O Regime Diferenciado de Contratações, que flexibiliza regras de licitação, deve valer para as obras do PAC?
16 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaNa Folha de S. Paulo de sábado
CHICO ALENCAR
NÃO
Jabuti na árvore
Mérito duvidoso, método errado.
A contratação de obras públicas, delta histórico do rio da corrupção sistêmica, está em questão: o governo Dilma, por meio da lei 12.462/2011, instituiu o chamado Regime Diferenciado de Contratações (RDC) para as obras da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016.
Agora, a Câmara dos Deputados aprovou a extensão desse modelo para todas as obras do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC. Assim, cria uma alternativa supostamente simplificada à Lei das Licitações (8.666/1993).
Muitos já apelidaram essa legislação concorrente de Regime Desesperado de Contratações, em função do conhecido e oneroso atraso do cronograma para a Copa e do notório “empacotamento” de muitas obras do PAC.
Os artigos 8º e 9º da lei 12.462/2011, que criou o RDC, permitem a chamada “contratação integrada”. Por ela, a empresa vencedora da licitação fica responsável tanto pelos projetos básico e executivo como pela realização da obra, o que atualmente é vedado pela Lei das Licitações.
Dessa forma, a licitante fica estimulada a produzir um projeto básico que implique em maior gasto, já que será ela mesma que fará a obra: interesses articulados, valores majorados.
Pela sistemática da Lei das Licitações, após apresentado o projeto básico é aberta outra licitação, na qual diversas empresas apresentam suas propostas para o projeto. No RDC isso não existe, anulando-se o princípio da concorrência e da comparabilidade entre as propostas.
O governo argumenta que a “contratação integrada” agilizaria o processo. Supõe-se que os preços também… Frente à crônica demora para tocar obras públicas, o governo facilita as etapas das licitações. A pressa, aqui, pode ser inimiga da transparência e da austeridade.
O artigo 20 da lei 12.462 amplia o conjunto de licitações nas quais será aplicado o critério de “técnica e preço”, favorecendo a subjetividade no julgamento da disputa. A norma antiga restringe o uso do fator “melhor técnica” a serviços de cunho intelectual, em especial.
O artigo 24 também amplia hipóteses subjetivas para a desclassificação de concorrentes, ao mencionar “vícios insanáveis” e “preços inexequíveis” sem definir exatamente o que são esses óbices. Os artigos 29 a 33 abrem o leque das hipóteses de estabelecer uma pré-qualificação dos concorrentes, mais um elemento para limitar os certames.
Portanto, estender o RDC ao PAC é duvidoso e pode abrir comportas para superfaturamentos. O Ministério Público Federal faz esta mesma avaliação e questiona a iniciativa permissiva.
Foi também grave o método de tramitação da matéria. É verdade que a 8.666, tida como “rigorosa”, não impediu fraudes nas licitações para obras e serviços. Mas propor lei paralela a ela embutida em medida provisória, a 559/12, estranha ao tema, como foi a opção do governo, é uma deformação total do processo legislativo. Acabou por forçar barganha com interesses do governo tucano de Goiás em torno da aquisição do controle acionário da CELG (Companhia Energética de Goiás) pela Eletrobras.
O Executivo abdicou da iniciativa mais lógica e democrática: enviar projeto de lei ao Congresso, que analisaria a proposta, realizaria audiências públicas com os setores interessados e, afinal, a votaria, com o zelo que matéria desse tipo exige.
Colocar o RDC em “carona” de MP é secundarizar um debate importante e desconsiderar o Legislativo. Além de, com essa pressa e esse método estranho, levantar suspeitas que reavivam o adágio popular: “Jabuti em árvore? Foi enchente ou mão de gente”.
CHICO ALENCAR, 62, professor de história, é deputado federal pelo PSOL-RJ e líder da partido na Câmara
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JILMAR TATTO
SIM
Licitações mais rápidas e baratas
Desde a adoção do Regime Diferenciado de Contratações (RDC) como marco legal das obras preparatórias para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016, ficou claro que podemos avançar no tocante à agilidade na execução e no estabelecimento de melhores preços nos empreendimentos públicos.
O balanço é positivo e enseja iniciativas que, ao mesmo passo, melhorem a infraestrutura do país e atualizem a legislação, de forma a adequá-la a parâmetros internacionais. A lei 8.666, de 1993, que rege as licitações e contratações públicas, revelou-se defasada, com brechas que abrem caminho para problemas de toda natureza.
Com o RDC, os avanços são visíveis. Onde esse regime foi aplicado, o tempo médio de finalização dos processos licitatórios caiu de 250 para 80 dias. Houve redução aproximada de custos na ordem de 15% nos valores das licitações. E sem prejuízos à fiscalização, já que o regime diferenciado garante total acompanhamento por parte dos órgãos de controle interno e externo.
Agora, a extensão desse novo sistema para as obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) está sob a análise do Senado, depois de aprovado pela Câmara.
Temos, assim, a oportunidade de expandir esse regime modernizante a áreas estratégicas.
O valor dos investimentos do PAC, no período entre 2011 e 2014, é de R$ 955 bilhões, dos quais R$ 204,4 bilhões foram executados em 2011.
O grande vulto dessas ações e seu impacto no desenvolvimento nacional, inclusive com a geração de milhares de empregos, tornam ainda mais evidentes os benefícios de sua inclusão no RDC: racionalização dos procedimentos, diminuição dos prazos e, principalmente, dos custos.
