Discuto política desde 1982, ininterruptamente, quando com oito anos de idade apoiei Franco Montoro (PMDB) para governador de São Paulo, contra o candidato da direita e da ditadura militar-empresarial, Reinaldo de Barros (PDS, ex-ARENA, atual Democratas e PP). Eram candidatos também Jânio Quadros (PTB), Lula (PT) e Rogê Ferreira (PDT).
Portanto, não sou daqueles que discutem política apenas em ano eleitoral ou perto das eleições.
Mas o que vemos neste janeiro de 2014 são pessoas na internet e na velha mídia (Globo, Veja, etc), sem qualquer fundamentação, começando a atacar a presidenta Dilma Rousseff (PT) da mesma forma como atacavam o segundo mandato de Getúlio Vargas, os presidentes Jango e Lula, e agora Dilma.
É claro que o governo federal tem problemas. Algumas privatizações desnecessárias, dependência de um congresso nacional que reflete o poder financeiro do grande capital, escolha de alguns ministros incompetentes, algumas concessões ao mercado financeiro, falta de um maior diálogo com os movimentos sociais, etc.
Devemos manter a crítica, mas com a noção de que 2014 é um ano eleitoral. Devemos analisar as alternativas e, atualmente, as alternativas à Dilma são desanimadoras.
Aécio Neves (PSDB), se vitorioso, seria um desastre para o país. Com a linha “coronel playboy”, levaria o Brasil para um caos a la FHC, com privatarias, redução dos programas sociais, precarização da Administração Pública, venda do país ao grande capital, cassete nos movimentos sociais. Ou seja, neoliberalismo puro.
Uma improvável vitória de Eduardo Campos (PSB) seria ainda pior. O governador de Pernambuco é tão neoliberal quanto Aécio. Viria com um discurso de mudança mas seria uma decepção grande, com mais neoliberalismo, ainda menos apoio no congresso, com possibilidade de um governo semelhante ao de Fernando Collor de Mello (PRN).
É claro que o ideal seria um governo mais a esquerda. Mas atualmente não há partidos e nem pessoas que poderiam sagra-se vencedores com uma política mais progressista.
O PSOL, partido que respeito, que terá Randolfe Rodrigues como candidato, além de infelizmente muitas vezes fazer o jogo da direita, se fosse vencedor não teria apoio necessário do Congresso Nacional para governar.
O PDT e o PMDB de Roberto Requião vão de Dilma. Não há outro partido ou candidato que garanta uma continuidade de tudo de bom que ocorreu no Brasil de 2003 para cá, e com a coragem ou potencial de melhorar o que não deu tão certo.
A tendência, para o bem do Brasil, é uma vitória de Dilma, já que não teremos a candidatura de Lula, ou de pessoas como um Leonel Brizola ou um Carlos Marighella.
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