O governo Beto Richa (PSDB) está desperdiçando o trabalho da Polícia Militar justamente durante a Copa do Mundo, quando brasileiros e turistas estrangeiros precisam de mais segurança, e em pleno momento que a população paranaense clama por mais segurança.
O governo estadual desperdiçou policiais militares durante o movimento de greve dos trabalhadores da Celepar – Companhia de Tecnologia da Informação e Comunicação do Paraná. Foram disponibilizados em período integral pelo menos 8 viaturas da PM, sendo três em frente ao Data Center, duas paradas na entrada da Rua Nilo Peçanha, duas na saída da Mateus Leme e, ainda, uma última fazendo a ronda. Além disso motocicletas e mais de vinte policiais para evitar um possível “ataque terrorista”, quando os servidores estavam fazendo um movimento pacífico, nos termos da lei.
Em outra greve da Celepar, no final da década de 80, foi usada força policial desproporcional, e agora, mais de 20 anos depois, o atual governo do Paraná, de forma retrógrada, volta a tratar os funcionários como vândalos, como se fossem atentar contra o local de trabalho. O governo Beto Richa não percebe que quando acabar a greve os trabalhadores vão voltar ao trabalho, e não fariam nada contra a Celepar, o que os prejudicariam a si e ao povo paranaense.
Os trabalhadores da Celepar também estão questionando a contratação realizada pela atual gestão na Celepar, com aval e assinatura do governador Beto Richa, do IBOPE, por R$ 2,3 milhões para “fazer pesquisa”. Esse contrato foi prorrogado para o ano de 2014 por mais R$ 2,3 milhões, totalizando R$ 4,6 milhões, sendo que o Ibope é especializado em pesquisa política.
Os servidores da Celepar também estão indignados com a contratação, pela Celepar, de empresas de informática como a SIGMA, no valor de R$ 23 milhões, e a MV Sistemas, com um contrato em 2012 de R$ 33,5 milhões, com aditivos em 2013 de R$ 17 milhões e em 2014 de R$ 13 milhões, para serviços que são atividades-fim da empresa, que é totalmente capaz de realizá-los sem necessidade de terceirizações milionárias, com melhor qualidade.
O que vem ocorrendo também durante o governo Richa na Celepar é a contratação exagerada de assessores, sem concurso público, cuja maioria não trabalha e não têm qualificação necessária, com salários altíssimos.
Os servidores da Celepar citam um exemplo: a empresa tem mais de 60 assessores (sem concurso público) e conta com 18 vagas reservadas para os automóveis desses assessores. Essas vagas permanecem vazias durante o dia todo. Enquanto os carros dos trabalhadores ficam nas ruas sendo roubados, pois no último ano foram pelo menos 3 carros furtados e muitos outros arrombados: “mas para esse tipo de segurança pública a polícia não aparece”, disse uma trabalhadora que ficou com medo de se identificar, com medo de represálias.
Os servidores da Celepar também entendem que os assessores devem ser contratados por notório saber, para assessorar a diretoria em assuntos e decisões das quais eles deveriam conhecer.
Ocorreu um concurso na Celepar em abril deste ano e um assessor, que ganha mais de R$ 15.000,00 na Celepar, ficou classificado em 84º lugar, atrás de muitos outros atuais servidores. Enquanto isso varios servidores concursados recebem R$ 3.600,00 em início de carreira, sem progressão na carreira, e demorariam mais de 20 anos para ganhar a remuneração dos assessores.
Por fim, os trabalhadores da Celepar questionam que um assessor escolhido pelo governo beto Richa e atual diretoria tem processo de improbidade administrativa correndo contra ele, enquanto vários outros não têm qualificação e experiência para atuar na empresa.
A Celepar está inchada com tantos assessores sem concurso público. O atual diretor presidente se deu um aumento em seu salário em 10% e para os demais diretores em 5%. Mas quando se fala em aumento real para os trabalhadores da Celepar, dizem que não há dinheiro.
Tarso Cabral Violin – advogado, mestre e doutorando (UFPR), professor de Direito Administrativo, foi Diretor-Jurídico da Celepar entre 2007 e 2010, é autor do Blog do Tarso
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