Haddad vai privatizar alguns serviços de saúde, mas apenas temporariamente e em caráter emergencial
18 de Janeiro de 2013, 22:00 - sem comentários aindaO prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), vai celebrar convênios com a iniciativa privada para tentar reduzir a fila de espera na rede municipal de saúde. Graças à incompetência das gestões dos ex-prefeitos José Serra (PSDB) e Gilberto Kassab (PSD), são 661 mil pedidos de consultas, exames e cirurgias que estão na fila do serviço médico da prefeitura (em outubro de 2012). A incompetência neoliberal fez com que, por exemplo, um procedimento de eletroneuromiograma (diagnostica problemas em músculos e nervos) demora até 35 meses para ser feito; e uma ultrassonografia transvaginal (detecta câncer de ovário) tem 72.517 pedidos na fila e demora de seis meses.
O prefeito petista, que não pretende realizar um governo neoliberal-gerencial, quer realizar as parcerias apenas emergencialmente, com verba de programa do Ministério da Saúde para reduzir filas de espera. São R$ 90 milhões para todo o estado de São Paulo que o governo da presidenta Dilma Rouseff (PT) encaminhará.
Haddad é contra o modelo das organizações sociais – OS (privatização via Terceiro Setor) e fará a privatização emergencial apenas até funcionar a Rede Hora Certa, que implementará 31 unidades de saúde.
Segundo a Folha de S. Paulo, o professor do departamento de Medicina Preventiva da USP, Mário Scheffer, é contra qualquer privatização, pois segundo ele há risco de usuários do SUS serem tratados de forma pior do que os pacientes particulares na rede privada, já que o valor repassado pela prefeitura para os atendimentos é menor. Antônio Carlos Lima (conselheiro municipal de saúde e diretor do sindicato dos servidores municipais) entende que essas medidas paliativas não são ideais, pois defende o investimento em projetos permanentes de forma rápida.
Entendo que a terceirização apenas em situação temporária é possível, desde que em paralelo sejam criadas estruturas estatais com servidores concursados.
Uma ótima medida de Haddad, em defesa da transparência, pretende tornar os dados da fila da saúde públicos e respeitará a Lei de Acesso à Informação.
Filed under: Política Tagged: Fernando Haddad, saúde
Foto do dia: insegurança pública no Paraná
18 de Janeiro de 2013, 22:00 - sem comentários aindaFiled under: Política Tagged: Beto Richa, Segurança Pública
Chomsky: “A criação de empresas cooperativas são avanços revolucionários”
17 de Janeiro de 2013, 22:00 - sem comentários aindaDo Centro do Socialismo, divulgada por Midiacrucis
Nesta entrevista a Tiempo Argentino, Chomsky reflete sobre o problema da concentração de mídia na América Latina, sobre os movimentos (Occupy e outros) que vêm dando sinais de potencial mudança na sociedade dos EUA, sobre a importância relativa das “redes sociais”.
Até que ponto terá o desenvolvimento dos países da América Latina a ver com os Estados Unidos terem estado concentrados noutros temas?
– A situação dos mídia na América Latina é praticamente um escândalo. Estão enormemente centralizados, sob controlo privado, são muito reacionários e muito danosos para os países. Dão uma imagem muito distorcida do mundo. Entretanto, não creio que a resposta correta seja que os governos os constranjam, mas sim que ajudem o surgimento de alternativas comunitárias. Em certo ponto isso começou a fazer-se na Venezuela. Por outro lado, quando ocorreu ali o caso do canal RCTV, que não foi encerrado mas sim remetido para a difusão por cabo, escrevi que estava de acordo com os protestos ocidentais e também com o facto de que algo semelhante não podia suceder nos EUA. Mas acrescentei algo que tornou impublicável aqui a minha opinião. Não poderia suceder neste país por uma boa razão: se algo semelhante acontecesse cá, se a CBS, por exemplo, apoiasse um golpe de Estado contra o governo e passados alguns dias esse golpe tivesse sido derrotado, não haveria nenhum julgamento dos diretores e a cadeia não continuaria a transmitir. Simplesmente, os donos e os diretores dessa estação seriam assassinados sem julgamento prévio por um esquadrão especial.
– Na maior parte dos países, os governos apoiam os mídia concentrados. E nos casos em que não é assim, creio que a melhor forma de responder não é pressionando mas desenvolvendo alternativas, que é algo que o governo pode fazer. Alguma coisa de semelhante está querendo desenvolver-se aqui, em pequena escala. Por exemplo, quando o sistema de cabo apareceu nos EUA no início dos anos ‘70, o Congresso aprovou uma lei que impedia as companhias de cabo de deter monopólios em algumas áreas particulares. Por exemplo na zona onde estamos, Cambridge. Qualquer rede de cabo que quisesse operar aqui devia incluir um sinal comunitário. É uma grande falha da esquerda nos EUA que esta oportunidade não seja aproveitada. Há aqui uma estação da comunidade e se lá fores terás a surpresa de verificar que o equipamento é bastante bom. Não é a CBS, mas é melhor que outros que são propriedade de movimentos políticos. E muitas vezes são dirigidos por lunáticos porque a esquerda não os usa. Chegam a muita gente e poderiam ser usados como uma base alternativa de media.
– Isso é o que eu venho discutindo há 40 anos. Têm muitas críticas sobre os media que são justificadas, mas há muito pouco trabalho em tratar de criar alternativas. E pode ser feito, como sucedeu com Democracy Now, que funciona. Mas se os grupos de esquerda utilizassem estas possibilidades que estão ao seu alcance poderiam fazer mais. Há muito para fazer.