O RDC, proposto pelo governo e aprovado no ano passado pelo Congresso, contou com contribuições expressivas dos órgãos de controle e dos partidos, inclusive da oposição. Não significou flexibilização. Pelo contrário, conferiu mais rigor ao sistema atual, na medida em que ampliou de forma significativa as concorrências públicas.
É o caso, por exemplo, da contratação integrada, que impõe às empresas a entrega da obra em plenas condições de funcionamento, como ocorre em vários países.
Tão importante quanto esses resultados é o fato de que o novo regime mantem cada uma das normas e princípios da lei 8.666 relativos à transparência, à fiscalização e ao controle das ações governamentais, e respeita os princípios da impessoalidade e da moralidade.
A diferença está na aplicação da experiência acumulada ao longo desses 19 anos de vigência da Lei de Licitações e de todo um arcabouço jurídico que promoveu aperfeiçoamentos nos processos licitatórios, inclusive por meio da internalização de práticas adotadas nos Estados Unidos, na União Europeia e por organismos como o Banco Mundial.
São pertinentes muitas das preocupações com a proposta. Afinal, em que pese o controle exercido pelos mecanismos institucionais de fiscalização, é fato que as contratações públicas no Brasil persistem como fonte de desperdício dos recursos públicos e de corrupção.
O que o RDC pretende -e tem conseguido- é justamente atacar esses males, afastando, por exemplo, a possibilidade de recursos e impugnações protelatórios e, em certos casos, estimulando os licitantes a disputarem a definição de custos, propiciando o rebaixamento dos preços.
Esses avanços procedimentais e esses ganhos efetivos podem e devem ser estendidos e otimizados. Ao aprovar a ampliação do RDC para as obras do PAC, o Congresso Nacional dará mais uma importante contribuição ao Brasil.
JILMAR TATTO, 46, formado em história, é deputado federal pelo PT-SP e líder do partido na Câmara
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Ganhador do prêmio nobel de economia defende gastos com servidores públicos nos EUA
16 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaNa Folha de S. Paulo de sábado
PAUL KRUGMAN
Não precisamos de educação
Os conservadores adoram fingir que existem vastos exércitos de burocratas governamentais
A esperança é a última que morre. Por algumas horas, estava disposto a elogiar Mitt Romney por falar honestamente sobre o que significa o seu apelo por um governo menor.
Não importa. O candidato não demorou a voltar ao normal, negando ter dito o que disse e oferecendo diversas desculpas contraditórias.
Em declarações que depois tentou negar, Romney criticou Obama: “Ele diz que precisamos de mais bombeiros, mais policiais, mais professores. É hora de reduzir o governo e ajudar o povo americano”.
Por uma vez, Romney admitiu o que ele e seus aliados querem dizer quando falam em reduzir o governo. Os conservadores adoram fingir que existem vastos exércitos de burocratas governamentais fazendo sabe-se lá o quê. Na verdade, a maioria dos funcionários do governo oferecem educação ou proteção pública.
Alguns republicanos prefeririam que os americanos tivessem menos educação -vocês se lembram de Rick Santorum e de sua descrição das universidades como “usinas de doutrinação”? Mas a questão mais relevante no momento é determinar se os cortes de empregos públicos que Romney defende são bons ou ruins para a economia.
Antes de tudo, temos nossa experiência pessoal. Os conservadores querem que acreditemos que nosso desempenho econômico decepcionante foi de alguma forma causado por gastos governamentais excessivos, que dificultam a criação de empregos pelo setor privado.
Mas a realidade é que a criação de empregos pelo setor privado mais ou menos acompanhou o ritmo de recuperação, nas duas últimas recessões; a grande diferença, agora, é a grande queda nos empregos públicos; seu total hoje fica 1,4 milhão de postos de trabalho abaixo do que teria atingido caso o ritmo de crescimento vigente no governo de George W. Bush tivesse sido mantido. E, se esses empregos adicionais existissem, o desemprego seria inferior ao que é -cerca de 7,3% ante 8,2%.
Mas as provas verdadeiramente decisivas vêm da Europa. Considere a Irlanda, onde o número de funcionários públicos caiu em 28 mil de 2008 para cá.
As demissões foram elogiadas pelos conservadores, que previram excelentes resultados. Mas a recuperação não veio. O desemprego supera os 14%. A experiência irlandesa demonstra que austeridade, diante de uma economia deprimida, é um erro terrível.
É desnecessário dizer que isso representa um mau presságio, caso Romney vença em novembro. Sua ideia de uma política inteligente é redobrar os cortes de gastos que prejudicaram a recuperação aqui e colocaram a Europa em queda livre.
Tradução de Paulo Migliacci
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Vote Jorge Amado para Deputado Federal (PCB), o romancista do povo!
16 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaFiled under: Política Tagged: Jorge Amado, PCB
Olhe a matéria bomba contra Luciano Ducci publicada na revista Veja
16 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaFiled under: Política Tagged: Luciano Ducci, Veja
Luciano Ducci nega que tenha cobertura no prédio mais luxuoso de Curitiba. Tem apenas o 5º andar
16 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaO Prefeito Luciano Ducci confirmou que é milionário mas desmentiu denúncia da revista Veja. Disse que não tem cobertura no prédio mais luxuoso de Curitiba, o Le Mirage, na Al. Pres Taunay, 307 – Batel, em Curitiba, mas “apenas” o 5º andar.
