Michael J. Sandel critica a privatização da saúde, educação, penitenciárias e a sociedade de mercado
5 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários ainda‘O mercado invadiu quase tudo’: entrevista com Michael J. Sandel no O Globo
No Brasil para palestras sobre novo livro, filósofo americano critica interferência da lógica financeira na vida pública e particular
A empresa americana LineStanding.com apresenta-se como líder “em ajudá-lo contra a multidão”. Por meio dela, lobistas pagam para que alguém fique na fila de audiências no Congresso, ajudando-os a passar à frente de, por exemplo, representantes comunitários. É também por dinheiro que se tenta despertar o gosto pela leitura em crianças de várias escolas americanas: elas recebem US$ 2 por cada livro lido. Viciadas em drogas recebem para ligar as trompas, assim como obesos ganham dinheiro para emagrecer e tabagistas para parar de fumar. Compram-se óvulos, aluga-se um útero (mais barato na Índia do que nos EUA), vende-se sangue.
Tantos e tão surpreendentes exemplos são usados como argumentação contra o “preocupante nascimento da sociedade de mercado, para a qual quase tudo está à venda”, segundo o filósofo americano Michael J. Sandel, em seu mais novo livro: “O que o dinheiro não compra: os limites morais do mercado” (Civilização Brasileira, tradução de Clóvis Marques).
Popstar da filosofia atual, Sandel, de 58 anos, foi eleito pela revista “Newsweek” o estrangeiro mais influente este ano… na China. Tudo por conta do curso “Justiça” — disponível em livro (“Justiça: o que é fazer a coisa certa”) e no site Justice Hard. No curso, acompanhado por mais de 15 mil alunos de Harvard, Sandel usa exemplos cotidianos para ilustrar o pensamento de Aristóteles, Kant e John Stuart Mill, discutindo temas como ética, moral e a política como veículo para atingir o bem comum.
Esta semana, Sandel visitou São Paulo, Fortaleza e Brasília, onde deu concorridas palestras de quatro horas, adaptando à realidade do país suas inquietações relacionadas ao triunfalismo da economia de mercado (“É justo Neymar ganhar R$ 3 milhões por mês para jogar no Santos enquanto um professor do ensino médio ganha R$ 1 mil?”, perguntou). Sandel conversou com O GLOBO depois da palestra em São Paulo.
Em “O que o dinheiro não compra” o senhor lista uma série de exemplos para questionar o fato de o dinheiro atualmente comprar quase tudo, distinguindo entre um país ter uma economia de mercado e ser uma sociedade de mercado. Qual é a diferença entre uma e outra?
A economia de mercado é uma ferramenta valiosa para organizar a atividade produtiva, compensando, por exemplo, quem se esforça mais. Isso trouxe prosperidade e crescimento econômico a vários países. Mas estamos virando uma sociedade de mercado, adotando um estilo de vida no qual os valores de mercado invadem quase tudo em nosso cotidiano. Minha preocupação é que isso nunca foi debatido. Escolhemos viver assim? O dinheiro deve valer mais do que outros bens e práticas sociais? Ele deve invadir, como vem invadindo, vida familiar, amizade, sexo, procriação, juventude, educação, natureza, arte, esporte e até como encaramos a morte? Para mim, o grande debate que falta nas democracias atuais é sobre até que ponto o mercado serve ao bem comum, ao bem público e em que locais ele simplesmente não deve entrar. Isso não é ser contra a economia de mercado, é apenas avaliar se o dinheiro deve invadir tanto a nossa vida assim.
Um exemplo disso, um caso importante nos EUA, é a segurança nacional.
Sim, nunca nos perguntaram se queríamos mais agentes privados de segurança do que soldados no Iraque e no Afeganistão. Queríamos que as guerras fossem entregues à iniciativa privada? Foi isso que aconteceu. E acontece em muitas áreas: educação, saúde, relações pessoais. Até segurança criminal. Nos EUA, no Reino Unido e na Austrália, estão privatizando penitenciárias. Ou seja, o governo está abrindo mão de bens sociais, como a segurança, que tradicionalmente deveriam ser garantidos por ele.
E como se chegou a este ponto? Quais os riscos que esta sociedade de mercado sofre?