– Creio que são importantes, mas há muitas outras coisas também revolucionarias que estão a suceder. Por exemplo, os desenvolvimentos comunitários e o trabalho em empresas. Alguma coisa dessa iniciativa, de fato, veio da Argentina post colapso. Gar Alperovitz trabalha sobre isso e informa sobre lugares como Cleveland, onde há uma rede de empresas cujos proprietários são os seus próprios trabalhadores. Cooperativas que começam a estabelecer ligações a nível internacional com outras empresas em Espanha. Hoje isso existe em vários lugares do país e é revolucionário. Não sei se alcançará uma escala capaz de mudar a sociedade, mas é uma das coisas mais importantes que estão a acontecer.
“Eu uso a Wikipedia para algumas coisas. Se queres saber sobre matemática ou história medieval, está bem. Mas se se trata de algum tema contemporâneo e controverso, então há que ser muito cauteloso.”
– Aqui também têm um papel importante. Qualquer grupo ativista anuncia o que faz nas redes sociais para atrair pessoas para as suas atividades. Acho bem, não tenho nenhuma objecção contra isso. Mas o máximo que faço é ler ocasionalmente blogues. Creio que é uma grande coisa que qualquer possa dizer o que quiser na Internet, mas significa que 99% são coisas sem importância.
Por isso leio os diários e não as redes sociais. Mas na Primavera Árabe sucedeu algo de interessante. Em dada altura (o presidente do Egipto Hosni) Mubarak encerrou a Internet. A interacção cresceu porque em vez de twittear as pessoas falavam entre si e a organização avançou mais rapidamente. Quer dizer, acelera as coisas mas não tanto.
Filed under: Política Tagged: Chomsky
Perry Anderson sobre Lula
17 de Janeiro de 2013, 22:00 - sem comentários aindaPerry Anderson e o balanço do lulismo: mais duradouro que o New Deal?
FHC queria ser. Foi Lula? (foto Wikipedia)
por Luiz Carlos Azenha no Viomundo
No ano passado o historiador Perry Anderson publicou um ensaio sobre Lula na London Review of Books (íntegra em inglês, aqui). Tirando um ou outro erro factual (por exemplo, quando diz que Dilma implantaria um sistema nacional de saúde), o artigo trouxe à tona, lá fora, um debate recorrente dentro da esquerda brasileira, aquele sobre o lulismo.
Um debate sempre atual, especialmente quando a persistente crise financeira internacional e suas consequências no Brasil colocam em jogo a sobrevivência de longo prazo do projeto iniciado pelo ex-presidente Lula. Ou não?
O debate, aliás, desperta várias questões.
O lulismo no poder, representado agora por Dilma, dispõe dos instrumentos necessários para a retomada do crescimento econômico nos níveis que garantam sua sustentabilidade de longo prazo, independentemente do que aconteça lá fora? Ainda que disponha destes intrumentos, não está amarrado ao mínimo denominador comum exigido pela famosa governabilidade? O PT vai entregar aos parceiros mais conservadores, que buscam retomar os níveis de lucratividade pré-crise e estão plenamente representados dentro do governo, a “flexibilização” das leis trabalhistas, ou seja, a precarização ainda maior das condições de trabalho? É isso o que explica a busca de Dilma pela classe média, que reunida ao sub-proletariado lulista poderia facilitar o descarte dos movimentos sociais organizados que insistem na integralidade da CLT?
Há outras considerações a fazer, não relacionadas ao texto, quando falamos do futuro papel do Brasil na dinâmica do capitalismo globalizado: o que o país fará quando amadurecerem os projetos já em andamento em vários países da África (por exemplo, na Etiópia e em Moçambique) para incorporar grandes extensões de terra, muito mais próximas da China, ao agronegócio? E quando o minério de ferro de Carajás estiver próximo de se exaurir (segundo o jornalista Lúcio Flávio Pinto, no ritmo atual das exportações vai acontecer antes que o previsto)?
Para contribuir com este debate sobre o passado, o presente e o futuro da força política dominante no Brasil, o lulismo, destacamos para tradução um pequeno trecho do ensaio de Anderson, que nos pareceu mais relevante para a discussão. Neste trecho, ele contrapõe três visões do lulismo. A primeira, de Fernando Henrique Cardoso, resumimos: “sub-peronismo”. Em seguida, trata do lulismo na visão dos sociólogos André Singer e Francisco de Oliveira.
O Brasil de Lula
[...]
Lula não se tornou o Roosevelt brasileiro? O gênio de Franklin Delano Roosevelt [FDR, presidente dos Estados Unidos 1933-1945] foi transformar o cenário político com um pacote de reformas que eventualmente levantou para a classe média dos Estados Unidos, depois da Segunda Guerra, milhões de trabalhadores e empregados sob pressão, para não falar daqueles que ficaram desempregados na Depressão. Qualquer partido que coloca em andamento a mobilidade social em tal escala vai dominar a cena por um longo tempo, como os democratas fizeram depois que o New Deal começou, embora a oposição eventualmente se ajuste às mudanças para competir no mesmo campo, como [o republicano Dwight] Eisenhower fez em 1952.