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Prefeito Luciano Ducci confirma que é milionário mas desmente denúncia da Veja
16 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaNota pública de esclarecimento
A reportagem da revista Veja é profundamente injusta, difamatória e infundada. Não há qualquer irregularidade na evolução patrimonial do prefeito Luciano Ducci e de sua família, como pretende insinuar nota publicada pela revista. Todos os recursos e bens declarados têm origem comprovada junto à Receita Federal.
A suposta notícia de que o Ministério Público abriria investigação sobre a referida variação patrimonial carece de fundamento fático. O Ministério Público não iniciou, até o momento, qualquer procedimento a respeito.
Para provar que não tem nada a esconder, o prefeito Luciano Ducci vai nesta segunda-feira ao Ministério Público para entregar as declarações de Imposto de Renda dos últimos cinco anos e se colocar à disposição do procurador geral Gilberto Giacóia para qualquer esclarecimento que se fizer necessário.
Todos os bens declarados no Imposto de Renda do prefeito Luciano Ducci e de sua família têm origem e estão registrados, assim como a origem de todos os recursos.
A referida reportagem carece de credibilidade, na medida em que ignora os documentos oficiais sobre o patrimônio e a sua evolução. A revista Veja foi “usada” por fonte mal-informada e evidentemente determinada a fabricar um falso escândalo.
As duas fazendas mencionadas pela Veja, na verdade são cinco fazendas situadas no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná, e pertencem a Marry Dal Prá Ducci, recebidas, em sua origem, em herança ou adquiridas e registradas legalmente pela mulher e pelos filhos do prefeito.
No que se refere ao “apartamento de cobertura no Batel”, no qual, segundo a Veja, residiria o prefeito Luciano Ducci, mais uma vez a informação é falsa. O prefeito e sua família vivem, desde 2007, no 5º andar do edifício Le Mirage e não na cobertura. O referido apartamento foi adquirido com recursos da família, como está registrado nas declarações de Imposto de Renda do prefeito e de sua família.
Em relação ao sr. Cícero Paulino, citado pela Veja como capataz das fazendas da família do prefeito, trata-se de contador com MBA em administração pública, que presta serviços profissionais a diversas empresas. Em maio de 2010, foi nomeado funcionário em cargo em comissão na Prefeitura de Curitiba, lotado no gabinete do então vice-prefeito.
Em janeiro de 2012, Cícero Paulino foi desligado de sua função na Prefeitura de Curitiba. Durante todo o período em que prestou serviços à Prefeitura, não houve sobreposição entre função pública e atividade privada.
Curitiba, 16 de junho de 2012.
Luciano Ducci
Prefeito de Curitiba
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Pergunta do dia: a Veja sempre mente?
16 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaA revista Veja deste domingo detona o prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB): “O enriquecimento descomunal do prefeito”.
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Veja a vice de Gustavo Fruet, Mirian Gonçalves, falando sobre Edésio Passos
16 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaFiled under: Direito, Política Tagged: Edésio Passos, Gustavo Fruet, Miriam Gonçalves
A advogada Mirian Gonçalves (PT) é a vice de Gustavo Fruet (PDT)
16 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaDesde o dia 24 de maio o Blog do Tarso, de forma exclusiva, já informava que nenhum dos informados até então pré-candidatos ao cargo seriam o vice de Gustavo Fruet (PDT). Minhas fontes são quentes!
Desde então surgiu o nome da advogada Mirian Gonçalves, que acabou de se escolhida pelo Partido dos Trabalhadores de Curitiba (113 votos contra 100 da presidenta do PT de Curitiba, Roseli Isidoro) como a vice de Gustavo para concorrer à prefeitura de Curitiba, na aliança PDT/PT/PV.
A Dr. Mirian Gonçalves é advogada trabalhista em escritório respeitado de Curitiba, já foi vice-presidente do PT em Curitiba, é a atual coordenadora do plano de governo do PT e membro do grupo que formulará o plano de Gustavo Fruet. É assessora jurídica de importantes entidades sindicais, dentre as quais, o Sindicato dos Bancários de Curitiba; Mestre em Direito das Relações Sociais na Universidade Federal do Paraná, onde exerceu monitoria didática como professora no curso de Administração de Empresas; e Pós-graduada em Direitos Humanos, em Huelva, Espanha.
Parabéns ao partido e à Dr.ª Mirian pela escolha! Chapa desde já favorita.
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Anderson Silva é censurado por falar que ex-secretário e atual homem de confiança de Beto Richa “é do mal”
15 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaO advogado Cid Campêlo conseguiu censurar na justiça paranaense (14ª Vara Cível de Curitiba) o livro/biografia de Anderson “Spider” Silva, da editora Primeira Pessoa/Sextante. A ação foi ajuizada por Rudimar Fedrigo, dono da academia Chute Box.
Fedrigo foi secretário de esporte e lazer do então prefeito Beto Richa (PSDB) e hoje é o diretor geral da Secretaria de Estado do Esporte, no governo Beto Richa, além de ser o Diretor-Presidente da Paraná Esporte e presidente do Conselho Estadual do Esporte e Lazer.
Quem substituiu Fedrigo na secretaria municipal, na gestão Luciano Ducci (PSB), é o filho de Richa, o estudante de direito Marcello Richa.
Em seu livro, Anderson cita o professor de Muay Thai e fundador da academia como uma pessoa do “mal”, questiona sua faixa preta e o acusa de tentar prejudicá-lo por várias vezes em sua carreira. Rudimar e o atual campeão dos pesos-médios do UFC se conheceram no início dos anos 2000, quando Silva foi treinar em sua academia.
