Bolsonaro e o fascismo no poder atacam a coletivização dos meios de produção e defendem um capitalismo radical nos moldes do ultraneoliberalismo, independentemente do discurso que os levaram ao poder.
Fazem defesa do Estado mínimo na prestação de serviços públicos e nos gastos sociais, e aceitam apenas o assistencialismo, sem redução de desigualdades e sem garantia de liberdades reais. Estado mínimo na economia, com privatizações (o que é um nacionalismo entreguista e colonizado), redução dos direitos trabalhistas, dos servidores públicos da base, da defesa do meio ambiente, de impostos para ricos e fim de serviços públicos gratuitos como educação e saúde.
Mas defendem um Estado máximo, forte e policial, por meio da polícia, das forças armadas e da milícia paramilitar na manutenção do status quo, da ordem, da propriedade privada, dos privilégios de uma elite financeira ou burocrática, e na prisão ou extermínio de seus inimigos, como sindicatos, movimentos sociais, minorias políticas e políticos democráticos ou de oposição. Estado máximo na garantia do lucro e do equilíbrio do sistema financeiro e do grande capital; e na defesa da meritocracia mesmo em sociedades desiguais, do individualismo concorrencial do “cada um por si”, e no discurso de quem trabalha não pode sustentar “vagabundos”.
Tudo isso iguala o fascismo, o ultraneoliberalismo e o bolsonarismo.
Tarso Cabral Violin
Advogado, Pós-Doutor USP, Professor Universitário