Sou contra a unificação das eleições no Brasil. Para mim a maioria que defende essa proposta não gosta da Democracia. As discussões de dois em dois anos que as eleições no Brasil proporcionam são salutares para a Democracia no Brasil. Além disso, unificando as eleições para prefeito e vereadores com as dos demais cargos (presidente, governador, senador, deputado estadual e federal) levaria a população a discutir menos a eleição para prefeito, a sociedade daria mais importância para as eleições para governador e presidente. Isso já acontece, um pouco, com as eleições para deputados federais e estaduais, pois o povo acaba privilegiando o pleito para a presidência, governador e senador.
Além disso, é salutar para a Democracia que se o povo hoje escolher um grupo político em um ano, que ele escolha, se estiver insatisfeito, outro grupo na eleição seguinte, dois anos depois, mesmo que para cargos diferentes.
Alguns vão dizer: mas a maioria dos vereadores, deputados e senadores não trabalham na época das eleições, de dois em dois anos. Então que tal cobrarmos para que esses senhores trabalhem de verdade e tenham menos férias e recessos?
Outros dirão que principalmente o Poder Executivo fica paralisado por causa das condutas vedadas aos agentes públicos em campanhas eleitorais. Sim, a legislação pode ser sempre aprimorada e o controle dos desvios realizado pelo Ministério Público e pela própria população mais efetivos. mas isso não justifica a diminuição do debate democrático.
Mas com certeza não é esse o ponto importante para ser alterado em uma possível reforma política ou eleitoral a ser realizada, provavelmente, ainda em 2013.
Quem não gostava de eleições periódicas era a ditadura militar.
Sobre o tema, ver ainda o texto de Bernardo Pilotto.
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