Presidindo sob mudanças comparáveis, as vitórias de Lula em 2002 e 2006 [Nota do Viomundo: Aqui um erro óbvio de Anderson, já que a vitória de Lula em 2002 não pode ser creditada a mudanças que ele fez] podem ser mapeadas com estranha proximidade às de Roosevelt em 1932 e 1936: primeiro uma grande maioria, depois uma avalanche, as classes populares se derramando nas urnas em defesa do presidente enquanto as classes “respeitáveis” se voltaram contra ele. Em perspectiva, poderemos ter um ciclo político no Brasil tão longo quanto o de FDR, dirigido pela mesma dinâmica de ascensão social.
Olhares no retrovisor em busca de semelhanças com FDR não são novas no Brasil. [Fernando Henrique] Cardoso também gostava de comparar seu projeto com a grande coalizão democrata agrupada ao Norte. Lula pode estar mais próximo, mas os contrastes entre o New Deal e seu governo ainda estão claros. As reformas sociais de Roosevelt foram introduzidas sob pressão de baixo, numa onda de greves explosivas e de sindicalização veloz. Os trabalhadores organizados se tornaram uma força formidável a partir de 1934, os quais ele teve de cortejar tanto quanto conseguia. Nenhuma militância industrial comparável sustentou ou desafiou Lula (os sem terra do campo que tentaram fazê-lo eram muito fracos, sendo o movimento deles facilmente marginalizável).
Enquanto Roosevelt enfrentou uma profunda crise econômica, que o New Deal nunca realmente superou, e foi resgatado do seu fracasso apenas pelo início da Segunda Guerra Mundial, Lula surfou a onda do boom das commodities numa período de crescente prosperidade. Com sortes diferentes, eles também eram completamente diferentes em estilo: Roosevelt o aristocrata que se rejubilava com o ódio de seus inimigos e Lula o trabalhador que não queria saber de ódio formam um contraste que dificilmente poderia ser maior. Embora o resultado final de seus governos tenha sido o mesmo, parece haver pequena conexão imediata entre causas e efeitos.
Ainda assim, em um ponto existe alguma semelhança. A intensidade do ânimo contra Roosevelt em círculos conservadores até o início da guerra era totalmente desproporcional às políticas reais de seu governo. Na aparência, a mesma anomalia aconteceu no Brasil, onde a aversão de Lula pelo conflito não teve recíproca. Qualquer pessoa cuja impressão do governo Lula foi formada pela imprensa de negócios estrangeira ficaria chocada ao ser exposta à mídia local. Virtualmente desde o início a Economist e o Financial Timesronronaram de admiração pelas políticas amigáveis ao mercado e a aparência construtiva da presidência Lula, regularmente contrastada com a demagogia e a irresponsabilidade do regime de Chávez na Venezuela: nenhum elogio era demais para o estadista que colocou o Brasil no firme caminho da estabilidade e prosperidade capitalistas.
O leitor da Folha ou do Estadão, sem falar da Veja, estava vivendo em um mundo diferente. Tipicamente, em suas colunas, o Brasil estava sendo desgovernado por um grosseiro candidato a caudilho sem o menor entendimento dos princípios econômicos ou respeito pelas liberdades civis, uma ameaça real tanto à democracia quanto à propriedade.
O grau de veneno dirigido contra Lula não tinha relação com nada do que ele estava fazendo. Por trás disso estavam queixas mais profundas. Para a mídia, a popularidade de Lula significou uma perda de poder. A partir de 1985, com o fim do governo militar, eram os donos da imprensa e da televisão que na prática selecionavam os candidatos e determinavam os resultados das eleições. O caso mais notório foi o apoio a [Fernando] Collor do império Globo, mas a coroação de Cardoso pela imprensa, antes mesmo que ele decidisse competir, foi menos impressionante por pouco.
A conexão direta de Lula com as massas rompeu este circuito, cortando o papel da mídia na definição da cena política. Pela primeira vez, um governante não dependia dos proprietários dos meios e eles o odiavam por isso. A ferocidade das campanhas contra Lula não poderia ser sustentada, no entanto, sem uma audiência simpática. E esta era formada pelas tradicionais classes médias, principalmente mas não exclusivamente baseadas nas grandes cidades, acima de tudo em São Paulo. A razão para a hostilidade neste estrato não era a perda do poder, que nunca possuiu, mas a do status.
Não apenas o presidente agora era um ex-trabalhador sem formação, cuja pobreza gramatical era legendária, mas sob seu governo as empregadas, os porteiros e os trabalhadores de manutenção — a gentalha de qualquer tipo — estavam adquirindo bens de consumo até então reservados aos brasileiros educados, além de se comportar fora da norma no dia-a-dia. Para uma boa parte da classe média, foi um choque agudo: a ascensão do sindicalista e dos serviçais significava que ela estava perdendo status no mundo.
O resultado foi um onda aguda de ‘demofobia’, como o colunista Elio Gaspari, um crítico bem humorado, apelidou. Juntos, a mistura de desgosto político entre donos dos meios e editores e o ressentimento social entre leitores resultou num caldo bizarramente vitriólico de antilulismo, sem relação objetiva com qualquer interesse de classe.
Isso porque, longe de causar qualquer dano aos proprietários (ou credenciados), o governo Lula os beneficiou grandemente. Nunca o capital prosperou tanto quanto sob Lula. É suficiente citar a bolsa de valores. Entre 2002 e 2010, a Bovespa teve a melhor performance do mundo, subindo 523%; agora representa o terceiro maior complexo de ações-mercados futuros-commodities do mundo. Grandes ganhos especulativos foram realizados por uma burguesia moderna acostumada a apostar nos preços de ações.