As últimas três décadas presenciaram o triunfalismo do mercado. O fim da Guerra Fria fez o capitalismo parecer ser o único sistema viável. Partiu-se do princípio de que o mercado governaria tudo na vida. Para mim, foi um erro de compreensão. E uso exemplos para expressar meu pensamento, uma abordagem filosófica do papel do dinheiro e dos mercados. Quase sempre podemos pensar nesses casos todos descritos no livro por via dos argumentos da justiça e da corrupção. Quanto maior o número de itens que o dinheiro compra, menor o número de oportunidades para que pessoas de diferentes camadas sociais se encontrem. É justo isso? É ético quem tem mais explorar quem tem menos dinheiro? Não gostaríamos de viver numa sociedade em que todos se sentissem mais incluídos? O dinheiro por vezes corrompe valiosos bens humanos e cívicos.
Foi deliberada a escolha de, em seu livro, priorizar os exemplos às soluções? Talvez com a intenção de atrair não apenas os simpatizantes às suas ideias, como também os defensores mais ferrenhos da economia de mercado e suas consequências sociais?
As soluções passam pelo debate, e não precisam ser as mesmas para todas as democracias. O que cada sociedade tem que descobrir é como ela quer viver junta. Mas você está certa, não tenho todas as soluções, o que quero mesmo é estimular o debate. E me surpreendi com a frequência, nos 24 países em que dei palestras nos últimos dois meses, da reação de direitistas, conservadores, dos adeptos do mercado livre total. Muita gente defende os novos valores de mercado sem parar para pensar sobre eles. Mas quando para, muda de opinião. Quero atrair mesmo quem não compartilha minha visão política, mesmo quem não vote pela reeleição de Barack Obama.
O senhor é defensor de Obama e elogiou a recente reforma da saúde, apesar de apontar seus problemas. Mas critica a forma com que os bancos foram resgatados pelo governo americano após a crise de 2008. Essa crise produziu movimentos sociais de contestação e debate sobre os rumos da economia de mercado , como os Indignados da Espanha e o Occupy Wall Street. Por que esses movimentos morreram na praia?
O resgate dos bancos pode ser definido como corruptor em seu sentido mais amplo, porque premiou pessoas que não mereciam, instituições que agiram com desonestidade. Elas foram resgatadas e não foram obrigadas a prestar contas. O contribuinte que deu dinheiro para o resgate sentiu-se lesado. Muita gente, durante a crise, achou que entraríamos numa época de questionar a moral dos mercados, revendo seus valores. Me surpreendeu muito este debate não ter acontecido. Os movimentos chegaram, o “Occupy” colocou na agenda política questões sobre desigualdade e os abusos da indústria financeira, mas não pôde se sustentar como movimento político. Não fez a passagem de movimento de protesto a movimento social genuíno, que poderia virar político depois — isso é uma diferença importante. Eles poderiam ter organizado comunidades, feito o trabalho político pesado, estimulado o debate público que é necessário para criar um movimento mais genuíno.
O senhor fala muito em debate público. Como este debate deve acontecer?
As famílias, as escolas são um espaço ótimo. As crianças devem ter aulas de debate, devem ser estimuladas pelos pais a pensar e discutir questões que afetam seu dia a dia. O que acontece atualmente, em escolas, ou mesmo famílias, é adultos substituírem o gosto pelo aprendizado por dinheiro — recompensando a criança, financeiramente por exemplo, para que ela estude ou leia livros. Será que isso não é uma forma de corrompê-la? Existem maneiras melhores de estimular sua curiosidade? As universidades e a mídia têm um papel importantíssimo para criar um debate sustentável sobre questões que importam, frequentemente negligenciadas. A mídia tem que se empenhar mais, colocar essas questões ao público e aos políticos.
O espaço que o mercado ocupou na vida pública tirou a importância dos políticos? Um professor veterano da francesa Sciences Po disse recentemente que, se há 20 anos a maioria de seus alunos queria ser político, hoje a maioria quer ser executivo. Segundo ele, isso faz com que os intelectuais mais preparados se afastem do Estado. Por que isso acontece?
A frustração com a politica e os políticos é um fenômeno global das democracias. O mercado, as grandes corporações esvaziaram a política que, por sua vez, tornou-se gerencial e tecnocrata. Faltam políticos para pensar em questões morais, éticas, de bem-estar social. Além disso, o povo está desiludido com a política e essa desilusão toda afeta quem quer entrar para ela também. Quem perde com isso é a democracia.
