Da Assessoria de Requião:
Em nenhum momento o senador Roberto Requião impediu que o Senado Federal autorizasse o governo do Paraná a contratar empréstimos no exterior, na sessão da terça-feira, 18. Os fatos são estes:
1. Depois da aprovação de autorização para que os estados do Ceará, Bahia, Rio Grande do Sul e Santa Catarina contratassem empréstimos externos, colocou-se em votação a autorização para que o Paraná fizesse o mesmo. No entanto, ao contrário dos pedidos de outros estados, o pedido do Paraná não especificava onde seriam aplicados os recursos,. O relatório apresentado senador Delcídio Amaral (PT-MT) falava apenas em investimentos no “desenvolvimento setorial”, sem dizer o que isso poderia significar.
2. Assim que lido o relatório, o senador Requião perguntou ao senador Delcídio onde o dinheiro seria investido. A resposta do relator: “Boa pergunta senador Requião, me deixa ver o que está escrito aqui”. Mas o relator não encontrou no documento que manipulava nada que pudesse esclarecer a ele próprio, ao senador Requião e ao plenário.
3. Diante disso, o senador José Sarney, que presidia a sessão, determinou que o pedido do Paraná fosse retirado de pauta, até que se esclarecesse o destino dos 350 milhões de dólares reivindicados. E assim foi feito
4. Sobre declarações de fonte do governo do estado , divulgadas por meios oficiosos via internet, dando conta de empréstimos semelhantes pedidos pelo então governador Roberto Requião, esclareça-se:
- quando pediu autorização para contrair empréstimos externos, o então governador apresentou um completo plano de aplicação dos recursos, elaborado por uma equipe multissecretarias e multidisciplinar do próprio governo estadual. O plano previa a aplicação de recursos na agricultura familiar, na inovação das técnicas de produção desse setor, em ações de promoção social nos municípios de menor IDH do estado, no combate à pobreza e à exclusão social. Os objetivos do projeto eram claramente fixados e dava-se conta onde seria investido cada centavo do empréstimo.
- ao contrário do pedido do atual governador, Requião não destinava qualquer valor à consultorias ou à amplíssima e quase nunca esclarecida rubrica “reforma administrativa” ou à ainda mais nebulosa “elaboração de projetos”.
- o secretário de Planejamento de Beto Richa é o mesmo Cássio Taniguchi que foi secretário de Planejamento de Jaime Lerner, quando o endividamento do Paraná (interna e externamente) pulou de 1,4 bilhão de reais (1994, último ano do primeiro Governo Requião), para 21 bilhões de reais (2002, último ano do Governo Lerner). Logo, as antecedentes são preocupantes.
É o que se tinha a esclarecer. Reafirme-se: o senador Roberto Requião não é contra empréstimos externos para o Paraná. É contra, isso sim, o desperdício de recursos não se sabe onde, sob que justificativas. De todo modo, se o governador Beto Richa não gastasse 500 milhões de reais em propaganda (previsão para este ano); não elevasse a participação do capital privado nos lucros da Copel em mais de 150 milhões de reais, sem qualquer justificativa para a generosidade com o dinheiro dos paranaenses; se não elevasse de 25 para 50 por cento a participação do sócio privado da Sanepar nos lucros da empresa; se não torrasse 5,6 milhões de reais em aluguel de avião, como pretende torrar, não haveria necessidade de se emprestar os pretendidos 700 milhões de reais.
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