Por Marcelo Pellegrini da Carta Capital
O resultado das eleições municipais em Curitiba foi um dos mais surpreendentes das capitais brasileiras. Se por um lado a votação de Ratinho Júnior (PSC) confirmou o primeiro lugar que ele tinha nas pesquisas, por outro a segunda colocação de Gustavo Fruet (PDT) mostrou que sua candidatura era mais forte do que sugeriam os levantamentos. No segundo turno, o pedetista chega com força por conta de sua arrancada final, enquanto Ratinho precisará provar a consistência de sua candidatura para conseguir se eleger.
Os 34,09% de votos válidos para Ratinho Júnior são resultado, principalmente, de uma campanha de conteúdo superficial e alto engajamento moral. Com essa base, o deputado, filho do apresentador do SBT, conseguiu se firmar como uma alternativa ante a polarização entre o atual prefeito, Luciano Ducci (PSB), e Fruet. “O um eleitorado de Ratinho Júnior é, em sua maioria, de baixa escolaridade e renda que foi atraído pela comunicação simples da campanha e pela grande insatisfação com a atual gestão”, diz Ricardo Oliveira, cientista político da Universidade Federal do Paraná (UFPR).
A estratégia de Ratinho funcionou pois, ao contrário do que ocorreu com Celso Russomanno (PRB) em São Paulo, o candidato do PSC praticamente não foi atacado por seus adversários. “Tanto o candidato do PSB quanto o do PDT protagonizaram uma disputa interna que blindou Ratinho Júnior e o fez despontar na preferência do eleitor”, diz Oliveira. De acordo com o cientista político, o caso de Russomanno, que esteve liderança das pesquisas até o final de setembro e não conseguiu ir ao segundo turno, deve servir de exemplo para Ratinho Júnior, que precisará saber reagir ao tiroteio político. No segundo turno, ao contrário do que ocorreu no primeiro, Ratinho terá muito tempo de tevê e terá de mostrar propostas que convençam o eleitor. “Agora, o desafio é saber como Ratinho Júnior irá lidar com mais tempo de televisão para apresentar suas propostas e como reagirá ao tiroteio político e de críticas que, até o momento, esteve imune”, afirma o professor da UFPR.
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