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Campanha de oftalmologia irá realizar exames gratuitos no parque Barigui
14 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaAmanhã, sábado, acontece no Parque Barigui, em Curitiba, a campanha ‘Viver, Porque Ver é Viver’, promovida pela Novartis, com o apoio da Sociedade Brasileira de Oftalmologia, Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo, do Grupo Retina Brasil e dos médicos da Equipe Retina Curitiba que estarão presentes no evento como o Dr. João Guilherme de Moraes e Dra. Camila Winckler.
O evento visa conscientizar a população sobre as principais doenças da visão que acometem pessoas com mais de 50 anos, e que não fazem parte do processo natural do envelhecimento, como a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), principal causa de cegueira em pessoas acima de 60 anos de idade, segundo a Sociedade Brasileira de Oftalmologia.
Profissionais de saúde voluntários realizarão gratuitamente o exame denominado fundo de olho, um desses médicos é o Dr. João Guilherme segundo ele, o exame de fundo de olho pode diagnosticar diversas infermidades do fundo de olho como retinopatia diabética, DMRI (Degeneração Macular Relacionada a Idade), entre outras doenças que podem levar a cegueira.
Segundo a Dr. João Guilherme que também irá participar do evento a Retinopatia Diabética é quando a pessoa portadora da diabétes tem seus sintomas estendidos até mesmo no olho podendo levar a perda da visão. Já a Degeneração Macular Relacionada a Idade (DMRI) afeta a macula uma região da retina que é importante para a visão, a degeneração da macula pode levar a perda da visão do paciente, a melhor forma de tratar a doença é a prevenção, como uma alimentação saúdavel, prática de exercicios, não fumar e evitar bebidas alcólicas.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia, a DMRI é a principal causa de cegueira em pessoas acima de 60 anos de idade. A doença compromete a mácula, responsável pela visão detalhada, e produz uma mancha que prejudica a visão central. Para evitar danos irreversíveis causados por essas e outras enfermidades, as sociedades médicas recomendam que a população acima de 50 anos consulte anualmente um oftalmologista ou retinólogo – médico especialista em doenças da retina.
Já a retinopatia diabética é um quadro oftalmológico grave que afeta pacientes com diabetes, causado pelo vazamento de fluido dos pequenos vasos sanguíneos presentes no olho. Esse acúmulo de fluído causa inchaço da mácula (centro do olho) e ocasiona o Edema Macular Diabético (EMD), distorcendo a visão e podendo levar à cegueira. Após conviver por 20 anos com o diabetes, aproximadamente 99% dos diabéticos tipo 1 e 60% dos tipo 2 tem algum grau de retinopatia diabética, estima a Sociedade Brasileira de Oftamologia (SBO). No Brasil, não há um registro da prevalência nacional da doença, porém, a Sociedade Brasileira de Oftalmologia estima que 40% dos diabéticos sofrem de alterações oftalmológicas.
Serviço: ‘Viver – Porque Ver é Viver’
Data: 16 de junho de 2012 (sábado)
Horário: 8h às 13h
Local: Parque Barigui – Avenida Cândido Hartmann, s/n – Santo Inácio, Curitiba – PR. Entradas também pela BR-277 e Av. Manoel Ribas.
Mais informações: www.porquevereviver.com.br ou no site www.retinacuritiba.com.br
Importante: todas as consultas terão que ser previamente agendadas pelo telefone: (41) 3242-0108. Serão atendidas aproximadamente 150 pessoas com mais de 50 anos de idade.
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Falei no Canal 21 sobre a falta de transparência do ICI
14 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaOntem falei sobre a falta de transparência do ICI – Instituto Curitiba de Informática e descumprimento da Lei de Acesso à Informação, no Jornal Mercosul da Rede Mercosul Canal 21.
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Estádio do Corinthians é chique: banheiro dispensa papel higiênico
14 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaO estádio do Corinthians que está sendo construido no bairro de Itaquera, em São Paulo, que será palco da abertura da Copa do Mundo de 2014 (e que eu defendo que se chame Doutor Sócrates), contará com o que existe de mais avançado em termos de tecnologia em seus banheiros, que terão vasos sanitários importados de Japão ou Suíça. Conforme informa a Folha de S. paulo de hoje, a higiene, no caso do modelo japonês, acontece sem uso de papel higiênico, pois um dispositivo promove a limpeza com jato de água e secagem por ar quente. A reportagem informa que para garantir a vazão, cada unidade só é aprovada para deixar a fábrica após um teste com uma dúzia de bolas de tênis.
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Sobral Pinto
14 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaCom muita honra fui presidente do Centro Acadêmico Sobral Pinto, entidade representativa dos estudantes de Direito da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, campus de Curitiba. Divulgo algumas histórias sobre o grande advogado Heráclito Fontoura Sobral Pinto, patrono do centro acadêmico de direito da PUCPR, o CASP:
SOBRAL PINTO, O DOM QUIXOTE DAS CARTAS DE PROTESTO
Por Tarso Cabral Violin (publicado no Manual do Calouro de 1997)
Heráclito Fontoura Sobral Pinto, o “Dom Quixote das cartas de protesto”, o “Compêndio cívico de carne e osso”, nasceu em 05 de novembro de 1893, em Barbacena/MG. Formou-se em 1917 na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais do Rio de Janeiro. Foi Procurador da República (1924 a 26) e Procurador-Geral do Distrito Federal (1928); Conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil – OAB e Presidente do Instituto dos Advogados do Brasil – IAB. Sobral Pinto participou em 1945 de uma associação denominada “Resistência Democrática”, que objetivou trabalhar pela restauração da Democracia no Brasil.