O senhor considera o julgamento do mensalão uma oportunidade de o brasileiro recuperar a fé em suas instituições e sua política?
Só agora estou me familiarizando com o tema. Acho importante para as instituições brasileiras e para o público discutir como o dinheiro corrompe a justiça e a democracia.
E o que o dinheiro ainda não compra?
A cultura e a educação cívica de um cidadão. O amor e a amizade estão entre os mais preciosos bens humanos que o dinheiro ainda não compra. Apesar de já comprar expressões de afeto, como brindes de casamento e pedidos de desculpa. O mercado está o mais perto possível de comprar o afeto, mas acho que não vai chegar lá.
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Beto Richa e demais governadores tucanos não querem queda no valor das tarifas de energia
5 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaOs três governadores que mais representam a direita, o neoliberalismo e o conservadorismo no Brasil, o de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que controla a Cesp, o de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), que controla a Cemig, e o do Paraná, Beto Richa (PSDB), que controla a Copel, são contrários a iniciativa da presidenta Dilma Rousseff (PT) de reduzir o custo da energia e não renovaram os contratos de hidrelétricas nos moldes propostos pelo governo federal.
Com isso, a queda das tarifas de energia elétrica que que poderia ser de 20%, será de 16%. A inflação de 2013 poderia ser reduzida em até um ponto e meio percentual.
Os tucanos querem apenas fazer política rasteira contra a super bem avaliada Dilma, franca favoria a reeleição em 2014, e ainda querem garantir os altos lucros dos investidores privados das empresas estatais de energia.
Enquanto isso a remuneração dos diretores da Copel está entre R$ 50 e R$ 100 mil.
Com isso, a eleição do senador Aécio Neves (PSDB) e a reeleição de Beto Richa no Paraná em 2014 para presidente e governador, que já eram difíceis, agora são quase impossíveis.
Por favor 2014, chega logo!
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Vereadores de Curitiba aprovaram pela primeira vez um projeto de iniciativa popular
5 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaUm projeto de iniciação científica da então estudante de direito Karoline Strapasson, hoje já formada, orientanda do professor de Direito Administrativo da PUC/PR, Emerson Gabardo, foi encampado pelo Centro Acadêmico Sobral Pinto – CASP, e se tranformou em projeto de lei de iniciativa popular.
Eis que na terça-feira (4), pela primeira vez em sua história, a Câmara Municipal de Curitiba aprovou esse projeto de lei de iniciativa popular.
O projeto obriga os Conselhos de Políticas Públicas do Município de Curitiba prestem contas de suas atribuições, com publicação na internet de suas metas, objetivos, atividades, realizações e do balanço de receitas e despesas.
Parabéns à bacharel, ao meu amigo professor e ao CASP, do qual fui presidente entre 1996-97.
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Morre o arquiteto comunista Oscar Niemeyer
4 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaFaleceu hoje Oscar Ribeiro de Almeida de Niemeyer Soares, com 104 anos, o arquiteto carioca considerado um dos mais influentes na arquitetura moderna internacional, com obras famosas em todo o mundo. Comunista, Oscar filiou-se ao PCB em 1945, por influencia de Luiz Carlos Prestes.
Sou um fã. Além de visitar várias de suas obras, já fiz estágio no antigo Edifício Castelo Branco (hoje parte do Museu Oscar Niemeyer), quando ele abrigava a Procuradoria-Geral do Estado do Paraná, e dormi num CIEP – Centros Integrados de Educação Pública como alojamento nos Jogos Jurídicos Nacionais realizado em Nova Friburgo.
Fotos em Brasilia de Tarso Cabral Violin (2011 e 2006):
Clique para exibir o slide.Veja o imperdível filme-documentário sobre Oscar, “A vida é um sopro”, com depoimentos de Chico Buarque, José Saramago, Eduardo Galeano, Eric Hobsbawm, Mário Soares, ex-presidente de Portugal:
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Beto Richa como governador é um ótimo piloto de kart
4 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaDescobri porque Beto Richa (PSDB) é um péssimo governador do Paraná. Seu grande sonho quando ele já tinha 20 anos era ser piloto de corrida. Em reportagem de 1985 ele, como filho do então governador José Richa (PMDB), ganhou uma disputa de Kart (clique aqui para ver o vídeo).