Para setores maiores e mais avessos a risco da classe média, taxas de juros no céu deram retornos mais que satisfatórios em simples contas bancárias.
As transferências sociais dobraram desde os anos 80, mas os pagamentos da dívida pública triplicaram. O orçamento do Bolsa Família totalizou mero 0,5% do PIB. Rendas obtidas a partir da dívida pública ficaram com de 6 a 7%. Receitas fiscais no Brasil são mais altas que na maioria dos países em desenvolvimento, chegando a 34% do PIB, principalmente por causa dos compromissos sociais inscritos na Constituição de 1988, no auge da democratização do país, quando o PT ainda estava em ascensão como força radical. Mas os impostos vertiginosamente regressivos foram mantidos.
Aqueles que vivem com menos de dois salários mínimos deixam metade de sua renda para o Tesouro, aqueles com 30 vezes o mínimo deixam 25%. No campo, a abertura de vastas áreas para o agronegócio moderno, no interior, que procedeu rapidamente sob Lula, deixou a concentração da posse de terras maior hoje que há meio século. As terras urbanas caminharam na mesma direção.
Relatórios oficiais, sustentados por análises estatísticas e endossados por agências e jornalistas simpáticos no exterior, alegam que houve não apenas uma grande redução da pobreza no Brasil nestes anos, sob a qual não existe qualquer dúvida, mas também uma substancial redução da desigualdade, com o índice Gini caindo de um astronômico 0,58 no início do governo Lula para um alto 0,538 ao final. Em tais estimativas, a partir da virada em 2005, a renda dos 10% mais pobres da população cresceu numa taxa que foi o dobro da dos 10% no topo. Melhor de tudo, cerca de 25 milhões de pessoas entraram na classe média, que a partir de então se tornou maioria na Nação.
Para muitos comentaristas, domésticos ou estrangeiros, foi o mais esperançoso acontecimento do governo Lula. É o pièce de résistance ideológico nos balanços brilhantes de gente como o editor de América Latina da Economist, Michael Reid, ansioso para citar a nova classe média do Brasil como farol de uma democracia capitalista estável na “batalha pela alma” de um “continente esquecido” contra os perigos de agitadores e extremistas.
Muito deste aplauso se sustenta num artifício de categorização, pelo qual alguém com a renda anual inferior a R$ 22 mil (pauperismo em outros lugares) é classificado como “classe média”, enquanto de acordo com o mesmo esquema as classes mais ricas — a super elite da sociedade brasileira, composta por apenas 2% da população — começa com o dobro da renda per capita da população do mundo. Marcio Pochmann, o chefe do principal instituto de pesquisa econômica aplicada, tem insistentemente afirmado que uma descrição mais correta do muito falado novo estrato médio seria simplesmente “os pobres empregados”.
Mais geralmente, a crença de que a desigualdade no Brasil declinou de forma significativa deve ser vista com ceticismo, já que é baseada em dados de renda nominal e além disso exclui — por conta de regras estatísticas — os que estão na ponta, ou seja, os super ricos; mais fundamentalmente, ignora a apreciação de capital e o esconderijo de ganhos financeiros no topo da pirâmide.
Como um dos estudos importantes, Declining Inequality in Latin America, nota nos levantamentos sobre domicílios, “a renda com imóveis é grosseiramente subestimada”: “Se os que estão no topo da pirâmide de renda, ignorados por pesquisas, experimentarem um grande aumento relativo aos demais, então a verdadeira dinâmica da desigualdade pode ser de crescimento, mesmo quando pesquisas por estimativa mostram o resultado oposto”.
No Brasil é estimado que entre 10 e 15 mil famílias recebam a parte do leão nos pagamentos anuais de R$ 392 bilhões da dívida pública (o custo do Bolsa Família está entre R$ 20 e 30 bilhões), enquanto o número de milionários se multiplicou na última década, como nunca antes. A explosão do mercado de ações deveria servir de alerta contra a ingenuidade neste campo. Os ricos estão bem alertas sobre qual lado de seu pão recebeu manteiga. Ao contrário da “monarquia econômica” atacada por Roosevelt, que detestava o New Deal, a maior parte dos financistas e empresários brasileiros deu apoio caloroso ao governo Lula. O capital não foi apenas mais lúcido que a — verdadeira — classe média, mas se sentiu muito mais confortável com o governo Lula do que com qualquer regime prévio: de forma lógica, já que o lucro nunca foi tão alto.
Para uma terceira interpretação do Lulismo [Nota do Viomundo: sendo a primeira a de FHC e a segunda a de Singer], estes lucros precisam colocados no centro de qualquer análise realista do sistema lulista de governo. Numa série de ensaios iconoclastas, o sociólogo Chico de Oliveira desenvolveu uma visão que é quase a antítese da de [André] Singer, com o qual ele continua tendo uma boa relação apesar de diferenças políticas (um dos fundadores históricos do PT, Oliveira deixou o partido desgostoso pouco depois de Singer ter assumido um cargo no governo Lula).
Oliveira não contesta a caracterização de Singer sobre a psicologia dos pobres, ou as melhorias trazidas para eles por Lula. O sub-proletariado é como Singer o descreve: sem ressentimento com os ricos, satisfeito com alívios modestos e graduais de suas condições de existência. Mas a tese de Singer, na visão de Oliveira, foca muito estreitamente no relacionamento entre Lula e a massa de seu eleitorado. Faltam dois parâmetros fundamentais para entender o Lulismo.