Apesar de não ser considerado um homem de esquerda, e sendo católico praticante, foi o único advogado no Brasil que aceitou, durante Estado Novo de Getúlio Vargas, defender o Secretário-Geral do Partido Comunista, Luiz Carlos Prestes (preso em 1935).
Defendeu sistematicamente a posse do Presidente Juscelino Kubitscheck em época conturbada, e este lhe oferece, em 1956, uma vaga como Ministro do Supremo Tribunal Federal, a qual ele agradece quase ofendido, justificando que a defesa pela posse de JK tinha sido somente pela defesa à legalidade.
Combateu o Ato Institucional n 1 do Presidente Castelo Branco, as cassações de mandatos e direitos políticos de vários brasileiros. Em 1968, após a edição do AI-5, o Dr. Sobral encontrava-se em Goiânia para ser paraninfo de uma turma de Direito, teve a porta do quarto do hotel arrombada e foi levado arrastado para a prisão e em seguida transferido para Brasília. Foi chamado a depoimento, o qual no livro “1968 o ano que não terminou” do jornalista Zuenir Ventura, foi descrito assim:
“- Não dou. É um desaforo que o Exército, depois de ter-me imposto essa humilhação, ainda tenha a petulância de querer devassar minha consciência. Em hipótese nenhuma! Eu não declaro nada.”
O inquiridor pergunta se ele escreve o que acaba de dizer, a proposta foi aceita e disse mais:
“- Quando eu sair, quero escrever uma carta a esse ditador que está fingindo que é Presidente da República. Eu quero terminar a carta com essa declaração.”
O jornalista encerra o episódio do livro, dizendo que se naquele ano fosse instituído um prêmio de bravura física e cívica, os milhares de estudantes que enfrentaram a polícia nas ruas iam ter um sério concorrente na pessoa desse jovem insubordinado chamado Sobral Pinto, que na época contava com 75 anos.
Continuando sua caminhada, foi agraciado pela OAB com a medalha de Teixeira de Freitas do IAB. Foi eleito o intelectual do ano em 1979, recebendo o troféu Juca Pato da União Brasileira dos Escritores. Em 1981, o Papa João Paulo II condecorou-o com o título de Comendador da Ordem de São Gregório Magno. Foi professor da Faculdade Nacional de Filosofia e da PUC/RS, e é autor dos livros Lições de Liberdade (1977), Por quê e Como Defendi Luiz Carlos Prestes e Henry Berger (1979), Ideologia da Libertação (1984), entre outros.
Teve participação marcante na campanha pelas Diretas Já em 1984, o maior movimento cívico de nossa história. Em momento inesquecível num comício gigantesco na Candelária, centro do Rio, o Dr. Sobral sobe ao palanque com seu indefectível paletó preto e seu chapéu, para proferir o art. 1º da Constituição Federal: “Todo poder emana do povo e em seu nome é exercido”.
Além de Prestes, defendeu JK, Carlos Lacerda, Hélio Fernandes, Miguel Arraes, Euclydes de Figueiredo, Francisco Julião, o comunista Henry Berger (invocando a Lei de proteção dos animais, como argumento para protestar contra as condições não-humanas às quais este estava submetido); bem como a integralistas da extrema direita, que se envolveram no movimento de 10 de maio de 1938 e a nove cidadãos da República Popular da China, acusados de práticas revolucionárias e subversivas, tendo conseguido a expulsão destes do país (1964) e o retorno à sua pátria.
Sobral Pinto remeteu várias cartas de protesto, como as de repúdio ao envio de Olga Benário para a Alemanha Nazista, defendendo a posse de Juscelino, contra o golpe de 1964, e em outros momentos difíceis da história.
Nosso grande jurista e patrono veio a falecer em 30 de novembro de 1991, na cidade do Rio de Janeiro, mas um pouco antes, em entrevista à Revista Veja, declara como última sentença: “O país sairá da crise com uma campanha que eduque a juventude brasileira, que amanhã vai dirigir os destinos da nação”.
Sobral Pinto foi um jurista e professor brasileiro que se notabilizou pela atuação em defesa constante das instituições democráticas, dos direitos individuais e das liberdades públicas. Sempre em defesa do respeito à justiça e aos Direitos Humanos fundamentais, não discriminava dentre seus clientes, sexo, cor, filosofia ou religião. A vida de Sobral Pinto, enfim, foi uma lição de respeito ao valor da vida, sempre defendendo que todos os cidadãos têm direito à ampla defesa e ao contraditório, princípios consagrados constitucionalmente.
Pesquisa: Tarso Cabral Violin
Agradecimento pelo apoio: David de Medeiros Leite, estudante de Direito da UFRN.
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Autor: Jorge Cortás Sader Filho, publicado pelo Luis Nassif, recomendado pelo advogado Rogério Bueno da Silva:
Sobral Pinto
Heráclito Fontoura Sobral Pinto talvez tenha sido o maior advogado brasileiro, superando mesmo o próprio Rui Barbosa.
Na época do regime militar, defendeu muitos acusados de subversão. Tive o prazer de cumprimentá-lo na Primeira Auditoria do Exército, lá pelas bandas da Praça da República.
Homem sério, advogado brilhante, orador com a voz fraca em virtude da idade, mas nem por isso embaçada pela falta do brilho, Sobral era católico fervoroso, que comungava todos os dias na primeira missa que era rezada perto da sua casa.