Sim, quando somos crianças ou adolescentes, nossos sonhos são as carreiras de astronauta, bombeiro, jogador de futebol, corredor de Fórmula 1.
O sonho de Beto Richa, já com 20 anos, então estudante de Engenharia, não era de trabalhar, conquistar uma profissão, mas ser corredor da Fórmula Ford.
Por isso hoje ele está tão desgostoso da vida, fazendo algo que não gosta, que é trabalhar, ser governador.
Seu sonho agora é ser vice-presidente de Aécio Neves em 2014 para poder voltar a fazer o que mais gosta: nada.
Por favor 2014, chega logo!
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Alunos do CEP: “Estudantes, na rua, Beto Richa a culpa é sua!”
4 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaHoje ocorreu protesto contra a redução das matéria de sociologia, filosofia e artes na grade escolar dos alunos do Paraná, em frente ao Colégio Estadual do Paraná. Os estudantes gritavam:
“Estudantes, na rua, Beto Richa a culpa é sua!”
“Do Platão eu não abro mão, não é só de exatas que se faz um cidadão!”
“Queremos a valorização da educação, não a redução”
Por favor 2014, chega logo!
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Professor Scatolin será o Secretário do Planejamento de Fruet
4 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaSegundo a Roseli Abrão, Gustavo Fruet anunciou hoje que o Secretário do Planejamento e Gestão de Curitiba a partir de 01.01.2013 será o economista e professor da UFPR, Fábio Scatolin, que foi o coordenador do plano de governo e está chefiando a equipe de transição.
O nomes do procurador-geral do Município, Governo Municipal, Gabinete do Prefeito, da secretaria do Trabalho e Emprego e da Cultura já estão certos.
Os nomes serão oficialmente informados no dia 15 de dezembro.
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Câmara Municipal de Curitiba aprovou pela primeira vez em sua história um projeto de iniciativa popular
3 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaMulta de R$ 106 mil: agravo regimental no TSE
3 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaPara vocês que estão acompanhando minha saga junto à Justiça Eleitoral: o prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), derrotado na sua tentativa de reeleição ainda no primeiro turno, me representou na Justiça Eleitoral pela divulgação de duas simples enquetes. O juiz de primeira instância deu ganho de causa a mim, mas os magistrados do TRE/PR aplicaram duas multas no valor total de R$ 106 mil. O presidente do TRE/PR negou seguimento ao recurso especial, entrei com dois agravos de instrumento junto ao TSE (AI Nº 117471 e AI Nº 117556). O Ministro Marco Aurélio Mello (que é do STF mas também do TSE) negou seguimento aos agravos de instrumento, por uma questão processual, e não de mérito.
Hoje protocolei dois agravos regimentais no TSE, por meio do advogado Guilherme Gonçalves e sua competente equipe.
A tendência é que a decisão do Ministro seja reformada no Plenário do TSE. Se reformada, os autos retornarão ao gabinete do Min. Marco Aurélio, que encaminhará os autos ao Ministério Público para emissão de parecer e depois vai analisar o mérito.
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Um ano sem o Doutor Sócrates do Corinthians
3 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaHá um ano, no dia 04 de dezembro de 2011, Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira faleceu, no dia do pentacampeonato brasileiro do Corinthians.
O Blog do Tarso defende que o Estádio do Corinthians em Itaquera, que abrigará a abertura da Copa do Mundo do Brasil em 2014, seja chamado de “Doutor Sócrates”.
Veja o que já foi publicado no Blog do Tarso sobre o Doutor Sócrates:
Busto em homenagem ao Doutor Sócrates é inaugurado no Corinthians
Há 30 anos o Brasil de Zico e Sócrates dava olé na Argentina de Maradona na Copa de 1982
As propostas de Sócrates – Juca Kfouri
Querido amigo Sócrates – Afonsinho, novo colunista da Carta Capital
Afonsinho substitui Doutor Sócrates na Carta Capital
Jogo amistoso de hoje entre Corinthians x Portuguesa valerá Troféu Sócrates
Charge: homenagem de Henfil ao Doutor Sócrates
Último texto do Doutor Sócrates na revista Carta Capital
Charge: Sócrates, o questionador… pela Democracia
Charge: Doutor Sócrates feliz no céu!