O primeiro é o momento na história do capital mundial em que Lula chegou ao poder.
A globalização cortou qualquer possibilidade de um projeto de desenvolvimento nacional inclusivo há muito tempo pretendido pelo Brasil, inclusive pelo próprio Lula. A terceira revolução industrial, baseada em avanços biológicos e digitais que eliminam a fronteira entre a ciência e a tecnologia, requer investimento em pesquisa e impõe patentes que não permitem transferência pronta de seus resultados para a periferia do sistema — menos ainda para um país como o Brasil, onde o investimento nunca foi, mesmo no pico do desenvolvimentismo sob [Juscelino] Kubitschek nos anos 50, mais que baixos 22% do PIB. Gastos com Pesquisa e Desenvolvimento continuam miseráveis.
Assim, em vez de avanço industrial, a consequência para o Brasil da última onda de revolução tecnológica foi a transferência da acumulação do setor manufatureiro para as transações financeiras e a extração de recursos naturais, com rápido crescimento do setor bancário, onde os lucros são maiores, e da mineração e agronegócio de exportação. O primeiro é uma involução, pois desvia investimento da produção; o segundo é uma regressão, levando o Brasil de volta a ciclos anteriores de dependência da exportação de commodities primárias, para sustentar o crescimento.
Foi à dinâmica destes setores que o Lulismo teve de se ajustar, ao se acertar com o capital.
Aqui fica o segundo parâmetro mencionado por Oliveira, já que resultou na transformação das estruturas sob as quais o Lulismo tinha emergido — o partido e os sindicatos que, depois de 2002, se tornaram o aparato de poder. A liderança da CUT, a confederação do trabalho, foi colocada no comando do maior fundo de pensão do país. Os quadros do PT colonizaram a administração federal, onde o presidente tem o direito de nomear ocupantes de cerca de 20 mil empregos bem pagos, muito mais que o sistema permite ao Executivo nos Estados Unidos.
Agora totalmente desligado da classe trabalhadora, este estrato foi inexoravelmente sugado no vortex da financeirização que engolfou tantos os mercados quanto as burocracias. Sindicalistas se tornaram gerentes de algumas das maiores concentrações de capital no país, cenário de batalhas ferozes por controle ou expansão entre competidores predadores. Militantes se tornaram funcionários, aproveitando — ou abusando — de toda mordomia dos cargos.
Quando a nova lógica de acumulação se combinou com uma nova inscrustração no poder, uma camada social híbrida foi formada — Oliveira a compara ao ornitorrinco, cujo habitat natural é a corrupção. Os pobres desorganizados da economia informal agora tinham se tornado a base eleitoral de Lula, e ele não poderia ser censurado por isso ou pelo neo-populismo de sua relação com eles, inevitável também para Chávez ou Kirchner. Mas entre o líder e as massas havia um aparato que se deformou.
Ausente na tese de Singer estava este lado escuro do Lulismo. O que Lula tinha obtido era uma espécie de hegemonia invertida. Onde, para Gramsci, a hegemonia numa ordem social capitalista resultava da ascendência moral dos proprietários sobre as classes trabalhadoras, assegurando o consentimento dos dominados para sua própria dominação, no Lulismo foi como se os dominados tivessem revertido a fórmula, obtendo o consenso dos dominadores para sua liderança na sociedade, apenas para ratificar as estruturas de sua própria exploração.
Uma analogia mais apropriada [para o Brasil e o Lulismo] não seria com os Estados Unidos do New Deal, mas com a África do Sul de Mandela e Mbeki, onde as iniquidades do apartheid foram descartadas e os líderes da sociedade agora são negros, mas onde as regras do capital e suas misérias continuam tão implacáveis quanto sempre foram. O destino dos pobres no Brasil tinha sido viver numa espécie de apartheid e Lula acabou com isso. Mas o progresso igualitário e inclusivo continuou longe do alcance.
Filed under: Política Tagged: Lula
Imperdível vídeo de entrevista com Agostinho Ramalho Neto sobre o neoliberalismo
17 de Janeiro de 2013, 22:00 - sem comentários aindaO jurista e psicanalista Agostinho Ramalho Neto trata da diferença entre o liberalismo clássico (liberdade contratual, igualdade formal e fraternidade) com o neoliberalismo:
1. Desigualdade,
2. Competição como lei (darwinismo social) e
3. Eficiência (a serviço da competição).
O neoliberalismo com a minoria vencedora (incluídos opressores) e a grande maioria perdedora (incluídos oprimidos) e de excluídos. Na mira do neoliberalismo está o Estado do Bem-Estar Social, o keynesianismo. O neoliberalismo prega o Estado Mínimo, com a questão social sob responsabilidade da Igreja e das entidades privadas. Termos políticos se transformam em econômicos. A soberania sai do Estado e vai para o mercado, o cidadão (termo político) se transforma em consumidor (termo econômico). O Brasil era um país em desenvolvimento e se transforma em um mercado emergente:
Os jornalistas internalizaram o neoliberalismo e a imprensa é um aparelho ideológico do neoliberalismo. E com uma servidão com vontade de servir, e não pelo poder do tirano. Uma submissão involuntária.