Certa ocasião, um oficial-general teve a infelicidade de chamá-lo “comunista”, tal o número que ele defendia. Resposta imediata do mestre:
- Comunista é a puta que o pariu.
Não foi preso nem processado. Ficou por isto mesmo, comprovando o ditado que o povo gosta de usar: “quem fala o que quer, escuta o que não quer”. Mais. Sobral era extremamente educado e o palavrão não fazia parte da sua fala diária.
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Mais uma de Sobral
Durante o regime militar, Sobral foi ‘preso’ algumas vezes.
Digo ‘preso’, mas a palavra certa é constrangido pelos militares a dar um depoimento, coisa que o valha. Contra ele mesmo, nada.
Muito bem. Depois de ter sido carregado à força, de pijama, para prestar um destes depoimentos, quando o fato surgiu nas manchetes foi um escândalo. O velho jurista tinha mais de setenta anos, e era o maior advogado do Brasil.
O presidente era Costa e Silva. Queria ter uma conversa particular com Sobral Pinto.
Escolheram um coronel do Exército, homem esclarecido e educado para cumprir a missão.
Tocaram a campainha. Sobral demorou um pouco. Tocaram outra vez. E lá apareceu, com um livro na mão e de pijama, o advogado famoso.
- Doutor Sobral, o presidente quer falar com o senhor.
- Presidente? Que presidente?
- O general Costa e Silva.
- Não tenho nenhum assunto a tratar com ele. Não vou.
- Mas doutor, é o presidente da República!
- Já disse que não vou. Só se for preso.
O coronel era realmente educado, escolheram o homem certo. Sobral aceitava um diálogo, mas conversa mesmo. Imposição, nunca. Sabedor disso, o coronel ponderou com o mestre.
- Doutor, não me obrigue, por favor, a usar a força. Não é o meu feitio. Iria me sentir muito mal carregando o senhor de pijama, faça a gentileza de me acompanhar. Estou cumprindo ordens. Não estou prendendo nem intimando o senhor, só quero que me acompanhe.
- Ah! Então mudou. Com licença, vou vestir-me. Mas não vou a Brasília não!
- O presidente está no Palácio Guanabara. E traremos o senhor de volta para casa.
Sobral foi. O assunto tratado entre ele e Costa e Silva está guardado em dois túmulos.
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Outra do mestre Sobral
No famoso comício da Cinelândia, pelas “Diretas Já”, o palanque estava formado pela nata da sociedade brasileira. O comandante era Ulysses Guimarães, Deputado Federal que esteve sempre à frente do movimento.
Discursaram muitos famosos. A praça estava superlotada. O último a se pronunciar foi o velho advogado Sobral Pinto, já com voz bastante envelhecida, mas nem por isso fraca ou não convincente.
Terminou citando artigo máximo da antiga Constituição Brasileira:
- “Todo o poder emana do povo, e em seu nome será exercido”.
Quem passa até hoje na Cinelândia, se prestar atenção, escuta as palmas que o tempo conserva.
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Carta do dr. Heráclito Fontoura Sobral Pinto ao poeta e industrial Augusto Frederico Schmidt
Rio, 17 de outubro de 1944
Não posso guardar silêncio ante a brusca despedida com que finalizamos a nossa rápida conversa telefônica de ontem.Você sentiu-se profundamente ferido pelas minhas objeções. Mais ainda: você como que ficou perplexo, pois, não podia compreender que eu não me pusesse à sua inteira disposição para patrocinar, sem nenhuma restrição, os seus interesses patrimoniais numa causa de natureza trabalhista, que está sendo movida contra a Fábrica, de que você, com o Peixoto de Castro, é um dos donos.
Percebi o seu espanto, quando, dizendo-me para não tomar nenhum compromisso para o dia 20 de corrente, porque nesse dia vai ser debatido tal caso que você queira confiar ao meu patrocínio, eu lhe respondi que precisava antes conhecer o caso, examinar cuidadosamente os seus direitos, a fim de ver se eu poderia, ou não, aceitar o caso.
Verifiquei, pela réplica que me deu, que você tem uma noção errada do que seja advocacia, a do exato papel do advogado. Realmente, nessa réplica, começando por afirmar que eu não era juiz, você acrescentou: “Nós vamos lhe fornecer as Razões, que temos e que nos parecem justas, para que você delas se utilize para nos defender contra quem quer cobrar de nós vultosa quantia”.
Trepliquei incontinenti que o primeiro e mais fundamental dever do advogado é ser o juiz inicial da causa que lhe levam para patrocinar. Incumbe-lhe, antes de tudo, examinar minuciosamente a hipótese para ver se ela é realmente defensável em face aos preceitos da justiça. Só depois de que eu me convença que a justiça está com a parte que me procura é que me ponho a sua disposição. A circunstancia de que você é meu amigo não tem a menor importância para o caso, pois, o problema aqui não é de amizade, mas de justiça. Não seria a primeira vez que, procurando por um amigo para patrocinar uma causa que me trazia, tive de dizer a esse amigo que a justiça não estava do seu lado pelo que não me era lícito defender os interesses dele.
Tenho a impressão de que você viu nesta minha atitude uma traição à nossa inquebrantável amizade.Tanto maior julgo que tenha sido a sua surpresa quanto, entre muitas dezenas de notáveis advogados de nosso Foro, você ficou as suas preferências sobre o meu nome, inspirado pelo nobre propósito de remediar a penúria financeira em que anda mergulhado.