Lula também comemora o pentacampeonato e homenageia Doutor Sócrates
Minha homenagem ao Corinthians – Força Doutor Sócrates
Campanha: Doutor Sócrates para Ministro dos Esportes!
Entrevista de Juca Kfouri com o Dr. Sócrates
Doutor Sócrates pode treinar Seleção de Cuba
Uma tarde em Florença – Luis Fernando Verissimo
Socrates, craque da bola e da democracia – Celso Unzelte
Ode ao magrão – Idelber Avelar
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Mais um escândalo em parceria do Estado com o Terceiro Setor: R$ 50 milhões pelo ralo
3 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaInstituto é suspeito de lesar estudantes do PR em R$ 50 milhões
Pelo menos 24 pessoas foram presas, nesta terça-feira (4), pelo Cope. Universidade Federal do Paraná está entre as entidades afetadas com o esquema
Um instituto que oferecia cursos de graduação e pós-graduação à distância é suspeito de ter desviado R$ 50 milhões em um golpe aplicado na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e em outras instituições de ensino do estado. A Operação Atenas, do Comando de Operações Especiais (Cope), da Polícia Civil, prendeu, nesta terça-feira (4), 24 pessoas que fariam parte da organização. Entre os presos está Marcos Aurélio Paterno, de 67 anos, que, conforme o Cope, seria o idealizador e envolveu a família como laranja do esquema.
Foram cumpridos mandados de prisão em oito cidades: Curitiba, Pinhais, Paranavaí, Ortigueira, Campo Largo, São José dos Pinhais, Colombo e Dois Vizinhos. Segundo o Cope, ainda serão cumpridos mandados em outros municípios e existe a possibilidade de envolvimento de um funcionário público na fraude, o que ainda está sendo investigado.
Conforme informações divulgadas pelo Cope, o Instituto Tecnológico de Desenvolvimento Educacional (ITDE) fazia inscrições com a emissão de boletos para o pagamento de taxas, realizava os cursos à distância, mas não registrava o nome dos alunos nem emitia diplomas, já que não era reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC).
Veja mais no site da Gazeta do Povo.
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Entenda porque defendemos a neutralidade na internet
3 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários ainda
Recomendo os dois vídeos acima. O governo Lula defendia e o governo Dilma defende a neutralidade na internet, mas o Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo (PT), após sofrer pressão das grandes empresas, não quer que a neutralidade seja fixada na Lei do Marco Civil da Internet, mas fique para decisão “técnica” da ANATEL. Veja a matéria que o ministro divulgou em seu twitter, clique aqui.
O problema é que a ANATEL, como uma agência reguladora, por causa dos mandatos dos seus diretores que extrapolam o próprio mandato do presidente da república, não é imparcial, ele defende, normalmente, os interesses das grandes empresas, e não os interesses dos cidadãos. É o famoso “risco da captura” das agências reguladoras.
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Quem vai mandar no ICI a partir de 1º de janeiro de 2013?
3 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaO Instituto Curitiba de Informática – ICI é uma organização social – OS, que não faz parte da Administração Pública do município de Curitiba, não faz concurso público, não faz licitação, mas recebe milhões de reais mensais para prestar serviços de tecnologia de informação e comunicação a prefeitura de Curitiba. Sua sede, pasmem, é um prédio da prefeitura de Curitiba. Foi contratada sem licitação. E serve praticamente como intermediadora para contratos milionários com empresas privadas.
Quem manda no ICI? Muitos dizem que não é o prefeito de Curitiba, não são os diretores do ICI, não é o povo curitibano. Muitos dizem que quem manda no ICI, na verdade, são os donos de empresas privadas de TIC que são contratadas pelo próprio ICI para a prestação de serviços de informática.
O prefeito eleito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), prometeu transparência no ICI a partir de 1º de janeiro de 2013. Já será um grande avanço. Quanto ganha cada diretor do ICI? Quais são as empresas privadas contratadas pelo ICI, e por quanto?