Uma sociedade neoliberal é uma sociedade de consumo, a ideologia do consumo, a busca de preencher uma falta impreenchível. Cidadania é participação, é inclusão. Falta ética quando o que domina é o consumismo. Falta de reconhecimento do outro. O que caracteriza a democracia é o espaço da diferença, o outro é diferença. Quando se dissolvem os direitos sociais e trabalhistas, em nome de uma pretensa eficiência, se fala em custo. Contra trabalhadores com direitos, que ocasionam mercadorias mais caras, afeta a competição, perde um dos tripés do neoliberalismo:
Os negócios são incompatíveis com a velocidade da Justiça. Os grandes negócios passam a ser repassados para fóruns, o judiciário fica com causas menores. Os juízes não podem acreditar que a lei é neutra. Fala de questões psíquicas bem interessantes:
Filed under: Direito, Política Tagged: Agostinho Ramalho Neto, neoliberalismo
Alternativas jurídicas para Gustavo Fruet sobre a calçada imoral de granito de Curitiba
17 de Janeiro de 2013, 22:00 - sem comentários aindaÉ claro que é imoral colocar granito nas calçadas de qualquer cidade brasileira, enquanto existirem ruas sem asfalto e falta de calçamento nas cidades. Até a rua mais “chique” do Brasil, a Oscar Freire, na cidade mais rica do país, São Paulo, tem calçada de blocos de concreto. Parte da burguesia curitibana defende o granito que o ex-prefeito queria instalar no Batel, alegando que o bairro é o que mais arrecada impostos. Esquecem que os impostos e o Estado servem, justamente, para diminuir as desigualdades. Ou seja, tirar dos ricos e socializar os valores para investimentos na classe média e principalmente nas regiões pobres.
Um ato imoral deve ser anulado, uma vez que a Constituição Social e Democrática de Direito de 1988 fixa como um dos princípios da Administração Pública, o princípio da moralidade, no art. 37.
Infelizmente 99% dos nossos magistrados brasileiros não teriam coragem de aplicar o princípio da moralidade e, nesse caso, anular a licitação e o contrato administrativo que prevê calçadas de granito que custam três vezes mais do que as de concreto. Diriam que é uma decisão de mérito da Administração Pública e se anulassem estariam invadindo a competência do Poder Executivo. Besteira, em face ao texto constitucional.
Levando em consideração que o prefeito Gustavo Fruet (PDT) não conseguiria anular o contrato da calçada de granito imoral do ex-prefeito Luciano Ducci (PSB), financiada pelo governador Beto Richa (PSDB), seriam as seguintes as opções jurídicas de Fruet:
1. Analisar a licitação realizada e o contrato administrativo celebrado e verificar se há mais algum vício passível de nulidade. Caso não confirmado outro vício:
2. Rescindir o contrato por interesse público, nos termos do art. 78, II, da Lei 8.666/93, desde que oportunizado o contraditório e ampla defesa prévios e indenização por prejuízos da empresa contratada. Essa opção deve ser muito bem avaliada, para que seja verificado se o vulto das indenizações não prejudicariam o interesse público. Se não for caso de rescindir o contrato:
3. Realizar uma alteração qualitativa no objeto do contrato, como parece que vai ser realizada pela gestão de Gustavo Fruet. O art. 65 da Lei 8.666/93 permite que essa alteração, para fins de adequação técnica, desde que não desnature o objeto inicial.
Os valores dessa alteração podem ser em até 25% do valor inicial do contrato para mais ou para menos para obras, e em 50% para reformas. De forma unilateral, ou seja, mesmo sem a aceitação da empresa contratada. Aqui pode haver discussão jurídica, mas entendo que o valor aplicado para o caso é de 50%, pois o que está acontecendo no Batel é a reforma da calçada.
É possível, para menos, que esse percentual seja ultrapassado, mas nesse caso não seria unilateral, mas sim bilateral. Ou seja, a empresa deveria concordar com a alteração para menos superar o percentual fixado na Lei de Licitações.
Diante de todo o exposto, no caso concreto, entendo que o Município de Curitiba pode fazer uma alteração unilateral no contrato administrativo, alterando de granito para blocos de concreto o calçamento, do que ainda não foi instalado e comprado (para evitar gastos desnecessários), diminuindo em até 50% o valor do contrato, de forma unilateral, ou mais, caso a empresa aceite.
Filed under: Direito, Política Tagged: Gustavo Fruet, licitações
ICI: prefeito Gustavo Fruet não pretende deixar que o neoliberalismo vença a Democracia
17 de Janeiro de 2013, 22:00 - sem comentários aindaHoje conversei com o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT), e fiquei mais tranquilo com relação ao ICI – Instituto Curitiba de Informática.
Muitos me perguntam: “por que você fala tanto do ICI?”. Explico: desde 1998 questiono a constitucionalidade das organizações sociais – OS, uma qualificação criada pelo ex-presidente FHC (PSDB) concedida pelo Poder Pública para associações ou fundações privadas, com o intuito de privatizar a educação, a saúde, entre outros serviços públicos sociais. Eu era estudante de Direito na época e já questionava a lei, nos termos do professor Celso Antônio Bandeira de Mello. Depois fiz um mestrado em Direito do Estado na UFPR cuja a dissertação foi sobre as parcerias entre a Administração Pública e o chamado “terceiro setor”, e um dos focos do estudo foram as OSs e seus contratos de gestão (Uma análise crítica do ideário do “Terceiro Setor” no contexto neoliberal e as Parcerias entre a Administração Pública e Sociedade Civil Organizada no Brasil) que depois se transformou em livro já na 2ª edição (Terceiro Setor e as Parcerias com a Administração Pública: uma análise crítica (Fórum, 2ª ed., 2010).