Para dissipar esta impressão improcedente que você recebeu de minha atitude, venho dirigir-lhe estas palavras de amizade sincera, certo de que você as acolherá com nobreza igual àquela que as fez ditar.
A advocacia, meu caro Schmidt, não é uma profissão que se destina à defesa de quaisquer interesses.Não basta a amizade ou os honorários de vulto para que um advogado se sinta justificado deante de sua consciência pelo patrocínio de uma causa. É necessário, antes de tudo e principalmente, que a justiça esteja com certo interesse, que está sendo desrespeitado, para que um advogado tenha a liberdade de aceitar, em Juízo, o patrocínio de tal interesse.
O advogado não é, assim, um técnico às ordens desta ou daquela pessoa que se dispõe a comparecer perante a justiça, comum ou especial, para se litigar em torno deste ou daquele interesse. O advogado é, necessariamente, uma consciência escrupulosa ao serviço tão só dos interesses da justiça, incumbindo-lhe, por isto, aconselhar àquelas partes que lhe procuram a que não discutem perante a justiça, comum ou especial, aqueles casos nos quais não lhes assiste nenhuma razão.
Longe de estar, portanto, tão só ao serviço de seus amigos e clientes, o advogado precisa, sob pena de traição de seus deveres, de estar ao serviço dos preceitos da justiça.
Os pleitos, meu caro Schmidt, não são problemas de pura amizade ou de puro interesse, mas tem de ser considerados, sem possibilidade de contestação honesta, como problemas fundamentais de justiça serena e imparcial.
Para que tal objetivo possa ser alcançado, é indispensável que os clientes procurem um advogado de suas preferências, não como um profissional a quem vão servir, mas como um homem de bem a quem se vai pedir conselho. Não se deve jamais ir ao advogado para dizer-lhe que se tem este ou aquele interesse a ser definido perante a justiça, com estas ou aquelas razões, e que ele advogado deve estar pronto para nesse dia ficar a disposição de quem o procurar. Um procedimento desses é inequivocamente errado e funesto.Quando alguém vê se lhe abrir no caminho futuro e perspectiva de uma demanda, deve procurar, sem demora, o advogado de sua confiança, para lhe pôr diante dos olhos inteligentes e capazes, tudo quanto está ocorrendo, sem nenhuma reserva, para que o profissional fixe perfeitamente a hipótese que tem diante de si, e a examine, logo em seguida, em equação com a legislação positiva pertinente a matéria, e com os preceitos da justiça superior e impessoal.Não cabe ao cliente citar normas a seu advogado, mas pelo contrário, ouvir atenta e respeitosamente os seus conselhos, que deverão de ser seguidos com o maior cuidado.
Esta é, meu caro Schmidt, a concepção cristã de advocacia. Orientada neste sentido, a advocacia é, nos países modalizados um elemento de ordem e um dos mais eficientes instrumentos da legislação do bem comum da sociedade.
Por entre as deficiências da minha inteligência e as fragilidades da minha vontade a advocacia que procuro realizar esta subordinada a esta concepção.
Eis porque, alheiando-me totalmente dos meus interesses pessoais, eu lhe disse ontem, pelo telefone, que não poderia patrocinar o caso, que vai ser julgado na sexta-feira próxima, pela justiça trabalhista de Petrópolis, sem antes examinar a hipótese para saber se a razão está com você ou com o seu ex-empregado.
Pelo que você me disse, trata-se de uma questão de mais de um milhão de cruzeiros e que vem sendo estudada desde muito tempo, pelo Peixoto de Castro. Se eu aceitasse este patrocínio, estando na inteira ignorância até no nome das partes, é evidente que eu teria que me utilizar, por ocasião do julgamento, das Razões alinhadas pelo Peixoto de Castro.
Ora, é bem possível que, estudando o caso, eu chegue a conclusões diametralmente opostas àquelas que foram esposadas pelo Peixoto de Castro.E como, entre o ponto de vista do Peixoto de Castro e o meu, deveria de prevalecer, necessariamente, o daquele, que é um dos proprietários da Fábrica, eu iria ficar nesta alternativa: ou deixá-los sem patrono, ou, então, patrocinar uma causa, que não me parece justa.
Foi uma alternativa dessas que eu quis evitar.Daí me julgar na obrigação de lhe falar com franqueza e a lealdade que a minha afeição por você exige de mim.
Fico-lhes imensamente grato à lembrança que teve de me convidar para patrocinar esta causa que viria me tirar dificuldades financeiras imediatas, e que são de extrema gravidade.Este seu gesto, reunido a tantos outros anteriores, veio me demonstrar a grande preocupação que lhe causa a catástrofe econômica permanente da minha vida.
Mas, meu caro Schmidt, não é fácil acudir, na advocacia, às minhas necessidades reais.Por imposição da minha consciência religiosa, preciso ser um conselheiro jurídico dos meus clientes, e não um servidor submisso dos seus interesses econômicos. Para que eu aceite uma causa, é indispensável que, precedendo o julgamento dos juizes, eu profira o meu próprio julgamento. Após esta formalidade preliminar é que eu entro na luta, com o ardor e a tenscidade que você conhece.
Infelizmente, o primeiro caso que você pretende confiar a o meu patrocínio não foi procedido das providencias preliminares necessárias para que eu pudesse agir dentro dos preceitos da minha consciência religiosa. A audiência de julgamento será no dia 20 de corrente. Ontem, dia 16, você me telefona a noite, apenas para me dizer que não deveria tomar nenhum compromisso para esse dia, a fim de poder ir à Petrópolis, defender o seu direito. Não conheço sequer o nome das partes, não sei nada dos fatos que deram origem a esta demanda trabalhista, e desconheço, até este momento, as razões jurídicas que ambas as partes em litígio invocam e deduzem.
