Acabei de assistir o documentário de 2014 chamado “A democracia em preto em branco”. É de arrepiar. Se você gosta de política, futebol, rock ou do Corinthians, é imperdível. Imagine se você gostar de todos eles?
O documentário mostra cenas inéditas do período da “Democracia Corinthiana”, quando no timão o Sócrates e o roupeiro do time tinham um voto nas decisões.
É relatado que o movimento corinthiano influenciou as Diretas Já.
Aparece o movimento do rock nacional contestador da década de 1980.
Tudo no período da redemocrarização do Brasil pós-anistia entre 1982 e 1984.
Uma época que consolidou minha paixão pelo futebol e pelo Corinthians.
Uma época que consolidou minha paixão pela política e pela democracia.
Uma época que consolidou minha paixão pelo rock como um símbolo de rebeldia contra o status quo.
Com a locução da rockeira e corinthiana Rita Lee.
Com músicas e depoimentos do Ira, Titãs, Legião Urbana, Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho e Plebe Rude.
Com depoimentos de políticos como o corinthiano Lula e FHC (que na época era de esquerda) e de jornalistas como José Trajano e Juca Kfouri.
E, claro, com falas de Sócrates, Casagrande e Wladimir, o trio responsável pela Democracia Corinthiana que influenciou o rico período político do país e o próprio movimento da Diretas Já. Até o reacionário e autoritário Leão, que minou a Democracia Corinthiana, aparece.
Sócrates é o meu maior ídolo do Corinthians e um dos grandes ídolos políticos.
Casagrande depois em 1985 foi considerado o melhor jogador da seleção brasileira.
Me lembrei do meu pai, que me levava no Morumbi, nosso salão de festas, para ver o Corinthians de Solito; Alfinete (Zé Maria), Mauro, Daniel González e Wladimir; Paulinho, Sócrates e Zenon (Eduardo); Ataliba, Casagrande e Biro-Biro. Inclusive, vi a final do Campeonato Paulista de 1982, auge da Democracia Corinthians, quando o timão foi campeão em cima do quase invencível e então bi-campeão paulista São Paulo, com placar de 3 a 1. Me lembrei do meu pai e da minha mãe, que participaram do movimento das Diretas Já. Me lembrei dos meus tios corinthianos Neide e Geraldo.
Veja o trailer do filme:
Você pode assistir no Netflix.
Numa época em que há, por incrível que pareça, brasileiros defendendo o retorno da ditadura militar e o golpe, o documentário é importante para a reflexão dos mais jovens e o reavivamento da memória dos jovens há mais tempo.
O documentário termina com a seguinte frase:
“Da frustração das diretas pra cá a democracia brasileira se consolidou, mas o pior da ditadura ainda sobrevive, na alienação promovida pelo Estado e pela mídia e nos métodos brutais das polícias militares. É preciso seguir lutando!”
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