Em Curitiba essa mesma OS foi criada por lei municipal, pelo ex-prefeito Cassio Taniguchi (DEMO, ex-PFL), com o intuito principal de privatizar a informática pública para uma entidade privada que não precisaria realizar licitação, concurso público, ser controlada efetivamente pelo Tribunal de Contas e pela sociedade. Essa entidade se chama ICI, que utiliza até hoje como sua sede um prédio da prefeitura, que ocupava o antigo CPD – Centro de Processamento de Dados.
Desde 1998 a OAB, o PDT e o PT têm ações diretas de inconstitucionalidade – ADIn contra a Lei das OS e, provavelmente, ainda em 2013 o STF vai tomar uma decisão final sobre o tema, provavelmente pela inconstitucionalidade da Lei criada no período neoliberal.
Desde então saiu Taniguchi, entrou Beto Richa (PSDB), saiu Richa, entrou Luciano Ducci (PSB) e, com sua derrota e a vitória de Gustavo Fruet (PDT), com um discurso incisivo pela transparência do ICI, toda a sociedade achava que a partir do dia 1º de janeiro de 2013, o novo prefeito escolheria os dirigentes do ICI para cumprir sua promessa de campanha vencedora e deixar o ICI mais transparente.
O problema é que quem escolhe os diretores do ICI são os 10 membros do seu Conselho de Administração. E 6 membros foram escolhidos por Ducci com mandato. Fruet tem o poder de escolher apenas 4 membros. Dia 01 de janeiro, então, era impossível Fruet escolher o novo presidente e os novos diretores técnico e administrativo do ICI.
Dia 15 eu achava que Fruet conseguiria os votos dos seus quatro membros e de pelo menos mais um, mas isso não foi possível, e por isso postei “Neoliberalismo venceu a Democracia: presidente do ICI escolhido por Ducci fica no cargo“.
Mesmo o presidente escolhido por Ducci, Renato Rodrigues, colocando seu cargo a disposição, como o prefeito atual não teria poder de alterar naquele momento a nova diretoria, decidiu-se unanimemente no sentido de deixar Rodrigues por mais dois meses. Até que Fruet consiga pelo menos mais um voto no Conselho e possa escolher seus diretores de confiança, que poderão aplicar as políticas públicas que venceram a eleição.
Outra notícia importante de Fruet em nossa conversa foi que o Tribunal de Contas está determinado a ser mais incisivo na busca pela transparência do ICI, que mesmo sendo uma entidade privada, como lida com milhões de dinheiro público, deve ser transparente.
Confio que Gustavo Fruet conseguirá da melhor forma possível resolver a caixa-preta do ICI.
Tarso Cabral Violin – autor do Blog do Tarso, é professor de Direito Administrativo e advogado na área de licitações e contratos administrativos e Direito do Terceiro Setor
Filed under: Política Tagged: Gustavo Fruet, Instituto Curitiba de Informática ICI
Lula aparece em documentário da BBC como responsável pela diminuição da pobreza no Brasil com gastos estatais
16 de Janeiro de 2013, 22:00 - sem comentários ainda
A pobreza é o tema do projeto “Por que pobreza?” (Why Poverty?), de uma iniciativa da BBC, de uma TV da Dinamarca e a ONG “Steps International” da África do Sul, no qual estão sendo exibidos oito documentários e 30 curtas-metragens. No Brasil os documentários estão sendo divulgados com legenda em português no Canal Futura.
Enquanto a TV aberta brasileira passa 99% de programas que são um lixo, documentários como esses são exibidos apenas em TV paga.
Em um dos documentários (Poor Us: an animated history – Why Poverty?, em inglês) o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é reconhecido por sua importância na diminuição da pobreza com gastos estatais.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) está com mais uma “invejinha” de Lula.
Filed under: Política Tagged: Lula
Cultura de Curitiba está em boas mãos: ouça a entrevista com Marcos Cordiolli
16 de Janeiro de 2013, 22:00 - sem comentários aindaOuça a entrevista com o presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Marcos Cordiolli, na CBN, clique aqui.
Filed under: Política Tagged: cultura, Marcos Cordiolli
Rafael Greca diz que calçada de granito “é coisa de burro ou de ladrão”
16 de Janeiro de 2013, 22:00 - sem comentários aindaO ex-prefeito de Curitiba e engenheiro civil Rafael Greca (PMDB) disse que uma calçada de granito polido, que segundo ele é liso, frágil e escorregadio, “ou é coisa de burro, ou de ladrão. Ou moldura para o shopping de quem pagou (parte da) conta da eleição”.
Disse ainda que “a obra mais cara é a obra parada. Para ser retomada custa ainda mais” e informou que a obra foi financiada com recursos do FDU – Fundo de Desenvolvimento Urbano, pela Prefeitura de Curitiba junto ao Governo do Paraná/BID.