Como em face de tais circunstâncias, anuir no patrocínio desta causa? Por se você envolvido no incidente na qualidade de um dos proprietários da fábrica, não me sinto na obrigação de ser advogado do caso. Todos nós estamos sujeitos a ser injustos para com os nossos semelhantes, sobretudo no interesse de matérias patrimoniais. Além disto você não é jurista, não podendo, portanto, saber se está obrigado ou não a praticar certos atos por força das leis ou dos princípios jurídicos reguladores da matéria a ser debatida na audiência de sexta-feira próxima.A sua boa fé, que nem por um instante ponho em duvidam pode servir de excusa para a sua honradez, mas, de nenhuma forma, pode me desculpar, a mim, que, como jurista tenho outras possibilidades de esclarecimento que você não tem.
Lamento, com a sinceridade que você conhece, não poder, pelas razões expostas, se o patrono da sua fábrica nesta audiência de 20 de corrente, espero, firme e seguramente, que você, com a nobreza da sua alma, compreenderá a justiça indiscutível da minha atitude.
Você tem tido, no decurso da sua vida tanto nas horas boas, quanto nas horas más, as mais enloquentes provas da minha afeição por você.Peço-lhe, por isto, e com toda a veemência de que sou capaz, que não guarde magoas da minha atitude, que decorre de imperativos irremovíveis de minha consciência religiosa.
Vivemos, meu caro Schmidt, em esferas, que se tocam, mas que não se confundem.O ambiente onde me movimento é tão só o do Direito como instrumento vigilante e permanente da realização da Justiça soberana.Você, como comerciante e industrial que também, movimenta-se na caféra dos negócios e empreendimentos industriais, onde, muitas vezes, o Direito nada tem a fazer. Quando, então, nos encontramos, eu como jurista e você como industrial, nem sempre podemos falar a mesma linguagem. Daí estas incompreensões recíprocas.
Mas, como você é, antes de tudo, aquilo que eu nunca consegui ser: um Poeta, e, portanto, um arauto de Deus, não me é possível deixar de ver em você aquela grande voz que, tão freqüentemente, fez ouvir os clamores da justiça divina pedindo piedade e misericórdia para todos os nossos erros, para todas as nossas fraquezas, para todas as nossas traições. Este é o Schmidt que eu quero bem, e que tantas e tantas vezes me consola com a sua palavra alta e nobre na sua enlouquecia simples.é para este Schmidt poeta que ora apelo, implorando que me compreenda e me perdoe.
Do todo seu,
assina Sobral Pinto *
* advogado de, entre outros, Luiz Carlos Prestes e Graciliano Ramos
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Beto Richa pode proporcionar lucro de milhões para entidade privada de Jorge Gerdau Johannpetter, sem licitação
14 de Junho de 2012, 21:00 - sem comentários aindaO governador do Paraná Beto Richa (PSDB) assinou contrato com a entidade privada Movimento Brasil Competitivo – MBC, cujo presidente é empresário milionário Jorge Gerdau Johannpetter, que também é presidente do conselho de administração da Gerdau.
A meta é que o MBC arrecade R$ 16,7 milhões com empresários paranaenses para contratar três empresas de consultoria, que fariam um diagnóstico sobre a Administração Pública estadual e proporiam medidas neoliberais-gerenciais, como privatizações, PPPs, contratos de gestão, revisão (para baixo) dos vencimentos dos servidores e demais providências cujo o foco é a fuga do regime jurídico-administrativo.
O MBC arrecadará dinheiro doado pelos empresários e contratará as consultorias privadas (INDG – Instituto de Desenvolvimento Gerencial), PWC e KPMG. O MBC cobrará uma taxa de administração por esse serviço. A previsão é que o MBC lucre 1,67 milhão nesse negócio.
A Constituição da República e a Lei 8.666/93 (Lei Nacional de Licitações e Contratos), exigem que qualquer acordo de vontade assinado entre o Poder Público e uma entidade privada que obtenha vantagens financeiras desse acordo seja realizada licitação prévia.
Mesmo se esse acordo fosse um convênio, a Lei Estadual 15.608/2007 (Lei de Licitações do Paraná), exige que na realização de convênios o Estado deve respeitar os princípios inerentes às licitações.
O MBC já recomendou o modelo neoliberal-gerencial nos governos estaduais de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Sergipe e Rio de Janeiro e na Prefeitura de Curitiba, além de diversos outros municípios brasileiros, com excelentes resultados para os interesses do grande capital, o que desencadeia um retorno ao patrimonialismo.
Jorge Gerdau Johannpetter é o presidente da Câmara de Política de Gestão e Competitividade (Decreto 7.478/2011), representante da ala que defende o ideário neoliberal-gerencial do governo de Dilma Rousseff (PT). Representa a ideologia neoliberal-gerencial do governo tucano de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), idealizada pelo então Ministro da Administração e Reforma do Estado, Luiz Carlos Bresser-Pereira (veja o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado).
Um dos membros da CGDC, escolhido por Gerdau, é o ex-presidente da Petrobrás, Henri Reichstul, que sucateou e quase privatizou a empresa.
Ministério Público, Tribunal de Contas do Paraná e OAB, vão permitir?
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