo Sarney que se fortalece com Fernando Collor, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso. A partir de 2003, com Lula, emerge outro projeto, o desenvolvimentismo. Se antes o Estado era visto como o principal responsável pelos problemas da Nação, ele passa a ser visto como parte da solução. Há um discurso que simplifica demais o debate eleitoral, apresentado como uma mera disputa entre personalidades. O que há de fato é uma disputa entre diferentes projetos de nação.
CC: O que representaram esses 10 anos de governo petista?
MP: Possivelmente, os historiadores vão olhar para esse período como o decênio que mudou o Brasil. Antes de Lula, vivemos três décadas de regressão econômica e social. Em 1980, o Brasil era a oitava maior economia do mundo, mas mantinha um em cada dois brasileiros na pobreza. Em 2000, a economia brasileira caiu para a 13ª. Posição no ranking mundial, e a proporção de pobres praticamente manteve-se inalterada. A concentração de renda também aumentou. Em 1980, cerca de 50% da renda nacional era composta de salários.
Em 2000, os rendimentos dos trabalhadores correspondiam a 39%. Inviabilizou-se a criação de mercado interno. O número de desempregados quintuplicou, atingindo 11 milhões de trabalhadores. O que salvou o Brasil dessa trajetória foi a política, a capacidade de se construir uma maioria em torno de um projeto diferente de nação.
CC: O que mudou com a eleição de Lula?
MP: O processo de distribuição de renda passou a ter um papel fundamental. No período neoliberal, o crescimento era visto como uma coisa espontânea, natural das forças do mercado. Se não tiver inflação ou intervenção do Estado, naturalmente o mercado cresceria e criaria oportunidades. Se isso não ocorre como o planejado, o Estado é o problema. A partir de 2003, a lógica era outra. Ao combater o desemprego, elevar o salário mínimo, facilitar o crédito e distribuir renda, o Brasil passou a ter um mercado interno de fato, com a inclusão de 40 milhões de cidadãos.
CC: Essas iniciativas não existiam antes?
MP: Segundo a perspectiva neoliberal, era impossível construir um País para todos os cidadãos. Uma nação para três quintos da população já estava de bom tamanho. Veja, por exemplo, o tamanho dos nossos aeroportos. São pequenos demais para a dimensão do nosso país, mas eram adequados para aquela pequena parcela da sociedade que podia viajar de avião. Se o Brasil não tivesse ampliado o seu mercado interno, talvez os aeroportos não estivessem sobrecarregados hoje. Quando se começa a crescer, os gargalos aparecem. E cabe ao Estado superá-los.
CC: De que forma?
MP: Há estímulos, como a redução dos juros e as novas formas de concessões, para ver se conseguimos destravar a economia e aumentar a capacidade produtiva. Mantém-se um inegável processo de transferência de renda no governo Dilma, mas com uma natureza um pouco diferente. Ela se dá com a redução das taxas de juro. Certamente, os bancos e os rentistas vão lucrar menos. Mas a população terá mais poder de compra. Reduzir o preço de energia elétrica não interessa às empresas do setor, mas dá um alívio para a indústria. Antigamente, qual era a receita? Privatizar as empresas públicas para pagar os ativos financeiros, os juros da dívida.
CC: Os tucanos sustentam que vários programas de distribuição de renda foram iniciados em sua gestão, e não com o PT.
MP: FHC também tinha o Bolsa Escola e se preocupou com a valorização do salário mínimo. Mas as medidas tiveram alcance limitado. Ao final do governo, o Bolsa Escola atendia cerca de 5 milhões de famílias. Hoje, o Bolsa Família gira em torno de 14 milhões. Em oito anos do governo do PSDB, o salário mínimo teve um aumento real de 29%. Nos dez anos de Lula e Dilma, cresceu 70%. Uma coisa é você pagar um salário maior em um cenário de forte desemprego. Outra é pagar salário maior quando há 18 milhões de trabalhadores a mais com carteira assinada.
CC: Hoje, qual é o maior desafio do Brasil?
MP: O Estado tem dificuldade para mover os investimentos de forma eficiente. O maior desfio é a reforma do Estado. Getúlio Vargas lançou as bases da administração direta nos anos 1930. Duas décadas depois, sua estrutura já estava sucateada. Daí as angústias de Juscelino Kubitschek ao lançar o projeto de construção do capital e impulsionar o desenvolvimento do País, na tentativa de avançar “50 anos em cinco”. Ele criou então as formas de administração indireta, com a regulamentação das empresas estatais, autarquias, sociedades de economia mista. Mas, após a redemocratização, não tivemos outro avanço.
CC: Continuamos com a mesma estrutura de 60 anos atrás?
MP: O que houve nas décadas de 1980 e 1990 foi a dilapidação do Estado brasileiro, com as privatizações de empresas públicas e a transferência de responsabilidades para organizações e ONGs.
CC: O que há de errado no Estado?
MP: Há várias fissuras. Tome os exemplos do setor cultural e bancário. Suas políticas são voltadas para os mais ricos. Onde estão equipamentos culturais públicos, os museus, os teatros, as bibliotecas? Nas periferias? Não, estão no centro das grandes capitais. Os bancos públicos estão na Avenida Paulista e nos bairros abastados. Mas é possível ter uma estrutura diferente. É o caso da política assistencial. Não são os ricos que ganham Bolsa Família, que dependem da Previdência Social. Só que não há um padrão de atuação do Estado. Ele distribui recursos com políticas assistenciais, mas o pobre continua pagando mais impostos que o rico, proporcionalmente.
CC: O que fazer?
MP: Não dá mais para continuar com um Estado organizado como no século XIX, no qual cada setor pensa no seu problema específico. A educação cuida dos problemas da ignorância, a saúde se volta para as doenças. O que é uma questão matricial organizada por problemas? Identificam-se os desafios e como cada ministério e departamento pode contribuir. Uma ação efetiva, sistêmica, intersetorial. Se o Estado é grande indutor da economia, ele precisa se organizar melhor para o País crescer.
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