Mas o grande avanço será democratizar a gestão do ICI. Gustavo Fruet venceu de forma democrática para comandar a informática de Curitiba, com sua equipe e com a participação popular (controle social). O que não pode é um empresário ou um pequeno grupo de empresários serem os “donos” da informática e de toda a informação municipal.
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Luciano Ducci quer continuar mandando no ICI mesmo na gestão de Gustavo Fruet
3 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaVejam a coluna de hoje na coluna de Celso Nascimento na Gazeta do Povo:
Olho vivo
ICI imexível? 1
Três dias depois da eleição de Gustavo Fruet, o prefeito Luciano Ducci concovou reunião do conselho de administração do Instituto Curitiba de Informática (ICI) para eleger dois dos dez membros do colegiado. A providência, de aparência burocrática, na verdade esconde uma sábia – para não dizer esperta – maneira de criar dificuldades para o novo prefeito nomear pessoa de sua confiança para a presidência do ICI.
ICI imexível? 2
A coisa funciona assim: dos dez membros do conselho, quatro são nomeados pelo prefeito; dois são representantes de entidades privadas do setor de informática (Assespro e Sucesu); e um é eleito pelos associados do instituto, uma organização social (OS) de natureza privada. Acompanhe: até aí estão definidos sete dos dez membros. Pois bem: estes sete se reúnem para eleger os três que faltam – os únicos com mandato definido de quatro anos, “imexíveis” durante o período. Formado o quórum de dez, é o conselho de administração que elege o presidente do ICI.
ICI imexível? 3
Então, se Fruet quiser determinado nome na presidência, terá de submetê-lo à eleição do conselho – mas, de garantidos, só poderá contar com os votos dos quatro conselheiros que nomear. Sobre os outros seis ele não tem controle – principalmente agora, depois de Luciano Ducci ter convocado eleição antecipada para preencher duas das vagas “imexíveis” – uma dificuldade a mais para o novo prefeito fazer valer sua vontade de abrir a tal “caixa preta” do ICI.
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Espanhois protestam contra a privatização da saúde
2 de Dezembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindaDo Opera Mundi divulgado pelo Blog do Esmael Morais
Milhares de pessoas realizam correntes humanas em hospitais de Madri
Eles protestam contra os planos do governo regional em privatizar as instalações hospitalares públicas
Agência Efe (02/12/12)
Milhares de pessoas, muitos deles profissionais da área de saúde, se reuniram na frente dos principais hospitais de Madri para protestar contra os planos do governo regional controlado pelo conservador PP (Partido Popular) de privatizar os estabelecimentos de saúde públicos da comunidade autônoma.
Os manifestantes fizeram uma corrente humana em torno dos estabelecimentos cantando temas como “Saúde não se vende, saúde se defende!”.
A campanha, chamada “Abreace seu Hospital” foi organizada pelo movimento “Mesa em Defesa da Saúde Pública”.
Segundo a ativista Magdalena Salcedo, integrante de um sindicato de profissionais da saúde, o objetivo dos protestos é, além de cancelar os planos de terceirização, exigir do governo regional de Madri um projeto para “para tornar possível uma saúde pública mais eficiente”.
Magdalena acrescentou que a saúde privada “não é mais barata”, e que os protestos contra os ajustes do governo regional não são reivindicações trabalhistas, mas “um sentimento de responsabilidade, de que é preciso defender a saúde pública”.
Em frente ao Hospital La Princesa, milhares de pessoas – 3 mil, segundo os organizadores – deram as mãos e formaram uma corrente de cerca de 500 metros. Também foram registrados protestos semelhantes como La Paz, Gregório Marañón, Alcorcón, Fuenlabrada e o Príncipe das Astúrias, na cidade de Alcalá de Henares.
No entanto, o secretário de Saúde da comunidade madrilena, Javier Fernández-Lasquetty, ironizou os protestos. Ele “elogiou” as correntes humanas, classificando-as como “demonstrações de carinho” aos centros hospitalares e aos respectivos funcionários.
Segundo Lasquetty, o que o governo da comunidade está fazendo é “precisamente empreender reformas” para proteger o funcionamento dos hospitais da crise. “Como poderemos manter a qualidade da saúde pública se não fizermos reformas para defende-las quando contamos com menos recursos econômicos?”
Os manifestantes pretendem continuar com os protestos na próxima semana, dessa vez em frente à Assembleia regional.
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