Filed under: Política Tagged: Beto Richa, Luciano Ducci, Rafael Greca
Feltrin era nome certo na gestão de Gustavo Fruet
16 de Janeiro de 2013, 22:00 - sem comentários aindaCom o falecimento do advogado Edson Feltrin, o prefeito de Curitiba, Gustavo Fruet (PDT) emitiu nota de pesar e garantiu que Feltrin faria parte de seu governo:
“Com pesar, recebo a informação do falecimento do companheiro Edson Feltrin – membro da Executiva do PDT e presidente da Federação das Associações de Moradores de Curitiba (Femotiba). Registro aqui que conversei com Edson Feltrin na véspera de seu internamento e que sua participação na minha equipe na administração municipal já estava definida. A Executiva pedetista sempre esteve a par deste convite. Finalizo me solidarizando a seus familiares neste momento. Gustavo Fruet”
Feltrin era um dos questionadores da falta de transparência do ICI – Instituto Curitiba de Informática, clique aqui.
Em tempo: o velório ocorrerá no Cemitério Municipal de Curitiba e o enterro amanhã, em Maringá.
Filed under: Política Tagged: Edson Feltrin, Gustavo Fruet
Morre o advogado Edson Feltrin
16 de Janeiro de 2013, 22:00 - sem comentários aindaConforme notícia do Blog do Esmael, Edson Feltrin acabou de falecer, vítima de pneumonia.
Feltrin era presidente da Federação das Associações de Moradores de Curitiba (Femotiba) e secretário-geral do PDT da capital. Ele era de Maringá, tinha 62 anos, e estudou Direito na PUCPR.
Em paralelo ao Blog do Tarso, Feltrin também era um advogado que lutava pela transparência do ICI – Instituto Curitiba de Informática, clique aqui.
Filed under: Política Tagged: Edson Feltrin, Instituto Curitiba de Informática ICI
Sob governo Beto Richa ocorreu aumento de assaltos no comércio de Curitiba
16 de Janeiro de 2013, 22:00 - sem comentários aindaHá um caos na segurança pública de Curitiba. As UPS – Unidades Paraná Seguro criadas pelo governo Beto Richa (PSDB) não melhoram a segurança pública nas regiões das Unidades, e ainda transferem os assaltantes da área para as demais regiões de Curitiba.
Mas Beto gasta milhões de dinheiro público, do nosso dinheiro, com propaganda de seu governo. Nos programas falta apenas ele aparecer vestido de Capitão Nascimento do filme Tropa de Elite.
Hoje a Gazeta do Povo informa que em Curitiba ocorre um assalto a comércio a cada 2h40min, com dez roubos por dia. Assim, em 2012 a polícia registrou 3.583 ocorrências, um aumento de 5% com relação a 2011, conforme números da própria Secretaria de Estado da Segurança Pública.
Com uma política elitista, que financia com dinheiro estadual o granito das calçadas do Batel, Beto Richa também prioriza o policiamento nos bairros ricos. Na região Sul de Curitiba, mais pobre, é o local onde ocorre mais assaltos ao comércio (Sítio Cercado 287 ocorrências, Cidade Industrial de Curitiba 286, Pinheirinho 224).
O ex-secretário Nacional da Segurança Pública José Vicente da Silva critica a gestão da segurança pública em Curitiba, segundo a Gazeta:
“Os números indicam que o trabalho que foi feito não adiantou nada. O que está evidente é a má gestão da segurança pública em Curitiba”.
Salve-se quem puder!
Por favor 2014, chega logo!
Filed under: Política Tagged: Beto Richa, Segurança Pública
Todos contra Hugo Chávez
16 de Janeiro de 2013, 22:00 - sem comentários ainda
Filed under: Política Tagged: Hugo Chávez, Venezuela
PT, PMDB e PSDB são os maiores partidos do Brasil
16 de Janeiro de 2013, 22:00 - sem comentários aindaHoje no Brasil são os três maiores partidos políticos, nesta ordem:
1º. Partido dos Trabalhadores – PT, que representa a centro-esquerda, é o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) e da atual presidenta Dilma Rouseff. Sua ideologia é a defesa de programas sociais estatais que busquem a diminuição das desigualdades, o Estado como importante agente na economia e no social, aceitando poucas privatizações, boa relação política e econômica entre os países da América Latina e do BRICS e menos intervenção estatal nas liberdades individuais (por exemplo defende a descriminalização do aborto e manutenção da idade penal de 18 anos):
1 Presidenta
88 deputados federais
13 senadores
5 governadores
27,6 milhões de brasileiros são governados por prefeituras geridas pelo Partido (635 prefeituras), informação atualizada conforme as eleições de 2012
2º. Partido do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB é de centro e costuma sempre apoiar o governo de plantão. Em alguns Estados é um partido mais à esquerda, como era no Paraná, e em outros Estados mais à direita, como em Pernambuco. É o antigo MDB, partido de oposição na ditadura militar. É o partido do vice-presidente Michel Temer:
1 vice-presidente
79 deputados federais
19 senadores
5 governadores
22,8 milhões de brasileiros são governados por prefeituras geridas pelo Partido (1023 prefeituras)
3º. Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB, dissidência do PMDB, que desde o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) é considerado de centro-direita, ao implementar políticas neoliberais-gerenciais de desmonte do Estado Social e aliança com partidos conservadores. Com a ideologia de que o Estado deve apenas regular a economia, defende privatizações radicais, uma relação maior com os Estados Unidos da América, ao invés dos países da América Latina e outros emergentes, e uma maior intervençao do Estado nas liberdades individuais ( por exemplo defende a criminalização do aborto e diminuição da idade penal para 16 anos):
54 deputados federais
10 senadores
8 governadores
18,4 milhões de brasileiros são governados por prefeituras geridas pelo Partido (702 prefeituras)
Filed under: Política Tagged: Partido dos Trabalhadores PT, partidos políticos, PMDB, PSDB