Por Igor Carvalho do Spresso, divulgado por Renato Rovai
A Organização Social SPDM encaminhou, na última quinta-feira (25), a todos os seus funcionários, em São Paulo, uma carta onde pede para que comparem, no momento de decidir o voto, os programas de governo dos candidatos José Serra (PSDB) e Fernando Haddad (PT), na área da saúde. Com o título “2 Turno – Eleições 2012 – Outro momento de reflexão”, o documento chama a atenção para o fato de estarem em disputa “propostas muito diferentes nos programas de Governo dos candidatos em relação à participação das Organizações Sociais de Saúde na construção do Sistema Único de Saúde – SUS”.
Com aproximadamente 32 mil funcionários, a SPDM administra 17 centros de saúde e seu presidente, o oftalmologista Rubens Belfort Jr., aparece no programa eleitoral de José Serra, do dia 16 de outubro, manifestando seu apoio ao candidato. Porém, Belfort não é apresentado, no vídeo, como dirigente da OS.
Um funcionário da SPDM, que preferiu não se identificar, por receio de ser demitido, afirmou que “internamente o recado foi entendido, é um pedido de voto no José Serra”, disse, lembrando, em seguida, que há “assédio moral e espalha-se o medo de que se Haddad assumir perderemos o emprego.” Em um trecho da carta, a SPDM pede: “Verifique qual Programa de Governo garantirá a continuidade dos seus serviços”.
Em um trecho da carta, a SPDM diz: “Há um discurso difundido entre os nossos colaboradores e de outras Organizações Sociais de Saúde, em particular entre os Agentes Comunitários de Saúde – ACS, de que os mesmos possam migrar para o quadro de funcionários públicos, SEM CONCURSO.” O trecho faz referência, erroneamente, a um discurso frequente de Haddad, em que o candidato se propõe a ampliar as contratações por concursos públicos, mas não a inserção de funcionários conveniados a OSs no setor público.O campanha de José Serra tem espalhado o boato de que o petista pretende acabar com as parcerias com as OS. Haddad desmentiu e em seu programa de governo, apresentado no dia 13 de agosto, não há menção a isso.
Para Paulo Spina, militante do Fórum Popular de Saúde, as parcerias com OSs são prejudiciais ao sistema de saúde de São Paulo. “É um modelo atrelado apenas aos interesses econômicos e não dos pacientes, elas fazem mal uso do dinheiro público, contratando sem licitação e ‘quarteirizam’ o trabalho”, critica.
Veja abaixo a carta enviada aos funcionários:
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